Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

quinta-feira, abril 30, 2009

ORIGEM DA RIQUEZA


1º DE MAIO - DIA DO TRABALHO





A origem do Dia do Trabalho

Na maioria dos países industrializados, o 1º de maio é o Dia do Trabalho. Comemorada desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia 1º de maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do presidente Artur Bernardes.

Chicago, maio de 1886

Baixos salários e jornadas de trabalho que se estendiam até 17 horas diárias eram comuns nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam.
Para se protegerem em momentos difíceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho.
Greves, nem sempre pacíficas, explodiam por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos, também era um dos grandes centros sindicais. Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o país: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho). As organizações, sindicatos e associações que surgiam eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências políticas socialistas, anarquistas e sociais-democratas.
Em 1886, Chicago foi palco de uma intensa greve operária. Dia 1º de maio, os trabalhadores realizam uma grande manifestação – foi a última do período em que não houve violenta repressão policial. Nos dias seguintes, toda ação dos operários foi duramente reprimida pela polícia, com mortos, feridos e muitos presos. As conseqüências chocaram o mundo: depois de um julgamento sumário, várias lideranças foram condenadas a prisão perpétua e oito deles, à morte na forca. Aos poucos, porém, vários Estados norte-americanos começaram a estabelecer jornadas de trabalho menores, de dez e até de oito horas.

A data vira uma instituição

Dois anos depois, em 1888, a AFL marcava para o dia 1º de maio manifestações de protestos e reivindicações por uma jornada de trabalho de oito horas. Em 1890, o 1º de maio foi comemorado com manifestações em várias cidades européias e norte-americanas, organizadas por sindicatos, partidos e associações de trabalhadores. Nesse mesmo ano, a Segunda Internacional, associação mundial de trabalhadores socialistas, aprovou em seu congresso a fixação do 1º de maio como Dia do Trabalhador: "Festa dos trabalhadores em todos os países, durante a qual o proletariado deve manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como a sua solidariedade", declarava o documento daquele congresso.

As comemorações no Brasil

No Brasil, as comemorações do 1º de maio também estão relacionadas à luta pela redução da jornada de trabalho. A primeira celebração da data de que se tem registro ocorreu em Santos, em 1895, por iniciativa do Centro Socialista, entidade fundada em 1889 por militantes políticos como Silvério Fontes, Sóter Araújo e Carlos Escobar. A data foi consolidada como o Dia dos Trabalhadores em 1925, quando o presidente Artur Bernardes baixou um decreto instituindo o 1º de maio como feriado nacional. Desde então, comícios, pequenas passeatas, festas comemorativas, pic-nics, shows, desfiles e apresentações teatrais ocorrem por todo o país.

Getúlio Vargas e o trabalho

Com Getúlio Vargas – que governou o Brasil como chefe revolucionário e ditador por 15 anos e como presidente eleito por mais quatro – o 1º de maio ganhou status de "dia oficial" do trabalho. Era nessa data que o governante anunciava as principais leis e iniciativas que atendiam as reivindicações dos trabalhadores, como a instituição e, depois, o reajuste anual do salário mínimo ou a redução de jornada de trabalho para oito horas. Vargas criou o Ministério do Trabalho, promoveu uma política de atrelamento dos sindicatos ao Estado, regulamentou o trabalho da mulher e do menor, promulgou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garantindo o direito a férias e aposentadoria.

A revitalização do protesto no ABC

Com a ditadura militar em 1964 e o AI-5 em 1968, os sindicatos e organizações de trabalhadores foram esvaziados com a prisão e perda dos direitos políticos de lideranças trabalhistas em todo o país. O movimento sindical começa a renascer na segunda metade dos anos 70, reivindicando aumento salarial e o fim das horas-extras. No 1º de maio de 1978, os metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, fizeram uma manifestação com mais de 3.000 pessoas. De 1978 a 1980, cerca de 2 milhões de trabalhadores pararam temporariamente suas atividades para exigir o aumento dos salários. No dia 1° de maio de 1980, por volta de 100 mil pessoas reuniram-se no Estádio da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, manifestando apoio ao líder sindical Luís Inácio Lula da Silva e aos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, presos durante uma greve.

segunda-feira, abril 13, 2009

Mais de 76 mil aposentados permanecem nos postos de trabalho

O ministro da Previdência Social, José Pimentel, informou que até dezembro de 2008, 76.225 trabalhadores mesmo aposentados permaneciam trabalhando nas 300 maiores empresas do Brasil.

De acordo com Pimentel, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2007, reconhecendo que a aposentadoria não é motivo para rescisão do contrato de trabalho, gerou esse tipo de situação.

"Isso nos preocupa. O assunto não tem impacto direto na Previdência, mas tem no mundo do trabalho, pois as pessoas se aposentam, [continuam trabalhando] e não surgem vagas para admitir novos trabalhadores", disse.

Entre as empresas que mantém o maior número de aposentados trabalhando estão: a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com 7.236 funcionários aposentados em atividade, a Caixa Econômica Federal (CEF), com 3.514, o Banco do Brasil, com 2.458, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), com 1.887, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo com 1.538, o Banco Itaú, com 1.366 e a Petrobras, com 1.334.

Na opinião do ministro Pimentel, esse tipo de situação precisa ser discutida com a sociedade. "No momento em que todos entendem que é necessário aumentar a oferta de postos de trabalho, esta situação merece ser debatida com a sociedade brasileira", afirma.
Agência Brasil

Municípios e estados já podem aderir ao programa Minha Casa, Minha Vida

A Caixa Econômica Federal disponibiliza aos estados e municípios, a partir de hoje (13), o termo de adesão ao programa Minha Casa, Minha Vida, que tem como meta a construção de 1 milhão de casas.
O banco também fornece o modelo de instrução de doação de terreno.
As construtoras e os movimentos sociais interessados em participar podem apresentar as propostas nas 78 superintendências regionais da Caixa.
Segundo o banco, para as famílias com renda de zero a três salários mínimos, serão priorizados projetos de regiões que recebam impacto de grandes empreendimentos de infra-estrutura, como usinas, hidrelétricas, porto e de áreas atingidas por catástrofes definidas pela defesa civil.
Também terão preferência empreendimentos de estados e municípios que ofereçam maior contrapartida e desoneração fiscal de ICMS, ITCD, ITBI e ISS, entre outros critérios.
De acordo com a Caixa, as propostas deverão apresentar casas térreas ou prédios, de acordo com as especificações publicadas na cartilha.
Os empreendimentos destinados às famílias com renda de três a dez salários mínimos não obedecerão às especificações pré-estabelecidas e serão aqueles oferecidos normalmente pela indústria da construção civil.

Estudante se diz parda, mas universidade do Rio Grande do Sul discorda e cancela vaga

A permanência de Tatiana Oliveira, 22 anos, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), cidade a 292 quilômetros de Porto Alegre, depois da aprovação no vestibular 2009 para o curso de Pedagogia, não durou um mês.
Ela começou o ano letivo no dia 9 de março e, na terça-feira passada, foi comunicada que sua matrícula foi cancelada. No centro da discussão para a perda da vaga, está o sistema pelo qual ela foi aprovada: ela se inscreveu como cotista afro-brasileira.
Logo depois da aprovação, Tatiana entregou os documentos que a UFSM exige dos futuros alunos. No caso dos cotistas afro-brasileiros, é necessária uma autodeclaração do aprovado dizendo que é negro ou pardo.
Tatiana fez o que foi pedido e começou as aulas normalmente. A surpresa veio no dia 18 de março, quando ela foi convocada para comparecer a uma entrevista na reitoria.
Segundo Tatiana, na reunião estavam sete pessoas, três negras. Por alguns minutos, eles a teriam questionado sobre sua raça, se já havia sofrido preconceito e o porquê da opção pelo sistema de cotas. Tatiana, filha de branca e pardo e neta de negro, respondeu:
- Eu falei que me considero parda. Menos parda do que meu pai, porque minha mãe é branca. Respondi que nunca sofri preconceito e que escolhi me inscrever no sistema de cotas porque ele dá chance para que nós, de cor parda, possamos ingressar na universidade. Falei a verdade - diz Tatiana.
Depois da entrevista, ela foi comunicada pela coordenadora do seu curso que a sua matrícula foi cancelada. A decisão revoltou Tatiana e sua mãe, a técnica em Enfermagem Adriana Oliveira.
- O que a UFSM quer? Que só entre quem já sofreu preconceito? Ninguém aqui usou de má fé para conseguir uma vaga. A Tatiana só se inscreveu por cotas porque entendemos que era um direito dela. Mas, pelo jeito, agora teremos de definir a cor da minha filha na Justiça - indigna-se Adriana.
Para pró-reitor, Tatiana nunca se considerou parda
Conforme o pró-reitor de Graduação, Jorge Luiz da Cunha - que assina os documentos de cancelamento de vaga -, nos casos em que há dúvida sobre o que o aprovado declarou - em qualquer uma das modalidades de cotas: afro-brasileiro, estudante de escola pública, portador de deficiência ou indígena -, ele pode ser chamado depois de já estar cursando a faculdade.
Esses alunos são submetidos a uma entrevista com representantes da Comissão de Implementação e Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas de Inclusão Racial e Social da UFSM.
No caso de Tatiana, a avaliação da comissão é que a estudante nunca se considerou afro-brasileira.
- Ela respondeu que nunca sofreu discriminação, que nunca se considerou parda, que se considera mais clara que outros integrantes da sua família, e que, no vestibular, foi a primeira vez que se disse "parda".
Partindo do espírito das políticas de ações afirmativas, a comissão, que inclusive tem representantes do Movimento Negro, entendeu que ela não se sente participante desse grupo - destaca Cunha.
Segundo ele, outros alunos, neste ano e no ano passado, quando o sistema de cotas da UFSM foi implantado, já tiveram suas vagas canceladas em função de não conseguirem comprovar sua condição. Outros processos estariam em andamento.
O pró-reitor não soube precisar quantos casos de cancelamento já ocorreram. No mesmo dia em que Tatiana foi avaliada, outros oito foram chamados para entrevista.
Na segunda-feira, a família de Tatiana pretende ir ao Ministério Público Federal para tentar reaver a vaga.
- Tudo o que eu quero é que isso seja resolvido e que eu consiga minha vaga de novo - desabafa Tatiana.
ClicRBS

Promotora quer cota para negros em desfiles de moda


As semanas de moda de Paris, Milão e Nova York não perdem por esperar a tendência que a São Paulo Fashion Week está para lançar. De acordo com uma proposta do Ministério Público, as grifes do evento poderão ser obrigadas a cumprir cotas raciais em seus desfiles --no estilo do que já fazem as universidades públicas.


Desde o ano passado, a Promotoria abriu um inquérito para apurar a prática de racismo na SPFW. A ideia das cotas é da promotora Déborah Kelly Affonso, do grupo de atuação especial de inclusão do Ministério Público.

"O percentual de modelos negros no evento [em torno de 3%] é bem menor que o de brancos. O objetivo da Promotoria é fazer um acordo de inclusão social. Estabelecer um número mínimo de modelos negros a desfilar", afirma ela.

O inquérito tem como ponto de partida reportagens publicadas pela Folha em janeiro de 2008.
Naquela temporada, apenas oito dos 344 modelos que desfilaram na SPFW eram negros --2,3% do total.
No Brasil, 49,7 % da população é composta por negros e pardos, segundo o último censo do IBGE (de 2007).
Folha Online

Lei vai permitir punição a índios que cometem crimes

Pela proposta, laudo antropológico terá que avaliar se o acusado tem capacidade de compreender a ilegalidade do ato



Uma mudança na legislação bancada pelo governo permitirá que a Justiça puna os índios que cometem crimes com o mesmo rigor com que são julgados os demais brasileiros.
O texto do novo estatuto dos povos indígenas, que substituirá a legislação de 1973, será fechado no fim deste mês e define que os índios não são inimputáveis e têm plena capacidade para compreender o significado de seus atos.
Para condená-los, a Justiça precisará avaliar se o ato praticado está de acordo com os usos e costumes da comunidade indígena a que pertence e se o índio tinha consciência de que cometia uma ilegalidade.
O novo texto corrige uma incongruência da legislação brasileira. O estatuto dos povos indígenas, que vigora desde 1973, diz que o índio é inimputável, ou seja, que não pode ser punido por seus atos, porque não teria condições de saber o que é certo ou errado.
A Constituição de 1988, por outro lado, diz que os indígenas podem ir à Justiça defender seus interesses. Poderiam, portanto, ser punidos também por seus atos.
A divergência entre as normas criou situações antagônicas no Judiciário. Em alguns casos, os índios ficavam impunes e em outros, mesmo sem a perfeita noção de que haviam cometido um crime, eram julgados com o mesmo rigor que o não-índio.
Para evitar decisões que se choquem, o novo texto exigirá a produção de um laudo antropológico que determinará até que ponto aquele índio sabe que a conduta praticada é criminosa e para investigar se o ato está ou não de acordo com os valores culturais de seu povo.
Essas informações serão consideradas pelo juiz na hora de dar o veredicto. Se o ato praticado for ao encontro de seus valores culturais e costumes da comunidade a que pertence, o índio não será punido. Caso contrário, será julgado como qualquer brasileiro.
Além disso, a Justiça poderá livrar o índio que já tiver sido punido por sua comunidade. De acordo com o texto, que precisa ser aprovado pelo Congresso, cabe somente aos juizes federais decidir sobre as disputas que envolverem direitos indígenas.
A proposta pode tirar da Funai a incumbência de defender os índios perante o Judiciário.
O Estado de São Paulo

Liberação do consumo ganha adeptos ilustres

Uma adesão ilustre reacende a discussão pela liberação do consumo da maconha no país. Aos militantes históricos da causa, como o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), juntou-se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos coordenadores da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia – ONG formada por intelectuais e líderes de peso no cenário latino-americano, como os também ex-presidentes do México Ernesto Zedillo e da Colômbia César Gaviria.
A ONG apresentou a proposta na Comissão de Entorpecentes da ONU, em Viena, na Áustria, que decidiu manter a política de "guerra às drogas" articulada com ações de saúde pública e redução de danos.O tema retoma um debate antigo (e explosivo): o Brasil deve continuar apostando na repressão, política que tem nos EUA, na Rússia e no Japão seus principais expoentes, ou seguir o caminho de países europeus, como Holanda, com legislação liberal em relação ao consumo de entorpecentes?
Desde 2006, usuários de drogas ilícitas não são encarcerados quando flagrados consumindo entorpecentes – embora submetam-se ao constrangimento de ir para delegacia, responder na Justiça e, quando condenados, deixam de ser primários.
A medida, portanto, seria incapaz de esvaziar prisões. Mas, sustentam os adeptos, ocorreria um avanço no trato do tema.– Não estamos propondo a legalização, isto é, não achamos que a sociedade deva dar uma sanção positiva ao uso da maconha.
Estamos dizendo que a maconha faz mal, mas os usuários, em vez de irem para a cadeia, devem ser tratados pelos sistemas de saúde – diz Fernando Henrique.
Defensor há duas décadas da descriminalização da maconha, Gabeira destaca a necessidade de "reformar a polícia" para que uma visão liberal tenha êxito:–
Onde houve liberação, ao contrário do que se pensa, não existiu afrouxamento, mas sim, controle mais sofisticado. Daí a importância da polícia.
Ex-colega de Gabeira na Câmara dos Deputados, o consultor em segurança pública Marcos Rolim defende uma proposta intermediária – um passo adiante à liberação do usuário e um atrás da produção e da venda regulamentados pelo Estado.– Defendo a descriminalização da droga. Ninguém seria preso ao ser flagrado transportando maconha porque não seria crime, o que não significa a sua legalização. Algo como ocorre com o santo-daime, um chá alucinógeno, fortíssimo, consumido entre os indígenas e que espalhou-se pelo país.
Ninguém é preso pelo consumo ou transporte do santo-daime, mas tampouco o chá é encontrado em farmácias – explica Rolim.
Psiquiatra adverte para um maior consumo de drogas
Pesquisador do pós-graduação em Ciências Criminais e em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, o sociólogo Rodrigo de Azevedo tem uma certeza:– É um erro achar que a forma de conter o consumo seja criminalizando a droga. As experiências de redução de danos são mais efetivas do que a criminalização, como mostram algumas experiências na Europa.
Em meio à discussão, autoridades afirmam que a liberação do uso da maconha acarretaria numa legião de novos dependentes químicos. Coordenador da Unidade de Dependência Química do Hospital Mãe de Deus, o psiquiatra Sérgio de Paula Ramos diz:– Se você descriminalizar, vai aumentar o consumo da maconha e de outras drogas como cocaína e crack.
Adepto da erradicação do álcool entre adolescentes, o psiquiatra lembra que o Brasil é signatário de um documento na Organização Mundial da Saúde (OMS) para redução do consumo global das drogas.– Como um país signatário vai propor que se libere o consumo? – questiona Ramos, antes de criticar o ex-presidente:–
Acho que o Fernando Henrique estava com pouca luz sobre ele no verão e resolveu soltar um factoide para voltar à mídia.
ZERO HORA

Federais gaúchas inclinadas para o novo Enem


O que diz o comando de cada universidade

CARLOS ALEXANDRE NETTO, REITOR UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)
"Não há motivo para pânico entre os vestibulandos. A ideia da UFRGS é tranquilizar os estudantes, porque a universidade pretende valorizar sua tradição, e o conhecimento dos alunos será reconhecido." O reitor limitou a sua manifestação sobre o assunto, deixando para detalhar a sua posição nesta segunda-feira às 15h. Na oportunidade, será conhecido o processo seletivo de 2010. A assessoria de imprensa da UFRGS reforça que nesta semana o reitor esteve em Brasília, analisando a proposta do MEC, e o assunto foi "amplamente discutido na quinta-feira, com membros da equipe".
JOÃO CARLOS BRAHM COUSIN, REITOR UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG)
"A posição da universidade está em discussão. A posição pessoal do reitor é positiva, porque o ingresso nas universidades tem balizado o sistema de educação. É uma proposta de mudança, já que a prova deve garantir mais o raciocínio e o conhecimento integrado do estudante. E vai aumentar as chances para aqueles que têm menos condições financeiras. O fator mais importante é que há muito tempo estamos questionando a forma de ingresso. É uma oportunidade de mudança, e o Enem será reformulado. O cenário é positivo. Recebemos, na quinta-feira, o modelo operacional, e a expectativa é de que até o final do mês tenhamos uma decisão. Minha inclinação pessoal é favorável."
MIRIAM DA COSTA OLIVEIRA, REITORA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE (UFCSPA)
"O tema será levado aos conselhos de Ensino e Pesquisa e Universitário no final do mês. A partir daí será tomada a decisão. Para a reunião com reitores em Brasília, a UFCSPA já terá sua decisão tomada. Nós estamos, de início, favoráveis a esta medida, e existe uma tendência a adotar este novo procedimento já neste ano, como um processo de fase única, sem qualquer outra prova especial da universidade. Há inúmeros pontos favoráveis, mas não tive acesso aos dados operacionais, pois ainda não chegaram às minhas mãos, e faltam detalhes para decidir com segurança."
JORGE LUIZ DA CUNHA, PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
"O reitor participou da reunião em Brasília, em que foi discutida a proposta do MEC, e a posição da UFSM é de cautela. Primeiro, porque nós temos um vestibular diferenciado, por ser interdisciplinar e ter inclusive a disciplina de filosofia. Outro aspecto é que a universidade foi pioneira com o Programa de Ingresso no Ensino Superior (Peies). Achamos que o ministério deve respeitar essas experiências acumuladas e bem sucedidas. É quase certo, pela dinâmica, que a proposta não possa ser implementada nos prazos que o ministério deu. Temos um vestibular em maio, e o Peies em dezembro. Já estamos nos preparando para o próximo vestibular tradicional. Além disso, a avaliação dos nossos processos atuais de ingresso é bastante positiva. Mas, evidente, estamos dispostos a discutir as ideias."
ANTONIO CESAR GONÇALVES BORGES, REITOR UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL)
"Em princípio, a universidade deverá adotar a proposta do governo para o vestibular de verão, agora em outubro. O nosso vestibular de inverno, que será realizado em seguida, se mantém. A decisão vai ser tomada na próxima quinta-feira, quando há uma reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. A tendência é de que a proposta do MEC seja aprovada. Na minha opinião, é uma mudança importante e vai exigir que a universidade se adapte. Sou favorável, porque vai facilitar o acesso àquelas camadas da população que ficam excluídas. Por outro lado, vai exigir que o governo auxilie em organização, com moradia adequada aos estudantes, bolsas para mobilidade estudantil, toda a assistência. Vamos precisar do apoio imediato do governo. Acredito que o MEC ajudará nesta questão."
MARIA BEATRIZ LUCE, REITORA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA (UNIPAMPA)
"A Unipampa já tinha a proposta de adotar o Enem como o principal elemento do processo seletivo para o ingresso de 2010. No ano de 2009, não foi possível adotar unicamente o resultado do exame para o ingresso em diferentes cursos porque muitas das pessoas interessadas não tinham se submetido à prova. Nós fizemos até 20% de aproveitamento dos resultados de quem tivesse o Enem e aplicamos uma prova de vestibular muito parecida com o Enem, feita inclusive pela mesma empresa, a Cespe/UNB. Esta proposta do Ministério da Educação vem atender à orientação geral que a Unipampa tem. Nós já fizemos esta prova em 10 cidades do Pampa, e os alunos em qualquer das cidades podiam escolher faculdades de outros municípios. A Unipampa já experimentou estas características e obteve sucesso."
zero hora

quinta-feira, abril 09, 2009

Consumo de crack vira epidemia no Rio Grande do Sul, diz governo

Em Porto Alegre, não há leitos para tratar viciados na droga



O consumo de crack começa a assustar o Rio Grande do Sul e, principalmente, as pessoas que procuram ajuda para tratamento.
Veiculada no Jornal Nacional, uma reportagem do jornalista Giovani Grizotti, da RBS TV, expôs o problema na Capital:
crianças e adultos consomem crack numa das avenidas mais movimentadas da cidade — sem a contenção da polícia, que não consegue parar a ação de traficantes e consumidores.
O governo fala em epidemia: mais de 50 mil pessoas seriam dependentes.
Além da doença, as famílias atingidas sofrem com a deficiência no atendimento.No principal hospital psiquiátrico público da capital gaúcha, a espera é longa.
Muitos estão ali por decisão judicial, e mesmo assim precisam aguardar. Famílias improvisam camas no saguão do hospital.
O secretário de Saúde do RS, Osmar Terra, diz que há 80 hospitais que de seis meses para cá estão atendendo quem tem problemas com o crack.
O Ministério Público diz que a espera nessas condições é crime.
E que o Estado e o Município poderão ser responsabilizados. — Podemos enquadrar por crime de desobediência porque não está sendo prestado o atendimento ou até mesmo multa ao gestor do município ou do estado por descumprimento de decisão judicial e de comando legal — diz Miguel Velasquez, promotor de Justiça.

No Brasil, 30% dos trabalhadores sofrem de estafa profissional

Se o trabalho se tornou motivo para sofrimento, é sinal de que chegou a hora de prestar atenção à saúde.
Nas últimas duas décadas, pesquisadores do Brasil, da América do Norte e da Europa têm alertado para o crescimento de vítimas da síndrome do "burnout" (termo que significa "queimar-se de dentro para fora").

De acordo com uma estimativa divulgada em 2008 pelo Isma Brasil (instituto internacional voltado para o controle do estresse), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são afetados pelo mal.

Conhecido por aqui também como estafa ou esgotamento profissional, é resultado de um processo iniciado com excessivos e prolongados níveis de estresse no trabalho, explica a psicóloga Malu Rossi, do Centro Psicológico de Controle do Stress.

"O 'burnout' tem uma ação tríplice, que se processa da seguinte maneira: exaustão emocional [o indivíduo se sente sem energia e se torna pessimista], despersonalização [perde a capacidade de empatia, passando a apresentar características como cinismo e impaciência] e falta de realização pessoal [baixa autoestima e frustração]."

As consequências também são diversas. "As vítimas da síndrome podem desenvolver dores musculares, enxaqueca, gastrite, síndrome do intestino irritável, insônia e, até mesmo, doenças graves, como hipertensão, diabetes, alcoolismo, dependências de outras drogas e depressão. Muitos acabam precisando se afastar do emprego. Desses, apenas um terço consegue retornar", alerta a psiquiatra Alexandrina Meleiro, da USP.

Tratar as consequências da estafa profissional é fundamental, mas, para quem não quiser sofrer recaídas, o ideal é mudar de vida. "Inicialmente, deve-se identificar a causa do estresse para tentar aprender a se adaptar. Para tanto, a psicoterapia é um dos métodos mais eficientes. Desenvolver uma atividade social ou voluntária, por exemplo, também ajuda o paciente a dar uma nova dimensão para sua vida. Recomenda-se ainda adotar uma alimentação saudável, evitar o cigarro e as bebidas alcoólicas, dormir bem e praticar uma atividade física prazerosa."

Fontes: Alexandrina Meleiro, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo; e Maria Lúcia Rossi, psicóloga do Centro Psicológico de Controle do Estresse
Revista da Hora

Grife Daspu lança "putique" na internet


Abrem-se as cortinas, começa uma batida de funk. Numa imagem que remete a um cabaré há um palco e, nele, revezam-se imagens de um desfile com roupas que fogem à convencional alta costura, com peças justas, curtas e sensuais. As modelos também não lembram em nada as magérrimas de costume: são encorpadas, fazem poses sensuais.

Essa é a abertura do
site da Daspu, a grife da ONG carioca Davida, que luta pelos direitos das prostitutas. Desde o início da semana passada, ao clicar nas fotos dos desfiles, o internauta é direcionado à recém-inaugurada Putique Daspu, a loja virtual da grife que cria roupas inspiradas no universo da prostituição.

Engana-se quem pensa que o objetivo do site é vender para as prostitutas que navegam pela internet.

"É um público que nos interessa, sim. Mas hoje em dia vestir Daspu virou 'cult', vendemos para mulheres de classe média, profissionais liberais, que têm entre 26 e 45 anos", explica Flávio Lenz, diretor de marketing da Daspu.

"Afinal, hoje em dia, as patricinhas mesmo se vestem como as prostitutas."

Entre as peças comercializadas no site estão shorts --bem curtos--, camisetas, saias e lingeries. Segundo Lenz, neste setor a Daspu oferece um produto que ainda não existia no mercado, o "sutiliga", um sutiã que tem as alças de uma cinta-liga.

Lenz diz que a grife espera que os "best-sellers" da loja virtual sejam as camisetas da linha "Ativismo" --lançadas em 2003-- que têm os inscritos "pu da vida" e "somos más, podemos ser piores".

Por enquanto, há poucas peças da Daspu à venda no site. Mas a ideia é que os 20 modelos que a marca lança a cada coleção --uma por ano-- sejam disponibilizadas. A meta é que sejam comercializadas de 600 a 800 peças por meio do site, a mesma quantidade que a marca vende por mês em suas duas lojas.

A relação da grife com a internet começou em 2005, quando a direção da ONG foi ao site de relacionamentos Orkut criar para si uma comunidade.
"Para nossa surpresa, já havia duas", conta Lenz. E hoje são cerca de 30, sendo que a oficial tem mais de 900 membros.

"Usamos a página para fazer enquetes e saber do gosto do público", diz o diretor de marketing.

Os próximos passos da Daspu na web devem ser um concurso virtual para escolher uma frase para uma camiseta e um blog, que deve trazer depoimentos de prostitutas.

Daspu
A Daspu foi formada por prostitutas da ONG Davida, do Rio de Janeiro, no final de 2005. A grife se tornou conhecida ao entrar numa polêmica com a Daslu, um dos maiores centros de comércio de luxo do país.

No embate, a butique de luxo queria que a Daspu mudasse de nome. Segundo a Daslu, havia "deboche, visando denegrir a imagem da loja". Após a polêmica, os advogados da Daslu decidiram não ir à Justiça, e a grife manteve a marca.

Os desfiles da Daspu também foram comentados pela mídia por suas modelos serem, na maioria das vezes, as próprias prostitutas que compõem a ONG Davida.

Coordenadora da Davida, a escritora e prostituta aposentada Gabriela Leite responde atualmente pela Daspu. Gabriela fundou a ONG em 1992 como forma de organizar as prostitutas 'contra o preconceito' e na luta por bandeiras da categoria, como a prevenção à Aids e a doenças sexualmente transmissíveis, além do reconhecimento da prostituição como profissão legal.
Folha Online

Após 2 tentativas, casal gay consegue união civil em cidade no Mato Grosso do Sul


Após duas tentativas fracassadas, um casal gay de Jardim, no Mato Grosso do Sul, conseguiu a união civil, na última segunda-feira, por meio do 2º Cartório de Notas e Registro Civil de Jardim, com autorização da Justiça. Juntos há dois anos, o casal tentou realizar o casamento nas cidades de Naviraí e Aquidauana, mas tiveram o pedido negado.

Lauzimar, natural de Aquidauana, é agente penitenciário da cadeia pública de Jardim. O estudante José Ricardo é de Naviraí e mudou-se junto com o funcionário público para Jardim há alguns meses.

Segundo Lauzimar Acosta, eles buscaram informações na internet sobre a união de pessoas do mesmo sexo e, baseados nos materiais encontrados, procuraram o cartório da cidade, há cerca de três meses. Acosta disse que através da cartorária Zoila dos Santos Vasques Arashiro, que procurou orientação na Justiça, a juíza da cidade, Eucélia Moreira Cassal, autorizou a união homoafetiva (união de pessoas do mesmo sexo). A escritura pública declaratória de união homoafetiva é um documento de comprometimento para oficialização e reconhecimento da relação familiar.

Para José Ricardo, a união é uma conquista e uma forma de combate ao preconceito. Segundo ele, o casamento serve de exemplo para outras pessoas do mesmo sexo que gostariam de fazer a união, mas não sabem como devem agir perante a lei. Questionado sobre preconceito, Ricardo completou:
- Acho que não vamos ter problema com isso.

terça-feira, abril 07, 2009

Ruanda lembra os 15 anos do genocídio que matou 800 mil pessoas

Ruanda marcou nesta terça-feira (7) o aniversário de 15 anos do início do genocídio que matou mais de 800 mil pessoas.
A matança no país começou pouco depois que o avião do então presidente ruandês, Juvenal Habyarimana, foi derrubado.
Durante cem dias, uma milícia de origem étnica hutu massacrou pessoas de origem étnica tutsi e também hutus moderados.
O presidente de Ruanda, Paul Kagame, que liderou um grupo de rebeldes tutsis que ajudou a acabar com o genocídio, participou de uma cerimônia onde colocou flores em valas comuns.
As valas ficam no local onde tropas da ONU abandonaram milhares de pessoas que buscavam abrigo em uma base da organização.
BBC

Como está, PL das cotas contempla apenas dois Estados

Mantida a redação do Projeto que cria reserva 50% das vagas nas Universidades e Escolas Técnicas Federais para alunos da escola pública, com a divisão desse percentual em 25% para estudantes oriundos de famílias com renda até 1,5 salários mínimos e os outros 25% para negros e indígenas, proporcionalmente a presença desses segmentos em cada Estado da Federação, em apenas dois, a reserva de vagas poderá ser adotada: Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nesses dois Estados do sul, para onde foram enviados pelo Estado brasileiro, os imigrantes alemães e italianos, especialmente, nas primeiras ondas migratórias do século passado, a presença negra (preta e parda) é de, respectivamente, 11,7% e 15,5%.
Em ambos, as Universidades Federais já adotaram cotas por decisão de seus Conselhos Universitários no ano passado.
A redação do artigo 3º do Projeto – o PLC 180/008 – não deixa dúvidas: "Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata o art. 1º desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados negros, pardos e indígenas, no mínimo igual à proporção de negros, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE".
O projeto – alvo de mais uma polêmica envolvendo cotistas e anti-cotistas – deve ser votado este mês pelo Senado, e rejeitado, segundo avaliação preliminar colhida junto aos senadores das Comissões pelos quais passou, entre as quais, a de Justiça e Redação.
O ministro Fernando Hadadd, da Educação, chamou a atenção para os erros de redação que tornam a iniciativa inócuo.O PLC 180/08 mudou a redação do PL 73/99, de autoria da deputada Nice Lobão (DEM-MA), que propunha a reserva de 50% das vagas nas Universidades para alunos das escolas públicas, e nesse percentual cotas para negros e indígenas proporcionais a presença desses segmentos em cada Estado.
Embora não contemplando o total, em Estados como a Bahia em que a população negra chega a quase 80%, o Projeto da deputada maranhense, segundo analistas, era menos restritivo e mais amplo.
Maioria Negra em 24 Estados e mais Distrito Federal, o Brasil é um país de larga maioria negra. Segundo dados da Fundação Seade, órgão ligado a Secretaria de Planejamento do Governo do Estado, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Demicílios (PNAD), em 24 Estados da Federação e no Distrito Federal, a presença negra (preta e parda) varia de 25,8% no Paraná a78,8% na Bahia.
Veja os números da presença preta e parda (negra)
1. Paraná – 25,8%
2. São Paulo – 30,9%
3. Rio de Janeiro – 45,5%
4. Mato Grosso do Sul – 47,8%
5. Minas Gerais – 53,8%
6. Distrito Federal – 55,1%
7. Goiás – 55,6%
8. Espírito Santo – 60,5%
9. Mato Grosso – 62,2%
10. Pernambuco – 62,6%
11. Rio Grande do Norte – 63%
12. Paraíba – 63,9%
13. Rondônia – 64,2%
14. Ceará – 64,9%
15. Alagoas – 66,6%
16. Sergipe – 71,5%
17. Tocantins – 74,2%
18. Maranhão – 74,3%
19. Roraima – 74,6%
20. Acre – 74,8%
21. Piauí – 75,3%
22. Pará – 76,7%
23. Amapá – 78,0%
24. Amazonas – 78,3%
25. Bahia – 78,8%
Total – Brasil: 184.341.031
Brancos 92.014.364
Negros: 91.126.531 (49,4%)
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2005
AFROPRESS

Lula estuda ajuda a municípios e pede para prefeitos "apertarem os cintos"



Ao dizer ontem que "a crise chegou" ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ainda nesta semana vai reunir sua equipe de governo para definir um plano de ajuda aos prefeitos, que reclamam da queda na arrecadação das suas receitas. Lula, porém, avisou que a ajuda não será suficiente para cobrir todas as perdas e que todos vão ter que "apertar o cinto".

"Imaginem vocês a nossa mãe colocando feijão no fogo para cinco pessoas e chegam dez. Ou seja, todos nós vamos ter de comer a metade do que estava previsto para a gente comer. Então é importante que cada prefeito, cada governador e cada ministro saiba que reduziu a receita. Reduzindo a receita, vai reduzir a distribuição", disse o presidente.

A declaração de Lula foi feita durante solenidade de inauguração da terceira usina de biodiesel da Petrobras, em Montes Claros (MG), que contou com a presença de trabalhadores rurais e prefeitos da região norte de Minas Gerais.

Lula afirmou que a crise afeta não só as prefeituras, mas também o governo federal e os estaduais. E sobre o saldo menor nos cofres da União, apontou dois motivos: a queda da atividade econômica ocasionada pela crise internacional e as desonerações de impostos promovidas para aquecer determinados setores, como o automotivo e o da construção civil.

"Todos nós vamos ter que apertar o cinto, mas nenhum de nós vai morrer na seca, como muitos municípios brasileiros já morreram durante tanto e tanto tempo", disse Lula.

O governo federal já havia anunciado queda de 27% na arrecadação federal em fevereiro e de 9,11% no primeiro bimestre, comparado o mesmo período de 2008.
Nos municípios a queda de receita tem sido até mais acentuada, chegando a 30%, conforme as entidades que reúnem os prefeitos.

No discurso, acompanhado por nove governadores da área da Sudene e 11 ministros, Lula voltou a falar da necessidade de o governo federal investir em infraestrutura e que continuará promovendo mais ações, como o programa habitacional anunciado recentemente.

Ele fez um novo apelo para a população não deixar de consumir, para girar a economia, e até pediu para que torçam e roguem a Deus para a crise acabar nos países da Europa, nos Estados Unidos e no Japão, de forma que esses países voltem a alimentar o comércio internacional. "Se eles não compram, teremos mais problemas aqui dentro", afirmou Lula.

No ano passado, ele chamou a crise de "marolinha". "Aqui no Brasil nós sabemos que a crise chegou, mas nós sabemos também que o Brasil é um país que recebeu a crise seis meses depois de ela ter chegado em outros lugares e que ela vai acabar antes de acabar nos outros lugares", disse ontem.

Os prefeitos que acompanharam ontem o discurso de Lula ficaram irritados com a ordem para apertarem os cintos.

"Vamos apertar os cintos das criancinhas, que precisam da merenda e do transporte escolar, apertar na saúde. Somos nós que mantemos o final da linha", disse o prefeito de Petis e presidente da associação que reúne os municípios mineiros da área da Sudene, Valmir Morais de Sá (PTB).
Agência Folha

Novo modelo de vestibular baseado no Enem permitirá inscrições em até cinco cursos de qualquer região do país


Os candidatos que fizerem o novo Exame Nacional do Ensino Médio poderão inscrever-se em até cinco cursos oferecidos pelas instituições que aderirem ao sistema, em qualquer região do país.
O novo Enem é a proposta do Ministério da Educação para substituir o vestibular nas universidades federais.
Outra novidade é que o candidato só escolherá o curso em que pretende se matricular após a divulgação dos resultados do novo Enem.
As regras do exame foram detalhadas nesta segunda-feira pelo ministro Fernando Haddad a reitores das 55 universidades federais. Elas seguem o modelo do programa Universidade para Todos (ProUni), que dá bolsas gratuitas em faculdades privadas.
Haddad disse que o governo está pronto para aplicar o novo Enem este ano, mas aguarda uma resposta das universidades. Se pelo menos dez instituições aderirem, segundo ele, o teste já será realizado no segundo semestre, em outubro. As instituições que decidirem não participar continuarão promovendo seus vestibulares. Hadddad espera uma resposta até o fim do mês.
Segundo ele, as instituições que decidirem substituir o vestibular pelo Enem já poderão fazer isso neste ano, à exceção daquelas que não abrirem mão da segunda fase. Nesse caso, o ministro teme que o MEC não consiga divulgar os resultados antes de janeiro. Reitores discutem a possibilidade de utilizar só as notas das provas objetivas, sem redação, o que anteciparia o anúncio dos resultados para novembro.
O ministro informou ainda que poderá dobrar para R$ 400 milhões os recursos destinados para assistência estudantil nas federais que aderirem ao novo Enem.
O sistema de inscrição funcionará da seguinte forma: primeiro os candidatos se inscreverão no novo Enem, farão as provas e receberão as notas. Num segundo momento, informarão ao MEC, por ordem de escolha, os cinco cursos que pretendem frequentar. Pode ser o mesmo curso - medicina, por exemplo - em cinco instituições diferentes ou cinco cursos na mesma instituição.
O sistema funcionará online. Assim, ao inscrever-se, o candidato saberá pela internet a nota dos demais interessados, verificando se tem chance ou não de ficar com a vaga. Se constatar que a quantidade de candidatos com notas mais altas supera o número de vagas, ele poderá optar por um novo curso. O sistema ficará aberto por um número determinado de dias. Encerradas as matrículas referentes à primeira opção de todos os inscritos, terá início a matrícula relativa à segunda opção.
- O aluno vai disputar a vaga sabendo a sua nota. É uma inversão completa do modelo atual - disse Haddad.
A fórmula deixou os reitores cheios de dúvidas. Eles pediram que o MEC apresente até amanhã, por escrito, o detalhamento técnico do novo sistema. Será criada uma "comissão de governança" formada por reitores e secretários estaduais de educação. Essa comissão definirá as diretrizes da nova avaliação, que tem como objetivo também orientar os currículos do ensino médio.
O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Amaro Lins, disse que é curto o prazo para que as universidades deem uma resposta:
- Não adianta atropelar.
O GLOBO

Maré impiedosa de fome global atinge 1 bilhão

Um tsunami foi a imagem escolhida para descrever o golpe da crise dos alimentos do ano passado. A situação atual lembra mais o aumento lento e impiedoso de uma maré, gradualmente arrastando mais e mais pessoas para as fileiras dos desnutridos.
Quase despercebida por trás da crise econômica, uma combinação de crescimento mais baixo, aumento do desemprego e queda das remessas de dinheiro com preços persistentemente altos dos alimentos elevou o número dos cronicamente famintos pela primeira vez acima de 1 bilhão.
O aumento reverteu o declínio ao longo do último quarto de século na proporção das pessoas cronicamente famintas do mundo.
"Nós ainda não saímos da crise dos alimentos", disse Josette Sheeran, chefe do Programa Mundial de Alimentos da ONU, em Roma, que precisa de cerca de US$ 6 bilhões neste ano para alimentar os mais pobres, um aumento de 20% em comparação ao recorde de US$ 5 bilhões do ano passado.
"O impacto dos altos preços do ano passado continua. Além disso, os países agora sofrem uma perda de renda devido à crise financeira global", ela acrescentou, repetindo a visão de outras autoridades e especialistas entrevistados pelo "Financial Times".Kanayo Nwanze, o novo presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura da ONU, alertou que os migrantes estão voltando das cidades para o interior em grande número, criando pressão extra."Haverá mais bocas para alimentar com pouca ou nenhuma comida", ele disse.
A crise está se expandindo para fora da África à medida que a recessão econômica se soma ao impacto dos altos preços. Países que tinham pouco problema com alimentos por quase 20 anos, como Quirguistão, agora estão pedindo ajuda.O pior ainda está por vir, à medida que o impacto da recessão sobre o poder aquisitivo se tornar mais evidente e o custo dos alimentos permanecer alto, disseram autoridades, executivos do setor e especialistas.Robert Paarlberg, professor de ciência política do Wellesley College, nos Estados Unidos, e um respeitado especialista em agricultura, disse estar "mais preocupado com a fome do que com a atual crise econômica" do que estava "no pico do aumento dos preços das commodities alimentares em meados do ano passado".
Peter Brabeck, presidente da gigante alimentícia Nestlé, também acha que a crise está piorando."Não esqueça que os preços dos alimentos estão no momento cerca de 60% mais altos do que estavam há 18 meses. E isso significa que as pessoas que gastam 60%, 70% de sua renda disponível em alimentos, foram atingidas muito, muito fortemente", ele disse.
Os alertas ocorrem apesar dos preços globais das commodities agrícolas terem caído acentuadamente em comparação às altas recordes do ano passado. Entre os itens básicos, o preço do milho, trigo e arroz caíram quase pela metade. Todavia, Allan Buckwell, professor emérito de economia agrícola do Imperial College, em Londres, disse que as commodities agrícolas voltaram ao patamar de meados de 2007.
"Os preços dos alimentos não caíram como os de outras commodities, como o petróleo", ele disse.Além disso, os preços estão bem acima de sua média dos últimos 10 anos, com alguns sendo negociados ao dobro do nível de 1998-2008, apesar da queda.
Por exemplo, o custo atual do arroz tailandês, o referencial mundial, a US$ 614 a tonelada, representa mais que o dobro de sua média dos últimos 10 anos, de US$ 290 a tonelada. Além disso, os preços domésticos dos alimentos em muitos países em desenvolvimento, particularmente na África sub-Saara, não caíram nem um pouco e, em alguns casos, estão subindo de novo por causa do impacto da safra ruim e da falta de crédito para importações.
Sheeran aponta precisamente para este problema: "Os preços locais estão subindo. Por exemplo, o preço do milho em Maláui subiu 100% no ano passado, enquanto os preços do trigo no Afeganistão estão 67% mais altos do que há um ano".
Agravando o panorama, os produtores rurais de todo o mundo estão plantando menos, reduzindo assim a produção deste ano, potencialmente ajudando a manter os preços dos alimentos em alta, apesar da demanda fraca em consequência da crise econômica.
Nos Estados Unidos, o maior exportador de commodities agrícolas do mundo, os produtores rurais deverão quebrar os cinco anos de expansão de terras cultivadas, reduzindo a área em 7 milhões de acres, a maior queda em 20 anos.
Em outros lugares, a preocupação é que os produtores rurais carentes de dinheiro, particularmente em países fontes de alimentos como Ucrânia, Argentina e Brasil, reduzirão seu uso de sementes híbridas de alta produtividade e fertilizantes, prejudicando assim a safra.
O principal cenário de pesadelo entre as autoridades de agricultura e ajuda alimentar -e para o setor de alimentos- é que uma onda inesperada de tempo ruim prejudique a próxima safra. Com os estoques de commodities agrícolas em baixas de múltiplos anos, isso poderia provocar uma elevação dos preços, provocando outra crise além da econômica.
Financial Times

Atores do filme 'Capitães de areia' têm histórias parecidas com as dos personagens do livro de Jorge Amado

Quando a diretora Cecília Amado começou a procurar o elenco para filmar o livro "Capitães da areia", foi atrás de experiências de vida bem próximas das aventuras descritas no romance de 1937.
O convívio com os atores, todos pinçados de comunidades carentes de Salvador, deu à cineasta a noção exata de como a obra escrita por seu avô, Jorge Amado, continua atual.

- A maior parte deles são os próprios capitães da areia. Quase todos já passaram noites nas ruas ou venderam algo nos sinais de trânsito. Alguns até já se envolveram com crimes, drogas ou, ao menos, têm parentes e conhecidos nessa situação - conta Cecília, que encontrou o elenco após um cuidadoso trabalho com ONGs de Salvador.
- Eles emprestam essa vivência de rua para os personagens e, assim, dão realismo a seus papéis.
A segunda parte das filmagens acabou mês passado, e o longa-metragem, com trilha sonora de Carlinhos Brown, deve estrear em 2010.
Vai ser a primeira adaptação para o cinema do livro que, mesmo 70 anos após a primeira edição, segue motivando produções artísticas e sendo utilizado em instituições de ensino. "Capitães da areia" conta a história de um bando de adolescentes infratores que vivia numa praia na Salvador dos anos 30, desfrutando da liberdade das ruas, mas também lidando com as amarguras do submundo do crime.

- A obra ainda é essencial. Está certo que, hoje, as ruas são muito mais violentas. O consumo de crack em Salvador é terrível. Mas os menores de idade vão para as ruas pelos mesmos motivos de antes: uma família desestruturada e condições de moradia degradantes - explica a diretora. - Já a classe média se apaixona pela liberdade dos capitães.

Segundo Cecília, o livro de seu avô é genial porque se fixa no ponto de vista dos personagens. Para se apoiar nessa mesma sacada, a cineasta investiu na formação do elenco. A busca por atores começou em 2007 e mobilizou 22 ONGs baianas. Mais de mil adolescentes e jovens se inscreveram no processo de seleção. Do total, foram escolhidos 90 atores, e, após dois meses de oficinas de interpretação, a equipe elegeu os 12 que viveriam os personagens principais, como Pedro Bala, Gato, Dora e Sem-Pernas.

- Havia muita gente talentosa. Mas me mantive fiel aos personagens. Cada ator recebeu o papel que mais se parecia consigo - conta a diretora.

O baiano Jean Luis de Amorim, de 14 anos, por exemplo, vive o mítico Pedro Bala, manda-chuva dos capitães da areia. Segundo Cecília, o garoto é perfeito para o papel. Jean é um líder nato, ela diz. Cresceu andando em bandos no Pelourinho. É safo e ajudava na renda de casa catando e vendendo papelão pela cidade. Já o ator Paulo Raimundo Abade, 16 anos, interpreta o Gato e personifica a figura do baiano malandro e conquistador.

- Desde os primeiros testes, o Jean mostrou vocação para liderança, mesmo sendo um dos mais jovens no elenco. Não tivemos dúvida para elegê-lo nosso Pedro Bala - conta a diretora. - Já o Raimundo é o baiano charmoso, de corpo perfeito. Encontramos ele por meio de uma ONG voltada para menores infratores.

Realidade e ficção continuam se misturando enquanto Cecília descreve seus pupilos. Jordan Mateus, 17 anos, é gaiato e irônico como o personagem Boa Vida. Ana Graciela Conceição, 14 anos, é uma guerreira ao estilo da carismática Dora, única menina entre os capitães de Jorge Amado. Robério Almeida, de 18 anos, o Professor, é mesmo o mais experiente da trupe e um dos únicos que já atuou em teatro.

E a história mais cativante talvez seja a de Israel Gouveia, adolescente de 15 anos no papel de Sem-Pernas, o portador de deficiência física que é adotado por uma família só para, depois, facilitar o roubo da casa pelo bando.

- Procurei um adolescente deficiente físico, porque, do contrário, seria difícil para um ator inexperiente passar realismo. E precisava ser doce o bastante para cativar uma família. Encontramos o Israel num centro de reabilitação. Ele teve um acidente ainda bebê, e uma parte do seu corpo é atrofiada. Seu pai achava que o filho deveria ter sido largado no hospital, mas sua mãe é uma mulher incrível, que o criou. Israel tinha dois lados. Era alegre e explosivo, mas aprendeu a se controlar ao longo das filmagens - conta Cecília.

Segundo a cineasta, que faz sua estreia como diretora de um longa, tem sido curioso ver o elenco amadurecendo durante as gravações. Ela conta que trabalhar com uma galera tão jovem é gratificante, mas também complicado. Lidar com temperamentos e hormônios em ebulição foi, por vezes, um desafio difícil.

- Atravessamos madrugadas filmando, e foi como uma montanha-russa. Às 2h, eles podiam estar numa excitação incontrolável e, logo depois, ficavam exaustos e queriam ir embora, recusando-se a repetir cenas. Como se pensassem "não quero mais brincar disso" - explica ela.
O GLOBO

segunda-feira, abril 06, 2009

Lideranças políticas do Movimento de Juventude Negra das Américas se reúnem no Rio de Janeiro

De 03 a 06 de abril, o Rio de Janeiro sediará o Colóquio Internacional: Desafios e Perspectivas da Juventude Negra nas Américas.
O evento traz à tona a articulação política da juventude negra das Américas, sob as mais variadas formas de organização, e suas relações com os movimentos sociais, cooperação internacional e a incidência nos espaços de tomada de decisão.

O Colóquio será também um espaço para a organização das proposições da Juventude Negra das Américas para a Conferência Mundial de Avaliação de Durban (Durban+8), que será realizada no final do mês de abril, em Genebra, na Suíça.

O Colóquio reunirá 40 lideranças políticas jovens negras de 15 países das Américas, com o objetivo central de promover um intercâmbio entre os participantes, compartilhando experiências e ações, fortalecer os canais de participação e discussão da juventude negra sobre os principais temas de sua conjuntura, estabelecendo alianças estratégicas e de cooperação entre as organizações participantes, e proporcionando um nivelamento de informações sobre as principais questões políticas do movimento social negro nas Américas.

"Atualmente os negros constituem uma fração muito significativa da população regional, representam cerca de 150 milhões de pessoas, destas quase 30% são pessoas jovens. Possibilitar um momento de interação entre as lideranças jovens negras da região, intercâmbio e formação política, resulta no fortalecimento do tecido organizativo juvenil, potencializando a atuação política dos movimentos afrojuvenis nos países das Américas", comenta Thais Zimbwe, coordenadora do Colóquio.
JB

Vinte e cinco estados já agendaram etapas locais da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial


Os órgãos de promoção da igualdade racial de todas as regiões do país estão realizando conferências municipais e estaduais a fim de se prepararem para participar da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (II CONAPIR) - que acontecerá entre os dias 25 e 28 de junho, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília.
As Conferências Estaduais são responsáveis pela eleição de delegados à Conferência Nacional. A expectativa é de que participem mais de mil e quinhentos delegados.
Exemplares do Regimento Interno da II CONAPIR e do Caderno de Subsídios, produzido pela SEPPIR, estão sendo distribuídos nos estados.
Os órgãos interessados nestes materiais podem entrar em contato com a Coordenação de Comunicação da SEPPIR através do telefone (61)3411-3670.

Confira as datas das conferências estaduais:

Acre – 14 e 15 de maio
Alagoas – 21 de maio
Amazonas – 07 a 09 de maio
Amapá – 27 a 30 de abril
Bahia – 24 a 26 de maio
Ceará – 19 e 20 de maio
Distrito Federal – 21 e 22 de maio
Espírito Santo – 15 a 17 de maio
Goiás – 15 de maio
Maranhão – 12 a 14 de maio
Minhas Gerais – 23 e 24 de maio
Mato Grosso do Sul – 29 e 30 de abril
Pará – 30 de abril a 02 de maio
Paraíba – 23 e 24 de maio
Pernambuco – 23 e 24 de maio
Piauí – 21 e 22 de maio
Rio de Janeiro – 22 e 23 de maio
Rio Grande do Norte – 28 a 30 de abril
Rondônia – 20 a 22 de maio
Roraima – 12 a 14 de maio
Rio Grande do Sul – 22 e 23 de maio
Santa Cataria – 06 e 07 de maio
Sergipe – 15 e 16 de maio
Tocantins – 06 a 08 de maio

O estado do Mato Grosso saiu na frente e realizou sua conferência em dezembro do ano passado.

Os estados do Paraná e de São Paulo são os únicos que ainda não definiram datas.

Conferência Nacional – A II CONAPIR será uma oportunidade para ampliar o diálogo e a cooperação entre órgãos e entidades governamentais e não-governamentais de promoção da igualdade racial, na qual serão apontados possíveis ajustes nas políticas de igualdade ora em curso, e fortalecidas as relações destas com as políticas sociais e econômicas em vigor.
SEPPIR

Audiência no Senado discute participação brasileira na Conferência Durban+8

A Conferência para a Revisão da III Conferência das Nações Unidas contra o Racismo, também conhecida como Durban+8, foi pauta de uma audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado na manhã desta quarta-feira (01/04).
O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, participou da mesa presidida pelo senador Cristovam Buarque, que contou também com a participação do embaixador Marcos Vinícius Pinta Gama, representando o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.A pedido do senador José Nery, a audiência foi aberta com um minuto de silêncio em memória do ex-presidente argentino Raul Alfonsin, que morreu na véspera.
Na seqüência o embaixador Marcos Gama destacou a importância da III Conferência das Nações Unidas contra o Racismo – realizada em Durban, na África, em 2001 – para o avanço da promoção da igualdade racial em todo o mundo. Ele relembrou que a delegação brasileira teve papel de destaque naquele encontro, no qual trabalhou na construção de consensos entre posições antagônicas, e muitas vezes extremadas, que possibilitaram a elaboração do Plano de Ação de Durban.
O embaixador informou detalhes sobre a Conferência de Revisão, que será realizada em Genebra, na Suíça, entre os próximos dias 20 e 24 de abril. De acordo com o embaixador, a pauta do novo encontro estará restrita ao que foi definido na África do Sul.
Temas polêmicos, como orientação sexual, a questão palestina e difamação de religiões ficarão de fora da agenda de Genebra. Ele salientou que farão parte da agenda da Conferência temas como a discriminação contra negros, indígenas e mulheres, a incompatibilidade entre racismo e democracia e a adoção de ações afirmativas.
O ministro do MRE informou ainda não haver definição sobre a presidência da Conferência em Genebra. Disse que o Brasil foi um dos poucos países a realizar conferência regional para debater Durban, o que ocorreu em junho de 2008 com a Conferência Regional para América Latina e Caribe – Preparatória para a Conferência de Revisão de Durban.
O ministro Edson Santos assinalou a importância da presença de países europeus e dos Estados Unidos para garantir o sucesso da Conferência. Ele avaliou que Genebra será diferente de Durban quanto à participação da sociedade civil brasileira e à composição da delegação brasileira.
– Estamos juntos com o Ministério das Relações Exteriores discutindo formas de abrigar maior número de representantes da sociedade civil para compor a delegação – afirmou Edson Santos, que reiterou a importância do Brasil no papel de mediador e o empenho brasileiro na preparação da Conferência, ao trazer representantes de países latino-americanos e caribenhos a Brasília em 2008.
– O Brasil tem importância fundamental na costura, na mediação, nas pontes fundamentais para Durban chegar ao entendimento na promoção da igualdade racial. A sociedade civil terá papel fundamental em torno de um consenso na agenda de Durban – avaliou o ministro.
A senadora Fátima Cleide (PT-RO), autora do requerimento para realização da audiência, lamentou a ausência dos representantes da sociedade civil no debate e avaliou como retrocesso o Brasil não defender, em Genebra, as políticas públicas adotadas no país contra a intolerância. O presidente da comissão, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), elogiou o governo brasileiro pela "firme disposição" em garantir respeito aos direitos humanos dos diversos grupos que costumam ser discriminados no Brasil e no mundo.
SEPPIR

MAIS DO MESMO...

" Voce não acha chique emprestar dinheiro para o FMI? E eu, que passei parte da minha juventude carregando faixa em São Paulo 'Fora FMI'?"

Lula, na reunião do G20. Presidente diz que não vai dar aumento ao funcionalismo, corte de verbas das áreas sociais, mas dá dinheiro para o FMI?? E ainda renega seu passado e despreza os movimentos antiimperialistas... É o Pacote Lula.

Declaração do presidente Lula pode levá-lo a se explicar na Justiça

A declaração do presidente Luís Inácio Lula da Silva, feita durante a recente visita do primeiro-ministro inglês, Gordon Brownem ao Brasil, em que afirma a culpa da atual crise econômica mundial ter sido ' fomentada por comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis, que antes da crise pareciam que sabiam tudo, e que agora demonstra não saber nada" pode levá-lo a se explicar na Justiça.

O jornalista e consultor empresarial Clóvis Victório Mezzomo ingressou na quinta (02), no Supremo Tribunal Federal, uma ação solicitando ao presidente que justifique porque as causas da crise mundial decorrem de 'razões genéticas, ou seja, uma raça ou etnia portadora de genes recessivos é culpada pela crise internacional, mais especificamente a 'gente branca, de olhos azuis''. Para Mezzomo, a atitude de Lula foi "racista", com uma postura 'intolerável'.

A relatoria do processo está a cargo do ministro Celso de Mello.
CORREIO DA BAHIA