Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

CARTA DE UBERLÂNDIA




O 30º CONGRESSO do ANDES-SN, tendo como tema “Universidade Pública – Trabalho Acadêmico e Crítica Social”, realizou-se no período de 14 a 20 de fevereiro na cidade de Uberlândia/MG, bela e aprazível representante das tradições mineiras. A abertura do evento foi marcada pelas emoções da comemoração dos 30 anos do Sindicato, com a presença de representações sindicais e entidades da sociedade civil. Guardando relação com a conjuntura internacional, causou forte impacto, na abertura, a apresentação do relato sobre as lutas pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos universais dos povos árabes, com especial destaque para a luta dos jovens e dos trabalhadores do Egito.

Os 292 delegados e os 41 observadores, representando os docentes de 61 Seções Sindicais, e 2 convidados, reafirmaram a sua disposição de defesa do Sindicato, estabelecendo como Centralidade da Luta em 2011: Defesa do ANDES-SN como instrumento dos docentes na construção da universidade pública e das condições de trabalho, a partir da intensificação do trabalho de base na categoria, fortalecendo e ampliando a unidade com o movimento classista e autônomo.

Com base nesses eixos centrais, o 30º Congresso do ANDES-SN definiu suas Políticas e o Plano de Lutas para o ano em curso, destacando a construção de uma estratégia de intervenção no processo de elaboração do PNE, em articulação com entidades da educação, tendo como referência o PNE da Sociedade Brasileira, que estabelece 10% do PIB para a educação. Também se posicionou incisivamente contra o “pacote de autonomia” do governo federal e seus congêneres nos Estados, os quais, na contramão da construção da universidade pública, desrespeitam a autonomia universitária, favorecem as fundações privadas ditas de apoio, e adotam práticas que distorcem a função social da universidade e o exercício do magistério, tendo como consequência a precarização do trabalho docente.

O 30º Congresso enfatizou a luta permanente em defesa dos direitos dos aposentados, reafirmando sua posição pela aposentadoria integral e isonomia entre ativos e aposentados e contra a reforma da previdência, que retira direitos, além de favorecer os fundos de pensão, corolário da reforma que só privilegia os grupos econômicos do capitalismo financista. O Congresso indicou ainda a necessidade de organizar a luta para assegurar todos esses direitos quando da transposição da carreira docente.

Tendo em vista o conteúdo da MP 520, que privatiza os hospitais universitários, fere a autonomia das universidades e entrega o atendimento à saúde à sanha de interesses econômicos, o 30º Congresso reiterou a importância de se consolidar o SUS como um sistema de saúde pública de qualidade ao rejeitar veementemente esse instrumento legal pelo qual é criada a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

O 30º Congresso, levando em conta os reduzidos recursos, o viés privatista e os interesses de mercado na área de ciência e tecnologia, deliberou que o ANDES-SN deve envidar esforços para construir, com as entidades científicas, sindicais, movimentos sociais e estudantis, um percentual mínimo do PIB – composto exclusivamente por recursos públicos – a ser aplicado anualmente em ciência e tecnologia e realizar um seminário sobre pesquisa, ciência e tecnologia. Além disso, o Congresso aprovou a organização, em articulação com os setores acadêmicos e sociais envolvidos, de amplo debate acerca dos critérios para aplicação das agências federais e estaduais de fomento no financiamento dos diversos tipos de bolsas, dos editais de projetos e na distribuição de seus recursos entre as diversas áreas do conhecimento. A partir das deliberações do 30º Congresso, o ANDES-SN deverá reivindicar a mais completa transparência nos atuais procedimentos das agências de fomento, insistindo, em particular, na divulgação pública dos critérios de avaliação dos Comitês de Área do CNPq.

Considerando que a comunicação é central, tanto para enfrentar os ataques contra o ANDES-SN, quanto para a sua consolidação entre os docentes das instituições de ensino superior, o 30º Congresso aprovou o Plano de Comunicação do Sindicato, entendendo ser fundamental a sua implementação para ampliar a interlocução do Sindicato com a sociedade e a exposição e divulgação de suas políticas.

Em relação aos Planos de Lutas específicos a serem desenvolvidos pelos Setores do ANDES-SN, o 30º Congresso deliberou para o Setor dos docentes das IEES e IMES a rearticulação ou a criação de Fóruns Estaduais e Municipais, congregando as entidades representativas da comunidade universitária, para ampliar o trabalho de base e fortalecer as reivindicações da categoria e o apoio do ANDES-SN às campanhas salariais desenvolvidas em cada Estado e às lutas pelo financiamento público, por concursos públicos, pelo regime de tempo integral/Dedicação Exclusiva e contra todas as formas de precarização do trabalho docente.

Em relação ao Setor dos docentes das IFES, o 30º Congresso aprovou a intensificação da ação da CNESF para fortalecê-la como espaço organizativo de luta dos SPF, enfatizando a perspectiva de construção de uma proposta de política salarial dos SPF, a luta contra o congelamento salarial proposto no PLP 549/2009 e a exigência do processo de negociação para aplicar as determinações da Convenção 151 da OIT.

Aprovou, também, a atualização da Pauta de Reivindicações dos docentes das IFES e a Proposta de Projeto de Lei de Reestruturação da Carreira Docente das Instituições Federais de Ensino, bem como a agenda de lutas pela aprovação e implantação da Carreira de Professor Federal. Com referência ao Setor dos docentes das IPES, o 30º Congresso reafirmou o apoio incondicional aos docentes das Instituições de Ensino Particular e às suas lutas, rechaçou toda e qualquer forma de cerceamento de liberdade de organização sindical e declarou a importância desses docentes como parte da Universidade Brasileira.

Com o intuito de defender os direitos de organização dos docentes, o 30º Congresso procedeu a alterações no seu Estatuto, de modo a acolher Associações de Docentes cujas finalidades sejam a promoção e a defesa da qualidade de vida e de trabalho, dos interesses sociais e culturais de seus associados. Revigora-se o Sindicato e fortalece-se a luta pelos docentes nele organizados.

O 30º Congresso referendou a participação do ANDES-SN na frente de luta que congrega os Servidores Públicos Federais – a CNESF, indicou a constituição de um Fórum que reúna todos os setores dos movimentos sindical, popular e de luta contra as opressões, e que estejam dispostos a organizar a resistência dos trabalhadores contra a cassação de direitos sociais expressos nas diferentes reformas governamentais, além de reafirmar sua participação na construção de um polo classista e de luta. Nesse aspecto, o 30º Congresso deliberou pela filiação do ANDES-SN à Central Sindical Popular – CSP-Conlutas, estabelecendo o prazo de um ano para proceder a um balanço criterioso do processo de reorganização em relação à Central, tendo por referência as resoluções do ANDES-SN como estratégia, natureza e unidade do campo combativo e classista.

O 30° Congresso expressou seu reconhecimento a todos os protagonistas de lutas e conquistas que o fizeram ser um Sindicato de referência nacional, pelo seu exemplo de luta, democracia e autonomia e, para tanto, deliberou que o seu Centro de Documentação passasse a ser intitulado “CEDOC – Professor Osvaldo de Oliveira Maciel”. O 30º Congresso registrou o revigoramento do Sindicato Nacional em razão da participação de muitos professores recém-contratados como delegados de Seções Sindicais, bem como a homologação de novas Seções Sindicais.

A análise desses trinta anos de história do ANDES-SN revela o quanto o nosso sindicato tem contribuído para a luta em prol de uma educação pública e gratuita, pelo desenvolvimento democrático do nosso país e, sobretudo, na construção de caminhos para o estreitamento das relações dos trabalhadores em uma perspectiva social, classista, democrática e libertadora. O 30º Congresso do ANDES-SN reafirmou, em razão de sua história, esse compromisso com os professores e professoras, com a Universidade Pública, Autônoma, Democrática, de Qualidade e Socialmente Referenciada e com todas as organizações autônomas e classistas que lutam, com autonomia e independência, por uma sociedade comprometida com as aspirações dos trabalhadores.

Uberlândia, 21 de fevereiro de 2011.

Fonte: ANDES-SN

Convocatória do Movimento Mulheres em Luta sobre o mês de março. Confira a programação nos estados





No mês de março as mulheres trabalhadoras estarão nas ruas, nas escolas, nas fábricas lutando contra o machismo e a exploração capitalista que atinge de forma mais cruel às mulheres trabalhadoras.

O setorial de mulheres da CSP-Conlutas, nesse mês irá organizar nos estados, municípios um calendário de atividades com atos a serem realizados na semana do dia 8 de março, bem como, debates e palestras nas entidades.

Segue texto extraído da convocatória nacional disponibilizada para a rede via e-mail. Abaixo segue também a programação nos estados.

Somos todas mulheres em luta: Contra o Machismo e a Exploração! Em defesa da Mulher Trabalhadora

Em 1910, a socialista alemã Clara Zetkin propôs na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação do Dia Internacional da Mulher, em homenagem à ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917, que precipitou as ações da revolução Russa.

No mês de março, nós mulheres trabalhadoras estamos nas ruas, nas escolas, nas fábricas lutando contra o machismo e a exploração capitalista que atinge de forma mais cruel às mulheres trabalhadoras.

Nossa luta é todo dia. Em 2011, pela primeira vez na história do Brasil, uma mulher assumiu a presidência do país. Junto com ela, o maior número de ministras mulheres. Isso não é um fato menor no maior país católico do mundo, onde a cada duas horas a violência machista mata uma mulher.

Um país em que elas são a maioria da população, estudam em média mais que os homens, mas ainda ocupam as profissões menos remuneradas e chegam a ganhar até 30% menos para fazer o mesmo trabalho.

Ao assumir o governo, Dilma garantiu aos seus pares um aumento significativo nos salários (62%), inclusive ao dela (132%). Enquanto isso, o salário mínimo teve aumento de apenas R$ 35. Um ataque direto às mulheres, que dentre os que recebem o mínimo representam 53%.

É preciso que sigamos, enquanto mulheres e trabalhadoras, reafirmando a necessidade de que nossas bandeiras feministas históricas seguem sendo nosso combustível para organização e luta das mulheres. Este novo governo nada de novo representa para as mulheres trabalhadoras. Já na campanha eleitoral representou um retrocesso em relação a uma reivindicação histórica das mulheres que é a legalização do aborto. Nossa luta pela libertação das mulheres segue e só poderá ser vitoriosa com o fim desse sistema de opressão e exploração em que vivemos. Não basta ser mulher para fazer avançar os direitos das trabalhadoras, é preciso ser classista e feminista.

Por isso, nossa luta precisa seguir e se fortalecer, nesse dia internacional das mulheres e em todos os dias de nossas vidas.

Construiremos atos unitários por todo país, em base á um programa antigovernista, que exija o reajuste imediato do salário mínimo para as mulheres e homens da classe trabalhadora, igual ao dos deputados,o direito às creches e licença maternidade ampliada, que exija a legalização do aborto já e o fim da violência.

• Aumento de 62% do salário mínimo, o mesmo dos deputados!Pelo piso do Dieese;

• Anticoncepcionais para não abortar. Aborto legal, seguro e gratuito para não morrer!

• Direito à maternidade: a) licença-maternidade de 6 meses para todas as trabalhadoras e estudantes, rumo a 1 ano; b) creche gratuitas e em período integral para todos os filhos da classe trabalhadora;

• Pelo fim da violência contra a mulher! Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha!
Construção de Casas-abrigo! Punição aos agressores!

• Pelo fim da ocupação militar no Haiti. Fora as tropas brasileiras!

• Solidariedade e apoio às revoluções árabes.

Segue a programação de alguns estados que foi encaminhada pelas regionais. Envie a sua!

São Paulo

Dia 12 de março - Ato com concentração às 9h, em frente à Igreja da Consolação, altura do n° 605 - Centro São Paulo.

Pará

Dia 12 de março - Palestra: "8 de março: Contra o machismo e a exploração; em defesa da mulher trabalhadora"

Local: Acampamento do MTST/ Estrada do Outeiro.

Horário: 9h

Piauí

No dia 1 de março - Ato em frente ao IPMT (protesto sobre a retirada
da licença-maternidade na contagem para aposentadoria pela Prefeitura de
Teresina)

Horário: 7h

Debate: contra o machismo e a violência à mulher trabalhadora!

Horário: 18h

Dia 5 de Março - Participação no Bloco Sanatório Geral com uma coluna

FONTE: CSP CONLUTAS

Kamilla Duarte é, novamente, a soberana da Corte Gay



Kamilla Duarte é novamente a soberana da Corte Gay de Pelotas. Depois de uma disputa acirrada envolvendo outras cinco candidatas, Kamilla Duarte, que já compôs a Corte Gay da Doce Folia como Rainha, por ocasião da eleição da 1ª Corte Gay do município, foi reconduzida à condição de soberana. Junto com ela, foi reeleita a princesa Roberta Duval, que também fez parte da 1ª Corte Gay. Como princesa da nova Corte a representante da Banda Família, Camily Petter.

O certame que elegeu as novas soberanas da Doce Folia ocorreu na noite desta sexta-feira (25), quando centenas de pessoas se dirigiram ao Largo Edmar Fetter- Mercado Central- para acompanhar de perto a realização do evento.

Além das eleitas participaram ainda do certame as candidatas: Katula Del Fuego, representando a Banda Família, Netty Severo, representante da Banda Meta/Bloco Carnavalesco Mafa do Colono e Nina Rafaela, representando a Banda Meta e a Escola de Samba Imperatriz da Zona Norte.

Kamilla Duarte e a princesa Roberta Duval representaram respectivamente Banda Leocádia/Kibandaço e Ala Pompílio de Freitas, da Escola de Samba Unidos do Fragata.

A festa contou com a presença do Superintendente de Manifestações Populares da Secult, Daniel Amaro, da Corte hétero acompanhada pelo Rei Momo e da Corte Gay que brilhou no Carnaval 2010, além da presença da Rainha da Parada Gay de Pelotas e 1ª Princesa das Paradas Gays do RS, Gisele Gauthier.

Enquanto o Corpo de Jurados se retirou para a realização do julgamento, ocorreu o show da transformista Penélope.

O Corpo de Jurados, composto pelo Presidente da Associação LGBT e Mulher, da cidade de Rio Grande, Héctor Mattos; o Superintendente de Segurança da SSTT, Valdoir Ribeiro; a Representante do Presidente da Câmara de Vereadores, Cristiane Soares; o Presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, João Domingues; o Presidente da Agência de Modelos Max Models, Celestino Junior e a Vice-Coordenadora dos Conselheiros Tutelares da Região Sul e Presidente da Mesa, Michele Marques, tiveram muito trabalho para eleger as novas soberanas que desfilaram ao som da Banda Kibandaço, que animou a festa.

A escolha da Corte Gay 2011 teve a organização e realização da Associação LGBT de Pelotas e apoio da Prefeitura Municipal.
FONTE: SECOM

Novo ônibus emociona a torcida Xavante

Chegada da delegação ao estádio Bento Freitas leva os rubro-negros às lágrimas e empilha os jogadores antes da estreia na Segundona Gaúcha

Pela tabela, o jogo do Brasil contra o 14 de Julho, que abre a Segundona Gaúcha 2011, está marcado para as 20h deste sábado. Porém, um fato novo fez com que o clima da partida tomasse conta do Bento Freitas duas horas antes do horário previsto para a bola rolar.

A chegada do novo ônibus, doado pelo Expresso Embaixador à ‘Cresce, Xavante!’, à Baixada se tornou a materialização de um sonho para os rubro-negros e levou centenas de torcedores dos gritos às lágrimas em uma das recepção mais calorosas que os jogadores poderiam ter.

- Eu nunca tinha vivido uma recepção como essa. Já joguei em muitos clubes, até fora do país, mas torcida igual a essa do Brasil eu nunca tinha visto igual. Esse clima é muito bom e não tem como não ficar empolgado – declarou o zagueiro Cris, logo após entrar no vestiário.

FONTE: Assessoria de Imprensa GEB

Educação no Brasil não melhorou para 51% da população




Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que para quase metade (48,7%) dos brasileiros a educação no país melhorou. Entretanto, dos 2.773 entrevistados, 27,3% avaliam que não houve mudanças na qualidade do ensino e quase um quarto (24,2%) acredita que o sistema piorou.

O Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) foi desenvolvido pelo Ipea para captar a opinião da população sobre políticas e serviços públicos em diversas áreas. O estudo mostra que essa percepção varia muito em cada região do país. O Sudeste registrou o maior percentual de avaliações negativas: 36,1% acreditam que a educação piorou, enquanto no Nordeste esse grupo representa apenas 14% da população. No Centro-Oeste, 62,9% acham que a oferta melhorou – maior índice de respostas positivas.

De acordo com o Ipea, o maior índice de percepção de melhoria nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e no Norte, e o menor índice no Sul e no Sudeste “podem ser uma evidência de que foram ampliados os investimentos nas três primeiras regiões, já que é justamente lá onde se encontram os piores indicadores educacionais do país”.

A percepção sobre a qualidade da educação também varia de acordo com a renda e a escolaridade dos entrevistados. Para 35,4% dos que têm nível superior completo ou pós-graduação, a educação piorou. No grupo daqueles que estudaram só até os últimos anos do ensino fundamental (5ª a 8ª série ou 6º a 9º ano), apenas 21,4% têm a mesma opinião.

Entre os que ganham de dez a 20 salários mínimos, verificou-se o maior percentual de respostas negativas: 34,2% acreditam que o ensino está pior. Na população com renda mensal de até dois salários mínimos, 19,3% têm essa percepção.

Segundo o estudo, “o nível de conhecimento das mulheres sobre os temas avaliados foi aproximadamente 10 pontos percentuais maior que o verificado entre os homens”. Essa diferença, aponta o Ipea, pode ser explicada “pelo fato de as mães estarem mais atentas à vida escolar dos filhos” do que outros membros da família.

FONTE: EXTRA

Educação no Brasil não melhorou para 51% da população




Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que para quase metade (48,7%) dos brasileiros a educação no país melhorou. Entretanto, dos 2.773 entrevistados, 27,3% avaliam que não houve mudanças na qualidade do ensino e quase um quarto (24,2%) acredita que o sistema piorou.

O Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) foi desenvolvido pelo Ipea para captar a opinião da população sobre políticas e serviços públicos em diversas áreas. O estudo mostra que essa percepção varia muito em cada região do país. O Sudeste registrou o maior percentual de avaliações negativas: 36,1% acreditam que a educação piorou, enquanto no Nordeste esse grupo representa apenas 14% da população. No Centro-Oeste, 62,9% acham que a oferta melhorou – maior índice de respostas positivas.

De acordo com o Ipea, o maior índice de percepção de melhoria nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e no Norte, e o menor índice no Sul e no Sudeste “podem ser uma evidência de que foram ampliados os investimentos nas três primeiras regiões, já que é justamente lá onde se encontram os piores indicadores educacionais do país”.

A percepção sobre a qualidade da educação também varia de acordo com a renda e a escolaridade dos entrevistados. Para 35,4% dos que têm nível superior completo ou pós-graduação, a educação piorou. No grupo daqueles que estudaram só até os últimos anos do ensino fundamental (5ª a 8ª série ou 6º a 9º ano), apenas 21,4% têm a mesma opinião.

Entre os que ganham de dez a 20 salários mínimos, verificou-se o maior percentual de respostas negativas: 34,2% acreditam que o ensino está pior. Na população com renda mensal de até dois salários mínimos, 19,3% têm essa percepção.

Segundo o estudo, “o nível de conhecimento das mulheres sobre os temas avaliados foi aproximadamente 10 pontos percentuais maior que o verificado entre os homens”. Essa diferença, aponta o Ipea, pode ser explicada “pelo fato de as mães estarem mais atentas à vida escolar dos filhos” do que outros membros da família.

FONTE: EXTRA

sábado, fevereiro 26, 2011

Mapa da Violência 2011 mostra extermínio de juventude negra



O "Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil", lançado nesta quinta-feira (24/02), em Brasília, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (foto), revela que o número de homicídios entre a população negra é explosivo e que os altos índices de vitimização – que piora entre os jovens -, beiram ao cenário de extermínio.

Segundo o Estudo, elaborado pelo Instituto Sangari, em parceria com o Ministério da Justiça, e coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, o número de pretos e pardos assassinados no Brasil aumentou entre 2002 e 2008, enquanto que o número de brancos vítimas desse tipo de crime caiu.

Proporcionalmente, segundo o Mapa, baseado em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, morrem, proporcionalmente, mais do que o dobro de negros do que de brancos, vítimas de homicídios.

Números assustadores

Em 2002, em cada grupo de 100 mil negros, 30 foram assassinados, número que saltou para 33,6 em 2008. Já entre os brancos, o número de mortos por homicídio, que era de 20,6 por 100 mil, caiu para 15,9.

Em Estados como Paraíba e Alagoas, segundo o sociólogo Jacobo, os números são ainda mais estarrecedores: em Alagoas, para cada jovem branco assassinado, morrem mais de 13 jovens negros; na Paraíba são 20 jovens negros mortos para cada jovem branco.

Os dados por raça só passaram a ser levados em conta a partir de 2002. O Mapa da Violência também leva em conta mortes por acidente de trânsito e suicídios registradas de 1.998 a 2008.

A situação, segundo o Mapa é muito pior entre os jovens, onde a taxa de homicídios entre os brancos de 15 a 24 anos, registrou queda de 30%. Entre os negros, na mesma faixa etária houve aumento de 13%.

A vitimização da população negra passou a ficar evidente a partir de 2002, quando os dados começaram a ser levantados. Em 2002 morriam proporcionalmente 46% mais negros que brancos, percentual que passa para para 67%, em 2005, e para 103% em 2008.
FONTE: AFROPRESS

O racismo enrustido de Ziraldo










O cartunista e escritor Ziraldo, o mesmo que, em 1.971, deu início a campanha que levou à destruição da carreira artística e, posteriormente, à morte mesmo, do cantor negro Wilson Simonal, apresentado injustamente e sem qualquer prova como dedo duro da ditadura, voltou a atacar. Decidiu que é hora de reinventar o conceito de racismo e, lançando mão de sua criatividade gagá, o dividiu em dois: o racismo com ódio e o sem ódio.

O sem ódio, segundo o autor de "O Menino Maluquinho", “não é problema”. Tudo “prá acabar com essa brincadeira de que a gente é racista”, defende-se, sem que até o momento alguém o tivesse acusado.

O drama de Simonal e o papel de Ziraldo, Jaguar e companhia é exposto no documentário “Ninguém sabe o duro que dei”, de 2009, dirigido por Cláudio Manoel, Calvito Leal e Micael Langer, que mostra o drama vivido pelo cantor ao ser apresentado como delator de militantes de esquerda, em um tempo em que isso significava a morte sob tortura nas masmorras do regime militar.

Antes do Pasquim estampar a célebre capa com o dedo negro indicador de Simonal apontado, em julho de 1969, o mesmo Pasquim de Ziraldo publicara entrevista de capa sob o título “Não sou racista”, em que o cantor era acuado com perguntas sobre racismo e ridicularizado por comer caviar e ter mordomo.

Agora, ele decidiu conceber e assinar a camiseta do Bloco carnavalesco “Que M* é Essa?!”, que tem por tradição fazer a crítica a escândalos políticos e combater o que chama de patrulhamento nas escolas dos livros de Monteiro Lobato.

O incômodo de Ziraldo ocorre à propósito do parecer do Conselho Nacional de Educação que recomendou ao MEC, no ano passado, a exclusão do livro “Caçadas de Pedrinho” do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), e que, na hipótese de decidir mantê-lo, exija das editoras uma Nota Explicativa sobre o ano e o contexto em que foi escrito – em 1.933 -, um tempo em que a própria Constituição de 1.934 advogava a higiene racial.

A posição de Lobato e a defesa do Eugenismo presente em toda a sua obra, são notórios. Não menos notórios são o uso e o abuso de estereótipos racistas.

Ziraldo, porém, finge a tudo ignorar e embarcou de corpo e alma na defesa de Lobato, desenhando o escritor abraçado a uma negra, e junto deles "o pau que atiraram nele e o cravo que brigou com a rosa".

O ataque ao politicamente correto do Bloco, sob o lema "É proibido, proibir" é uma gigantesca farsa. O próprio nome do Bloco foi censurado pela Prefeitura do Rio, com a palavra merda sendo transformada no M com asterisco que ilustra a camiseta de Ziraldo.

Até aí a brincadeira parece, embora nada tenha de inocente. Ziraldo, porém, resolveu não apenas carnavalizar o seu racismo enrustido e “boa praça” mas abraçar o papel de ideólogo inventor do "racismo bonzinho", uma espécie de versão ipanemense do racismo brasileiro, cordial, inofensivo, portanto, genoíno produto do mito da democracia racial, que é um dos pilares da exclusão da República de poucos em que vivemos.

Na campanha da destruição de Simonal, Ziraldo justificou-se, sem nenhum pudor, revelando a inveja e o ressentimento pelo sucesso do cantor: “Simonal deu azar de estar em grande evidência na época do maior patrulhamento ideológico. O Pasquim não admitia uma mijada fora do penico. Não quero livrar minha cara, mas tive a felicidade de não ser um dos que caíram matando nele. Era tolo, se achava o rei da cocada preta, coitado. E era mesmo. Era metido, insuportável. Morro de pena, ninguém merecia sofrer o que ele sofreu", afirmou à época do lançamento do filme.

Ziraldo é tolo e se acha, porém, não é inocente.

As professoras Eliena Souza Nascimento da Silva e Suely Santos Santana, em artigo intitulado “A representação do Negro em O Menino Marrom de Ziraldo”, escrito em 1.986, disssecam o racismo "boa praça" do cartunista.

“No caso do Menino Marrom percebe-se que, escapando a idealização proposta na década de 80, o livro apresenta, de maneira sutil, uma visão racista e etnocêntrica, permeada pela criação de estereótipo que vislumbra a depreciação do negro. "[...] o menino cor-de-rosa resolveu perguntar: por que você vem todo o dia ver a velhinha atravessar a rua? E o menino marrom respondeu: Eu quero ver ela ser atropelada" (ZIRALDO, 1986, p.24).

“Aqui, fica claro que o negro, apesar de protagonista, continua sendo associado à marginalização, reforçado pelo estereótipo de que "todo negro é marginal[5]", o que implica dizer que o livro aludido contribui mais para reforçar estereótipos do que para desconstruí-los”, acrescentam as pesquisadoras.

Eliene Souza e Sueli Santana também chamam a atenção para o título do livro, em que o menino marrom não se reconhece enquanto negro, o autor de forma sutil passa para o leitor que o menino marrom se aproxima mais do ideal mestiço, arraigado no imaginário social. A "mistura" pregada pelo autor, visa à aproximação do padrão de beleza branca, concluem as pesquisadoras.

Alguém precisa dizer para Ziraldo que seus volteios retóricos não escondem o conteúdo do seu racismo enrustido, hipócrita e dissimulado, mas, nem por isso menos letal.

O seu deboche fora de contexto não tem a menor graça, uma vez que a mesma coragem que demonstra para afrontar, a nós, negros brasileiros – vítimas cotidianas, inclusive do racismo bonzinho que advoga – falta-lhe para usar imagem semelhante em relação, por exemplo, ao nazismo, responsável pela morte de cerca de 6 milhões de judeus, negros e ciganos nos anos 30 na Alemanha.

Seria interessante ver o cartunista em fim de carreira justificar para as vítimas do nazismo que existe o "nazismo com ódio e o nazismo sem ódio", e que o "nazismo sem ódio" não é mau, como sustenta em relação ao racismo.

Ao menos em respeito aos seus próprios cabelos brancos deveria ter um mínimo de dignidade de respeitar os nossos, a nossa história, os sofrimentos dos nossos antepassados sob o escravismo e dos que ainda continuam sendo alvos cotidianos, dos jovens na mira diária das balas assassinas (um jovem negro tem mais 3,7 vezes mais chances de ser assassinado antes de completar 18 anos do que um branco), fruto e resultado da cultura perversa - inclusive do racismo sem ódio e bonzinho que ele acaba de inventar.
FONTE: AFROPRESS/EDITORIAL

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Pelotas pode ser tema-enredo no Carnaval Carioca de 2012




Os 200 anos de Pelotas poderá ser tema-enredo de uma das grandes escolas de samba do Rio de Janeiro no Carnaval em 2012. A informação é do vice-prefeito Fabrício Tavares, que está na capital mundial do samba desde terça-feira, onde já participou de reuniões com os presidentes da Mocidade Independente de Padre Miguel, da Porto da Pedra, União da Ilha e São Clemente.

“Todos eles mostraram interesse, inclusive utilizando incentivos da Lei Rouanet, e a partir disso vamos continuar dialogando para definir qual será a melhor parceria para que possamos divulgar os 200 anos de Pelotas para o Brasil e o mundo”, antecipou Fabrício, durante contato telefônico hoje (23) à tarde do Rio de Janeiro, logo após encontro com dirigentes da União da Ilha.

Segundo o vice-prefeito, a Prefeitura já projetava, dentro da programação das festividades do bicentenário do Município, viabilizar que uma escola carioca do grupo especial encampasse a ideia de levar a história de Pelotas ao Sambódromo em 2012. “Por ocasião da abertura do Carnaval em Pelotas, no Laranjal, e no evento em que foram escolhidas a rainha e princesas, conversamos com Thatiana Tagung, ex-rainha da bateria de várias escolas, atualmente responsável pela comissão de frente da Vila Isabel e presidente da Escola Mirim, que se colocou à disposição para agendar essa reuniões no Rio de Janeiro com presidentes de escolas, além de nos dar o suporte logístico necessário”, explica Fabrício.

O vice-prefeito salienta que há duas exigências para fechar a parceria com uma das escolas. Uma se refere ao compromisso de intercâmbio com escolas de samba locais, proporcionando troca de experiências e ensinamentos, e a outra diz respeito à participação da escola escolhida no Carnaval de Pelotas em 2012. “Esta cláusula estabelece que a escola carioca fará desfile também em Pelotas, pois pretendemos que o Carnaval 2012 seja realizado em data diferente dos desfiles do Rio de Janeiro”, diz o vice-prefeito.
FONTE: SECOM

Filiação do ANDES-SN à CSP- Conlutas é aprovada no 30º Congresso do Sindicato Nacional

A unidade da classe trabalhadora permeou as várias intervenções de um dos mais aguardados temas da plenária do 30º Congresso do ANDES-SN: a filiação do Sindicato Nacional à Central Sindical e Popular (CSP- Conlutas), deliberada na noite deste domingo (20), último dia das atividades.

Antes da votação, no púlpito, a maioria dos delegados defendeu a filiação. O relacionamento com os movimentos sociais e internacionalistas e a preservação da independência sindical foram reiteradamente citados como pontos convergentes entre o horizonte de luta do ANDES-SN e o projeto da CSP-Conlutas.

Francisco Miraglia, encarregado sindical da diretoria do ANDES-SN, ressaltou que o Sindicato vem lutando para reunir os diversos setores da classe trabalhadora em torno de um novo projeto de sociedade. “O ANDES-SN está na construção de uma articulação de grande porte, que junta o movimento sindical, o movimento popular e uma parcela importante do movimento estudantil. Investe tempo e energia política em reconstituir o conjunto classista e combativo que convocou o Conclat para a consolidação de um amplo fórum de todos os movimentos de luta contra as opressões que queiram resistir aos ataques do governo, da burguesia e da elite deste país. A gente trabalha para construir este fórum, proposto por este sindicato. Queremos trabalhar no nível de organização no interior da CSP-Conlutas, no nível da rearticulação de um fórum combativo e com todos aqueles que querem enfrentar o capitalismo”.

Luiz Mauro, 2º vice-presidente do ANDES-SN, testemunhou a experiência de sua Seção Sindical com relação à vivência concreta da organização pela base, com autonomia, que, segundo o professor, denota o enraizamento da Central. “A CSP-Conlutas é experiência fundamental para a classe. Sabemos o que é a construção com movimentos sociais, é nova e riquíssima. Sabemos e temos vivenciado estrutura horizontal. Vivemos o que era a dificuldade de ter alguma proposta minimamente levada de forma democrática. O 30º congresso deve, sim, aprovar a filiação já”, argumentou.

Para Rodrigo Dantas, da Adunb, a questão é crucial para o debate político, para o Sindicato Nacional e para a relação com o conjunto da classe trabalhadora. “É preciso colocar o tema em perspectiva histórica. Estamos discutindo há sete anos. Há sete anos nós vemos nos nossos CONADs e Congressos afirmando como eixo central da nossa política a articulação com movimentos sociais para reconstruir a unidade da classe trabalhadora. Fomos parte fundamental do processo de elaboração do que é a CSP-Conlutas. É preciso observar as elaborações nossas que foram absorvidas quase que totalmente pela Central”.

Aldisio Costa, da Adufepe, se posicionou contrariamente à filiação. “Nós ouvimos aqui, durante todo o Congresso, a dificuldade que temos hoje em nossas bases, até para construir diretoria. Esta construção não está avançada no seio de nossas bases. É preciso primeiro formar consciência dos docentes”, pontuou.

A professora Claudia Durans, da Apruma, defendeu que o Congresso aprovasse a filiação por identificar a central como um polo aglutinador das lutas sociais. "Nós todos estamos muito orgulhosos da trajetória de nosso Sindicato. É diferenciado, porque reúne professores de diversas áreas e porque não se preocupa só com as questões específicas dos docentes. Vimos que ao longo da história sempre se posicionou. Contribuo no GT Etnia, Gênero e Classe discutindo a questão das opressões, e identifico que a única central sindical que concretamente unifica a luta de todos os oprimidos é a CSP-Conlutas”.

“Não há licença sabática nesse caso, mas lembro que foram sete anos pra entrar na CUT, sete anos pra sair. Não quero esperar mais sete anos. Vamos respeitar a decisão coletiva que este sindicato vem reiteradamente tomando. Não é possível que fiquemos dizendo que a filiação não foi discutida”, lembrou o professor Edmundo Dias, da ADUNICAMP.

Já Marcos Souza, da Apes-jf, explicitou preocupação com o momento político e defendeu o adiamento da decisão. “Estamos perdendo bases com companheiros valorosos. Não discordo de que devamos ter associação com uma central autônoma e classista, mas o dever de casa (trabalho de base) ficou muito difícil. O único documento a esse respeito para a base está no Caderno de Textos do Congresso. Por isso, indico que discutamos em 2012”.

“Chegamos a esse momento derradeiro numa demonstração de sucesso significativo no sentido de aprovar os TRs, com discussão ampla, em que nenhum momento a diversidade foi ocultada, temos um plano de comunicação a desenvolver, uma carreira pras nossas seções sindicais. Esse momento derradeiro torna-se mais importante porque podemos ratificar nossa perspectiva classista. O ANDES-SN sempre esteve, está e estará ao lado da classe trabalhadora. Temos que colocar o bloco na rua agora. Aprendi na militância: respeito o conjunto da base porque eu trabalho com a base, eu não falo por ela. Esse TR vai nos permitir levar para as Seções Sindicais a necessária condição de fortalecemos essa unidade de classe que tanto desejamos”, discordou Rubens Rodrigues, também da Apes-jf.

A filiação do ANDES-SN à CSP-Conlutas foi aprovada por 134 votos favoráveis, 39 contrários e 23 abstenções.

A CSP-Conlutas foi fundada durante o Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat), em junho de 2010, com a presença de mais de 3000 delegados. O ANDES-SN participou do Conclat com delegados de base e diretoria. O 55º CONAD reconheceu que havia sido fundada uma nova Central e referendou a participação do ANDES-SN na Secretaria Executiva Nacional Provisória, eleita no Conclat. Para contribuir no processo de articulação com setores que não integram hoje a nova entidade e que se inserem no campo classista, o 55º CONAD também aprovou a atuação do ANDES-SN na perspectiva de diálogo com estes destes setores.

O estabelecimento de um prazo de um ano para a realização de um balanço do processo de reorganização em relação à Central, tendo como referência as resoluções do Sindicato Nacional dobre estratégia, natureza e unidade do campo combativo e classista, e a deliberação de encaminhamentos derivados deste balanço no 31º Congresso, em 2012, também foram aprovados na plenária.

Fonte: ANDES-SN

Pílula de maconha melhora o apetite e o sono de pacientes com câncer

O consumo de um composto extraído da maconha têm efeito benéfico em pacientes com câncer que perdem o apetite e o paladar devido a tratamentos como quimioterapia, segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Alberta e Edmonton, no Canadá, e publicado na revista "Annals of Oncology".

Pessoas que sofrem de câncer perdem o apetite em decorrência da doença e dos tratamentos que afetam sentidos como paladar e olfato. Assim eles terminam comendo menos e ficam ainda mais vulneráveis ao tumor. A experiência foi realizada com apenas 21 pacientes com metástases e com a metodologia duplo-cego, na qual médicos e voluntários não sabem o que estão receitando e tomando, respectivamente. Então 11 receberam cápsulas com 2,5mg a 5mg, podendo chegar a 20mg, do princípio ativo da maconha (o tetrahidrocanabinol, o THC) durante 18 dias, e o restante tomou pílulas inativas (placebo).

Os resultados mostraram que o grupo que recebeu o THC aumentou o interesse pela comida em 73%, contra, 30% do grupo controle. Além disso, 55% disseram que o paladar melhorou, e apenas 10% no grupo controle. Pelo menos 64% recuperaram o apetite. Já no grupo placebo nenhum dos pacientes teve o mesmo benefício. Os pacientes que tomaram o composto relataram ainda que passaram a dormir melhor e se sentiam mais relaxados.

- Esta é a primeira pesquisa clínica aleatória que demonstra que o THC ativa o sentido do paladar e o apetite em pacientes com tumores avançados, ao mesmo tempo que relaxa e melhora o sono. Os dados são surpreendentes - disse o professor Wendy Wismer, da Universidade de Alberta.

Agora os pesquisadores precisam fazer testes com um número maior de pacientes para confirmar os dados e saber se não há efeitos colaterais com o composto. Apesar de comerem mais proteínas, a melhora do apetite dos pacientes não significou um maior consumo de calorias, uma medida importante para melhorar a nutrição nesses casos.

FONTE: O GLOBO

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

UNEGRO sai em defesa de Netinho










A UNEGRO – União de Negros pela Igualdade -, corrente de lideranças negras ligadas ao PC do B, saiu em defesa do vereador, empresário e apresentador do Partido, Netinho de Paula, acusado de usar notas fiscais de empresas com endereços fantasmas para justificar os gastos do seu gabinete na Câmara Municipal.

Para o coordenador da UNEGRO, historiador Edson França, “estamos diante de uma tentativa espúria de defenestrar da vida pública o negro mais bem votado na história do Brasil”. “Nunca é demais lembrar que Netinho de Paula recebeu - sob trinta intermináveis dias de perseguição e injúria da mídia paulista - sete milhões e oitocentos mil votos”, acrescentou.

Investigação

O vereador está sendo investigado pelo Ministério Público de S. Paulo porque cinco empresas contratadas pelo seu gabinete entre 2009 e 2010 não existem nos endereços declarados à Junta Comercial.

Em dezembro de 2009, ele apresentou Nota à Câmara no valor de R$ 5,9 mil, referente a serviços prestados pela empresa Paulo Sérgio Rodrigues. No registro da Secretaria da Fazenda a empresa aparece como sendo “comércio varejista de materiais elétricos, com sede na rua Antonio Florêncio dos Santos (zona leste). O endereço apontado é uma residência e de acordo com a Junta Comercial, a empresa está inativa desde 2008.

Afropress enviou pedido de entrevista ao vereador para que esclarecesse as denúncias, porém, ele não se manifestou.

Para França, porém, a empresa "Paulo Sérgio Rodrigues de Souza EPP" existe, atua na área de comunicação, o proprietário é um homem negro e está localizada na mesma rua”.

Ele justificou o não funcionamento no endereço, alegando que “a prefeitura trocou a numeração de vários imóveis nessa rua” e acusou a repórter Daniela Lima, da Folha de estar “sedenta por expor a "carne mais barata do mercado", e de não ter tido "o cuidado de verificar essa possibilidade, não incomum nas periferias de São Paulo que cresce desordenadamente”.

Pano de fundo

França insinuou que as acusações contra o vereador devem-se ao fato dele ter disputado a direção da mesa da Câmara paulistana, e de sua vitória ter desbancado um grupo composto pelo denominado centrão e pelo PT, que juntos, há décadas, comandam o Legislativo. Ele disse que o pano de fundo das denúncias é o fato de Netinho ser um forte candidato nas eleições para a Prefeitura em 2012.

“Netinho de Paula é uma voz expressiva para a disputa que se avizinha em 2012. Está se formando um bloco político em São Paulo, sem a anuência do PT e do PSDB, que pode viabilizar uma candidatura a Prefeitura de um nome vindo dele, PSB, PDT, PR, PCdoB e, talvez, PMDB com a presença de Kassab, tem potencial de unidos eleger o próximo prefeito de São Paulo. Netinho, indiscutivelmente está no jogo”

O coordenador geral da UNEGRO propôs que se exija da Câmara de Vereadores de S. Paulo uma auditoria dos últimos cinco ou seis anos das prestações de contas dos vereadores. “Aí saberemos se ouve um erro excepcional da Casa em vazar uma informação sem lastro ou se há o jogo sujo da política e a explicitação da odienta face do racismo contra um político negro promissor”, concluiu.
FONTE: AFROPRESS

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Meu Deus do céu, ai que saudade que dá Do velho Pixinguinha


Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, foi o maestro responsável por incorporar elementos brasileiros às técnicas de orquestração e arranjo, renovando assim a arte de fazer música no Brasil.

Algumas composições do mestre receberam letra, como Carinhoso, composta em 1917. O clássico foi gravado em 1928 de forma instrumental e a letra só foi escrita em 1937 por João de Barro, para ser gravada por Orlando Silva. Outras músicas de Pixinguinha que ganharam letras foram Rosa (Otávio de Souza), Lamento (Vinicius de Moraes) e Isso É Que É Viver (Hermínio Bello de Carvalho).

Pixinguinha aprendeu a tocar flauta e logo começou a se apresentar em orquestras, choperias, peças musicais e a participar de gravações ao lado dos irmãos Henrique e Otávio (China), que tocavam violão. Os floreados e os improvisos que tirava do instrumento arrancavam aplausos do público.

No início dos anos 20 formou o conjunto Os oito batutas, e realizou uma turnê pela Europa para divulgar a música brasileira. A banda tinha João Pernambuco e Donga no violão, entre outros instrumentistas. Pixinguinha fez sucesso também entre a elite carioca, tocando maxixes e choros com instrumentos até então só conhecidos nos subúrbios do Rio.

Ainda na década de 20, época em que o sistema elétrico de gravação era uma grande novidade, fez várias gravações para a Parlophon com a Orquestra Típica Pixinguinha-Donga.

Pixinguinha e a música brasileira
Liderou também os Diabos do Céu, a Guarda Velha e a Orquestra Columbia de Pixinguinha. Em 1940 foi indicado por Villa-Lobos como o responsável pela seleção dos músicos populares que participariam da famosa gravação para o maestro Leopold Stokowski, que divulgou a música brasileira nos Estados Unidos. Em 1946, deixou a flauta e passou a tocar saxofone.

Em homenagem ao grande maestro o Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, dia do nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000.

O músico morreu de enfarte dentro de uma igreja, quando ia ser padrinho de um batizado.
FONTE:JB


LEIA TAMBÉM: DIA NACIONAL do Choro: pizindim, pizindim, pizindim 
http://guebala.blogspot.com.br/2010/04/dia-nacional-do-choro-pizindim-pizindim.html

SOM DE PRATA
MOACYR LUZ
Nasceu no Rio de Janeiro

Dia do santo guerreiro
Naquele tempo que passou
Foi o maior mestre do choro
Tinha um coração de ouro
E que bom compositor
Foi carinhoso e foi ingênuo
E na roda dos boêmios
Sua flauta era rainha
E em samba, choro e serenata
Como era doce o som de prata, doutor
Que a flauta tinha
O embaixador dessa cidade
Meu Deus do céu, ai que saudade que dá
Do velho Pixinguinha
Filho da terra de sangue
Sangue de Malê
De uma falange do reinado
Filho de Ogum, de São Jorge, no Batuquegê
De Benguelê, de Iaô
Rainha Ginga
É que sua avó era africana
A rezadeira de Aruanda, vovó
Vovó Cambinda
Só quem morre dentro de uma igreja
Virá orixá, louvado seja Senhor
Meu santo Pixinguinha
E em samba, choro e serenata
Como era doce o som de prata, doutor
Que a flauta tinha
O embaixador dessa cidade
Meu Deus do céu, ai que saudade que dá
Do velho Pixinguinha
Ele é de Benguelê
Ele é de Iaô
É do Batuquegê
Ele é do Reinado
É sangue de Malê
É santo sim senhor

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Mangueira contará a vida e obra de Nelson Cavaquinho

Obras como “Folhas secas” e "Primeiro de abril" serão lembradas no desfile.



“O filho fiel, sempre Mangueira”. O título do enredo da Estação Primeira de Mangueira para o carnaval 2011 resume o sentimento dos 4 mil componentes em homenagear Nelson Cavaquinho. Para carnavalizar a vida e a obra do sambista, que completaria cem anos neste ano, a verde-e-rosa vai mergulhar no próprio passado e exaltará o belo caso de amor entre o poeta e a comunidade.

Última escola a se apresentar no primeiro dia de desfiles, já na madrugada de segunda-feira (7), entre 02h25 e 03h50, a verde-e-rosa vai trazer a modelo Renata Santos como rainha de bateria e o casal de metre-sala e porta-bandeira, Raphael e Marcella Alves.

Para apresentar um desfile à altura do homenageado, os carnavalescos Mauro Quintaes e Wagner Gonçalves fizeram uma vasta pesquisa em livros, internet e com os próprios moradores, e descobriram curiosidades sobre a trajetória do sambista. Obras como “Folhas secas”, "Primeiro de abril" e “Degraus da vida” serão lembradas nas 35 alas que a escola levará para a Sapucaí.

Nelson Antônio da Silva, verdadeiro nome de Nelson Cavaquinho, nasceu na Tijuca, na Zona Norte, em 1911. Desde cedo tocava cavaquinho, mas preferiu ingressar na cavalaria da Polícia Militar. Foi como um policial que ele chegou à Mangueira e logo fez amigos. Além de Cartola, Carlos Cachaça e Zé da Zilda tiveram influência na sua vida. O poeta se mudou para a comunidade em 1952 e trocou a farda pela música, os poemas e a boemia.“A gente se deparou com um universo de religiosidade, de superstições, de bom humor, de grandes amigos, de grandes amores, que estavam muito além da boemia. Nos três primeiros momentos vamos mostrar o Nelson na Praça Tiradentes, a sua relação com Cartola, a sua chegada à Mangueira e o encontro da bossa nova com o samba”, explicou Mauro Quintaes.

A boemia, aliás, fez de Nelson Cavaquinho um personagem de grande destaque nas noites do Rio de Janeiro e também pela convivência com a fina-flor do samba mangueirense. Segundo o carnavalesco, o poeta sempre impressionou os apreciadores da música popular brasileira pela capacidade de compor letras e músicas tão sofisticadas, trabalhando sozinho ou em parcerias.

A morte e o relógio

Uma das oito alegorias promete chamar a atenção do público. Ela vai representar um sonho indesejado que Nelson tivera enquanto dormia, com a revelação da hora de sua morte. Daquele dia em diante, o sambista passou a atrasar diariamente o relógio, na esperança de retardar a partida anunciada, que na verdade só aconteceu em 1986, em horário diferente do "revelado" no pesadelo.

“A morte é um assunto que o Nelson bate direto nas suas canções. Ele se repete muito em cima desse tema da morte. E para que a morte não fique tão pesada no desfile, a gente brinca com esse episódio. A gente conseguiu aglutinar a presença da morte na obra do Nelson e um episódio pitoresco numa alegoria, que é alegoria do relógio. O carro terá a morte em forma de esculturas”, explicou o carnavalesco.

Ordem é brincar
Mas nem só de passagens tristes será marcado o carnaval sobre o centenário de nascimento do grande poeta do samba. Num enredo quase todo pautado em títulos de músicas, uma das alas da Mangueira vai brincar com a música "Primeiro de abril", cujos versos comentam a dor de ser traído por uma mulher, fato encarado com bom humor pelo sambista. Segundo Mauro, os componentes virão caracterizados de Pinóquio.

“A música fala justamente da relação com a mentira e por isso tivemos a ideia de colocar a figura do Pinóquio. Isso foi uma sacada do Wagner para trazer essa coisa diferenciada para dentro de um enredo tão ‘pesado’. A obra do Nelson é muito vasta e ela nos deu esse leque de opções. O que a princípio a gente achou difícil, acabou se tornando fácil demais”, explicou Mario Quintaes.

O samba-enredo foi composto por Alemão do Cavaco, Cesinha Maluco, Xavier, Ailton Nunes, Rifai, Pê Baianinho e será puxado mais uma vez por Luizito, Zé Paulo Sierra e Ciganerey.

Há nove anos sem conquistar um título – o último foi em 2002, com o enredo “Brazil com "z" é pra cabra da peste, Brasil com "s" é a nação do nordeste” -, a Mangueira vai apresentar um desfile moderno e tradicional, sem deixar de lado as suas raízes.
FONTE: G1