Museu com mais de 2 mil marcas de cachaça abre as portas em Belo Horizonte
Definitivamente, cachaça não é água não! Apreciada por muitos – pelo gosto ou pelo efeito – e ponto de partida para a desgraça e a ruína de tantos outros, a aguardente de cana está para a cultura brasileira assim como o vinho para a francesa, ou a tequila para a mexicana. Objeto de culto e elemento indispensável para as práticas religiosas de algumas seitas, a pinga, que tantos nomes tem, é algo tão nosso como o samba.
É fato que, além de bebida, o aguardente também é objeto de colecionadores. E pode até dar origem a museus, como o inaugurado recentemente em Belo Horizonte, de propriedade do comerciante Muraí Caetano de Oliveira, 57 anos, da cidade de Dores do Indaiá, no centro-oeste de Minas, a 225 quilômetros da Capital. Detalhe importante: Muraí não bebe cachaça e se contenta com canecas de cerveja. Mas isso não foi impeditivo para que ele juntasse cerca de 2 mil garrafas, desde que se tornou sócio, em 1984, do restaurante Xico da Cafua, onde hoje está o acervo aberto a visitas.
– Minha história com a cachaça começou quando fui comprando, levando em conta também a beleza dos rótulos, para compor a decoração do restaurante. Em 2008, um amigo comentou comigo que eu não era mais um ‘juntador’, e sim um colecionador. Fiquei entusiasmado e aí está – disse, arrematando que sempre participou de festivais onde a cachaça era o foco das atenções.
O acervo foi montado com compras, trocas ou doações e tem preciosidades com a Terenciana, de Santa Juliana (MG), fabricada a partir de 1860, a Botica (de Passos, em Minas), cuja produção data de 1873, e a Velha Januária, também muito antiga, fabricada na cidade de mesmo nome, em Minas. Uma curiosidade: a Botica tem este nome porque era envasada em frascos reciclados de perfume ou remédio, já que as garrafas eram raridade e custavam caro. A Pingo de Ouro, de Santo Antônio do Grama (MG), e a Moby Dick, de Pirassununga (SP), também são raridades que estão na exposição.
FONTE: ZERO HORA
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