Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

sábado, outubro 17, 2009

ONU elogia redução da desnutrição e mortalidade, mas considera inaceitáveis bolsões de pobreza

O relator especial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Oliver De Schutter, elogiou o governo federal pela diminuição da desnutrição (73%) e pela queda da mortalidade infantil (45%) na última década.


Ele chamou a atenção, no entanto, para a manutenção de “inaceitáveis” bolsões de fome em algumas regiões do país, como na zona rural da Região Norte.

De Schutter disse que “a concentração fundiária é um problema no Brasil” e defendeu a estratégia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de ocupar áreas. "É uma forma de chamar a atenção para o problema.





Na avaliação do relator da ONU, tanto o modelo de agricultura familiar quanto o agronegócio têm méritos, mas ele sugere que haja uma avaliação objetiva sobre os dois sistemas: não só considerando produtividade mas também geração de renda, emprego e preservação do meio ambiente.


Segundo ele, o aumento da concentração de terras em São Paulo ocorre devido à produção do etanol. De Schutter reconheceu o trabalho de zoneamento agroecológico feito pelo governo, mas disse que “é preciso melhorar a sustentabilidade da produção do etanol”.
Agência Brasil

Vaticano se preocupa com avanço de igrejas como a Universal na África

A expansão na África das novas igrejas pentecostais e evangélicas preocupa os dirigentes da Igreja católica, muitos dos quais fizeram deste o tema central do sínodo sobre o continente reunido até 25 de outubro no Vaticano.
Em Abidjan, como em muitas outras cidades africanas, se constata uma propagação de igreja novas e de várias seitas. A "Igreja Universal", por exemplo, se apoderou de todos os cinemas da capital econômica da Costa do Marfim e faz muita propaganda na rádio e na TV.
Estes grupos também fazem uso de 'outdoors' que anunciam "vigílias milagrosas" em estádios.
Segundo uma investigação policial realizada em 2006, na República Democrática do Congo havia entre 12.000 e 13.000 "Igrejas do Despertar" apenas em Kinshasa.

A mensagem destas igrejas se centra basicamente na realização de curas e milagres através de exorcismo, além da promessa de riqueza e outros bens materiais, tudo ao ritmo de músicas que contrastam com a tradicional missa católica, considerada "muito fria" pelos fieis, segundo explicou o reverendo Bruno, da Igreja do Despertar de Kinshasa.
No Vaticano, Alfred Adewale Martins, bispo de Abeokuta (Nigéria) se referiu a estas igrejas como "grupo geralmente muito agressivo, que fala da Igreja católica como uma igreja morta".


"Eles querem acabar com a Igreja católica, tanto no que diz respeito a sua influência como ao número de seus fieis", assinalou Martins, refletindo a opinião de muitos prelados africanos e dirigentes da cúria romana.
Os participantes no sínodo sobre a África concordaram em indicar que o sucesso desses movimentos se alimenta do mal-estar de uma população que vive num continente afetado regularmente por conflitos e onde a corrupção prospera graças à pobreza.
"A atividade das seitas, pela simplicidade de suas crenças, seduz muitos africanos vítimas da precariedade", destacou o cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Interreligioso.


Por sua parte, o monsenhor Robert Murhiirwa, bispo de Fort Royal (Uganda), assegurou que os muçulmanos e as igrejas pentecostais (protestantes) "gastam milhões de dólares em nossos países para atrair os jovens".
"Esses ataques capturam nossos membros mais vulneráveis: os jovens e os adultos jovens", protestou o monsenhor Felix Alaba Adeosin Job, arcebispo de Ibadan (Nigéria).
"Devemos enfrentar este desafio urgente com uma atitude de autocrítica", afirmou, por sua vez, o cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, que sugeriu "que se leve a sério o contexto das raízes culturais africanas".
"Não é uma batalha, e sim um desafio", concluiu Martins.
France Press

Parada do Orgulho LGBT, em Pelotas, terá mais de 40 performances

Muito colorido e mais de 40 performances de drag queens, travestis e go go boys, entre outros, prometem animar a tarde deste domingo (18), na avenida Bento Gonçalves, durante a Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).
O Gabinete do Vice-prefeito Fabrício Tavares, que está na coordenação administrativa da Parada, espera mais de 40 mil pessoas de todas as idades e orientações sexuais para a grande festa da diversidade.
As apresentações começam a partir das 15h, com a cantora pelotense Simone Passos entoando o Hino Nacional. Entre as grandes atrações da festa, estão confirmadas as presenças de Tina Barbieri (Curitiba), Savana Bier (Pelotas), Letícia Dumont (POA) e os go go boys Os tigrões (Viamão), além da convidada especial, a ex-participante do Big Brother Brasil 8,Thalita Lippi – que já está em Pelotas e ajudará a conduzir o evento.
A passeata pela diversidade está marcada para às 16h, com concentração na frente do Altar da Pátria, no Parque Dom Antônio Zattera. O grupo de manifestantes percorrerá a avenida Bento Gonçalves até a rua Marechal Deodoro e logo retorna pela mão oposta da avenida, até a rua Santa Cruz – e depois, novamente, até o Altar da Pátria.
A coordenadora do Programa DST/HIV/Aids, Cláudia Berardi, disse que ao longo da tarde serão distribuídos mais de 20 mil preservativos e 2,4 mil unidades de gel lubrificante.
Hoje (17), um trio elétrico animado por artistas “montadas” divulgará a festa percorrendo as ruas do Centro da cidade, das 10h às 13h, e dos bairros, das 14h às 17h. A Semana de Atividades LGBT começou blitze informativas em vários pontos da cidade e o Seminário de Direitos Humanos abordou “A Inserção da Comunidade LGBT no Mercado de Trabalho”.
Apóiam o evento as secretarias de Saúde (SMS), de Segurança, Transporte e Trânsito (SSTT), de Turismo, Esportes e Lazer (STE) e Sanep. A comunidade LGBT é representada no evento por Ricardo Santos e Maicon Nachigall. Também participam da organização da Parada as ONGs Associação Pelotense da Comunidade LGBT, Grupo Também, Grupo Vale a Vida e Grupo Gesto.
SeCom

quinta-feira, outubro 15, 2009

Estatuto da Igualdade Racial vai para o Senado

Uma mobilização de 60 deputados conseguiu nesta quarta-feira garantir que o projeto que cria o Estatuto da Igualdade Racial, já aprovado em comissão especial da Câmara , seja agora enviado diretamente ao Senado, sem precisar passar pelo plenário da Câmara. Semana passada, o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) havia apresentado recurso, com 91 assinaturas, pedindo que o assunto fosse votado pelo plenário da Câmara.
Do total de 91 deputados, 59 retiraram a assinatura, ao assinarem um novo requerimento, encabeçado pelo deputado Fernando Ferro (PT-PE). O ofício pedia que o recurso apresentado por Madeira fosse desconsiderado. Com isso, Madeira perdeu apoio e ficou com apenas 32 assinaturas, insuficientes para levar o assunto ao plenário.
O requerimento do deputado Fernando Ferro já foi aceito pela Mesa da Câmara. Segundo informações da Secretaria Geral da Câmara, será dada agora a redação final ao projeto, que voltará ao Senado.
O deputado Arnaldo Madeira lamentou a manobra. Ele considerava importante que o estatuto fosse antes discutido em plenário pelos deputados. A intenção dos defensores do Estatuto é que ele seja votado até novembro, permitindo a sanção da lei pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
- Houve uma pressão para se pedir a retirada de pauta, o que na prática é a retirada de assinaturas. É lamentável não passar pelo plenário da Câmara porque abre a possibilidade de o Senado retomar suas ideias iniciais - disse Arnaldo Madeira.
Na comissão especial, um acordo acabou desidratando o texto e retirando propostas polêmicas, como a cota para negros nas universidades e a delimitação das terras dos quilombolas. O Estatuto da Igualdade Racial vem sendo discutido no Congresso desde 2003
O Globo

ONU prorroga por mais um ano a ocupação encabeçada por tropas brasileiras


Até outubro de 2010, a repressão continua na ilha com a prorrogação da permanência da Minustah

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) ocupará a ilha por mais um ano. Comandada pelo Brasil, as tropas estão instaladas no país desde 2004 com a desculpa de que aquela são uma missão de paz, porém a realidade é outra.


Apesar de toda a violência cometida, a Organização das Nações Unidas (ONU) alega que o país ainda encontra-se fragilizado e a continuidade das tropas é fundamental para a sua estabilidade. O argumento é de que apesar dos “progressos” o país ainda representa uma ameaça “à paz e à seguridade internacionais”.


Um dos países mais pobres do mundo tem em sua paisagem tanques de guerra, soldados armados, no qual a fome e a pobreza predominam. Será que o povo haitiano precisa de soldados ou comida?


O Brasil gasta com soldados cerca de R$ 577 milhões para ameaçar, reprimir e molestar o povo do Haiti, e a estimativa para este ano é que sejam gastos mais R$ 128,4 milhões. Esse dinheiro poderia, ou melhor, deveria ser revertido para alimentação, moradia, saneamento básico e educação. É disso que o povo haitiano precisa.


Além da renovação da permanência das tropas em 2010, se mostra nítida nas intenções da ONU uma nova renovação no dia 15 de outubro de 2010 - para 2011.


Para a Conlutas, essa ocupação é encabeçada pelo imperialismo americano e tem o intuito de explorar e escravizar a mão–de-obra barata local.


A Conlutas repudia a continuidade das tropas no Haiti, e continuará com a campanha por "Fora as tropas do Haiti". É necessário defender a soberania do povo haitiano e de seu país, cuja história é marcada por vitórias e lutas pela liberdade. O Haiti tem o direito de caminhar com suas próprias pernas, e quem deve decidir o destino de seu povo não é a ONU.
Conlutas

DIA DO PROFESSOR

Moacyr Scliar
Outubro é um mês de muitas comemorações. Assim, temos o Dia das Crianças, a data da “descoberta” da América (estas aspas lembram o fato de que se tratou de descoberta para os europeus, não para os índios que aqui viviam), o Dia do Médico, e o aniversário da Revolução Russa de 1917.Todas estas datas têm correspondência, de alguma forma, no Dia do Professor. Querem ver?


Para começar, os professores cuidam das crianças, muitas vezes suprindo as carências das famílias, carências estas que se tornam cada vez mais evidentes: pais distantes, pais ausentes, pais perturbados, até. A escola é, no mínimo, um segundo lar, quando não o primeiro. Neste sentido, os professores também têm algo em comum com os médicos. Na verdade, boa parte dos cuidados de saúde começam na escola, coisa que constatei em meu trabalho de saúde pública: muitas vezes eram os professores, não os pais, que detectavam problemas nas crianças. E muitas vezes eram os professores que ensinavam a essas crianças seus hábitos de higiene.
Por outro lado, e como os audazes navegadores do passado, os professores levam seus alunos a descobrir – agora sem aspas – o mundo, um novo mundo. Que nem sempre é o melhor dos mundos, claro, mas é o mundo em que precisamos viver. Isto significa, não raro, uma revolução, não sangrenta como foi a revolução russa, este, um acontecimento que marcou o século 20 e que despertou enormes esperanças entre os pobres e oprimidos, esperanças afinal frustradas pelo brutal regime stalinista. Estamos falando de uma revolução modesta, silenciosa, mas nem por isso menos radical e transformadora. A frase que Lenin pronunciou quando, em 25 de outubro, os bolcheviques tomaram o Palácio de Inverno, sede da monarquia russa – “Iniciamos agora a construção de uma nova sociedade” – poderia ser dita por um modesto professor em sua, não raro, precária escola. Porque as revoluções mais importantes não são aquelas em que o poder é conquistado a ferro e fogo, em que os inimigos são executados, em que dirigentes dizem ao povo o que deve ser feito; não, as verdadeiras revoluções ocorrem de maneira quase imperceptível. Quando uma criança escreve, de maneira hesitante, as primeiras letras em seu caderno, temos uma revolução. Quando lê o seu primeiro livro, temos uma revolução. Quando aprende a trabalhar com o computador, temos uma revolução.


Em sua maioria, as revoluções hoje não passam de lembrança do passado, e em muitos casos é bom que assim seja. Mas a lenta revolução promovida pelo processo educacional, esta fica. Tomem o caso de nosso país. Na época de Machado de Assis, um censo feito na cidade do Rio de Janeiro – que era então a capital federal – mostrou que 80% dos habitantes da cidade eram analfabetos. Hoje é o contrário: 90% dos brasileiros estão alfabetizados. Graças, sobretudo, aos anônimos mestres que lhes ensinaram as primeiras letras.


Os professores nem sempre têm muitas razões para comemorar o seu dia. Os salários continuam baixos, as condições de trabalho não raro apresentam deficiências, e, como ZH mostrou no último domingo, a violência chegou às escolas. Mas a coragem com que enfrentam o desafio diante deles é colocado é admirável. É uma lição que todos deveríamos aprender.
Zero Hora

segunda-feira, outubro 12, 2009

É OXUM; A PADROEIRA DO BRASIL











O rio Paraíba, que nasce em São Paulo e deságua no litoral fluminense, era limpo e piscoso em 1717, quando os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves resgataram a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida de suas águas.

Encarregados de garantir o almoço do conde de Assumar, então governador da província de São Paulo, que visitava a Vila de Guaratinguetá, eles subiam o rio e lançavam as redes sem muito sucesso próximo ao porto de Itaguaçu, até que recolheram o corpo da imagem.

Na segunda tentativa, trouxeram a cabeça e, a partir desse momento, os peixes pareciam brotar ao redor do barco.

Durante 15 anos, Pedroso ficou com a imagem em sua casa, onde recebia várias pessoas para rezas e novenas. Mais tarde, a família construiu um oratório para a imagem, até que em 1735, o vigário de Guaratinguetá erigiu uma capela no alto do Morro dos Coqueiros.

Como o número de fiéis fosse cada vez maior, teve início em 1834 a construção da chamada Basílica Velha. O ano de 1928 marcou a passagem do povoado nascido ao redor do Morro dos Coqueiros a município e, um ano depois, o papa Pio XI proclamava a santa como Rainha do Brasil e sua padroeira oficial.

A necessidade de um local maior para os romeiros era inevitável e em 1955 teve início a construção da Basílica Nova, que em tamanho só perde para a de São Pedro, no Vaticano. O arquiteto Benedito Calixto idealizou um edifício em forma de cruz grega, com 173m de comprimento por 168m de largura; as naves com 40m e a cúpula com 70m de altura, capaz de abrigar 45 mil pessoas. Os 272 mil metros quadrados de estacionamento comportam 4 mil ônibus e 6 mil carros. Tudo isso para atender cerca de 7 milhões de romeiros por ano.










É D'oxum
Composição: Gerônimo/ Vevé Calasans


Nessa cidade todo mundo é d’Oxum
Homem, menino, menina, mulher
Toda a cidade irradia magia
Presente na água doce
Presente na água salgada
E toda a cidade brilha

Seja tenente ou filho de pescador
Ou importante desembargador
Se der presente é tudo uma coisa só

A força que mora n’água
Não faz distinção de cor
E toda a cidade é d’Oxum
É d’Oxum
É d’Oxum

Eu vou navegar
Eu vou navegar nas ondas do mar
Eu vou navegar nas ondas do mar

FELICIDADES ÀS CRIANÇAS; EM TODOS OS DIAS!

O Erê


Composição: Toni Garrido, Bino Farias, Lazão, Da Gama, Bernardo Vilhena

Prá entender o Erê

Tem que tá moleque

Uh! Erê, Erê!

Tem que conquistar alguém

Que a consciência leve...




Há semanas

Em que tudo vem

Há semanas

Que é seca pura

Há selvagens

Que são do bem

Há seqüência do filme muda...





Milhões de anos luz

Podem durar

O que alguns segundos

Na vida podem representar

O Erê, é a criança

Sincera, convicção

Fazendo a vida

Como o sol nos traz...





Você sabe

Que o sentimento não trai

Um bom sentimento não trai...





Prá entender o Erê

Tem que tá moleque

Uh! Erê, Erê!


domingo, outubro 11, 2009

CARTOLA


No dia 11 de outubro de 1908, nascia o cantor e compositor Cartola, que hoje faria 101 anos. O mestre do samba de raiz, que começou trabalhando como pedreiro, começou cedo na música, tocando cavaquinho logo aos oito anos de idade. Mesmo só tendo lançado seu primeiro álbum oficial aos 66 anos, Cartola sempre esteve diretamente envolvido com a música e o samba, tendo participado da formação do Bloco dos Arenqueiros, em 1925, núcleo que mais tarde se transformaria na Mangueira.
E não foi só seu legado musical intrincado e diversificado que contribuiu para a formação musical do samba no Rio de Janeiro – o compositor sempre fez às vezes de anfitrião, promovendo encontros musicais e saraus em sua casa, com a presença de sambistas do morro e músicas da classe média se encontrando e trocando experiências. Foi no restaurante Zicartola, comandando por ele e sua mulher, D. Zica, que Paulinho da Viola, por exemplo, fez sua estreia como cantor.
Embora tenha sido muito elogiado por seu círculo de compositores, colegas e admiradores, Cartola só recebeu todos os créditos por sua contribuição à história da música brasileira após sua morte, aos 72 anos, de câncer. Nos anos seguintes, foram lançadas diversas homenagens a sua obra, com artistas de vários estilos musicais regravando suas principais composições. Hoje, o compositor ainda é a maior referência para quem quer conhecer a história do samba e compreender muitas das sonoridades presentes no samba contemporâneo.
uol
Alvorada
Composição: Cartola

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
( a alvorada )
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Lula diz que governo não tem interesse em reter imposto de renda




O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (9) que o governo não tem interesse em reter o imposto de renda, e que atrasos nesse tipo de pagamento já ocorreram em diversos outros momentos do país.
“Chega a ser uma falta de compreensão achar que o governo teria interesses econômicos em reter [o imposto de renda], até porque nós pagamos taxa Selic. Portanto, não temos nenhum interesse em reter”, disse o presidente após assinar uma série de acordos conjuntos com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, no Itamaraty.
Segundo Lula, “não é a primeira vez na história do Brasil ou da Receita ou de quem faz a emissão de pagamentos atrasar dez ou 15 dias. Também já pagamos adiantado [em outros momentos]”, argumentou.. “O que queremos é o povo com dinheiro para consumir, para que o comércio cresça muito mais”, completou Lula
O atraso na restituição do Imposto de Renda foi anunciado ontem (8) pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega, sob o argumento de compensar parte da queda da arrecadação em decorrência das medidas para amenizar os efeitos da crise financeira internacional no Brasil.
Agência Brasil

quinta-feira, outubro 08, 2009

IBGE: maioria da população se considera parda ou negra




A PNAD 2008 apontou que, no ano passado, pela primeira vez, mais da metade da população brasileira - 50,6% dos habitantes, ante 50% em 2007 - se declarou parda ou negra. Mas, com uma peculiaridade: na pesquisa, a participação das populações negra e branca no total de brasileiros recuou, enquanto as de mestiços e outros (que abrange amarelos e indígenas) cresceu.

Em 2007, o número de negros tinha crescido em comparação com 2006, em movimento atribuído por especialistas às políticas de ações afirmativas,como reservas de vagas em universidades públicas para afrodescendentes. Este ano, contudo, a curva se inverteu, embora o crescimento dos pardos tenha persistido - o grupo também é, em geral, beneficiado pelos mesmos instrumentos que os negros.


A sondagem apontou que, em 2007, 42,5% dos brasileiros se diziam pardos, porcentual que subiu para 43,8% em 2008. Os negros, contudo, reduziram sua participação na população nacional de 7,5% para 6,8%. Houve ainda crescimento dos entrevistados que classificaram sua condição étnica como "outra" - que passaram de 0,8% para 0,9% dos habitantes do Brasil. Já os que se dizem brancos reduziram sua presença na população - em tendência já observada em pesquisas anteriores - de 49,2% para 48,4%.


"O que vínhamos detectando é que cada vez mais brancos começavam a se declarar pardos, porque aumentava a consciência do seu pertencimento; as últimas PNADs já refletiam esse aumento", disse o pesquisador Renato Ferreira, do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). "Agora, o fato de negros se declararem pardos não costumava acontecer. Esse indicador nunca acelerou muito. A oscilação apontada (entre os que se dizem negros) não é tão grande. Pode ser alguma coisa estatística. O que continua valendo é que está aumentando a consciência das pessoas."


Somente a Região Centro-Oeste registrou queda na proporção de pessoas que se dizem pardas, de 2007 para 2008, de 50,9% para 50,2% (0,7 ponto porcentual a menos). Nas demais, houve crescimento. A Norte foi a região onde a expansão foi maior, de 68,3% para 71%, salto de 2,7 pontos porcentuais. Em seguida, veio o Sudeste, com aumento de 2 pontos porcentuais, de 32,4% para 34,4%. Mesmo o Sul, onde predominam descendentes de imigrantes de origem europeia, sobretudo alemã e italiana, registrou aumento de pardos, de 16,4% para 17%, 0,6 ponto porcentual.

Agência Estado

Sistema educacional reflete a desigualdade do país, diz estudo do Ipea


O Brasil ainda vai precisar de cinco anos para conseguir cobrir a determinação da Constituição de garantir o ensino fundamental à população. No entanto, esse prazo será muito maior para a camada de brasileiros com mais de 30 anos. O sistema educacional brasileiro ainda reflete as desigualdades sociais e regionais do país. Os dados constam do estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de analfabetismo no Brasil foi de 10% em 2008. No entanto, o percentual varia de 5,8% no Sudeste para 19,4% no Nordeste. Nas áreas rurais, o analfabetismo chega a 23,5% contra 4,3% nas regiões urbanas. A taxa entre os negros é de 13,6%, mais do que o dobro do percentual identificado entre a população branca. A camada da população com mais de 40 anos tem um índice de analfabetismo de 16,9%. Para o diretor de estudos sociais do Ipea, Jorge Abrahão, o analfabetismo no Brasil tem endereço.

Para resolver o problema da educação no Brasil, e levar ao mesmo nível de países como Chile e Argentina, é preciso resolver o gargalo do analfabetismo e também ampliar o ensino superior. No Brasil não são muitas as pessoas que conseguem chegar à universidade.
O estudo mostra que entre os 20% mais ricos da população, apenas 1,9% são analfabetos. Mas essa não é a realidade dos 20% mais pobres, que têm uma taxa de analfabetismo de 19%. Segundo Abrahão, existem 50 milhões de vagas no ensino médio, o que não é trivial. Mas é preciso ainda ampliar a educação básica e melhorar sua qualidade.

De acordo com dados do Ipea, de cada 100 brasileiros que entra no ensino fundamental, 13 largam os estudos na 4º série. No Nordeste, esse número chega a 20. E de cada 100 pessoas que conseguem chegar a 8º serie, apenas 54 conseguem concluir o ensino médio.
O GLOBO

sábado, outubro 03, 2009

Mauricio de Sousa e a Turma da Mônica parabenizam o Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro foi escolhido para ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Por tanto, para comemorar a escolha, o desenhista Maurício Sousa preparou um desenho especial com os pernosagens Mônica, Cebolinha, Cas
cão, Magali, Ronaldinho Gaúcho e Pelezinho com a cidade maravilhosa ao fundo.
"Viva o Rio olimpíco! Estou muito feliz e orgulhoso, como brasileiro, pelo fato de o Rio de Janeiro ter sido escolhido como sede dos Jogos Olimpícos de 2016. Agora é planejar o destino das estruturas a serem construídas. E
torcer para que empresas do setor público e privado assumam desde já projetos pós-olimpíada não só de esporte, mas também de arte, cultura e lazer", declarou Maurício.

COMITÊ ESTADUAL FORA YEDA


No domingo (4/10), a partir das 15 horas, o Comitê Estadual Fora Yeda, composto por um conjunto de organizações da sociedade civil gaúcha, convida para Ato Show pelo Fora Yeda, em frente ao shopping Praia de Belas.

Entre as principais atrações estão confirmadas as presenças de Nei Lisboa, Leonardo, Sombrero Luminoso, Família Sarará, Nelson Coelho de Castro, Pedro Munhoz, Nancy Araújo, Eduardo Solari, Lolipop, Mariposa e Bandinha de Dá Dó. Os artistas participam em apoio a causa.
Os principais jornais da capital negaram-se a publicar nota paga convidando a população para o ato. Portanto, contamos com a sua solidariedade para divulgar o evento.
Fonte: Comitê Estadual Fora Yeda

Entidades protestam contra ocupação do Haiti, no RJ





A Conlutas e outras entidades ligadas à defesa dos Direitos Humanos realizam na próxima segunda-feira (5/10), em frente ao Itamaraty, no Rio de Janeiro, mais um protesto contra a presença das tropas brasileiras no Haiti.

Durante o ato, os manifestantes vão entregar aos diplomatas brasileiros um documento contra a renovação da permanência da Minustah naquele país, prevista para ser votada pelo Conselho das Organizações das Nações Unidas até 15/10.

Confira o documento:





Carta aberta do Povo Brasileiro ao Conselho de Segurança da ONU




Nós povo brasileiro organizados nos movimentos sociais, sindicatos, partidos, centrais sindicais, organizações sociais e demais entidades estamos envergonhados pelo triste papel que as tropas militares através da Missão de Estabilização do Hati – Minustah, vêm desempenhando no Haiti. Não se tem notícia na história da humanidade que uma tropa de ocupação estrangeira tenha contribuído na melhoria das condições de vida de um povo. E muito menos na sua libertação!




A presença das tropas brasileiras no Haiti é inaceitável. Além de nos envergonhar como povo, fere duramente a soberania do heróico povo haitiano, que sofre todas as mazelas de anos de exploração. Nosso apoio deve ser material, de intercâmbio educacional e cultural, jamais militar.




O que as Nações Unidas estão gastando (cerca de 600 milhões de dólares por ano) para manter as tropas no Haiti. Essa quantia é mais do que o necessário para resolver os problemas fundamentais de seu povo: a falta de energia, alimentos, moradia, educação e emprego.




Nesses quatro anos, não há notícias de nenhuma melhoria nas condições de vida dos haitianos Pelo contrário, há inúmeros registros de violação dos direitos humanos pelas próprias tropas estrangeiras que invadiram o país. Nós, como movimentos sociais brasileiros, nos dispomos a ajudar da forma que o povo do Haiti solicitar.




Sabemos que o Conselho de Segurança da ONU até o dia 15 de outubro de 2009 irá votar a renovação ou não do mandato da Minustah. Pelo que foi afirmado, os que abaixo assinam, nos pronunciamos pela imediata retirada das tropas brasileiras da MINUSTAH e do território haitiano. E por sua vez, exigimos da ONU que cesse esta missão de ocupação e de violação dos direitos do povo de Haiti.




Assinam:




Casa da America Latina
Conlutas
Coletivo de Hip Hop LUTARMADA
Instituto dos Defensores dos Direitos Humanso - IDDH
Instituto Politicas alternaivas para o Cone SUl - PACS
Jubileu Sul Brasil
Justiça Global
Movimento Sem Terra
Movimento Consulta Popular
Mandato Marcelo Freixo
Direito para Quem

-------------------------------------------------------------------------------

ANDES-SN

Cabelos de negros ainda revelam teor político e social nos EUA















Cabelos lisos e sedosos há muito tempo são considerados uma coroa perfeita por mulheres negras. Mas muitas vezes conseguir este efeito significa suportar a queimação típica dos químicos alisadores. Ou uma cara dependência de cremes hidratantes.

Conseguir um "cabelo bom" geralmente significa transformar raízes firmemente encaracoladas, mas também é algo além de simplesmente optar por um visual para muitas mulheres afro-americanas. Alisar o cabelo é visto como uma forma de se tornar mais aceitável para certos parentes, bem como para os brancos.

"Se seu cabelo é alisado, as pessoas brancas ficam mais confortáveis", disse o comediante Paul Mooney, ostentando um Afro, no documentário "Good Hair" (Cabelo Bom, em tradução literal) que ganhou um prêmio de júri no festival de cinema de Sundance e será lançado em outubro. "Se seu cabelo é enrolado, eles não ficam felizes".

O filme, feito por Chris Rock, explora até onde as mulheres negras são capazes de ir para conseguir cabelos longos e lisos, de um alongamento texturizado de US$ 1 mil do salário de uma professora a estudantes que têm seus cabelos relaxados quimicamente.

Diante da pressão cultural, o pensamento é: conformistas relaxam seu cabelo e rebeldes têm a coragem de deixá-los ao natural. Em alguns cantos, o relaxamento dos cabelos é até mesmo visto como um desejo de ser branco.

"Para mulheres negras, você é condenada se fizer, condenada se não fizer", disse Ingrid Banks, professora de estudos negros da Universidade da Califórnia em Santa Barbara. "Se for atrás de cabelos lisos, será vista como alguém que se vendeu. Se não alisar os cabelos é vista como alguém que não cuida corretamente da aparência".

Qualquer um que tenha pensado que tais preconceitos estavam ultrapassados teria percebido o contrário diante das reações negativas ao fato da filha de 11 anos do presidente, Malia Obama, ter usado seu cabelos em cachos durante suas férias de verão em Roma. Comentaristas do blog conservador Free Republic a atacaram como imprópria para representar a América por ter saído sem alisar o cabelo.

Embora legiões de mulheres negras alisem seus cabelos nos Estados Unidos (Michelle Obama entre elas), salões especializados em estilos naturais têm se proliferado, e mais mulheres negras optam por ostentar seus cachos naturais. Muitas usam cachos e tranças com uma atitude orgulhosa por não terem cedido diante da pressão para alisar.

Em "Good Hair", a atriz Nia Long descreve a sabedoria convencional de que cabelo alisado é mais desejável: "Há sempre uma espécie de pressão dentro da comunidade negra, como: 'Oh, se você tiver cabelo bom, você será mais bonita ou melhor do que a menina que usa um Afro ou cachos ou um penteado natural.' "

Para alguns, a linha de batalha já foi definida

Mas em entrevistas recentes, várias pessoas negras expressaram cansaço com o debate. Eles questionam, essencialmente: Por que cabelo não pode simplesmente ser cabelo? Um Afro tem necessariamente que estabelecer uma mulher como a herdeira política de Angela Davis? Uma fashionista que reproduz o corte da primeira dama realmente não está sendo verdadeira consigo mesma só porque o penteado é liso?

"Eu sou quem eu sou, não importa como uso meu cabelo", disse Tywana Smith, dona do Treasured Locks, um website dedicado à manutenção de cabelos relaxados e naturais. "Eu quero que meus filhos sejam vistos por quem eles são, e não pela forma como usam seus cabelos", ela acrescentou. "Se eles caminham rua abaixo com cachos ou tranças, eles não estão fazendo qualquer outra declaração além de 'Hoje eu estava com vontade de usar cachos'".

Suposições sobre os motivos para o alisamento dos cabelos já não são tão fáceis quanto uma vez foram. Durante a última campanha presidencial, Noliwe M. Rooks, diretora associada do Centro de Estudos Afro-Americanos de Princeton, teve muitos debates sobre o que significou quando o cabelo de Sasha e Malia Obama foi alisado. "Ao contrário de momentos anteriores", a conclusão não determinava "claramente que a mãe tinha se vendido ou que ela determinava que cabelo liso é melhor", disse Rooks. "Hoje existe uma certa complexidade a respeito de quem somos. Não houve uma resposta fácil a respeito do motivo daquela mudança".

Afua Adusei-Gontarz, 30, do Brooklyn, usou seu cabelo natural por cinco anos em uma trança francesa. Mas ela não acha que o visual a tornava mais autenticamente negra. "Se você tem cabelo natural, você é considerada mais real, ou mais em contato com sua africanidade", disse Adusei-Gontarz, editora assistente da Imprensa Universitária de Columbia.

Ela rejeita o pensamento de que em Gana seus antepassados relaxam os cabelos (como ela agora o faz por comodidade) e "as gerações mais novas é que têm cabelos naturais".

No ano passado, as vendas de cremes para relaxamento caseiro somaram US$ 45,6 milhões (excluindo o Wal-Mart). De acordo com a Mintel, uma empresa de pesquisa de mercado, o número se manteve firme nos últimos anos. Tantas mulheres afro-americanas usam relaxantes ou um pente quente (chapinha) para adquirir um visual liso temporário que não fazer isso pode exigir muita coragem. Em websites onde mulheres negras discutem seus cabelos, os comentaristas apoiam o visual natural para os outros, mas não o adotam para si, disse Rooks. Eu não sou valente o bastante, elas dizem - é tão maravilhoso que você consegue se aceitar como é.

A questão do "cabelo bom" quase sempre se inclina às mulheres. Homens negros com cabelo grosso há muito têm uma opção conveniente e socialmente aceitável: um corte ralo. Muitas mulheres entram no hábito de relaxar o cabelo quando meninas (quando a escolha é feito por sua mãe ou outro parente) então mudar isso quando adultas se torna difícil.

Para muitas pessoas não importa sua raça ou textura de cabelo, se aceitar "como é" pode ser algo difícil. A história da beleza é cheia de descontentamento e transformação: morenas se tornam loiras; mulheres brancas alisam seu cabelo ondulado no melhor estilo japonês. Para ir do curto ao comprimento na altura dos ombros e de volta, celebridades de Britney Spears a Queen Latifah usam alongamentos, que exigem que um estilista costure ou cole o cabelo de outra pessoa no couro couro cabeludo delas.

Então por que, pergunta Brian Smith que coordena o TreasuredLocks.com com sua esposa, Tywana, um penteado é principalmente uma "declaração política ou social" entre os afro-americano? Ele teve clientes que chegaram a lhe implorar para que deixe de dar conselhos a pessoas que usam relaxantes porque "você está ajudando estas mulheres a se venderem". Mas ele e sua esposa, que agora usa cachos depois de anos de relaxamento, não tomam partido.

O termo "natural" em si é problemático, disse Banks. Ela recentemente passou 14 meses em salões para negros em cinco cidades pesquisando para um futuro livro. Salões naturais não oferecem mudanças químicas ou texturas. Mas ela encontrou "grande quantidade de coloração nas arrumações naturais que desafiam o rótulo sem químicos".

Para Banks, fazer uma escolha é crucial, não resultante de um penteado. "Se uma mulher negra opta por relaxar seu cabelo, ou cortar todo seu cabelo ou não fazer nada a respeito, fazer esta escolha já é algo que lhe dá poder", ela disse, notando que antigamente mulheres negras que trabalhavam em plantações não tinham este luxo.
The New York Times - IG

sexta-feira, outubro 02, 2009

MADEIRA QUEBRA ACORDO PRÓ-ESTATUTO



O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP) deverá marcar para a próxima semana, após conversar com os líderes dos partidos a sessão de votação do Estatuto da Igualdade Racial.
A votação em plenário será feita porque o deputado Arnaldo Madeira (foto), do PSDB de S. Paulo, entregou na quinta-feira (25/09), requerimento com a assinatura de 95 deputados pedindo que o Projeto – o PL 6264/205 – seja apreciado pelo plenário, antes de ser enviado ao Senado para votação.
A proposta de Madeira quebrou o acordo feito na Comissão Especial composta por parlamentares de todos os Partidos, em que foi assumido o compromisso de levá-lo diretamente à apreciação do Senado.
“Uma matéria dessa relevância, que estabelece pela primeira vez um estatuto racial no Brasil, tem que ser debatida pelo plenário, e não só por uma comissão. A sociedade dá mais atenção ao assunto quando ele é discutido em plenário. Mas tem gente que não quer discutir o assunto”, justificou Madeira.
Madeira, no entanto, não explicou se é contra os termos do projeto aprovado pela Comissão, acrescentando que a intenção é fortalecer o texto atual e evitar que o Senado recupere a versão original, que previa cotas para atores negros em novelas e comerciais, entre outras medidas.
O texto aprovado é também questionado por setores do Movimento Negro, que acusam a base do Governo de ter descaracterizado a proposta, com a retirada de reivindicações históricas, de olho nas eleições do ano que vem.
O ministro chefe da Seppir, deputado Edson Santos, reagiu com tranqüilidade à quebra do acordo e entende que, mesmo indo a plenário, a Câmara deverá aprovar o Estatuto.
O ministro mantém a expectativa de que após aprovado nas duas casas, o projeto esteja pronto para ser sancionado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra.
AFROPRESS

Estudantes realizam manifestação em frente ao STF a favor das cotas raciais


Estudantes de todo o país se reuniram nesta quinta-feira (1/10), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), para realizar manifestação contra a ação ajuizada pelo partido político Democratas (DEM), que questiona e pede o fim do sistema de cotas raciais nas universidades públicas.




O encontro, de acordo com os estudantes, faz parte de uma série de eventos que serão realizados para comemorar os 120 anos do STF, celebrado em 2010. Para o diretor da Educafro, frei David Santos, a melhor forma de celebrar a data será com o voto, dos ministros, a favor das cotas. "No Supremo existem vários processos a serem julgados, e um deles é o do DEM, contra a comunidade negra.




Estamos aqui contra o partido, não entendemos o por quê de tanto ódio com o povo negro. Eles precisam reconhecer que o sistema de cotas, entre diversas ações, é um modo de resgatar os 388 anos em que os negros foram escravizados", afirma Santos.




Para o frei, a atitude do DEM é equivocada ao afirmar que as cotas irão gerar mais racismo, pois está provado que, nas diversas universidades que adotaram o sistema, há uma grande integração entre os alunos brancos e os negros. David Santos afirmou ainda que o Brasil passa por um boa fase. Segundo ele, pela primeira vez um presidente da República escolhe um negro para o STF, o ministro Joaquim Barbosa.




E destacou que já conversou com todos os ministros sobre a ação do DEM. "Nós tivemos a honra de ter uma audiência com cada ministro e acreditamos que apenas três deles ainda estão em dúvida com relação ao voto. Por isso, com esses, vamos fazer um bom trabalho para que possam ficar a nosso favor", completa.




Durante a manifestação, além de levarem um bolo e cantarem parabéns para o STF, os alunos levantaram uma bandeira e pediram a construção de um Brasil diversificado, ou seja, com inclusão de brancos, negros e índios. "Nós queremos que em 2010 possamos dar mais um voto de confiança ao STF e dizer que se os ministros amam o Brasil e querem ver o país como um país da diversidade e da paz, eles têm que ser justos na hora do voto. A juventude negra está envelhecendo fora dos muros da universidade, fora do emprego e dentro das prisões ou favelas. Ou o STF ajuda a mudar o Brasil ou o país não terá paz", afirmou Jaime Alves, aluno cotista da Educafro.




STF


O ministro Ricardo Lewandowski, relator da ação do DEM, convocou audiência para os dias 3 a 5 de março do ano que vem, com o objetivo de colher depoimentos de pessoas com experiência em políticas de ação afirmativa no ensino superior. Na convocação, o ministro explica que a reunião é importante do ponto de visto jurídico, "uma vez que a interpretação a ser firmada por esta Corte poderá autorizar, ou não, o uso de critérios raciais nos programas de admissão das universidades brasileiras".




O ministro ressaltou ainda a repercussão social do julgamento, que "poderá ensejar relevante impacto sobre políticas públicas que objetivam, por meio de ações afirmativas, a redução de desigualdades para o acesso ao ensino superior".




Estatuto da Igualdade Racial



O projeto que cria o Estatuto da Igualdade Racial foi aprovado, no último dia 9 de setembro, pela Câmara dos Deputados. O próximo destino da proposta seria a análise no Senado Federal. Porém, um requerimento de autoria do senador Arnaldo Madeira (PSDB-SP) pede para que a matéria seja analisada novamente no plenário da Casa.




A atitude do parlamentar não agradou à uma parcela da população. Por isso, o grupo de estudantes que esteve em Brasília nesta quinta-feira, também se reuniu com o político para manifestar a sua indignação.




De acordo com o diretor executivo da Educafro, frei David Santos, a atitude do deputado foi injusta e desonesta com os outros parlamentares que trabalharam para concluir a votação do projeto, que já estava em análise na Câmara há dez anos.




A decisão de Madeira, segundo David, vai fazer com que se estenda a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. "A nossa meta é que o presidente Lula sancione o estatuto em 20 de novembro deste ano. Se o projeto voltar para o plenário da Câmara, o processo de votação vai demorar ainda mais. Queremos que vá logo para o Senado, que já está preparado para fazer um trabalho bonito e com eficiência", explica.




O grupo participou também nesta quinta de audiência pública no Senado com objetivo de debater com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) o motivo pelo qual as grandes empresas do Brasil possuem apenas 3,4% de negros ocupando cargos executivos. Durante o encontro, ficou decidido que a CNI dará essa resposta no dia 25 de novembro, em uma nova audiência no Senado.
AGÊNCIA BRASIL

quinta-feira, outubro 01, 2009

Maioria dos participantes do Enem já concluiu o ensino médio


Mais da metade (60,9%) dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 já concluíram a etapa em anos anteriores. Os que estão se formando neste ano representam 32% dos candidatos.



Balanço oficial divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) aponta que exatas 4.147.527 pessoas são esperadas para realizar a prova.



De acordo com o Inep, 80% dos estudantes brasileiros que estão concluindo o ensino médio em 2009 se inscreveram no Enem. Nesse universo, 1.079.074 são de escolas públicas e 260.130 da rede privada.



O exame será realizado em 1.829 municípios em mais de 10 mil locais de prova diferentes. Também está prevista a aplicação em 339 unidades prisionais.



Em 2009 o Enem teve número recorde de inscrições. A partir desta edição ele é requisito para a entrada em pelo menos 40 universidades federais, além de ser necessário para quem disputa uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni).
AGÊNCIA BRASIL

VÁRIAS DO ENEM 2009

1- Enem vaza e ministério anuncia cancelamento do exame



Homem tentou vender cópia para o ‘Estado’ em SP; MEC confirmou que questões eram originais






O vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) levou o Ministério da Educação a cancelar na madrugada desta quinta-feira, 1º, a prova, que seria aplicada no fim de semana para 4,1 milhões de candidatos em 1,8 mil cidades do País.




A decisão foi tomada pelo ministro Fernando Haddad após ter sido alertado pela reportagem do Estado - Renata Cafardo e Sergio Pompeu - sobre a quebra do sigilo do exame. "Há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance", afirmou o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, por volta da 1h, por telefone.



Na tarde de quarta-feira, 30, o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil. "Isto aqui é muito sério, derruba o ministério", afirmou o homem.




O Estado consultou rapidamente o material, para checar sua veracidade, sem se comprometer com a compra. Haddad, que diz nunca ter tido acesso ao conteúdo da prova, confirmou o vazamento ao consultar técnicos do Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem.



A comprovação da fraude se baseou em elementos repassados ao ministro pela reportagem, via telefone e e-mail. As questões originais estavam guardadas em um cofre, que foi aberto ontem à noite para confirmar a informação.



No exame que o Estado teve acesso, a prova de linguagens e códigos, que seria aplicada no domingo, tinha na questão número 1 uma tira da personagem de história em quadrinhos Mafalda. Na folha seguinte, o exame reproduzia uma bandeira do Brasil com a área verde parcialmente suprimida, simbolizando o desmatamento. A imagem lembra uma campanha publicitária famosa da organização não governamental SOS Mata Atlântica. Embaixo dela, a prova tinha a seguinte frase: "Estão tirando o verde de nossa terra."

Em outro trecho do exame, também no alto, à esquerda, os examinadores usaram no enunciado o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, aquele que começa com os versos "Minha terra tem palmeiras/onde canta o sabiá". As questões da bandeira e do poema foram confirmadas pelo MEC como originais.

Outro trecho literário usado no Enem tinha o verso de Carlos Drummond de Andrade: "No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho". Mais adiante, a prova reproduzia um texto da revista Veja sobre o filme Touro Indomável, de Martin Scorsese. Outro personagem usado no Enem era o gato Garfield. O programa de mensagens instantâneas MSN é mencionado em uma das questões.


O encontro no qual o Estado viu trechos da prova aconteceu ontem à noite, na zona oeste de São Paulo. O homem que telefonou para a redação estava acompanhado de outra pessoa. Eles disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. Afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas. "Ninguém aqui é bandido, ninguém tem ficha na polícia, nós dois temos emprego", disse o homem. Ele afirmou que recebeu o material "de Brasília, de gente do Inep, do MEC". Disse que viu na situação a oportunidade de ganhar dinheiro. "Não tenho motivação política." Ele afirmou que procurou um advogado para orientá-lo. "Registramos em cartório cópias das provas."



Seu companheiro, mais incisivo, cobrou o tempo todo da reportagem uma posição sobre o pagamento dos R$ 500 mil. "Isto aqui é muito grande, eu não quero correr o risco de morrer por nada." Diante da negativa da reportagem, ele se impacientou. "A gente vende isto aqui até por mais dinheiro", disse,
revelando a intenção de procurar emissoras de TV.
O Estado de S. Paulo
2- Prejuízo com o vazamento da prova do Enem pode chegar a R$ 34 milhões
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, em Brasília, que o prejuízo com o vazamento da prova do Enem será de 30% do valor total do contrato, que custou R$ 116 milhões, segundo a pasta. Dessa forma, a perda estimada é de aproximadamente R$ 34 milhões --valor apenas das impressões. Não se sabe ainda quem deve assumir esse prejuízo.
Em decorrência do vazamento das informações, o ministro decidiu adiar a aplicação da prova, que aconteceria neste fim de semana. Ainda segundo Haddad, o MEC já possui uma segunda prova do Enem para substituir o exame que vazou, mas o material ainda precisa ser impresso. A expectativa é que a prova aconteça dentro de 30 a 45 dias.
O ministro informou que as investigações sobre o vazamento da prova do Enem devem começar no Estado de São Paulo devido à denúncia ter partido do Estado e pelo fato de a prova ter sido mantida dividida até a fase de impressão, que aconteceu em uma gráfica de São Paulo.
Apesar disso, o ministro destacou que todo o processo de desenvolvimento da prova será analisado. O inquérito foi aberto pela PF (Polícia Federal) na manhã de hoje.
Ainda segundo Haddad, as provas do Enem estavam no fim da fase de impressão e já eram distribuídas em algumas regiões. Toda a região Norte já estava abastecida, por exemplo, e os últimos lotes seriam distribuídos em São Paulo. São 10 mil pontos de prova em todo o Brasil.
Folha Online

3- Estudantes protestam no centro do Rio contra vazamento da prova do Enem
Pelo menos cem estudantes secundaristas protestam contra o cancelamento das provas do Enem (Exame Nacional do ensino Médio) na tarde desta quinta-feira em frente a Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, centro do Rio. Os testes foram adiados hoje, após suspeita de fraude.
Com os rostos maquiados, narizes de palhaços, apitos e cartazes, os jovens pedem respeito em meio à desconfiança que foi gerada com a situação. A Polícia Militar acompanha a ação dos estudantes, que gritam por "Justiça" e afirmam que foram prejudicados pelo governo.
Folha Online