Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

terça-feira, julho 30, 2013

Amarildo, que não se chama Francisco









O pedreiro Amarildo de Souza – que poderia se chamar Pedro ou Francisco - , preso sem quaisquer acusações – segunda alega a polícia fluminense ele “era parecido com um procurado por tráfico” – foi levado para uma UPP da Comunidade da Rocinha e continua desaparecido. Onde está Amarildo? Vamos esperar quarenta anos e então criar uma comissão para saber a verdade?


Amarildo é pedreiro, chamado pelos amigos de “o boi”, tem 42 anos, nascido e criado na Rocinha, a grande comunidade do Rio de Janeiro, é casado com Elizabeth e tem seis filhos, foi preso na porta de seu barraco pelos policiais da UPP. Depois disso, ninguém sabe, ninguém viu.
Ainda estamos em plena Jornada Mundial da Juventude, aqui num Rio de Janeiro incomumente frio e chuvoso. Neste mesmo Rio as ondas de protestos das (já agora), chamadas “Jornadas de Junho”, continuam a explodir em ações, marchas e numa mobilização, incluindo em face do Papa Francisco, constante. Da mesma forma, o poder estadual se organiza, de forma jamais vista, mobilizando organismos e entidades voltadas para a repressão e a paralisação da “voz das ruas”.

As manifestações e as ações, em especial contra o governo do Estado (coligação PMDB+PT) continuam. Em bem verdade, sem seu caráter massivo das grandes Marchas de Junho (mais de um milhão de pessoas nas ruas), mas mantidas de forma insistente, aguda, provocativa e explicitando a incapacidade do governo estadual em dar respostas éticas, sinceras e populares às demandas das ruas.

Na JMJ, todas as agruras e misérias impostas diariamente à população trabalhadora do carioca e fluminense, explodiram sobre os “peregrinos”. Sem qualquer pudor ou caridade cristã. E tais humilhações, no limite do deboche, são ainda uma vez as mesmas: engarrafamentos, a ausência dos ônibus, as multidões dormindo nos pontos e estações finais; o metrô parado e as pessoas caminhando pelos trilhos na escuridão; máquinas-bilheteiras paradas, funcionários e “seguranças” das empresas de transportes ausentes, arrogantes, prepotentes e brutais perante justas cobranças e queixas dos usuários.

Capazes de abandonar milhares de pessoas nas ruas, num frio e numa chuva inusitados, durante um evento esquadrilhado pela mídia nacional e internacional, as autoridades fluminenses são capazes de muito mais no dia à dia, na rotina enfadonha e brutalizada dos transportes, da segurança, dos serviços e das condições mínimas de bem-estar social.

O planejamento mínimo da JMJ – como os locais dos eventos, com seus necessários refeitórios e banheiros – não existiu ou foi abandonado, depois de gastos feitos (e que permanecem estranhamento secretos, tanto de parte da comissão da Igreja, como de parte da Prefeitura do Rio de Janeiro). Não estamos criticando o que foi gasto para vinda do Papa – aviões, helicópteros, segurança, fechamento de ruas e de serviços, paralisação do trabalho, etc.). 

Não falamos disso. Falamos, por exemplo, do chamado “Campo da Fé” – imensa construção, longe 50 quilômetros do Centro do Rio e do local, real, onde as cerimônias foram realizadas. Quem “atestou” o local? Quem aterrou o mangue local – área permanente de preservação natural conforme a constituição – e, por fim, quem pagou todas as obras lá feitas?

Bem, ao lado disso, a ilusão de que a população do Rio iria esquecer as mazelas do seu dia à dia, evaporou-se. Os acampamentos em frente da residência do Governador ou as manifestações em frente do Palácio Guanabara se sucedem, inclusive em presença do Papa e em plena Praia de Copacabana. Mas, do que isso: tornou-se patente, transparente, a ação do governo do Estado e sua decisão de não dialogar, de reprimir, sabotar e falsear a natureza dos protestos.

A violência da polícia fluminense evidenciou-se, num misto de incompetência e de truculência. Eu não sei, por exemplo, se o estudante Bruno Telles portava (ou lançou) ou não um coquetel molotov nos protestos em frente do Palácio Guanabara. Bem, a PM e a Polícia Civil também não sabem. O Ministério Público não sabe. A Mídia Ninja apresentou filmes, periciados, onde o jovem nada tinha nas mãos e sequer portava mochila e esteve, durante todo o evento, de rosto descoberto. Contudo, Bruno foi acusado de homicídio doloso. 

Foi preso. Mantido num presídio, precisou de habeas corpus para voltar à liberdade. Seu nome foi exposto e as autoridades, dotadas, de forma gritantemente ilegal, de poderes inconstitucionais outorgados pelo Governador, o acusam de ser um homicida. Mas, nada apresentam como prova. E daí? Parece que para as autoridades fluminenses não faz qualquer diferença.

Nas manifestações em que Bruno foi preso, surgiram policiais à paisana. Ah, são “agentes secretos”. Ok, entendi... Buscam informações. É isso? Mas, filmes e fotos apresentam tais policiais incentivando a depredação, mobilizando ataques aos colegas fardados e lançando pedras e, aparentemente, bombas. E daí? Nada. 

O operário, pedreiro, Amarildo de Souza – que poderia se chamar Pedro ou Francisco - , preso sem quaisquer acusações – segunda alega a polícia fluminense ele “era parecido com um procurado por tráfico” – foi levado para uma UPP da Comunidade da Rocinha, zona sul do Rio, continua desaparecido. Mais uma vez é o mesmo do mesmo: alguém, no caso um operário – embora se fosse um contraventor nada deveria ser diferente! – é preso, sem quaisquer ato ou documento legal, é lavado para um próprio do governo do Estado (uma dita “Unidade de Polícia Pacificadora, UPP”) e então desaparece! 

Todos nós já vimos este filme. Foi rodado e exibido durante a ditadura, atingindo resistentes, combatentes e aqueles vitimados por erro de identificação. Há uma comissão para esclarecer isso. Mas, depois da ditadura, o filme continuou em cartaz nas comunidades populares e nas periferias desassistidas de todo o país.

Enfim, onde está Amarildo? Vamos esperar quarenta anos e então criar uma comissão para saber a verdade?

Em meio aos protestos das Jornadas de Julho a PM do Rio de Janeiro, em “combate” descontrolado com o narcotráfico – que foi “pacificado”! – invadiu o imenso complexo denominado “Favela da Maré” e chacinou oito pessoas e teve um policial morto – vítima do tráfico “pacificado” e do despreparo da corporação. Assim, no dia 24 de junho, em plena mobilização dos protestos na cidade, com toda a mídia protestando contra o uso abusivo (?!) de balas de borracha, o BOPE entra numa área densamente povoada e mata oito pessoas... Não eram balas de borracha – que por sinal, também matam! – mas balas de verdade, que matam de verdade, como matam nas comunidades fluminenses desde sempre. Os mortos eram trabalhadores, incluindo um garçom, em pleno trabalho, morto com um tiro no rosto.

E daí? Quem se importa? Ninguém!

Contudo, o governo do estado criou, de forma expressa, uma comissão de repressão ao “vandalismo”. A comissão, criada por decreto, sem apreciação da assembleia legislativa e sem consulta a sociedade civil – a OAB já se pronunciou pela sua inconstitucionalidade – ou o próprio Poder Judiciário. 

Pelo “Diktat” do Governador do Rio de Janeiro, o sigilo digital, telefônico e os direitos individuais estão suspensos nas terras fluminenses. Mas, com certeza tal decisão só vale para os “vândalos” – para saber como são feitas as licitações das linhas de ônibus, do BRT, a privatização do Metro ou os custos das obras do “Campo da Fé” não vale... Além disso, a PM que deveria ser investigada – seja na invasão da Favela da Maré ou desaparecimento do pedreiro Amarildo - assume poderes investigativos, usurpando as funções da Justiça.

A Comissão de Investigação dos Atos de Vandalismo em Manifestações Populares – uma invenção digna dos regimes ditatoriais - vai investigar onde está Amarildo? Não, a emergência é outra... Talvez salvar a carreira (carreira?) dos políticos fluminenses.

E daí? Nada! Quem se importa? Com certeza a comissão autorizada, por decreto, a dar ultimatos às instituições do estado e da sociedade civil, a atropelar as normas constitucionais e a dar poderes ditatoriais a polícia, não se importa com Amarildo.

Com certeza os seis filhos de Amarildo se importam. E daí?


FONTE: CARTA CAPITAL / Francisco Carlos Teixeira(*) Professor Titular de História Contemporânea/IUPERJ.

Anhanguera realiza demissão em massa de professores mestres e doutores






O que acontece quando a educação vira mercadoria
A Anhanguera Educacional tornou-se uma empresa S.A., com ações na bolsa de valores e uma agressiva política de compra de outras instituições. Depois de gastar R$ 800 milhões com a compra de 12 redes de ensino, o grupo tornou-se a maior rede de ensino do país. Só no ABC a Anhanguera já adquiriu a Faenac, em São Caetano, a Anchieta e a Uniban, em São Bernardo, a UniA e a UniABC, em Santo André.
Com a aquisição de tantas faculdades, era de se esperar que houvesse mudanças no quadro de professores, promovendo assim um alinhamento com as diretrizes do grupo. No entanto, o que acabou acontecendo foi muito mais que isso.
As demissões em massa
Segundo dados da Federação dos Professores de São Paulo (Fepesp), o Grupo Anhanguera demitiu apenas no Estado de São Paulo 1.497 professores. E esse número deve ser ainda maior, uma vez que há relatos de demissão em outros estados, como Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Especula-se que a Anhanguera deseja reformular seu quadro com professores de titulação mais baixa. Segundo professores da Anhanguera, a instituição paga a um mestre o valor de R$ 38,00 por hora-aula e, agora, deverá pagar R$ 26,00 aos novos contratados.
O outro lado
Por nota, a Anhanguera Educacional afirma que “A Anhanguera realizou um grande ciclo de aquisições em 2011, com 12 instituições adquiridas, e que a atualização do corpo docente é necessária para adaptar os currículos das novas unidades ao padrão de qualidade dos cursos da Anhanguera. Neste ajuste, a instituição reduzirá o numero de professores temporários, mas também fará contratações de outros em regime integral”, diz a nota.
Verdade seja dita
A incoerência da nota publicada pelo grupo Anhanguera encontra-se no fato de que foram realizadas demissões radicais em praticamente todas as faculdades do grupo, ou seja, não foram apenas as 12 instituições adquiridas em 2011 que tiveram baixas em seu quadro docente.
Outro aspecto curioso é que 2011 foi ano de avaliação institucional das faculdades do grupo pelo MEC, e os avaliadores do governo encontraram um quadro de professores mestres e doutores que não se encontram mais nas faculdades. A grande sacada aí é que legalmente, as universidades precisam ter ao menos 1/3 de professores com mestrado ou doutorado. Mas há o entendimento de que a porcentagem diz respeito ao número de docentes, não à quantidade de aulas dadas.
E eu com isso?
Imagine a situação absurda: professores qualificam-se com titulação de mestres e doutores e são penalizados exatamente porque estudam.
Sem mencionar que as oportunidades de emprego para mestres e doutores vão acabar se reduzido às instituições públicas, principalmente em regiões como a Grande São Paulo, onde o grupo comprou grande parte das instituições.
“Só dava aula naquela instituição. Sei que na região minhas opções diminuíram, pois não vou procurar nas que integram o grupo. Além disso, a qualidade do ensino fica prejudicada, uma vez que preferem contratar profissionais com menos experiência e estudo”, lamenta o professor em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Para finalizar, a pergunta que não quer calar: “Por que será que o MEC não toma uma atitude a respeito deste sucateamento do ensino privado superior no país?”.

FONTE: POSGRADUANDOCOM

terça-feira, julho 23, 2013

Um herdeiro lucrativo para a coroa britânica













Nascimento de filho de William e Kate
 deve injetar R$ 801 milhões 
na economia

Não bastasse a importância política que terá o novo herdeiro da coroa britânica, o terceiro na linha de sucessão, os efeitos do seu nascimento para a economia do Reino Unido serão inegáveis. Estudo divulgado pela associação de comércio varejista do país (CCR, na sigla em inglês) prevê um aumento nas vendas do comércio de nada menos que R$ 801 milhões em apenas dois meses.

Trata-se de praticamente R$ 13 milhões por dia. A estimativa foi feita com base nas projeções para os gastos que britânicos e estrangeiros terão feito apenas entre 1 de julho, quando a imprensa começou a vigília em frente ao Hospital St. Mary's, onde nasceu o filho de William e Kate, e o dia 31 de agosto.

Se o excessivo assédio aos membros da família Real tem o seu ônus, os bônus vêm sob a forma de renda adicional para a economia como um todo. Acredita-se que a imagem da realeza sobre a economia em geral - o que significa desde o impacto para o turismo, quanto para o comércio, realizações de eventos e exportações - seja de cerca de R$ 3,6 bilhões. A conta é da consultoria Brand Finance.

Não é à toa que consultores de moda e relações públicas estão sempre antenados à indumentária da corte e os endereços favoritos de cada um dos seus membros. Ao identificarem uma marca qualquer, correm para colocar na internet a foto, o nome do produto e onde encontrá-lo. O fenômeno se estende aos colaterais da família real. Pippa Middleton, a midiática irmã da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, recebe roupas e acessórios para serem vistos pelo público que, ao descobri-los, são capazes de esgotar os estoques das lojas.

Com base em diferentes fontes de informação, o relatório da CCR mostra que só o casamento de William e Kate, no dia 29 de abril de 2011, pode ter rendido ao país como um todo entre R$ 350 milhões e pouco mais de R$ 2 bilhões. Estão incluídos nesta conta os gastos de turistas e dos próprios britânicos - que foram até a capital acompanhar de perto o conto de fadas real - com souvenires, acomodação, viagens, restaurantes e bares, além de compras em geral. O evento mais esperado daquele ano foi acompanhado de perto, em todos os detalhes, por dois bilhões de televisores em todo o planeta.

O casamento do duque e da duquesa de Cambridge também rendeu pontos para a popularidade da monarquia britânica. De acordo com dados do instituto de pesquisa YouGov, 73% dos entrevistados achavam que o casamento tinha um efeito positivo na maneira como as pessoas viam o Reino Unido, e 70% tinha a mesma impressão para a forma que eram vistos a rainha e família real.

A chegada de Kate Middleton para a família e a sua gravidez já haviam tido um impacto positivo sobre as expectativas das pessoas, segundo especialistas. O CRR destaca que ainda um crescimento nas vendas de roupas semelhantes àquela que usou a duquesa durante os nove meses em que carregou o herdeiro real e os acessórios mais exclusivos para bebês, como berços e carrinhos.

O bebê real deve ajudar a atualizar os números e a renovar a imagem da realeza britânica. Pelas contas do CCR, só os gastos com souvenires relacionados à criança devem beirar os R$ 184,8 milhões, enquanto as despesas com livros devem ficar em torno de R$ 251 milhões e de brinquedos, em R$ R$ 79 milhões. Já os DVDs e jornais e publicações especiais devem representar um adicional de R$ 80 milhões.

Mas não só os artigos relacionados ao bebê que deverão vender mais. A associação está contando com comemorações dos súditos e dos curiosos regados a espumantes e boa comida - R$ 204,6 milhões e R$ 82,5 milhões, respectivamente.

O fato é que todos querem tirar uma casquinha. De olho nos cifrões que estão por vir, o próprio avô da criança, o próximo na linha de sucessão real, o príncipe Charles, está vendendo sapatos feitos a mão e chapéus a partir da sua marca Highgrove. A avó materna, a plebeia Carole Middleton, também anunciou novidades para a sua Party Pieces, empresa de especializada em produtos de festas infantis, com promoções temáticas relacionadas ao bebê real.

FONTE: vespertino Globo a Mais

quinta-feira, julho 18, 2013

No meio do redemunho








O Mídia Ninja não tenta explicar ao espectador o que está acontecendo. Com seu material bruto, prefere levar o próprio público ao centro da ação


Uma mochila. Um laptop. Partindo do laptop, um cabo conectado ao iPhone. O sinal da rede 3G. Ou o wi-fi de alguém da redondeza. Às vezes um modem 4G conectado ao mesmo laptop. Está armada a “unidade móvel” do Mídia Ninja.
Lá mesmo, no fim da Paulista, às últimas horas da terça, 18/6, bem no momento em que um pequeno grupo decide atear fogo ao painel da Copa das Confederações. Lá na M’Boi Mirim, no meio de manifestantes sentados em círculos, que repetiam num jogral a pauta das reivindicações a serem levadas ao subprefeito na quarta seguinte.Para entrar no ar, um dos vários canais gratuitos de transmissão de vídeo na internet. Para atrair espectadores, um post no Facebook, outro no Twitter. A dinâmica de compartilhamentos das redes sociais se encarrega de avisar que ela está lá.
O Mídia Ninja (uma abreviação livre de Narrativas Independentes Jornalismo e Ação) não obedece à formalidade nem aos rituais da mídia tradicional. Suas imagens são transmitidas em tempo real, sem nenhuma edição. Não há vistas aéreas, não há tomadas a partir de postos de observação: é rua o tempo inteiro, e o ponto de vista é o mesmo do manifestante. Daí as imagens tremidas em meio à correria e os longos trechos de caminhada em busca dos pontos onde se reagrupam os dispersados. A narrativa é crua. Não tenta (nem seria capaz de) explicar ao espectador o que está acontecendo. Com seu material bruto, coloca o público no centro da ação.
Mas a quem pertencem as mochilas? A um grupo de ativistas que, depois de fazer uma cobertura ao vivo da Marcha da Liberdade, realizada em São Paulo em 28 de maio de 2011, lançou uma série de programas de debates transmitidos pela internet em um canal batizado de PósTV. Ligados a diferentes grupos militantes, a maioria deles fazia parte do Movimento Fora do Eixo, coletivo cultural fundado em 2005 por produtores de Campo Grande, MT, Rio Branco, AC, Uberlândia, MG, e Londrina, PR, com o objetivo inicial de promover músicos e bandas de todas as regiões do Brasil, em especial as situadas além do eixo Rio-São Paulo. Presente em 25 cidades, agora também se ocupa da organização de festivais e eventos no Brasil e no exterior, novamente fora do circuito comercial tradicional.
Os autointitulados ninjas, que sempre mostram a cara, expandiram sua grade de programação no primeiro turno das eleições municipais no ano passado, realizando programas diários que discutiam as diferentes candidaturas em 20 cidades do País. Para tanto, se valeram da capilaridade – e dos recursos – do Fora do Eixo. No começo deste ano, visitaram aldeias dos guaranis-caiovás no Mato Grosso do Sul para uma série de reportagens e cobriram o Fórum Social Mundial na Tunísia. Quando se preparavam para discutir linhas de pauta, alternativas de financiamento e os próximos passos da iniciativa, os 20 centavos explodiram nas ruas e os ninjas se jogaram de cabeça nos protestos.
A maioria deles não tem formação jornalística. O chamado núcleo duro, responsável pelas transmissões que ajudaram a dar visibilidade ao coletivo, é formado por cerca de dez jovens, quase todos com menos de 25 anos. A exceção é Bruno Torturra, de 34, que trabalhou na revista Trip por 11 anos como repórter, editor e diretor de redação. Ele, que ficou nos bastidores coordenando as coberturas, orientando quem estava na rua, afirma que a cobertura era guiada por instinto, por um “espírito de perdigueiro sem muito adestramento, sem processos e técnicas que são, sim, muito valiosos”.
Um exemplo dessa falta de “adestramento” foi dado durante a transmissão do dia 18 de junho. Filipe Peçanha, carioca de 24 anos que estudou audiovisual, acompanhava a manifestação desde a porta da Prefeitura. Depois de quase quatro horas no ar, de ter percorrido 4,5 quilômetros e ser atingido pelo gás lacrimogêneo, ele não se conteve quando o policial militar sem identificação no uniforme ordenou que desligasse a câmera. Correndo atrás do oficial para fazer com que dissesse o próprio nome, desferiu palavrões do mesmo naipe daqueles de torcedor contra juiz. Como esse formato de transmissão permite uma intervenção imediata do público por meio da seção de comentários, logo ficou claro: boa parte dos espectadores não gostou da atitude. Para Peçanha, é o preço do ao vivo – e de um novo jornalismo. Ele reconhece que, no calor do momento, qualquer um pode perder a cabeça. E atribui a reação do público a uma visão “antiquada”, a de que o repórter tem de ser imparcial, sempre. “Não estamos cobrindo um ato, estamos nele. As reações do repórter podem ter um efeito importante de denúncia.”
O calor que vem das redes, principalmente na forma de comentários, é objeto de trabalho de uma parcela da equipe fincada no QG. Dríade Aguiar, de 22 anos, faz parte dela. Se estivéssemos falando de uma emissora de TV tradicional, Dríade seria chamada de produtora. Na PósTV, ela ajuda a delimitar as coberturas mapeando atos e manifestações pelo País, identificando fotógrafos e repórteres que possam cuidar de cada um desses eventos e, uma vez com as transmissões em curso, triando os comentários e repassando dicas de furos e alertas de quem está nas ruas. Assim como Peçanha, Dríade, cuiabana que mora em São Paulo desde o fim de 2010, faz parte do Movimento Fora do Eixo. Ela se juntou a eles aos 16 anos, quando cobria eventos culturais para redes sociais. Cursou apenas três meses da faculdade de história, que abandonou para se dedicar integralmente às atividades do coletivo.
O trabalho de base, feito por jovens como Dríade, ajuda a estabelecer uma conversa entre espectadores e emissores e também a entender a simpatia com que os ninjas vêm sendo recebidos pelas ruas. Comerciantes emprestam tomadas para recarregar as baterias dos laptops, admiradores enviam mensagens colocando carros e equipamentos à disposição das equipes, moradores do entorno dos atos compartilham senhas de wi-fi e chegam a abrir suas casas para que os repórteres possam tomar banho ou descansar sem precisar se afastar dos centros nervosos. O calor da ação empolga até profissionais experientes, como o correspondente da Globo News em Nova York Jorge Pontual. Na noite do dia 18/6, quando Filipe Peçanha corria com seu iPhone pela Avenida Paulista, Pontual indicava o link da transmissão aos seus seguidores: “Se a bateria do ninja não morrer, eu não durmo essa noite”.
O domínio sobre a tecnologia é outro aspecto que intriga os espectadores do Mídia Ninja. Que operadora de telefonia usam? Como conseguem sinal no meio da multidão? Que telefones e computadores são esses cujas baterias parecem imortais? São os mesmos nossos de cada dia. Mas os ninjas se valem de gambiarras e jeitinhos que foram aprendendo na produção dos festivais de música da Fora do Eixo. Até fevereiro deste ano, as transmissões fora do estúdio ou de um espaço para shows tinham mobilidade limitada. Eles se muniam de cabos de até 300 metros para conectar as câmeras à internet e tinham de se restringir a esse raio de ação. Foi durante o carnaval que, em conjunto com o coletivo Tanque Rosa Choque, da USP, criaram seu caminhão link. A ideia era construir um minitrio elétrico para animar os blocos de carnaval que inundaram os quarteirões de diferentes regiões da cidade. Em um carrinho de supermercado, reuniram duas caixas de som, um gerador, uma mesa de som e laptops.
Quando, meses mais tarde, se preparavam para cobrir os protestos, devolveram o carrinho ao asfalto, turbinado com uma câmera Go Pro e uma torre improvisada. Para garantir internet móvel pelo percurso, visitaram apartamentos e estabelecimentos comerciais ao longo do trajeto das manifestações pedindo acesso às suas redes de internet sem fio. Também perceberam que o melhor momento para fazer transmissões via rede 3G é quando a polícia entra com a força para dispersar os manifestantes. “Quando todo mundo guarda os celulares no bolso para sair correndo, é hora de sacar os nossos”, diz Torturra.
Boa parte do tal núcleo duro mora na Casa Fora do Eixo (R. Escuvero, 282, Cambuci), onde até o guarda-roupa é compartilhado. Celulares, computadores, câmeras e planos de internet são, portanto, bancados pelos recursos do Fora do Eixo. Pablo Capilé, principal porta-voz do movimento, diz que a força de trabalho, composta por gente jovem, altamente qualificada e que se envolve nos projetos como militante, é a principal força mantenedora. E os festivais e eventos que produzem (alguns deles realizados em 300 cidades simultaneamente), a principal fonte de renda. Dinheiro público? Capilé diz que não passa de 3% do total.
A dúvida que paira sobre a evolução e o futuro de um veículo de mídia alternativa como a Ninja é o que fazer para financiar sua expansão sem cair no modelo tradicional das empresas jornalísticas, que passam por crises no mundo todo. A ambição declarada é fugir de formatos padrão e evitar clichês. Mas o caminho para colocar na rua uma grande equipe de reportagem que teria como elemento central células temáticas tocadas por editores mais experientes está longe de ser pavimentado. Eles são completamente avessos à ideia de um conglomerado com fins lucrativos. Acreditam que esse modelo é o responsável pelo abalo da imprensa. Rechaçam também uma organização hierárquica. Defendem um sistema horizontal, sem sócios, sem chefes, em que as decisões são tomadas por consenso. E veem nas ferramentas de financiamento coletivo (crowdfunding) a principal alternativa. “O leitor, o espectador, se sente diretamente responsável pelo que é produzido. Cria-se uma relação interessante”, diz Torturra.
Outro elemento importante é delimitar o foco da cobertura quando as ruas se aquietarem. Eles dizem que a agenda atual já dá mostras desse futuro. Além das manifestações, os jovens vêm cobrindo aulas abertas que ajudam a aprofundar temas dos protestos, como modelos alternativos de transporte, e ações de movimentos sociais, como ocupações e assembleias. Nesse cenário, a veia militante dos ninjas pode ameaçar a qualidade do jornalismo produzido? Eles acreditam que a disputa por narrativas criou novos parâmetros e demandas. “A melhor forma de nossa militância não significar perda de qualidade é não esconder nada”, diz Torturra. “É preciso não tentar vê-la como antítese da objetividade. Só é fundamental que o posicionamento fique claro.” Quanto ao surgimento de outros ninjas em novas redes – e às críticas de que estariam mais interessados em construir uma marca do que um novo modo de narrativa – os ninjas originais dizem o seguinte: o objetivo final é perder o controle. É ver surgir muitos novos clãs inspirados por eles – e que os inspirem também.
FONTE: ESTADÃO / ALIAS/ Camila Hessel 

Diversidade cultural e desafios da atual conjuntura marcam início do 58º Conad








Santa Maria (RS) sedia o Conselho do ANDES-SN, que até domingo (21) atualizará o plano de lutas do Sindicato Nacional considerando o contexto do levante nacional de manifestações

A importância da unidade e protagonismo dos docentes nas manifestações recentes que lutam contra as políticas de governo - que priorizam cada vez mais o capital e retiram os direitos dos trabalhadores - foi ressaltada nas falas de abertura do 58º Conad, iniciado na manhã desta quinta-feira (18), em Santa Maria (RS). O Conselho do Sindicato Nacional de 2013, que tem como tema central ANDES-SN: Sindicato de luta, ampliando a organização da categoria e a unidade classista dos trabalhadores - reúne mais de 150 docentes de todo o país -, que até o domingo (21) têm como desafio atualizar o plano de lutas do ANDES-SN, a partir da nova conjuntura, aprovado no 32º Congresso do ANDES-SN, realizado em março deste ano no Rio de Janeiro. 



Apresentação cultural
Ao som de Cálice (Chico Buarque), Admirável Gado Novo (Zé Ramalho), O Mundo é um Moinho (Cartola), Fera Ferida (Maria Bethânia) e Peleia (Ultramen), o grupo Integração e Arte Cenário, da Faculdade Metodista, apresentou o espetáculo Vozes do Brasil, e emocionou os participantes na abertura do encontro. A apresentação foi encerrada com um convite para que todos cantassem juntos o hino da cidade de Santa Maria da Bocca do Monte, que acolhe o encontro até domingo.

De acordo com a coreógrafa do grupo, Aline Fernandez, o objetivo foi fazer uma apresentação que contemplasse todas as culturas brasileiras. “Quisemos representar os quatro cantos do país, com músicas e coreografias que mostrassem essa diversidade. Ficamos lisonjeados com o convite”, comentou.

Plenária
Após a instalação da mesa, o 1º secretário do ANDES-SN, Márcio de Oliveira, abriu a plenária prestando homenagem ao professor Edmundo Fernandes Dias, recentemente falecido, pelo muito que contribuiu na formação do Sindicato Nacional e sua atuação incansável na luta por transformação social. “Os que chegaram recentemente não sabem a imensidão do significado do Edmundo para este Sindicato. A vida dele foi marcada pela simplicidade, cultivada buscando realizar a plenitude de uma democracia verdadeira e a construção de um ouTro patamar de sociedade. Estamos fazendo uma homenagem simples como ele gostaria que fosse”, disse emocionado, antes de ler um texto sobre o professor. Ao final, os docentes aplaudiram Edmundo Dias de pé, reverenciando o que o docente representa à luta da categoria. 

As manifestações que tomaram conta do Brasil nos últimos meses mostraram que a juventude e outros setores sociais estão dispostos a mudar o país trazendo para o primeiro plano temas que vinham sendo pautados há tempos pelo movimento sindical e popular, e a trajetória de luta marcante na história de Santa Maria, também presente nos protestos que clamam por justiça em relação à tragédia da boate Kiss que resultou na morte de 242 jovens da cidade também foram destacadas nas falas da abertura. 

“Santa Maria está com ferida aberta, perdeu 242 jovens, mais de 100 estudantes da universidade. Nós sofremos e estamos lutando por justiça. Os docentes aqui nos dão força, nos dão mostra que no Brasil inteiro esta luta persiste e se amplia. A luta que travamos aqui em Santa Maria é a luta de todos, lutar por justiça aqui é lutar pelos movimentos sociais, sindicais e pelo futuro das nossas famílias”, afirmou o presidente da Sedufsm, Seção Sindical do ANDES-SN, Rondon de Castro. O professor ressaltou ainda o “esforço da Seção Sindical em proporcionar condições para o debate, para ser mais um evento que se caracterize pela democracia interna, que extrapole as paredes da universidade e influencie a sociedade”. 

O 1º vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul, Carlos Alberto Pires, falou sobre a contribuição dos novos docentes no 58ª do Conad. “A renovação misturada com a experiência vai ajudar muito para que possamos fazer boas análises para o tempo que virá e que exigirá muito do nosso sindicato”. 

Em sua fala, o secretário-geral da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Moacir Meireles, fez duras críticas ao governo e enfatizou a atuação da CSP-Conlutas na defesa dos direitos dos aposentados e pensionistas. “Trazemos nosso apoio para esta categoria tão sofrida como a dos aposentados e pensionistas e pedimos apoio também ao ANDES-SN para nossas questões”. 

Para o representante do DCE da UFSM, Alex Monaiar, o tema central do Conad é oportuno pelo atual momento vivido pelo país, de mobilização nacional. “Nesse momento de analisar a conjuntura para pensar o processo de luta no próximo período, é importante levar em conta que por mais que se tiveram avanços, estamos chegando ao limite. É preciso pensar no que queremos para o Brasil”. Monaiar destacou ainda a parceria entre o Diretório e a Sedufsm nas lutas da cidade, em que o ANDES-SN também se faz presente.

“A homenagem ao Edmundo é uma homenagem ao Sindicato Nacional e a luta dos docentes desse país”, afirmou o representante da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, no início da sua fala, que acrescentou: “A importância do Conad e da presença dos docentes nesta cidade têm que ser a importância do apoio aos familiares das vítimas e na luta por justiça. Há responsáveis por esta tragédia e não são só os bombeiros. Neste sentido, o Conad tem que ser o ponto de apoio. Do luto a luta, mas de Santa Maria para o Brasil e do Brasil e para o mundo”. Lopes ressaltou ainda o Dia Nacional de Luta, realizado em 11 de julho em todo o país, a Marcha do dia 24 de abril que reuniu em Brasília mais de 20 mil pessoas, e a importância de se colocar a classe trabalhadora em seu papel protagonista para mudar a realidade do país. 

Ressaltando o protagonismo do ANDES-SN nas lutas da classe trabalhadora, o representante da CSP-Conlutas fez um chamado para que os delegados e observadores do 58º Conad  discutam e incorporem ao calendário de ações do Sindicato Nacional o novo dia nacional de paralisação chamado pelas centrais sindicais para 30 de agosto. “O Conad pode potencializar a participação dos docentes na construção desta grande greve geral que estamos convocando. Tenho certeza que o encontro cumprirá esse papel”, afirmou.

Para a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, ao iniciar o 58º Conad, é importante considerar a conjuntura na qual o Conselho está se realizando, com grandes levantes da juventude que se mostra insatisfeita com a situação política do país. Marinalva falou sobre o início dos protestos e sobre as recentes mobilizações que contaram com a participação dos docentes, como a Marcha do dia 24 de abril, o dia 27 de junho e dia Nacional de Luta, em 11 de julho.

Sobre os motivos que levaram milhares às ruas, a presidente do ANDES-SN destacou a educação péssima, com um governo que investe pouco com a educação pública de qualidade e sustenta instituições particulares quase falidas que vendem ensino inferior à educação; o atual texto do PNE que privatiza a educação desde a creche ao ensino superior; a saúde, que está sendo privatizada sob a liderança dos convênios e desmonte do sistema público de saúde; a segurança inadequada; a polícia despreparada e truculenta, os governos permissivos com a corrupção, entre outros. 

“É fundamental que os movimentos organizados cumpram seu papel neste momento. Não podemos em nenhum momento recuar da nossa responsabilidade organizativa e nem perder o tempo do momento, mas sem atropelar as nossas formas organizativas democráticas pela base. Precisamos da agilidade das Seções Sindicais em ampliar e fortalecer a participação dos docentes nas ações orientadas pelo Sindicato Nacional, pelo Espaço de Unidade e Ação e pela CSP-Conlutas, fortalecendo ainda a nossa Central, que desempenhou desde a sua fundação o papel em defesa dos trabalhadores. O desafio está posto, o povo está nas ruas, onde sempre estivemos. Vamos juntos”, afirmou a presidente do ANDES-SN, declarando aberto o 58º Conad. 

Também saudaram a realização do 58º Conad e participaram da mesa de abertura: o reitor da UFSM, Felipe Martins Muller; Antônio Carlos Lemos, que representou o prefeito municipal de Santa Maria; Fioravante do Amaral, da Associação dos Servidores Técnico-Administrativos da UFSM; Luiz Felipe de Magalhães, membro da Comissão Nacional de Educação Jurídica da OAB, além do 1º secretário do ANDES-SN, Márcio de Oliveira e do 1º tesoureiro do Sindicato Nacional, Fausto Camargo Júnior. 

FONTE: ANDES SINDICATO NACIONAL

terça-feira, julho 16, 2013

Taxa de homicídios de negros cresce 9% em cinco anos no Brasil




Com o aumento dos assassinatos entre a população negra, a probabilidade de um preto ou pardo ser vítima de assassinato passou a ser 2,4 vezes maior do que a de um branco. Em 2006, era 1,9

Em junho de 2011, o menino Juan Moraes voltava para casa, na Favela Danon, município de Nova Iguaçu (RJ), quando foi morto a tiros. O que aconteceu no instante em que foi morto é nebuloso e ainda não foi totalmente esclarecido, pois o caso ainda será julgado pelo Tribunal do Júri. A denúncia do Ministério Público (MP), no entanto, relata que Juan, negro, 11 anos de idade, foi morto por policiais militares, que faziam uma operação na favela. De acordo com o MP, os policiais pensaram que ele era um traficante de drogas. Ao perceber que tinham matado um menino desarmado, os policiais tentaram ocultar o crime escondendo o corpo.
O crime, talvez, nunca tivesse a autoria identificada se um irmão de Juan, ferido na ação, não sobrevivesse. Foi ele quem relatou o desaparecimento do irmão e a tentativa dos policiais em sumir com o corpo. Juan foi um dos 35.207 cidadãos negros assassinados no país em 2011, segundo levantamento feito pela Agência Brasil com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.
Cruzando as informações do ministério com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verifica-se que, em 2011, a taxa de homicídios dessa população foi 35,2 por 100 mil habitantes, taxa 9% acima do que a observada cinco anos antes, quando foram registrados 29.925 casos, ou seja, 32,4 por 100 mil habitantes.
Ao mesmo tempo em que negros ficaram mais vulneráveis à violência nesses cinco anos, a taxa de homicídios da população branca caiu 13%, ao passar de 17,1 por 100 mil habitantes em 2006 (15.753 em número absoluto) para 14,9 por mil em 2011 (13.895 casos).
O dado reflete a grande disparidade racial que existe no Brasil, quando se trata de vítimas de assassinatos. Com o aumento dos homicídios entre a população negra, a probabilidade de um preto ou pardo ser vítima de assassinato no país passou a ser 2,4 vezes maior do que a de um branco. Em 2006, a proporção era 1,9.
Mãe de um jovem negro executado em 2006 por um grupo de extermínio, na Baixada Santista, em São Paulo, Débora Maria da Silva não vê uma melhora na situação no país. O gari Edson Rogério Silva dos Santos foi morto a tiros em maio de 2006, durante uma onda de ataques no estado de São Paulo, quando saía para comprar remédio.
Para a mãe de Edson, os negros são as maiores vítimas, porque moram nas áreas mais pobres da cidade. Segundo ela, o Estado ainda mantém uma postura racista, mesmo 125 anos após a abolição da escravatura no país.
“Não vivemos mais no tempo da escravatura, que se tem coronéis, capitães-do-mato e sinhozinhos. Apesar de permanecerem as senzalas, que são as periferias, e os porões dos navios negreiros, que são os presídios”, disse Débora, que lidera um movimento por justiça para os assassinatos de maio de 2006, o grupo Mães de Maio.
Para o coordenador da organização não governamental (ONG) Observatório das Favelas, Jaílson de Souza, o aumento da taxa de homicídios de negros tem relação com a mudança geográfica dos assassinatos no país. Nos últimos anos, enquanto o Sul e o Sudeste têm vivenciado a redução das taxas de homicídios, o Norte e Nordeste têm visto um aumento da violência.
Esses estados, segundo Souza, são os que concentram as maiores populações de pretos e pardos. “Quando essa geografia da morte muda, e há mais violência no Norte e Nordeste, essa mudança acaba por gerar mais morte de negros, sejam pardos ou pretos. Em Alagoas, por exemplo, há um branco para cada 20 negros”, disse.
Dos cinco estados onde o assassinato de negros mais cresceu, quatro são do Nordeste e um no Norte. O Rio Grande do Norte teve um crescimento de 2,7 vezes na taxa de homicídios, ao passar de 16,1 por 100 mil habitantes, em 2006, para 43,6 por 100 mil, em 2011. Na Paraíba, a taxa dobrou, de 30,1 para 60,3 por 100 mil.
Entre os outros estados onde o crescimento foi grande entre 2006 e 2011, estão Alagoas (de 53,9 para 90,5 por 100 mil habitantes), o Amazonas (de 22,3 para 42 por 100 mil) e Ceará (de 17,8 para 29 por 100 mil).
Para o o coordenador do Observatório das Favelas, o crescimento econômico do país, sem uma mudança da estrutura social, também contribui para o incremento da violência entre as populações mais vulneráveis. “Nosso desafio é reconhecer que não basta o crescimento econômico, tem que ter uma política que leve em conta o racismo, que é um elemento estrutural da desigualdade brasileira.”
FONTE: CARTA CAPITAL / Com informações da AGÊNCIA BRASIL

segunda-feira, julho 15, 2013

Centrais Sindicais convocam Dia Nacional de Paralisação para 30 de agosto








As oito Centrais Sindicais, reunidas nesta sexta-feira (12) , fizeram um balanço positivo das ações que realizaram no dia ontem (11 de julho), “Dia Nacional de Greves, Paralisações e manifestações”. Diante disso, convocaram um novo “Dia Nacional de Paralisação” marcado para o dia 30 de agosto. 

O objetivo é pressionar a presidente Dilma para que atenda as reivindicações dos trabalhadores.   

Para José Maria de Almeida, que juntamente com Atnágoras Lopes, esteve representando a CSP-Conlutas, “a definição desse chamado é muito importante porque, conforme ficou demostrado na força das mobilizações ocorridas (em praticamente todos os Estados país) no último dia 11, a classe trabalhadora está disposta e vai manter a pressão sobre o governo”.   

De acordo com o dirigente, “ou a Dilma atende a pauta dos trabalhadores, até esta data, ou a paralisação nacional pode ser um caminho para uma greve geral no Brasil”.   Muito além do que as mais de 50 estradas bloqueadas nas diversas regiões do Brasil, durante os protestos do dia 11, o balanço de todas as Centrais deu ênfase aos milhões de trabalhadores e trabalhadoras que cruzaram os braços, fizeram greves e promoveram a paralisação da produção de diversos setores da indústria, do comércio e de serviços, a exemplo dos metalúrgicos das montadoras de São José dos Campos, Minas Gerais, São Paulo, capital e ABC, Santos e Rio Grande do Sul; operários da Construção Civil de Fortaleza, Belém e São Paulo, capital, além de comerciários e setores do transporte em algumas capitais, servidores do Paraná, entre outros. Para os diversos representantes das Centrais Sindicais a classe entrou com força na defesa de suas reivindicações e isso foi um elemento chave. As organizações presentes também destacaram as ações dos movimentos sociais, em especial do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).   

A CSP-Conlutas chegou a propor que se definisse já pelo chamado a Greve Geral para o dia 30 de agosto. Essa forma, porém, não foi aceita pelas demais centrais. Ao final, todos concordaram com o chamado ao Dia Nacional de Paralisação, marcado para 30 de agosto. Até lá, as centrais vão exigir uma reunião com a presidente Dilma para, mais uma vez, exigir o atendimento da pauta unitária: redução do preço e melhor a qualidade dos transportes coletivos; mais investimentos na saúde e educação pública; fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias; redução da jornada de trabalho; fim dos leilões das reservas de petróleo; contra o PL 4330, da terceirização; Reforma Agrária.   

Zé Maria reiterou ainda que é importante as Centrais Sindicais seguirem em unidade para arrancar essas conquistas para os trabalhadores brasileiros. Contudo, o dirigente fez uma ponderação: “Para conquistarmos nossas reivindicações temos enfrentar os governos, a começar pela presidente Dilma que, não só não atende a nossa pauta, mas segue aplicando uma política a serviço dos interesses do capital. Basta ver a manutenção do superávit primário, o envio de centenas de bilhões de nosso dinheiro público todos os anos pra pagar juros da dívida pública, a desoneração da folha aos empresários, aumento da taxa de juros, as privatizações, etc.”, salientou.   

O dirigente da Central disse ainda que nessa batalha os sindicatos têm de ter um lado, ou seja,  da classe trabalhadora, contra os patrões e o governo. “Devemos seguir com as mobilizações, realizar os protestos estaduais, preparar o dia nacional de paralisação e irmos criando as condições para realizarmos uma Greve Geral nesse país”, finalizou Zé Maria.   

As centrais sindicais definiram ainda que vão pedir uma reunião com presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho) pra discutir sobre os ataques ao movimento sindical com o  chamado “interdito proibitório”, com condenações e multas ao movimento.  No dia 11 de julho, dezenas de liminares, com aplicação de multas de centenas de milhares de reais, foram concedidas, a pedido de instituições do governo, contra várias centrais sindicais. Os representantes das Centrais estavam indignados com isso. Também ficou definido o dia 6 de agosto como um dia de realização de protesto nos Estados e distrito federal contra o PL 4330.   

Estiveram presentes na CSP-Conlutas, CUT, FS, UGT, CGTB, NCST, CGTB, CTB e CSB. 

sexta-feira, julho 12, 2013

Sem camisa não pode








As regras estabelecidas pelo consórcio que administrará o – conforme diz a placa colocada perto da minha rua – “Maracanã Stadium”, são mais um passo no processo sinistro de gentrificação dos estádios de futebol no Brasil. Uso gentrificação no sentido dado ao termo pelos estudos pioneiros de Ruth Glass e Neil Smith; aquele que, grosso modo, designa um processo de aburguesamento de espaços nas grandes metrópoles e gera o afastamento das camadas populares do local modificado. O espaço gentrificado passa a ser gerido prioritariamente pelos interesses do grande capital. Este processo de submissão ao capital é, em geral, acompanhado de discursos legitimadores que vão desde o “tratamento ecologicamente correto” até o da “gestão financeira responsável”.
Goste-se ou não do jogo, futebol no Brasil é cultura, pois se consolidou como um campo de elaboração de símbolos, projeções de vida, construção de laços de coesão social, afirmação identitária e tensão criadora, com todos os aspectos positivos e negativos implicados neste processo. Nossas maneiras de jogar bola e torcer por um time dizem muito sobre as contradições, violências, alegrias, tragédias, festas e dores que nos constituem simbolicamente como povo.
Estamos assistindo, com impressionante rapidez, a mudança de perfil do frequentador dos jogos. Sai o torcedor e entra o consumidor. A ideia é mesmo reservar os estádios para as chamadas “pessoas de bem”, entendidas como aquelas que podem pagar caro pelo ingresso e pela camisa oficial do clube. O tal do consórcio, baseado no “padrão FIFA”, pretende inclusive estabelecer o traje com que o torcedor deve ir aos jogos. Sem camisa, não pode. Bandeirões, bumbos e similares também estão vetados.
O presidente do consórcio, João Borba,declarou o seguinte:
- Fui no último fim de semana às finais do tênis em Wimbledon e, no convite, estava escrito que não é recomendável ir com determinada roupa. Quando um inglês lê “não recomendável”, entende que não deve usar aquele tipo de roupa.
Então é isso. Os novos donos do jogo querem um público de tênis no Maracanã, vestido com adequação de lordes britânicos. O próximo passo será pedir silêncio e permitir apenas palmas protocolares após as jogadas mais bonitas?
Não é inocente, neste contexto, a sistemática campanha pelo futebol-família, termo exaustivamente repetido pelos galvões da vida, ou a utilização de orquestras sinfônicas e animadores assépticos para comandar o público, pouco afeito às torcidas tradicionais. O discurso do combate à violência dos torcedores é instrumentalizado para atingir outro objetivo, o de higienizar os estádios. A expressão higienizar, diga-se, foi largamente utilizada pelos homens do poder no início do século XX, quando combater epidemias passava também pela repressão às manifestações culturais das camadas populares urbanas e o afastamento dos pobres da região central da cidade.
Esse processo vai, evidentemente, culminar com a realização da Copa de 2014 no país e se consolidar. A clientela das novas arenas será formada por turistas e brasileiros de médio e alto poder aquisitivo, sem relações emocionais mais profundas com o futebol. O torcedor de fé – aquele que acompanha o cotidiano do seu time e faz do ato de assistir ao jogo uma reinvenção da vida – estará do outro lado da telinha, ou ao pé do rádio, tomando uma gelada, que ninguém é de ferro.
Como ele, o torcedor descartado e combatido como vírus epidêmico, me resta morrer feito bandido em filme do Velho Oeste; atirando broncas contra quem me mata.
O Maracanã, minha Itabira, é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói.
FONTE:IMPEDIMENTO ORG.

Quem paga as contas do Professor?




A sociedade sabe que os educadores da rede estadual não conseguem sobreviver com os vencimentos que recebem. O drama que a maioria da classe vive é realidade crucial e desesperadora. Inúmeros deles optam por fazer trabalhos informais para suprir suas necessidades e honrar suas contas no final do mês. O custo de vida é elevado também para os docentes, que a exemplo dos demais profissionais, também precisam alimentar-se, vestir-se, pagar aluguel, gás, energia elétrica, telefone, água, medicamentos, material de higiene, material escolar, transporte, e outros. Com o salário atual, torna-se impossível equacionar uma conta, onde as despesas são infinitamente maiores do que a receita.

O Professor, nas últimas décadas, foi o mais sacrificado e desrespeitado dos profissionais. Os salários perderam o poder aquisitivo, impedindo-os de capacitarem-se ou especializarem-se, adquirir livros e computador com a miséria que percebem. Entra governo e sai governo e a cruel realidade continua. Administradores eleitos esquecem-se das promessas eleitorais e negam-se a honrar o piso estabelecido por lei federal. Os professores continuam discriminados e humilhados, todos os dias, exatamente onde se encontra a base para a condução das crianças rumo à cidadania plena.

Enquanto os educadores, com singular e inigualável dignidade, desempenham junto ao educando, um magnífico trabalho de natureza transformador, distribuído nas disciplinas através das quais desenvolvem a compreensão de cidadãos conscientes, ajudando-os na construção e reconstrução de conceitos de valores como: caráter, honestidade, solidariedade, respeito, autenticidade. Valores imprescindíveis, eis que os levam a construir responsabilidades para serem futuros gerenciadores das próximas gerações da nossa sociedade, questiona-se: A quem interessa investir em educação? Até quando apostar na ignorância do povo vai valer a pena para quem usufrui das benesses do poder, se para nele chegar, alguns candidatos mentem, prometem, firmam compromissos e iludem eleitores?

A Lei Nacional do Piso do Magistério vige desde 27 de abril de 2011 e o estado não a cumpre, fazendo com que o professor sofra humilhações de toda ordem. Este precisa cumprir as obrigações impostas pelo sistema, sendo exigido pelos governantes e cobrados pela sociedade a trabalhar com dedicação exclusiva e ministrar aulas com qualidade.

Indubitavelmente, com seu âmago despedaçado, revoltado pelo desrespeito, enquanto inexistir saída, tampouco promessa do cumprimento da Lei do Piso do Magistério, a maioria da classe toma mais uma atitude corajosa e nobre: Persevera na luta e paralisa as atividades por 03 dias, neste abril/2013! Por conseguinte, conclama-se a sociedade  para que conheça e reflita sobre o momento circunstancial de miserabilidade do profissional, motivo da paralisação, o que não é um escândalo, é solução. Se não houver providências urgentes para reverter esta realidade caótica, logo veremos docentes de excelente competência, fazendo “bicos” para garantir a sobrevivência.

O Professor, este grande agente transformador do mundo precisa e deve ter seu mérito destacado na sociedade. Para tanto, a primeira mudança que precisa acontecer é o reconhecimento da sua importância, pagando-lhe remuneração justa. A partir disso, acontecerá a grande e esperada revolução na Educação brasileira. E uma vez garantidos os direitos estabelecidas condições condignas de ministrar aulas e enriquecer o conhecimento de nossos filhos deste estado e país, acontecerá educação qualitativa em todos os segmentos do conhecimento aos alunos, que melhores preparados, ajudarão a fundamentar e qualificar uma nova nação civilizada  -  O Brasil que todos sonhamos ter!

FONTE: CPERS SINDICATO / CIRCE MARIA MONDADORI LISIAK é professora
Artigo publicado na Folha Espumosense de 27 de abril de 2013

quarta-feira, julho 10, 2013

Shopping Pelotas confirma chegada da tecnologia 3D











Destacada pelo legado e atividade cultural, a cidade de Pelotas, no sul do RS, pode agora saudar a chegada de uma verdadeira opção de entretenimento e arte. Com a inauguração do Shopping Pelotas, no próximo dia 18 de setembro, a cidade ganhará cinco novas salas de cinema que disponibilizarão a tecnologia de ponta que faltava na cidade, aliadas ao conforto e a segurança.

Projeto da Cineflix Cinemas, o multiplex oferecerá um total de 1267 assentos em 5 salas, dispostos em formato stadium – o que praticamente elimina a possibilidade de bloqueio da visão da tela – em auditórios todos com projeção digital, sendo três deles com tecnologia 3D. O carro-chefe do complexo é a supersala, com 455 lugares, tela gigante de 200m² e projeção em High Frame Rate, sistema de captação e reprodução da imagem a 48 quadros por segundo, o dobro do padrão atual e muito mais próximo da realidade do olho humano.

A programação estará em sintonia com os grandes lançamentos mundiais da indústriacinematográfica, conforme explica Juliano Tortelli, gerente de Marketing da Cineflix: “buscamos oferecer uma programação mais eclética possível, sejam filmes blockbusters ou independentes, dublados ou legendados, para agradar a todos”. Estão previstas ainda transmissões especiais, ao vivo ou gravadas, de eventos esportivos, shows, balés e óperas.

Facilidades

Se a qualidade de exibição que o cinéfilo pelotense espera está garantida, ele também poderá contar com facilidades para escolher e planejar o seu programa: lugares marcados, compra de ingressos antecipados pela internet, clube de fidelidade. Quando a opção for decidir na hora o filme a assistir, haverá terminais de autoatendimento e um sistema de fila única que garante a agilidade no atendimento da necessidade do cliente, seja a compra do ingresso ou de produtos da bonbonniére.

A inauguração do complexo de cinema no Shopping Pelotas não foge à uma crescente tendência nacional. Estudo da Agência Nacional do Cinema mostra que, em 2011, 164 das novas salas, ou 92% do total, foram instaladas nos grandes centros de compras; no ano anterior, esse mesmo índice chegara a 90%. Considerando o total de salas no Brasil, até o final de 2011, 2002 (85,1%) estavam abrigadas em shoppings.

“Integrar-se com uma cidade é, também, respeitar as suas tradições”, afirmam os empreendedores do Shopping. “Com esta iniciativa pretendemos devolver aos pelotenses o acesso às produções cinematográficas nacionais e internacionais, deixados de lado nos últimos anos” diz Mathias Rodrigues (Phorbis Empreendimentos Imobiliários), um dos idealizadores do projeto.

O Shopping Pelotas

Com inauguração confirmada para 18 de setembro de 2013, o Shopping Pelotas tem investimentos da ordem de R$ 150 milhões, fruto da parceria entre a Real Empreendimentos (Grupo Josapar), Bicar Consultores e Administradores e o Fundo de Investimento Imobiliário Phorbis. Terá área total construída de 35.000 m² e Área Bruta Locável (ABL) de 23.212 m². Serão 169 lojas, gerando cerca de 2 mil empregos diretos e 4 mil indiretos.

FONTE: ANCINE | AGÊNCIA NACIONAL DE CINEMA

11 de junho é dia dos trabalhadores negros, quilombolas e indígenas ocuparem as ruas!















MANIFESTO NACIONAL DO QUILOMBO RAÇA E CLASSE
    11 DE JULHO, DIA NACIONAL DE LUTA – 
É DIA DOS TRABALHADORES NEGROS, 
QUILOMBOLAS E INDÍGENAS 
OCUPAREM AS RUAS!  

Nos últimos 15 dias a sociedade vem realizando manifestações de dimensões internacionais, como há pelo menos 20 anos não se desenhavam no Brasil, desde o Fora Collor e das Diretas, já!  Um processo iniciado pela juventude estudantil brasileira, o estopim foi os aumentos abusivos das passagens de ônibus (que desde 1996 até hoje teve uma inflação de 192%, em contrapartida a tarifa aumentou 392% em SP e outras capitais), que têm tomado às ruas das capitais e cidades, num processo crescente e contínuo, culminando nos dias 17 e 20 de junho, numa adesão nacional da população e ampliada por pautas mais sentidas e necessárias ao conjunto da população.

Diante disso, a Polícia Militar, o ministro da Justiça e os governos tentando reprimir duramente com o apoio da exploração midiática negativa da Rede Globo, às massas colocam os governos contra a parede, tanto Dilma quanto governos estaduais e prefeituras.

O CONGRESSO TEVE QUE PAUTAR AS RUAS, MAS DEVEMOS AINDA CONFIAR NELES? A política Neoliberal brasileira ainda é  a pauta dos governantes, ao longo dos governos do PMDB, PSDB e aprofundadas nas desigualdades racial pela Frente Popular ao longo dos 10 anos do governo do PT e seus aliados, sob todos os aspectos, seja pelo desemprego, na Precarização da Saúde e na Educação Pública e HUs, nas Políticas Privatizantes (Vale, Correios, Petrobrás, etc.).

A Reforma da Previdência (comprada com dinheiro do Mensalão), e cada vez mais a retirada de direito dos trabalhadores, no aumento da corrupção com dinheiro da COPA, no alto índice de Violência Policial e consequente extermínio de jovens negros e duras remoções de moradores do campo e da cidade (Mega Eventos), a criminalização dos movimentos sociais e sindicais, o duro ataque aos direitos dos povos originários (quilombolas e indígenas em benefício do agronegócio), além de demandas impulsionadas pela Comissão de Direitos Humanos dirigidos por Marco Feliciano (PSC-SP), uma figura que só tem atentado contra os direitos humanos democráticos dos cidadãos deste país.

As palavras de ordem contra o desperdício do dinheiro público em detrimento da falta de saúde e educação pública, de moradia, de trabalho digno e contra a violência a população negra na favela do Rio, e a criminalização dos movimentos que nós do QUILOMBO RAÇA E CLASSE e militantes dos movimentos de fato de esquerda e do Mov. Negro combativo que nos reivindicamos independente e autônomo dos governos e patrões, e sempre esteve nas ruas denunciando e gritando por uma sociedade mais justa, razão desde sempre de nossa militância.

Processo que para ser mais vitorioso precisa ser politizado, no aspecto  de nossas pautas atendidas, e não sejamos mais uma vez ludibriados pelos governos de plantão e Racistas como Sérgio Cabral e Paes!

A população negra trabalhadora deste país, ainda está à margem da sociedade do capital, mais precisamente concentrada nas periferias, favelas e na base da pirâmide, e é quem de fato são as primeiras e as mais atingidas pelo aumento dos preços dos alimentos, pela precarização da saúde e da educação pública, pela falta de emprego e moradia, além de terem a sua juventude negra mais exposta a violência policial e ao racismo estrutural. 

Enquanto isso existe investimentos públicos bilionários nas obras da copa, um circo montado pra enriquecer os mais ricos e empobrecer os mais pobres. 

 NOSSAS BANDEIRAS DE LUTA CONTINUAM FIRMES E FORTES NAS EXIGÊNCIAS AOS GOVERNOS E PATRÕES:

ü  TARIFA ZERO NOS TRANSPORTES PÚBLICOS, NENHUM SUBSÍDIO PARA AS EMPRESAS – ESTATIZAÇÃO, JÁ!

ü  FIM DAS PRIVATIZAÇÕES – NA SAÚDE, EDUCAÇÃO E CONTRA OS LEILÕES DO PETRÓLEO E DO PRÉ-SAL!

ü  SAÚDE E EDUCAÇÃO 100% PÚBLICA E ESTATAL DE QUALIDADE!

ü  REIVINDICAMOS CRECHES 100% PÚBLICAS E ESTATAIS SUFICIENTE PARA A DEMANDA DE CADA COMUNIDADE!

ü  NÃO AS REMOÇÕES E DESPEJOS DA COPA E DO PAC I e II – MORADIA DIGNA PARA QUEM GANHA SALÁRIO MÍNIMO!

ü  ANULAÇÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA, JÁ – COMPRADA PELO MENSALÃO!

ü  ABAIXO O RACISMO E A VIOLÊNCIA POLICIAL NAS FAVELAS – QUEREMOS A DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS – FIM DA FARÇA DA UPP SOCIAL
 – LIBERDADE DOS PRESOS DAS PASSEATAS DO BRASIL!

ü  CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, FORA FELICIANO!