Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

segunda-feira, setembro 28, 2009

Celebridades e jogadores engrossam as fileiras dos partidos para as eleições















De um ex-participante do "Big Brother" a cantores e uma legião de jogadores de futebol, os partidos políticos foram à caça de filiações de famosos para alavancar o desempenho nas eleições do próximo ano.
O prazo para que o futuro candidato nas eleições de 2010 se filie a uma sigla termina no próximo sábado (3), quando faltará um ano para o pleito.
Nos últimos dias, uma série de filiações de novatos na política foram anunciadas pelos partidos. Devem estrear em eleições no próximo ano os ex-jogadores Edmundo, que tentará ser deputado estadual pelo PP-RJ, e Danrlei, que vai concorrer à Câmara pelo PTB-RS.
E não só esportistas aposentados são alvos. Marques, atacante do Atlético-MG, Harlei, goleiro do Goiás, e Marcelinho Carioca, ex-ídolo do Corinthians e atualmente no Santo André, também se filiaram. Marcelinho deve ir para o PDT-SP. Ainda neste ano, esteve no PTB paulista, que já anunciou a filiação do ex-jogador Vampeta e do ex-boxeador Maguila.
Na semana passada, Romário, que recentemente voltou aos gramados para jogar a segunda divisão do Rio, ao anunciar sua filiação ao PSB, se confundiu e disse que tinha acabado de assinar a ficha do "PSDB".
No PT paulista, ingressou Andres Sanchez, presidente do Corinthians --time para o qual o presidente Lula também torce. Sanchez já havia sido membro do partido anteriormente e agora retornou. O dirigente são-paulino Marco Aurélio Cunha já é vereador pelo DEM.
As restrições para a propaganda política que entraram em vigor em 2006 são vistas como atrativo para que nomes já conhecidos do eleitor concorram. Sem "showmícios" e a distribuição de brindes, ficou mais difícil para o candidato novato que não é famoso ser bem-sucedido.
Há três anos, dois dos três deputados federais mais votados no país eram ex-apresentadores de TV --Celso Russomano (PP) e Clodovil Hernandes, que morreu no começo do ano.
O ator André Gonçalves, que fez a novela "Caminho das Índias", da Globo, deve concorrer a deputado estadual no Rio pelo PMN. Kléber "Bambam", vencedor de uma das edições do "Big Brother Brasil", diz que sairá candidato em 2010 em São Paulo --ele fala que irá decidir ainda nesta semana por qual partido.
Os cantores Sérgio Reis e Heber Artigas Fros, conhecido como Gaúcho da Fronteira, também vão fazer parte da campanha em 2010. Reis entrou no PR de Minas.
Fros nasceu no Uruguai, se naturalizou brasileiro neste ano e ingressou no PTB do Rio Grande do Sul. Inspirado pelo sucesso eleitoral do cantor de forró Frank Aguiar (PTB), eleito deputado federal em 2006 e atualmente vice-prefeito em São Bernardo do Campo (SP), o músico promete que, se eleito deputado estadual, vai lutar para restabelecer os showmícios.
Agência Folha

Câmara recebe na terça projeto contra candidatos "ficha suja"





Apesar da resistência dos deputados em discutir restrições para a participação de políticos "ficha suja" nas eleições, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral vai entregar na terça-feira à Câmara dos Deputados projeto de iniciativa popular que estabelece novos critérios para os candidatos com problemas na Justiça disputarem cargos públicos.
O movimento reuniu 1,3 milhão de assinaturas favoráveis à proposta. Pela legislação brasileira, projetos de iniciativa popular só podem ser encaminhados ao Congresso com a adesão mínima de 1% da população brasileira --o que equivale ao mínimo de 1,3 milhão de assinaturas.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), saiu em defesa da iniciativa popular depois de reunir-se na semana passada com representantes do movimento. "A iniciativa é uma demonstração prática do amálgama de democracia direta e representativa que é a Constituição", afirmou.
Temer prometeu dar celeridade à matéria depois que o texto chegar ao Legislativo. As mudanças têm que ser aprovadas pelo Congresso até o início de outubro para que possam vigorar nas eleições de 2010. Integrantes do movimento de combate à corrupção, porém, afirmam que há interpretações diversas sobre a aplicação da lei.
O movimento sustenta que o projeto de lei não precisa ser aprovado até o dia 3 de outubro deste ano para vigorar em 2010.
"É fato que a Constituição estabelece que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Acontece que o nosso projeto não prevê alterações no 'processo eleitoral'. Essa expressão diz respeito a regras tais como forma de seleção dos candidatos, formação de coligações, financiamento de campanha e outros temas do gênero", diz o site do movimento.

Critérios
O projeto determina a inclusão, na legislação brasileira, de novos critérios para a inelegibilidade de candidatos --como a sua vida pregressa. Pelo texto, pessoas condenadas em primeira ou única instância ou com denúncias recebidas por um tribunal relacionadas a crimes graves ficariam impedidos de disputar as eleições. Entre os crimes 'graves', estão listados racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas.
Também ficariam impedidos de entrar na disputa parlamentares que renunciaram aos cargos para evitar a abertura de processos por quebra de decoro parlamentar, assim como pessoas condenadas em representações por compra de votos ou uso eleitoral da máquina administrativa.
O projeto ainda sugere a extensão do período de impede as candidaturas 'ficha-suja', que passaria a ser de oito anos, e torna mas rápidos os processos judiciais relacionados a abuso de poder nas eleições.
Pressa
A fixação de critérios para a participação de políticos com problemas na Justiça divide opiniões no Congresso. Após o Senado incluir no texto da reforma eleitoral -- aprovada no início do mês -- uma proibição para que políticos "ficha suja" tivessem espaço na disputa eleitoral, os deputados recuaram e derrubaram as restrições.
Os parlamentares do chamado "baixo clero" --filiados a legendas pequenas-pressionaram a para extinguir da proposta a emenda do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que previa 'reputação ilibada' para os candidatos. Pela emenda do Senado, caberia a um juiz de primeira instância decidir se o candidato poderia ou não entrar na disputa, mas a regra não prevaleceu na Câmara.
Folha Online

Acionistas pressionam Carrefour a deixar mercados emergentes, como Brasil e China





O grupo francês Carrefour está sendo pressionado por grandes acionistas a deixar mercados emergentes, como a China e o Brasil, publicou o jornal francês "Le Monde" em uma prévia da edição de terça-feira.
O fundo Colony Capital e o dono do grupo de produtos de luxo LVMH, Bernard Arnault, têm tentado por várias semanas persuadir a diretoria e o Conselho de Administração do Carrefour a tomar a medida até o fim do ano, segundo a publicação.
A pressão surge após uma queda de quase 30% no valor da ação do Carrefour desde que os acionistas entraram no capital do grupo, em 2007, afirma o "Le Monde". Eles detêm cerca de 13,5% da empresa.
Contudo, o jornal também citou o diretor europeu da Colony, Sebastien Bazin, dizendo que as relações com o presidente-executivo do Carrefour, Lars Olofsson, estavam "excelentes" e que ele tem até 2012 para implementar um plano de reestruturação do grupo.
"Estamos em um plano de quatro anos, temos até 2012, temos tempo", afirmou Olofsson à publicação.
O executivo, que assumiu em janeiro o controle da segunda maior rede de varejo do mundo - só fica atrás da americana Wal-Mart -, revelou um plano em junho para economizar 4,5 bilhões de euros (US$ 6,6 bilhões) até 2012, com o corte de custos operacionais, melhores condições de compra e redução dos tempos de estoque para impulsionar os lucros.
Segundo uma fonte ouvida pelo jornal francês, a estratégia dos acionistas é uma tentativa de encontrar uma saída para seu "infortúnio".
Mercados emergentes são os de maior crescimento
A venda das operações do Carrefour em países emergentes já tinha sido considerada antes, durante o mandato do presidente Luc Vandevelde, entre 2005 e 2007. Mas pode ser questionável agora, já que é nesses mercados que o grupo atinge os maiores índices de crescimento.
O Carrefour informou ainda neste mês que países como Brasil, Índia, China e Rússia figuram entre as prioridades para expansão no longo prazo.
Na América Latina, as vendas crescem mais de 20% ao ano, enquanto na Ásia a expansão ultrapassa os 10%. Enquanto isso, as vendas e o lucro estão estagnadas na França e nos demais países europeus.
Segundo o "Le Monde", as atividades do Carrefour na América Latina valeriam entre 3 a 5 bilhões de euros (R$ 7,782 bilhões a R$ 13,120 bilhões), enquanto na Ásia o valor seria entre 4 a 6 bilhões de euros (R$ 10,494 bilhões a R$ 15,742 bilhões).
"Em termos de estratégia, é contestável, mas do ponto de vista financeiro, é uma operação suculenta", disse uma fonte citada pelo jornal francês.
O grupo não comentou imediatamente a notícia publicada no "Le Monde" nesta segunda-feira. Porta-vozes da Colony e de Arnault não estavam disponíveis para comentar o assunto.
Segundo o site do Carrefour, os acionistas detém 10,7% da empresa por meio da Blue Capital, 2,15% por meio da Colony Blue Investor e 0,7% pelo Groupe Arnault.
Reuters

Soninha e ACM Neto debatem descriminalização da maconha




As recentes declarações do ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso de que a guerra contra o narcotráfico fracassou e que a descriminalização de drogas como a maconha precisa ser debatida trouxeram uma polêmica clássica de volta à mesa de discussões.
Descriminalizar a maconha propõe que o usuário não esteja sujeito a nenhum tipo de sanção se for flagrado cultivando, portando ou consumindo a droga.
A legalização, por sua vez, abrangeria produção, distribuição e comercialização em larga escala, transformando a maconha em um produto como outro qualquer.
"O que tem que ser combatido é o uso indevido, abusivo, compulsivo de qualquer substância, inclusive as que são lícitas. Não é simplesmente ter a pretensão de proibir as pessoas de usarem substâncias, mas admitir que alguns usos não são incompatíveis com a boa convivência em sociedade e outros são",diz Soninha Francine, ex-vereadora e atual subprefeita da região da Lapa (SP).
Contrário à liberação, o deputado ACM Neto (DEM-BA) diz que a descriminalização geraria uma ampliação inevitável da violência. "Primeiro, pela presença maior dos traficantes e das pessoas que lidam diariamente com a produção e comercialização de drogas ou também pelas consequências que isso trará à população mais pobre do nosso país. Quanto mais fácil for o acesso, mais pessoas vão consumir", avalia.
Folha Online

28 DE SETEMBRO - LEI DO VENTRE LIVRE

Dom Pedro 2º defendeu a Lei do Ventre Livre
Nasceu da vontade de Dom Pedro 2º o projeto da Lei do Ventre Livre, elaborado pelo gabinete conservador do Visconde do Rio Branco em 27 de maio de 1871.

Em sua Fala do Trono, dias antes, na abertura do ano legislativo, o Imperador antecipara que “considerações da maior importância aconselham que a reformada legislação sobre o estado servil não continue a ser uma aspiração nacional indefinida e incerta”.

Por vários meses, deputados dos partidos Conservador e Liberal discutiram a proposta. Quatro meses depois, em 28 de setembro, transformou-se na Lei nº 2.040, assinada por Dona Isabel.

Os defensores dessa lei afirmavam que ela, juntamente com a proibição do tráfico negreiro, assegurava a extinção gradual da escravidão.

Já os donos de escravos acusavam o governo de querer provocar uma crise econômica.

As controvérsias foram desproporcionais aos seus efeitos práticos. A lei deu liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data, mas os manteve sob a tutela dos seus senhores até os 21 anos.

Segundo essa norma, os filhos menores ficariam “em poder e sob a autoridade dos senhores de suas mães”, os quais deveriam criá-los até os 8 anos. Nessa idade, o senhor optava entre receber
do Estado indenização de 600 mil réis ou de utilizar-se dos serviços do menor até 21 anos.

– A verdade é que a lei, ao libertar os bebês, estabeleceu ao mesmo tempo que até os 21 anos eles permaneceriam em poder do senhor. Na prática, até essa data, continuavam escravos – analisou Joaquim Nabuco.


Lei dos Sexagenários foi fruto de acordo político






Muita negociação política entre liberais e conservadores foi necessária para que a Câmara dos Deputados aprovasse outro projeto antiescravagista enviado pelo governo imperial à Assembléia Geral.

Sancionada pelo Imperador Dom Pedro 2º com o nº 3.270, em 28 de setembro de 1885, a Lei dos Sexagenários também ficou conhecida como Saraiva-Cotegipe, em referência aos dois chefes do gabinete ministerial do Império, o liberal conselheiro Saraiva e o conservador (e mulato) Barão de Cotegipe, que deram apoio à medida.

Na verdade, a iniciativa é do ano anterior, 1844, proposta pelo senador Sousa Dantas, então chefe de gabinete. Muito mais abrangente, ao fixar os 60 anos como idade limite para o escravo, não prevendo qualquer tipo de indenização aos proprietários, o projeto foi violentamente torpedeado pelos escravocratas no Parlamento, a ponto de causar a queda do gabinete e a dissolução da Assembléia Geral.

A lei sancionada no ano seguinte continha diversas normas para regular a extinção gradual do elemento servil.

Eram libertados os escravos que completassem 60 anos, com a obrigação de prestar serviços, a título de indenização ao senhor, pelo prazo de três anos. O maior de 65 anos ficava liberado de tais trabalhos.

A crítica dos abolicionistas à lei era aos limitados efeitos práticos, pois os poucos que chegavam a essa idade já não tinham condições de garantir seu sustento.

Jornal do Senado - Uma reconstituição histórica 

TIM, TIM; É DIA DO SÍNDICO



Tim Maia, nascido Sebastião Rodrigues Maia (Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1942Niterói, 15 de março de 1998) foi um cantor e compositor brasileiro. Alcançou o sucesso a partir da década de 1970 e tornou-se um dos mais influentes cantores brasileiros. Morreu vítima de uma infecção generalizada, após a tentativa de um show em condições de saúde debilitada.
Tim Maia disse:

“O Brasil é o único país onde prostituta tem orgasmo, cafetão tem ciúme e traficante é viciado. E pobre é de direita.”

“O que nós temos de melhor no Brasil são a música, o futebol, o jogo do bicho, a batata doce e o baseado - temos que exportar isso. E ainda temos o Maguila, que vai matar o Mike Tyson. De susto, mas vai.”

“Passou de branco, preto é. Não existe este negócio de mulato. Mulato pra mim é cor de mula”.

“Dos artistas do rio, metade é preto que acha que é intelectual e metade é intelectual que acha que é preto.”

"O Brasil é uma terra de mestiço pirado querendo ser puro-sangue."

“Todo brasileiro deveria ter acesso a lagostas grelhadas”.

“Mais grave! mais agudo! mais eco! mais retorno! mais tudo!”

“Fiz uma dieta rigorosa, cortei álcool, gorduras e açúcar. Em duas semanas, perdi 14 dias.”


“Não fumo, não bebo, não cheiro, mas às vezes minto um pouquinho.”

“Sou o síndico e o filósofo deste país”.

"O Roberto Carlos fala com as plantas, e depois o Tim Maia que é maluco."
"Eu sou o bispo Tim Maia e tenho meus adeptos. Chamo os 'doidões' para o Circo Voador e faço o meu show"

sexta-feira, setembro 25, 2009

Ministério regulamenta programa para melhorar qualidade do ensino superior
















Portaria do Ministério da Educação publicada no Diário Oficial da União de hoje (25) regulamenta o Programa de Melhoria do Ensino das Instituições de Educação Superior (Programa IES).
O orçamento é de R$ 1 bilhão para os próximos cinco anos.

Os recursos podem ser requisitados por Instituições de Ensino Superior (IES) privadas. Para obter os financiamentos, o MEC deve aprovar primeiramente o projeto institucional.
Como o programa operará apenas por meio da modalidade indireta, as instituições terão que dispor de um agente financeiro credenciado, por meio do qual encaminharão a consulta prévia em conformidade com o formulário do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Numa outra fase, as instituições terão de cumprir outros pré-requisitos para atender as exigências de qualidade dentro dos parâmetros de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
As adesões ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e ao Programa Universidade para Todos (ProUni) são condições indispensáveis para as IES se candidatarem ao crédito.
Agência Brasil

Educador comenta episódio em que professora puniu adolescente pichador

Professor e pai de seis filhos, Régis Gonzaga propõe um novo olhar sobre a paternidade


O episódio em que a professora Maria Denise Bandeira fez um aluno retocar a pintura de nove salas de aula como punição por ter pichado o apelido em uma delas, revelado por ZH e zerohora.com, foi tema ontem do programa Polêmica, na Rádio Gaúcha. Embora tenha despertado críticas dos pais do adolescente de 14 anos, a professora da Escola Estadual de Ensino Médio Barão de Lucena recebeu o apoio de 97% dos 2.278 participantes de enquete do programa.Professor e pai de seis filhos, Régis Gonzaga foi um dos convidados a debater a questão no Polêmica e fez um contundente manifesto a favor da paternidade responsável.


O blog mostra abaixo a opinião do educador publicada no jornal Zero Hora:

A professora Maria Denise, que nada tem do que se envergonhar, declarou ter agido com raiva no episódio da pichação da escola em que trabalha, em Viamão.

Essa mesma raiva tem de tomar conta de todos nós. Chega de passar a mão por cima de tudo. Chega de morar em uma cidade imunda, suja, em que todos os prédios estão pichados, e ninguém faz absolutamente nada. Está na hora de dar um basta, mas não o basta da professora tão somente, um basta de toda a sociedade.

Espero que essa pichação signifique a retomada de um novo debate. Que tipo de sociedade nós queremos para os nossos filhos? Que tipo de sociedade nós estamos deixando para os nossos netos? O nosso papel como educadores é dizer: "olha, chegou. Vai haver repercussão, algumas pessoas são contra.

" Houve quem dissesse que a atitude da professora não educa. Essas pessoas deveriam conviver com jovens, como nós fazemos diariamente, e ver como alguns adolescentes que agem corretamente se queixam. Alguém tem de dar limites, alguém tem de dizer chega.

Estes jovens estão pedindo: "olhem pra mim"

Nós vivemos em um mundo em que há um animal em extinção, e não poderia. O adulto. Há pais que agem como colegas de seus filhos.

Estou cansado de ir a festas em que os pais compram vodca com energético para os filhos de 12, 13 anos. Cansado de ver pais reclamarem do professor do filho porque ele aplicou uma prova um pouquinho mais difícil. Hoje, os bons alunos, mesmo os com uma estrutura familiar razoável, têm vergonha de dizer que estudam.

Quantas e quantas vezes eu presenciei o diálogo entre dois meninos:

– E aí, Fulano. Estudou para a prova?

– Não, não estudei.

– Pô, mas eu liguei para a tua casa, a tua mãe disse que tu estava estudando.

– Não, não, estava vendo o jogo. Estava enganando a velha.

Vergonha de dizer que tinha estudado, porque é feio estudar. Que valores são esses? Está na hora da sociedade toda se dar conta de que nós estamos indo para a tragédia. E há tragédia em todos os setores.

Vivemos em um país em que os senadores mentem, os deputados mentem, os vereadores mentem, e nada acontece. Que mensagem nós passamos para essa gurizada? A mentira é uma boa.

Aos pais do garoto que escreveu o apelido na parede da escola, quero dizer que a punição faz parte do aprendizado, e que eles não precisam ficar chateados. Se não houver punição, sai da escola, vai para o telefone público, vai para os prédios históricos, vai para os monumentos. E a cidade, que poderia ser bonita, paga a conta em razão de pichadores.

Esses jovens estão pedindo desesperadamente: "olhem para mim! Por favor, me estabeleçam limites." É por aí que nós podemos começar. Faz parte de ser jovem cometer deslizes, cometer erros. Mas cabe aos mais velhos corrigir para que eles não se repitam.

A gurizada quer ser do bem, falta oportunidade

Para não dizer que só falei mal da gurizada, é importante ressaltar que os responsáveis por esse tipo de incidente correspondem a uma parcela muito pequena da juventude.

Faltam nas comunidades mais atividades que levem o jovem para o bem. A Fundação Thiago Gonzaga tem mais de 10 mil inscritos em Porto Alegre. O que isso quer dizer? Que a gurizada quer ser do bem, está faltando oportunidade. Para o mal, em cada esquina, há seis chances.O que as escolas podem fazer é criar atividades voltadas ao voluntariado, à ecologia, a tentar construir um mundo melhor. A grande maioria, tenho certeza, está disposta a participar.
ZERO HORA

Prevenção da Gravidez na Adolescência


quinta-feira, setembro 24, 2009

Senado discute revogação de mandatos por eleitores




A Comissão de Constituição e Justiça do Senado discute hoje (24), às 10h, em audiência pública, a possibilidade de os eleitores revogarem os mandatos políticos, como prevê proposta de emenda à Constituição do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).

Foram convidados para o debate os juristas Dalmo Dallari, Fábio Konder Comparato e João Baptista Herkenhoff, além dos cientistas políticos Paulo Kramer e Murilo Aragão.

O direito de revogação também é conhecido na gíria política como recall, palavra de origem inglesa que quer dizer revogação. O mecanismo seria um direito do eleitor que considerasse ruim a atuação do político que elegeu.

Agência Brasil

STF fará audiências públicas no próximo ano antes de julgar cotas das universidades federais




O Supremo Tribunal Federal (STF) só irá se pronunciar sobre a legalidade dos critérios raciais e do sistema de reserva de vagas para alunos egressos do ensino público como formas de acesso a universidades federais no próximo ano.
As ações que discutem o assunto serão tema de audiência pública de 3 a 5 de março do próximo ano, das 9 às 12 horas, conforme convocação feita pelo relator, ministro Ricardo Lewandowski.
Quem quiser participar dos debates deve se inscrever entre os dias 1º e 30 de outubro, por meio de mensagem eletrônica para o endereço acaoafirmativa@stf.jus.br. O STF vai disponibilizar em seu portal, a partir do dia 13 de novembro deste ano, a relação dos inscritos habilitados a participar da audiência.
O objetivo do ministro Lewandowski é colher depoimentos de pessoas com experiência e autoridade em matéria de políticas de ação afirmativa no ensino superior, que possam balizar o futuro julgamento.
Foram convidados, além dos ministros do STF, os presidentes do Congresso Nacional e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); o procurador-geral da República e o advogado-geral da União; o Ministério da Educação; as Secretarias Especiais de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e dos Direitos Humanos (SEDH) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“A questão constitucional apresenta relevância do ponto de vista jurídico, uma vez que a interpretação a ser firmada por esta Corte poderá autorizar, ou não, o uso de critérios raciais nos programas de admissão das universidades brasileiras”, afirmou Lewandowski, no despacho no qual convocou a audiência.
“Evidencia-se a repercussão social, porquanto a solução da controvérsia em análise poderá ensejar relevante impacto sobre políticas públicas que objetivam, por meio de ações afirmativas, a redução de desigualdades para o acesso ao ensino superior”, acrescentou o relator.
Uma das ações que será objeto do debate foi ajuizada pelo DEM e questiona o sistema de cotas raciais adotado pela Universidade de Brasília (UnB) para preenchimento de 20% das vagas abertas nos vestibulares. Segundo o DEM, as cotas ferem os princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade e da razoabilidade.
O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, negou, em 31 de julho, liminar pedida pelo partido e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já emitiu parecer pela rejeição da ação. Há ainda em tramitação na Corte um recurso em que se debate o sistema de reserva de vagas para estudantes do ensino público e para estudantes negros adotado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Agência Brasil

quarta-feira, setembro 23, 2009

BRASIL 2010: JÁ FOI DADA A LARGADA


De verdade, de verdade, o que temos hoje, quando estamos já a menos de um ano do primeiro turno das eleições de 2010, são nomes ainda não oficiais, são costuras ainda em fase de alinhavo, obras de engenharia política que visam estabelecer pontes, mas que ainda não se fazem completas enquanto projetos.
Existe um estado provisório. Um real momentâneo. Neste cenário a candidatura de Dilma Rousseff, lançada a bastante tempo pelo Presidente Lula, vista como certa, companhia constante nos palanques armados para inaugurações de abstratas obras, mesmo esta tem oscilado na cadência dos equívocos e quase acertos do governo, entre um escandalo no senado e um encontro com Lina um plano b começa a ser pensado.
No PSDB, Serra se diz candidato e sonha com o governador de Minas Gerais Aécio Neves para ser seu vice. Para Aécio o sonho poderá perfeitamente se fazer concreto com os candidatos em posição contrária.
Alem destas duas principais forças políticas outras composições buscam se firmar, passando pelo PDT, PPS, DEM. Mas a grande novidade do momento é a candidatura da Senadora Marina Silva pelo partido Verde.
Embora este momento ainda de incertezas o processo já se iniciou e os institutos de pesquisa já estão pelas ruas a colher impressões dos eleitores.
A ultima pesquisa foi divulgada nesta terça feira, encomendada pela CNI e feita pelo Ibope, ela nos mostra que Ciro Gomes (PSB-CE) teve um crescimento na preferência do eleitorado. Enquanto que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), perderam pontos em relação ao levantamento anterior. Esta pesquisa é referente ao mês de setembro. O Ibope entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 11 a 14 de setembro em 143 municípios.
O governador bandeirante aparece em três listas como candidato do PSDB. Com uma intenção de voto variavel entre os 34 e 35% mantém folgada liderança. . A chefe da Casa Civil, por sua vez, teria hoje entre 14 % e 18 % do eleitorado. O tucano paulista perdeu quatro pontos e a ministra de três a quatro pontos em relação ao levantamento anterior. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
O deputado federal pelo estado do Ceará Ciro Gomes alcança seus melhores percentuais quando o candidato do PSDB é o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).
Um cenário sem Heloisa Helena (PSOL) e com a senadora Marina Silva (PV-AC)
O tucano Serra tem 35% das intenções de voto, seguido por Ciro, com 17%, e por Dilma, com 15%. Marina Silva, que aparece pela primeira vez num levantamento CNI/Ibope, tem 8% das intenções de voto.
Outro cenário, com Heloisa Helena e com Marina Silva
Serra continua liderando (34%), enquanto Dilma e Ciro empatariam com 14%. Heloisa Helena teria 8%, e Marina, 6%.
Sem Marina Silva na disputa, mas com Heloisa Helena
Ciro teria 17% das intenções de voto, contra 15% da ministra Dilma. Serra teria 34%; Heloisa Helena, 10%.
No primeiro cenário com Aécio
O deputado federal do PSB tem 25% das intenções de voto; seguido de Dilma, com 16%, e Aécio, com 12%. Heloisa Helena teria 11% e Marina, 8%.
Num outro cenário, sem Heloisa, mas com Marina Silva
Ciro tem 28% das intenções de voto, seguido por Dilma (18%) e Aécio (13%). Marina teria 11%.
Com Heloisa Helena na disputa, mas sem a senadora do PV
Ciro teria 27% dos votos, Dilma, 17%, Aécio, 12% e Heloisa Helena, 13%.
Heloisa Helena e Dilma empatam na rejeição
Menos conhecida entre o eleitorado, Dilma Rousseff possui, junto com Heloísa Helena, o maior nível de rejeição: 40 %. Segundo o Ibope, candidatos menos conhecidos podem ter índices mais elevados.
Serra e Ciro possuem rejeição de 30 % e 33 %, respectivamente. Ambos têm na manga o que se chama no jargão político de recall. Ex-ministros, os dois já disputaram eleições nacionais.

A Princesa e o Sapo


A Princesa e o Sapo a próxima animação dos estúdios Disney será estrelada por Tiana, a primeira princesa negra da produtora.

Escrito e dirigido por John Musker e Ron Clements - A Pequena Sereia, Aladdin, Hércules -; com trilha sonora de Randy Newman vencedor do Oscar com o trabalho em Monstros S.A.; o novo filme irá retomar o processo de animação feito a mão, característico dos grandes clássicos do estúdio.

Religiosos fazem ato no Congresso e lavam rampa para "purificar" Legislativo


Cerca de 200 religiosos lavaram nesta quarta-feira a rampa principal do Congresso Nacional para "purificar" a sede do Legislativo brasileiro. Depois da crise política que atingiu o Senado nos últimos meses, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), autorizou os adeptos de religiões afro-brasileiras a lavarem a rampa como ato comemorativo ao Dia da Defesa da Tolerância Religiosa.
Vestidos de branco, com turbantes africanos, os religiosos lavaram a rampa ao som de atabaques e músicas afro. Um cordão de policiais legislativos não permitiu que o grupo chegasse ao alto da rampa. A lavagem ocorreu na primeira etapa da rampa, que dá acesso à entrada principal do Congresso --ao lado das cúpulas brancas que representam a Câmara e o Senado.
O pai de santo Sílvio de Xangô, um dos responsáveis pelo ato em frente ao Congresso, disse que o objetivo da lavagem é levar paz e harmonia ao Legislativo. "É um ato de purificação que traz paz, harmonia e prosperidade ao Congresso", afirmou à Folha Online.
Os religiosos se reuniram com Sarney ontem para pedir autorização formal do presidente do Congresso para a lavagem. A rampa foi lavada com água de alfazema e de flor de laranjeira, como tradicionalmente ocorre nos atos religiosos em igrejas do país --especialmente na Bahia.
Além da lavagem, os manifestantes realizaram uma caminhada pela Esplanada dos Ministérios em defesa da liberdade religiosa. O ato em frente ao Congresso encerrou as manifestações, na capital federal, pelo Dia da Defesa da Tolerância Religiosa.
Sílvio de Xangô disse que o objetivo do ato não foi político, mas sim "religioso e cultural". "É uma busca em prol de políticas públicas, que traz paz e harmonia", afirmou o pai de santo.
Lavagens
No Brasil, há a tradição de se lavar escadarias de igrejas como um ritual de purificação do local. Em Salvador (BA), ocorre tradicionalmente a lavagem das escadas da Igreja do Senhor do Bonfim --sempre realizada na segunda quinta-feira depois do Dia de Reis, no mês de janeiro.
Na celebração, todos se vestem de branco e percorrem oito quilômetros em procissão. O ponto alto da festa ocorre quando as escadarias da igreja são lavadas por cerca de 200 baianas, vestidas a caráter, que despejam água nas escadarias ao som de palmas, toque de atabaque e cânticos de origem africana --como ocorreu em frente ao Congresso.
FOLHA ONLINE

PRAÇA JOÃO CÂNDIDO


Localizada na zona portuária de Pelotas; RS.
É uma homenagem da população negra da cidade
ao "Almirante Negro" lider da Revolta 'contra a' Chibata.

Uma homenagem ao Almirante Negro

Exposição na Biblioteca Nacional apresenta os documentos que colocaram a Revolta da Chibata nos livros de história do Brasil




Para comemorar os 50 anos do lançamento do livro A revolta da Chibata, do jornalista cearense Edmar Morel, a Biblioteca Nacional organizou a exposição "A revolta da Chibata – O jornalista e o marinheiro".
Inaugurada no dia 10 de setembro, a mostra fica em cartaz até novembro e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, no terceiro andar da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
A obra homenageada não é um livro qualquer: foi o primeiro a contar a história da rebelião organizada por um grupo de marinheiros no Rio de Janeiro em 1910 para reivindicar o fim dos castigos corporais na Marinha.
No dia 22 de novembro daquele ano, um grupo de oficiais da Armada brasileira tomou os encouraçados Minas Gerais, São Paulo e Deodoro, e apontou os canhões dos navios para o palácio do Catete, na época sede do governo federal.
A revolta durou até o dia 26 de novembro, quando o governo do presidente Hermes da Fonseca concedeu anistia aos insurretos.
Foi, no entanto, uma vitória de Pirro para os marinheiros. Poucos dias depois os revoltosos começariam a ser demitidos da Marinha e, na sequência, presos e torturados.
O único participante da revolta que sobreviveu à repressão foi o líder do movimento, João Cândido, conhecido como o "Almirante Negro".
Por mais de 40 anos, a revolta foi um tabu para as Forças Armadas brasileiras. Os poucos pesquisadores que tentaram levantar a história na década de 30 foram perseguidos pela Marinha e tiveram de desistir da empreitada.
Foi só em 1958 que Edmar Morel conseguiu reunir o material necessário para contar a história daquela que ele batizou de A Revolta da Chibata, título do livro que publicou em 1959.
Morel não só reuniu documentos como entrevistou pessoas ligadas ao movimento, incluindo João Cândido, de quem ficou amigo.
A exposição em cartaz na Biblioteca Nacional apresenta 35 documentos usados pelo jornalista para resgatar do ostracismo uma revolta popular que, se dependesse da Marinha, continuaria relegada aos porões da história.
História Viva

Universitários legalizam maconha








Uma pesquisa nas principais universidades de São Paulo mostra que, na prática, os estudantes legalizaram a maconha --56% admitiram que fumam ou fumaram maconha. Se essa é a parcela que admitiu, certamente o número é maior.


Especializada em público juvenil, a agência de marketing Namosca realizou levantamento para tentar descobrir o que pensa, sente, deseja o universitário --e aqui estamos falando de USP, PUC, Mackenzie, FGV, Anhembi Morumbi, Unifesp e Ibmec, entre outras.


Uma das possibilidades para a sinceridade da resposta é que o levantamento envolve entrevistadores que são universitários. A íntegra da pesquisa abrange do uso da internet até a moda.


A maconha é apenas um detalhe de uma tendência que merece atenção: o imediatismo. Os responsáveis pela pesquisa mostraram que existe um culto exacerbado do prazer imediato, em meio à pressa do tempo real.


Isso significa uma dificuldade não só de criar mas até mesmo de pensar em projetos de futuro, o que torna mais difícil postergar o prazer.


Daí que, para a maioria dos entrevistados, o que motiva mesmo no ambiente universitário não são as aulas, mas as baladas.


Será que se está criando uma geração de adultos com dificuldades de lidar com a frustração e terão dificuldade de executar um projeto profissional consistente? Esse é hoje um dos grandes temores dos educadores. Ou será que apenas mudou a definição de adolescência, que, agora, passou a ir além dos 30 anos de idade?

Basta ver o número de jovens dessa idade que ainda moram com os pais para suspeitar de que essa é mais uma mudança na paisagem humana.

Folha Online

terça-feira, setembro 22, 2009

Desemprego atinge os mais pobres mesmo com mais escolaridade, mostra estudo do Ipea


Mulher, pobre, com mais de 11 anos de escolaridade e idade entre 21 e 40 anos. Este é o perfil do desemprego nas principais metrópoles brasileiras. A conclusão consta do estudo A Desigualdade no Desemprego no Brasil Metropolitano, divulgado hoje (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O presidente do Ipea, Márcio Pochmann explicou que o estudo abrange o conjunto das seis principais regiões metropolitanas que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representam 25% da população brasileira: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife. "E ele mostra as principais tendências da evolução da desigualdade no interior do mercado de trabalho para as seis principais regiões metropolitanas brasileiras, desde março de 2002", afirmou.Segundo o Ipea, em julho deste ano, a taxa de desemprego entre os pobres foi de 23,1%. "É 5,2 vezes maior do que a daqueles que não se encontravam em situação de pobreza", disse o presidente do Ipea. No mesmo período, a taxa de desemprego para os trabalhadores não pobres foi de 4,4%. O Ipea considera pobre o indivíduo cuja renda mensal per capita da família, ou seja, por pessoa, é de, no máximo, meio salário mínimo."Quanto à distribuição pessoal de renda, em julho deste ano, registramos que os 20% mais pobres respondiam por 40,4% do desemprego, enquanto os 20% mais ricos correspondiam a 5,2%", informou Pochmann. "Além disso, mais de 80% da composição absoluta do desemprego estão concentrados entre as pessoas de até 40 anos de idade." Segundo o estudo, nesse período, 59,9% dos desempregados tinham idade entre 21 e 40 anos, e 23% com até 20 anos.Os homens representavam 44,8% dos desempregados em julho deste ano. Em março de 2002, eles representavam 47,7%. "Isso nos mostra que as mulheres são o contingente mais elevado de desempregados nas regiões metropolitanas analisadas, mesmo tendo elas aumentado sua participação no mercado de trabalho. E se ela for pobre então, tem 38% a mais de chances de estar desempregada", afirmou o presidente do Ipea.Segundo o estudo, 27,1% das mulheres pobres estão desempregadas. O índice de desemprego cai para 5,4% quando o perfil é o de mulher não pobre. Já em relação aos homens, 19,6% dos pobres estão desempregados, índice que cai para 3,6% quando se trata de homens não pobres.Pochmann explica que a taxa de desemprego entre os pobres subiu porque o número de desempregados pobres foi reduzido. "E, graças às políticas de garantia de renda, o país conseguiu evitar que, mesmo ficando desempregado, o indivíduo passe a figurar imediatamente como pobre", completou.Um ponto que chamou a atenção dos técnicos foi a questão da escolaridade: os desempregados pobres tendem a ter maior dificuldade de conseguirem uma vaga no mercado de trabalho, mesmo tendo mais escolaridade.
"Isso nos leva a crer que a educação é condição necessária para o acesso a um melhor posto de trabalho, mas não é necessariamente suficiente para isso", disse o pesquisador.A maior parte dos desempregados registrados em julho (56,1%) frequentaram a escola durante 11 ou mais anos. No mesmo mês de 2002, eram 35,6% o número de desempregados com a mesmo tempo de escolaridade. Em julho de 2005, o índice aumentou para 45,8% e, em 2007, para 49,8%. "Muitas conclusões podem ser extraídas dessa informação. Em primeiro lugar, mostra que existe, sim, um preconceito que acaba por valorizar as pessoas de origem não pobre. Há também a questão do racismo, uma vez que há, entre os pobres, um maior número de negros. Além disso, a competição é mais acirrada quando o que há em vista são os melhores postos de trabalho", analisou Pochmann.O ritmo de expansão da escolaridade, segundo ele, tem sido maior do que o ritmo de criação de empregos para este grupo. "Bens primários não geram empregos de qualidade e o Brasil precisa ter mais qualidade nas vagas geradas, na busca por produtos com maior valor agregado", afirmou o presidente do Ipea. "É bom lembrar que escolaridade é diferente de qualificação, que significa adaptação específica a um determinado posto de trabalho", completou.
Agência Brasil

Ministro cai em contradição ao justificar recursos para 2014


O ministro dos Esportes, Orlando Silva Jr., caiu em contradição ao comentar a origem dos recursos para as reformas e construções dos estádios para a Copa do Mundo de 2014 durante participação na rodada de negócios, promovida pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil que reuniu diversas autoridades envolvidas com a organização do Mundial.
Questionado se achava correto o BNDES emprestar dinheiro para a construção de estádios para a Copa, Orlando Silva disse: "o Governo Federal não empresta e o dinheiro do BNDES não é do tesouro nacional". Minutos antes, o ministro havia dito que o Governo Federal havia injetado recursos no BNDES, deixando escapar a contradição nas declarações.
A fonte de recursos para a reforma e construção de estádios foi a principal pauta do evento "luso-brasileiro" realizado nesta segunda-feira, em São Paulo. A cerimônia teve essencialmente o objetivo de atrair investidores do exterior, em especial de Portugal, para investir no Mundial.
Além de Orlando Silva, outras autoridades participaram do evento como: Luiz Barreto, ministro do Turismo, Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa, e Madalena Torres, ex-presidente da Comissão de Promoção de Portugal no âmbito da Eurocopa de 2004. Ainda compareceram outras personalidades e dirigentes do esporte. Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, saudou os presentes e se retirou no início do evento em decorrência da missa de sétimo dia da morte de seu pai.
Segundo Madalena Torres, em Portugal, para a organização da Eurocopa, o investimento em arenas (sete novas e três reformadas) foi de cerca de 800 milhões de euros (R$ 2,14 bi), e o governo investiu apenas 25% desse valor.
O quadro para o Brasil se anuncia diferente. A estimativa orçamentária para gastos com estádios para 2014 é, até agora, de aproximadamente R$ 4 bi. Até aqui, os governos estaduais de Distrito Federal, Mato Grosso, Amazonas e Minas Gerais anunciaram investimentos na construção e/ou reforma de seus estádios. Autoridades se unem para captar dinheiro estrangeiro para Copa.
"Há quatro Estados em que o tesouro estadual decidiu investir (Amazonas, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso). Isso é problema local e não podemos intervir e nem vetar", disse Orlando Silva.
Ao todo, o evento, que também teve a organização da Rede Globo, atraiu a presença de 53 empresas portuguesas, o que animou os participantes em turbinar a entrada de capital estrangeiro para a Copa. "É necessário atrair investimentos de fora em várias áreas e serviços", afirmou o ministro.
"Só essa boa vontade de virem ao Brasil já demonstra o total interesse deles em aproveitar essa oportunidade, que é importante pra diversos países e mais ainda para Portugal", disse Manuel Tavares de Almeida Filho, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil. "Esta é uma ocasião para ser aproveitada", afirmou Madalena Torres, responsável por difundir a imagem portuguesa há cinco anos com a realização da Eurocopa.
De acordo com Manuel Tavares, já há investimento português viabilizado para a Copa do Mundo no Brasil. "Temos notícias de oito empresas que montaram filiais no Brasil depois da Copa. Esse evento vem acordar o empresariado para se estabelecer, porque já estamos em cima do momento", afirmou.
Terra

Governo propõe crédito de R$ 400 milhões para estádios




O governo federal está propondo a criação de uma linha de crédito de até R$ 400 milhões ou o equivalente a 75% do projeto para a reforma e construção de arenas esportivas no país. A alternativa de menor valor deverá ser priorizada, informou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da assessoria de imprensa.
Os projetos terão que apresentar a viabilidade técnico-econômica, serem sustentáveis ambientalmente e deverão mostrar a integração com as cidades. De acordo com BNDES, também está sendo proposto o financiamento a projetos de mobilidade urbana das 12 cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014. O financiamento seria limitado a R$ 5 bilhões.
A instituição também confirmou a sua participação nas reuniões que estão sendo realizadas com os estados e municípios com objetivo de definir as responsabilidades de cada esfera governamental na a realização da competição futebolística no Brasil. As reuniões são organizadas pelo governo federal e se estenderão até o próximo dia 25.
Agência Brasil
OBSERVAÇÃO: LEMBREMOS QUE AFIRMATIVAS OFICIAIS - VINDAS DO GOVERNO - BUSCARAM DEIXAR A CERTEZA DE QUE NENHUM DINHEIRO PÚBLICO SERIA COLOCADO NA REFORMA OU CONSTRUÇÃO DE ESTÁDIOS OU ARENAS NOVAS.

PRIMEIRO VERÃO!




Primavera

Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação.
Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu.
E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade.
Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.
Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Política antidrogas pode ser revista

Propostas concretizam recomendação da ONU de tratar uso de drogas como problema de saúde pública e aumentam punições




O foco das políticas de combate ao tráfico e ao uso de drogas foi transferido da segurança para a saúde pública, estimulando uma revisão do assunto em todo o mundo.



Por essa visão, explicitada no Relatório Mundial sobre as Drogas de 2009, do Escritório sobre Drogas e Crime da Organização das Nações Unidas (Unodc), o usuário deve ser tratado como doente e não como criminoso.
No Senado, convivem essa perspectiva e a de restabelecer legislação punitiva para usuários de drogas . De acordo com a orientação da ONU, tramita no Senado projeto de Expedito Júnior (PR-RO) que transfere da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) para o Ministério da Saúde a gestão do Fundo Nacional Antidrogas (Funad).
Já a descriminalização do uso de drogas sofre resistências. O italiano Antonio Maria Costa, diretor do Unodc, apoia a descriminalização: "Dependência de drogas é uma doença e deve ser prevenida e tratada como tal".
No mês passado, o presidente Lula sugeriu ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que a política de combate às drogas no continente seja revista. A Colômbia é o maior produtor de cocaína no mundo, e o governo local enfrenta as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), financiadas principalmente pelas drogas.
Membro da Comissão Latinoamericana sobre Drogas e Democracia, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu este mês artigo no jornal britânico The Observer em que sugere um esforço internacional pela descriminalização dos usuários de maconha, trocando a repressão pela prevenção. Para ele, tratar o tema como assunto bélico na América Latina foi desastroso, com aumento da violência, da pobreza e da corrupção.
Também em agosto, a Suprema Corte da Argentina passou a permitir o porte de maconha para uso pessoal, o que, na prática, descriminaliza o consumo.
México, Colômbia e Equador também já estão liberalizando as leis antidrogas.
No Brasil, lei de 2006 deixou de punir com prisão o porte de pequenas quantidades para consumo pessoal. Essa mudança na política antidrogas abrandou o foco sobre o consumidor, aumentou a repressão à produção e ao tráfico, mas não incluiu a descriminalização.
AGÊNCIA SENADO