Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

sexta-feira, janeiro 16, 2015

Mensalão: A rede luso-angolana-brasileira











Miguel Horta e Costa, antigo presidente da Portugal Telecom, hoje administrador do BESI e presidente da Fundação Luso-Brasileira, foi constituído arguido num processo que investiga corrupção no comércio internacional.

Horta e Costa esteve na sexta-feira no  Departamento Central de Investigação e Ação Penal para responder às perguntas do Ministério Público brasileiro, que chegaram a Lisboa em carta rogatória. Esta investigação começou em 2012, depois do publicitário brasileiro Marcos Valério, condenado como o executor do "mensalão", ter afirmado num depoimento que a Portugal Telecom financiou o Partido dos Trabalhadores (PT) com 2,6 milhões de euros, durante o Governo de Lula da Silva. Segundo Valério, esse dinheiro foi negociado diretamente entre o ex-presidente do Brasil e o então presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Nos depoimentos de Marcos Valério, surgiram os nomes de Ricardo Salgado, António Mexia e Miguel Horta e Costa, com os quais Valério alega ter-se reunido entre 2002 e 2006 para organizar financiamentos ao Partido dos Trabalhadores, de Lula da Silva. Todas aquelas figuras foram testemunhas de defesa de José Dirceu e outros “mensaleiros”. Horta e Costa é agora constituído arguido.

Os órgãos sociais da Fundação Luso-Brasileira, a que Horta e Costa preside, são o retrato das  proximidades que a Fundação quer cultivar. Na vice-presidência da fundação está outro ex-presidente da PT (1996-2002), Murteira Nabo. Foi sob estas presidências que a PT se tornou uma empresa luso-brasileira, acabando por se fundir com a gigante Oi e por cair depois sob domínio de capital brasileiro. Como assinala Horta e Costa no site da Fundação, a FLB “promove o relacionamento institucional, político e económico entre os dois povos”. O peso de representantes de interesses angolanos é também grande na FLB, onde têm cargos, entre outros, António Monteiro, ex-MNE do PSD indicado pela Sonangol para chairman do BCP, e Miguel Relvas, vindo da Finertec angolana, um dos braços empresariais da Fundação Eduardo dos Santos.

Dirceu próximo de Relvas e de interesses angolanos

Segundo o jornal Público, José Dirceu foi em 2008 operacional na venda da operadora da PT no Brasil, a Vivo. Para apoiar o negócio, a PT contratou o escritório de advogados de Fernando Lima. Já em finais de 2011, encontramos de novo Lima a representar os interesses brasileiros, então na privatização da TAP. Foi Lima quem providenciou o primeiro encontro de Gérman Efromovich, candidato à TAP apoiado por Brasília, com o ministro Miguel Relvas, então titular do processo no governo. Semanas depois, o próprio irmão de José Dirceu veio a Lisboa representar Efromovich numa reunião com o então presidente do BES, Ricardo Salgado (P, 2.8.2012). Até ser preso, o escritório de advogados de José Dirceu representava no Brasil o escritório de Fernando Lima, o LSF & Associados.

Lima foi presidente da construtora Engil e também grão-mestre do Grande Oriente Lusitano. Quando o BPN foi nacionalizado, a parte rentável do grupo SLN, incluindo os negócios do grupo em Angola, foi mantida nas mãos dos seus donos de sempre - o grupo cavaquista de Oliveira e Costa, Joaquim Coimbra e outros. O grupo mudou de nome para Galilei, e contratou o advogado Fernando Lima para presidir à sua administração.

O mensalão chega a Angola

Angola foi o segundo país mais profundamente atingido pelo escândalo do “mensalão”, o esquema de corrupção e financiamento ilegal de partidos e governantes. Uma comissão parlamentar brasileira investigou as movimentações financeiras do empresário Marcos Valério, o operacional do ministro José Dirceu neste escândalo. Muitas transferências realizavam-se através do Trade Link Bank, offshore nas ilhas Caimão detido pelo Banco Rural brasileiro.

As investigações da justiça brasileira ao TradeLink/Banco Rural acabaram por detetar também o trânsito de vultuosas transferências precisamente para Angola, para contas bancárias do ex-ministro angolano das Finanças, José Pedro Morais, e do ex-governador do banco central angolano (BNA), Amadeu Maurício. Segundo a imprensa brasileira, foram 21 remessas entre 2003 e 2005, num total de 2,7 milhões de dólares. Os dois políticos acabaram afastados dos seus cargos por José Eduardo dos Santos.

O caso angolano não parece ter relação direta com o “mensalão”, mas os empresários brasileiros que realizavam aqueles pagamentos serviam-se do mesmo canal offshore por onde Marcos Valério fazia circular os seus subornos.

A rede luso-brasileira da Fundação Eduardo dos Santos

Um dos condenados no “mensalão” foi o presidente do Banco Rural, José Roberto Salgado. Este banqueiro brasileiro, hoje na prisão, presidiu também à filial de Lisboa, o Banco Rural/Europa (BR/E). Até 2012, o BR/E era um offshore na Madeira, mas em 2012 abriu portas em pleno Saldanha, em Lisboa.

O único português na administração do Banco Rural/Europa é um veterano Corretor de Bolsa e banqueiro, Luís Rodrigues. Além de administrador do BR/E, Luís Rodrigues está no conselho de administração do cabo-verdiano Banco Fiduciário Internacional (BFI). Segundo Paulo Silva, inspetor tributário arrolado como testemunha pelo Ministério Público no processo BPN/Insular, o BFI era um dos canais da elite angolana em Cabo Verde para tirar dinheiro do seu país. O BFI é uma das entidades acionistas da Finertec, o grupo de capitais angolanos que teve Miguel Relvas foi administrador até 2011 e de onde veio também Paulo Pereira Coelho, contratado pelo governo português em Outubro de 2013 como consultor na área da diplomacia económica junto dos países lusófonos, sem remuneração. Estávamos em plena crise diplomática luso-angolana, e a contratação surge como um esforço de apaziguamento.

A rede BFI-Finertec é um dos braços financeiros do palácio presidencial angolano. Nos postos-chave desta rede vamos encontrar o pessoal político-empresarial em torno da Fundação Eduardo dos Santos, associado a gestores de topo portugueses e responsáveis com boas relações políticas em Lisboa.

Legenda:

José Dirceu está ligado ao Banco Rural brasileiro pelo “caso Mensalão”, à Ongoing pelos media do grupo no Brasil e a Efromovitch na candidatura à privatização da TAP. Dirceu foi ainda parceiro da sociedade de advogados portuguesa LSF&A. À frente da LSF&A está Fernando Lima, grão-mestre do GOL e presidente do grupo Galilei (ex-SLN). A Ongoing e o BES são acionistas de referência da PT. Miguel Horta e Costa, administrador do BESI, foi constituido arguido no caso Mensalão. Foi presidente da PT e é presidente da Fundação Luso-Brasileira.


Luís Rodrigues tem cargos de topo na filial de Lisboa do Banco Rural brasileiro. No universo Finertec/Fundação José Eduardo dos Santos, preside à Opex (onde Nogueira Leite esteve no Conselho Geral) e é administrador do Banco Fiduciário Internacional (com o presidente da Finertec e o ex-secretário-geral do PAICV de Cabo Verde, Armindo Maurício). A Fundação José Eduardo dos Santos dirige a Finertec através dos seus principais quadros. Miguel Relvas foi substituído por Marcos Perestrello na administração da Finertec durante um curto período. Pereira Coelho mantém-se no grupo angolano e como consultor da diplomacia português.

FONTE: ESQUERDA NET / 11 de Janeiro, 2015 - 16:24h Jorge Costa

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Polêmica sobre demarcação de terras deve voltar à tona na Câmara em 2015













A partir de fevereiro, mais da metade da Casa será composta por deputados ligados ao agronegócio, defensores da PEC 215. Indígenas são contrários à proposta, que diminui o poder da Funai sobre as demarcações.

A polêmica sobre a Proposta de Emenda à Constituição que submete ao Congresso a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas no País (PEC 215/00, do ex-deputado Almir Sá) deve voltar com força na próxima legislatura.
A chamada bancada ruralista, defensora da medida, será ampliada a partir do próximo ano. Levantamento da Frente Parlamentar da Agropecuária indica que os parlamentares ligados ao setor deverão representar 51% da Câmara dos Deputados, com 263 dos 513 deputados eleitos para o período de 2015 a 2018. Hoje, são 191.
Do outro lado, nenhum indígena foi eleito para a Câmara, a exemplo de 2010. Mas a ausência de um parlamentar índio não tem impedido a vinda de lideranças indígenas ao Legislativo nos últimos anos. Em um dos protestos, índios chegaram a subir no teto do Congresso em protesto contra a PEC.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, 53 indígenas foram assassinados no ano passado em consequências de conflitos agrários diretos ou indiretos. Agricultores reclamam, no entanto, que muitas vezes colonos que ocupam áreas de boa-fé são retirados de suas terras para a demarcação de um território indígena.
Solução ou retrocesso?
Para o relator da PEC na comissão especial da Câmara que analisa a matéria, deputado Osmar Serraglio (PDMB-PR), a proposta poderá trazer uma solução para os problemas.

"Se você conversar com muitos índios, vai identificar que o que querem mesmo não é mais terra. Não que estejamos negando terra; estamos cumprindo o nosso dever. O País está testemunhando morte de índios e agricultores. É uma missão, um compromisso nosso."
.
Um dos principais defensores da causa indígena na Câmara, o deputado Padre João (PT-MG) discorda. "A PEC 215 significa o maior retrocesso. A gente percebe a organização de uma bancada, formando uma maioria, indo a voto e que se torna, de fato, uma ameaça a um direito constitucional sagrado, reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal”, diz.
Atualmente, a demarcação de terras indígenas é de responsabilidade da União, com base na Constituição e em um decreto (Decreto 1.775/96). Conforme Adelar Cupsinski, assessor jurídico do Conselho Indigenista Missionário, as normas são suficientes.
Existem no Brasil quase 900 mil índios e mais de 690 terras indígenas. Os povos nativos reivindicam, no entanto, o reconhecimento de cerca de 1000 áreas.

Íntegra da proposta:

  • PEC-215/2000
FONTE: 'Agência Câmara Notícias

Manifesto ao povo Brasileiro; Às vésperas do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, STF











A PEC 215/2000 e seu Substitutivo é descaradamente inconstitucional e ultrajante aos povos. Inviabiliza novas demarcações de terras indígenas. Reabre procedimentos administrativos já finalizados. Legaliza a invasão, a posse e a exploração das terras indígenas demarcadas.

De diversos movimentos e entidades
Às vésperas do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, STF, da Ação Direta de Inconstitucionalidade, ADIN, 3239, proposta pelo partido Democratas, contra o Decreto Federal 4.887/200 e da votação pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, do “Substitutivo à Proposta de Emenda à Constituição 215/2000 expressamos nossa profunda preocupação com o que está acontecendo neste país.
O Decreto Federal 4.887 de 20 de novembro 2003, regulamentou o processo de titulação das terras dos remanescentes das comunidades de quilombos criando mecanismos facilitadores do processo de identificação e posterior titulação do território das comunidades, encontrou no partido Democratas (um dos últimos resquícios da sustentação parlamentar da ditadura militar) ferrenha oposição até o ajuizamento de Ação junto ao STF alegando inconstitucionalidade do decreto.
A PEC 215/2000 e seu Substitutivo é descaradamente inconstitucional e ultrajante aos povos. Inviabiliza novas demarcações de terras indígenas. Reabre procedimentos administrativos já finalizados. Legaliza a invasão, a posse e a exploração das terras indígenas demarcadas.
O que une as ações dos ruralistas é o desejo de extermínio dos povos e comunidades tradicionais ao retirar-lhes os seus territórios fundamentais para a reprodução de suas vidas e dos seus modos de viver, seus costumes e tradições, seus saberes e sabores.
Esperamos que os ministros do STF julguem a ADIN 3239 a partir dos direitos fundamentais da pessoa humana e não se enredem em questões minúsculas de formalidades jurídicas.
Está em jogo o direito de populações que historicamente foram discriminadas, massacradas, jogadas à margem da sociedade. É mais que necessário que se garantam os poucos direitos tão duramente conquistados. Igualmente esperamos que a PEC 215/2000 seja definitivamente sepultada e o Estado respeite os direitos dos povos originários e comunidades quilombolas e que caminhemos para o reconhecimento dos Direitos da Mãe Natureza.
Assinam:
Articulação Nacional de Quilombos – ANQ
Comissão Pastoral da Terra - CPT
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Comunidade indígena – Povo Gamela/MA
Associação Carlos Ubiali
Justiça nos Trilhos
Paróquia São Daniel Comboni
GEDMA/UFMA
Paroquia do Divino Espirito Santo Mirinzal Maranhão
Padre Clemir Batista da Silva

quarta-feira, janeiro 14, 2015

Entidades pedem que Carnaval de Pelotas seja adiado em 13 dias















Prefeito irá avaliar a solicitação com as secretarias envolvidas na festa e dará a resposta nesta quinta-feira

 Representantes da Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap) procuraram o prefeito Eduardo Leite e a vice, Paula Mascarenhas, na manhã desta quarta-feira (14/01/2015) para pedir a alteração da data do Carnaval de Pelotas para 26 de fevereiro a 1º de março. O objetivo do adiamento, de duas semanas, é dar mais tempo para que as entidades se organizem e mobilizem as comunidades.

          A proposta foi aprovada em reunião, da qual participaram 22 das 36 entidades associadas. Caso seja aceita, os desfiles seriam realizados em quatro dias – de quinta-feira a domingo – e não haveria o desfile das campeãs. Na quinta-feira aconteceria a muamba; sexta-feira os blocos burlescos; sábado escolas infantis e bandas; e domingo mirins e participações.

          De acordo com os carnavalescos, quando o Carnaval cai no início de fevereiro é difícil mobilizar, de desenvolver o trabalho, já que as pessoas só começam a pensar na festa, e a “respirá-la”, depois do réveillon. 

          Eduardo diz que a Prefeitura está pronta para realizar o evento na data e que até, de forma inédita, adiantou parte da subvenção das entidades - paga em cinco parcelas, a partir de outubro de 2014. Porém, entende que as entidades precisem de mais tempo para mobilizar e cumprir todas as exigências legais. Assim, conversará com a sua equipe para avaliar o que a mudança acarretará em relação aos envolvidos e dará uma resposta até esta quinta-feira (15/1/2014).


FONTE: SECOM


Prefeitura confirma adiamento do Carnaval 2015













Festa seria realizada de 13 a 17 de fevereiro no Porto de Pelotas, no entanto, escolas do Grupo Especial pediram um mais tempo para se prepararem


Das incertezas que ainda rondam o Carnaval 2015 em Pelotas, até esta quarta-feira (14) a principal dizia respeito à data da folia. No início desta semana, a realização da festa seguiria o calendário nacional, ao ocorrer entre os dias 13 e 17 de fevereiro.

No entanto, 22 das 36 entidades carnavalescas pediram à prefeitura de Pelotas o adiamento do evento para os dias 26, 27, 28 de fevereiro e 1º de março, proposta aceita pelo órgão. Agora, as agremiações têm até o dia 31 de janeiro para regularizar a situação junto à prefeitura e participar da festa. A intenção é evitar o esvaziamento do evento, como ocorreu no ano passado, quando cinco das seis escolas do Grupo Especial não desfilaram.

Atualmente, apenas a Academia do Samba está legalmente apta a desfilar pela categoria, enquanto as outras - Estação 1ª do Areal, General Telles, Unidos do Fragata e Imperatriz da Zona Norte (a Ramiro Barcellos pediu licença para não desfilar esse ano) - ainda precisam resolver problemas burocráticos. Segundo o presidente da Associação da Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap), Jorge Vasques, se estas escolas conseguirem regularizar suas situações até hoje, elas ainda conseguem acessar os recursos da subvenção. Caso contrário, elas têm até o fim do mês para solucionar os problemas e entrar na passarela em regime participativo.

Em 2014 a General Telles foi a única a participar do Carnaval pelotense, já que as demais entidades preferiram não concorrer por discordarem do local onde a festa ocorreria - desde o ano passado o Carnaval é realizado no Porto - e dos valores repassados pela prefeitura às escolas - cerca de R$ 40 mil - como subvenção. Na época, o Executivo investiria aproximadamente R$ 300 mil em recursos públicos, valor considerado insuficiente para cobrir os custos da folia. Para 2015, a participação das entidades tem esbarrado na burocracia.

Desde o ano passado, uma série de documentos e licenças têm sido exigidos pelo Poder Público para a liberação dos recursos necessários à montagem do espetáculo. Por enquanto, apenas as escolas e blocos infantis, bandas e uma escola do Grupo Especial estão regularizados e já preparam a apresentação. Conforme o secretário de Cultura de Pelotas, Giorgio Ronna, a transferência da festa deve dar o tempo necessário para a solução dos impasses. "O Carnaval é uma festa popular e as escolas têm grande peso nisso. Sem elas, a festa não teria o mesmo sentido", afirma Ronna.

Conforme Vasques, as entidades estão tentando providenciar todos os documentos solicitados, mas a tarefa não tem sido fácil por estes precisarem ser reconhecidos em cartório, o que nem sempre é rápido. Inicialmente, a prefeitura havia dado prazo até outubro de 2014 para a entrega das Certidões Negativas de Débitos (CNB) e atas atualizadas e autenticadas, e desde então vem prorrogando a data na expectativa de garantir um Carnaval completo, diferente do ano passado.

Para agravar a situação, pesam a falta de conhecimento dos carnavalescos com relação às questões legais, financeiras e jurídicas, e o interesse da prefeitura em manter todo o processo de organização do Carnaval o mais transparente possível. Como vários documentos passaram a ser exigidos para o repasse da subvenção, muitas precisaram profissionalizar a administração, o que não é simples. "Os carnavalescos sabem fazer Carnaval, mas a maioria não é acostumada a lidar com a parte financeira. Essa é uma preocupação nova."
Escolas querem desfilar
Todas as escolas de samba do Grupo Especial - com exceção da Ramiro Barcelos - pretendem participar do Carnaval 2015, desde que a prefeitura dê mais tempo para organização. Conforme um dos diretores da Unidos do Fragata, Edson Planela, a maioria das agremiações passou por mudanças de diretoria em 2014, o que acabou atrasando o início dos trabalhos. Além disso, se a festa iniciasse no dia 13 de fevereiro, o tempo disponível para montagem dos carros alegóricos e fantasias seria insuficiente.

Para Sandro Nunes, diretor geral de Carnaval da Estação 1ª do Areal, a ausência das escolas representaria uma grande perda para a festa na cidade. Segundo ele, a Estação tem o propósito de desfilar, todavia também depende da liberação de documentos para isso. Caso participe, a escola deve ir à Cidade do Samba com dois ou mais carros alegóricos e cerca de 600 componentes. Até o momento, a Academia do Samba é a única em condições de participar da festa. A General Telles passa por mudanças na diretoria e enfrenta os mesmos problemas das outras entidades. Para 2015, as bandas decidiram ficar fora do concurso alegando falta de recursos. Blocos burlescos também não concorrem.

Com a mudança confirmada, a programação do Carnaval 2015 deve ocupar quatro dias, sem o tradicional desfile das campeãs. A folia começa na quinta-feira (26 de fevereiro), com a passagem da Muamba; na sexta-feira (27) é a vez dos blocos burlescos irem para a passarela; no sábado (28) saem as escolas infantis e bandas; e no domingo (1º) as bandas mirins e o Grupo Especial. De acordo com Giorgio Ronna, a prefeitura estava pronta para realizar o evento na data prevista - de 13 a 17 de fevereiro - tendo, inclusive, adiantado parte da subvenção das entidades em outubro de 2014, algo inédito na cidade.
Novidades
Para 2015, a Secretaria de Cultura e a comissão formada para ajudar na organização do evento - esta inclui representantes de outras secretarias -, vai tentar corrigir os erros observados na edição anterior. O trajeto de 300 metros da passarela, por exemplo, foi alterado e agora está reto, ao contrário de 2014 quando a pista era curvada. Além disso, o número de arquibancadas disponíveis para o público será maior, chegando a 4,5 mil lugares.

Detalhes como valores de ingressos e camarotes ainda não foram definidos, mas a prefeitura já começou os processos licitatórios para contratação das empresas responsáveis pela sonorização, segurança e montagem das estruturas.
Outra novidade são as premiações em dinheiro. Conforme a Assecap, estas devem melhorar, pois toda a renda obtida na festa será destinada a esse fim. Após acordo com a prefeitura, em 2015 a Assecap deve coordenar assuntos referentes a jurados, anjos (acompanhantes dos jurados), concursos, programação e passarela do samba. As demais responsabilidades permanecem com a prefeitura, como montagem da infraestrutura, contratação de luz, som e segurança.
Carnaval no Porto surpreende
Em meio às indefinições, a aprovação do Porto como local da folia é a única certeza envolvendo a festa. Em 2014, quem morava no entorno da Cidade do Samba - instalada entre as ruas Almirante Tamandaré, Bento Martins e Visconde Jaguari -, temia o aumento de roubos e violência na região, preocupação que acabou não se confirmando devido à forte presença policial na localidade. A prefeitura também investiu na iluminação e colocação de banheiros públicos no bairro, tomando muito cuidado com o ir e vir da população local.

Para o estudante Jesian Golin, 26, o Carnaval no Porto foi até bom para a vizinhança, pois diminuiu um pouco a sensação de insegurança presente no resto do ano. "Por aqui é comum a pessoa ser assaltada em plena tarde e na época do Carnaval isso não ocorreu." Assim como ele, a funcionária pública Mara Rosa, 57, surpreendeu-se com a festa. O problema é que depois do evento a prefeitura voltou a esquecer o bairro, deixando de cuidar das praças e da iluminação pública. "No fim, nós gostamos da festa no Porto e esperamos que esse ano seja melhor ainda, mas ainda esperamos mais atenção por parte do Poder Público."
Audiência
Hoje, às 10h, o secretário de Cultura, Giorgio Ronna, e o superintendente de Manifestações Populares da Secult, Francisco Rangel, devem ir até a Câmara de Vereadores para falar sobre o planejamento do Carnaval 2015. Às 19h, o plenário da Câmara também vai receber audiência pública sobre a Festa de Iemanjá, com o mesmo objetivo. As duas reuniões foram propostas pelos vereadores Marcos Ferreira (PT), Ricardo Santos (PDT) e Ademar Ornel (DEM) e devem contar com a presença do superintendente da Secretaria Municipal de Justiça Social e Segurança, Romaldo dos Santos Duarte.
FONTE: DIÁRIO POPULAR / DAIANE SANTOS

Caça à dupla Gre-Nal: Brasil-Pel manteve elenco para o Gauchão















torcida xavante continuará presente
 fazendo da baixada um panelão

Equipe de Rogério Zimmermann foi campeã do Interior no ano passado

O Brasil-Pel aposta no entrosamento do grupo para fazer outra grande campanha no Gauchão. A equipe, treinada por Rogério Zimmermann desde 2012, ano passado voltou à elite e, de cara, foi campeã do Interior. Embalado pelo acesso à Série C, o time, que joga amistoso nesta quarta-feira com o Juventude no Bento Freitas, busca fazer frente à dupla Gre-Nal.


A tarefa, é claro, não é nada fácil. Afinal, os times da Capital contam com nomes do calibre de D'Alessandro e Barcos nos grupos de Diego Aguirre e Felipão. Mas não se trata de algo impossível. Inclusive, quase ocorreu ano passado, na semifinal do Gauchão. 

Jogando na Arena, o Brasil-Pel vendeu caro a vaga na decisão ao Grêmio. Com boa marcação, dificultou as ações do time da casa. E ao final do jogo, mesmo com o placar desfavorável em 2 a 1, buscou a todo o momento o gol de empate que levaria a disputa aos pênaltis. 

— Nosso time tem um padrão de jogo definido, isso dá confiança. E pode nos ajudar a ter sucesso contra a dupla Gre-Nal — diz o lateral-esquerdo Rafael Forster.


Desde 2013 no Bento Freitas, o lateral formado na base do Inter se destaca pelas cobranças de falta. Foi um dos destaques no Gauchão e na Série D. A técnica na batida, conta Forster, surgiu ainda no Beira-Rio, quando trabalhou com Osmar Loss, hoje técnico do sub-20 do Corinthians.

— Às vezes não é cobrando 10 faltas que você fará gol. Mas se em duas ou três você tiver concentração alta, pode obter sucesso — explica Forster.

Outros destaques foram mantidos no Bento Freitas. A começar pelo gol, onde Eduardo Martini é soberano. Na zaga, Fernando Cardozo dá segurança. No meio-campo, a experiência dos volantes Márcio Hahn e Nunes teve o acréscimo do meia Diogo Oliveira, ex-Juventude. No ataque, a velocidade de Alex Amado e a pontaria de Nena, artilheiro na Série D com oito GOLS, ajudam a equipe.

— Entramos no Gauchão para buscar o título Mas trabalhamos com os pés no chão, com seriedade — resume Nena.

"A diferença para a dupla Gre-Nal é gigantesca"
Entrevista, Rogério Zimmermann, Técnico do Brasil-Pel

Como o Brasil-Pel chega ao Gauchão?
A gente conseguiu manter a base do time. Os 11 jogadores que mais jogaram na Série D permaneceram. No Gauchão, as equipes são muito parelhas. Pega Cruzeiro, Caxias e Juventude, por exemplo, são quase os mesmos jogadores, o nível é parecido. Então, a manutenção do nosso grupo é algo que pode fazer a diferença.

Você também está no clube há quase três anos.
É, cheguei em 2012. O Brasil me deu a chance de fazer um grande trabalho. Ano passado, alcançamos o acesso à Série C, mas agora o desafio é maior. As equipes são mais qualificadas. Se nós mantivermos o mesmo nível de 2014, talvez não seja o suficiente em função dos adversários. Então, precisamos evoluir ainda mais.

O Brasil pode ser campeão do Interior novamente?
Conseguimos este título ano passado. Ainda assim, não considero que naquela época a gente tinha uma equipe melhor. Ganhamos por 1 a 0 do Caxias, do Veranópolis. Mas poderia ter sido o resultado inverso. A gente tem a consciência de que a diferença não era grande. Talvez foi baseada no tempo de trabalho. E isto poderá nos ajudar novamente.

Vê o entrosamento como um fator decisivo?
A continuidade é positiva, os resultados te dão confiança. O jogador se sente mais seguro também. Estamos decisões há dois anos: na Divisão de Acesso, no Gauchão, na Série D, tudo mata-mata. Isso dá cancha para o teu grupo. Todos os clubes do Interior estão no mesmo nível técnico. Talvez aquelas equipes que jogaram o ano inteiro levam um pouco de vantagem. 

É possível superar a dupla Gre-Nal?
A gente tem consciência de que a diferença para a dupla Gre-Nal é gigantesca. Se fizer um campeonato de pontos corridos com as 16 equipes, eles disparam. Acontece que o campeonato chega num ponto que vira mata-mata. Aí em um só jogo uma equipe com mais qualidade pode equilibrar. Em investimento, são dois mundos diferentes. Mas jogaremos pela vitória.
FONTE: ZERO HORA / ADRIANO de CARVALHO

sexta-feira, janeiro 09, 2015

Por que a polícia de Nova York vira as costas ao prefeito












Violenta, racista e acostumada à impunidade, 
corporação não tolera governante que
 optou por constituir uma família multirracial


Em setembro de 1992, a Associação Beneficente dos Policiais (Patrolmen’s Benevolent Association) organizou a invasão da prefeitura de Nova York, por  milhares de policiais, em protesto contra a proposta do então prefeito, David Dinkins, de criar uma agência civil independente para investigar abusos policiais. Os oficiais pisotearam carros, derrubaram barricadas e ocuparam a ponte do Brooklyn. Entre as queixas estava o fato de Dinkins recusar-se a dar-lhes armas semi-automáticas.
Uma das palavras de ordem era “O prefeito está quebrado” (“The Mayor’s on Crack”). O ex-prefeito relatou também que muitos agentes e oficiais o chamaram de “preto” [nigger]. Ele acusou Rudy Giuliani [que seria eleito prefeito em 1994] de estar envolvido com os policiais e levá-los quase ao motim.
“Será que os policiais teriam agido assim se o prefeito fosse branco?”, perguntou em seu livro de memórias, Vida de um prefeito: governando o magnífico mosaico de Nova York (A Mayor’s Life: Governing New York’s Gorgeous Mosaic). “De modo algum. Se tivessem feito isso com Ed Kock, teriam sido todos presos.”
Ironicamente, o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD, na sigla em inglês) agiu com desrespeito semelhante com o prefeito atual, Bill de Blasio – que é branco. Embora não tenha chegado exatamente ao mesmo nível de violência e fúria com de Blasio, a luta contra ele não é menos virulenta. O ex-prefeito Rudy Giuliani, o presidente do sindicato do NYPD, Patrick Lynch, e muitos outros da elite do poder no Departamento de Polícia de NY veem em de Blasio o que enxergavam em Dikins: um político não-branco que ousa desafiar o velho e bom sistema de policiamento com impunidade.
Embora de Blasio não seja negro, sua família é. Sua mulher, Chirlane McCray, a filha, Chiara, e o filho, Dante, são parte da mesma população que o NYPD vem brutalizando há décadas. De Blasio fez campanha em favor de uma reforma no sistema policial e o adolescente Dante figurou numa peça publicitária declarando que, se eleito, seu pai acabaria com os “enquadros” para revistas. Uma vez prefeito, de Blasio colocou um fim à defesa dessa tática de policiamento na cidade. Os agentes e oficiais do NYPD viram nisso uma ofensa pessoal. Daquele momento em diante, ele tornou-se o Inimigo Público nº 1 do NYPD.
No começo de dezembro, depois de um tribunal decidir pelo não indiciamento do policial que causou a morte de Eric Garner, de Blasio expressou, numa igreja de Staten Island, aquilo que muitos pais negros nova-iorquinos vêm dizendo há anos a seus filhos: que teme pelo filho, se ele algum dia for parado pela polícia.
“Isso me toca profunda e pessoalmente”, disse ele. “Estava outro dia na Casa Branca e o presidente dos Estados Unidos, que conheceu Dante há alguns meses, virou-se para mim e disse que Dante o fazia recordar-se de si próprio na adolescência. Disse ainda: sei que você vê essa crise por uma lente muito pessoal. Respondi que sim. Porque, durante anos, Chirlane e eu tivemos de conversar com Dante sobre os perigos que ele poderia enfrentar. Um rapaz bom, jovem obediente à lei, que nunca pensaria em fazer nada de errado, e apesar disso, por causa da história que ainda paira sobre nós, enfrenta esse perigo. Tivemos que treiná-lo, literalmente, como têm feito famílias da cidade inteira, durante décadas, para ser especialmente cuidadoso em qualquer encontro que venha a ter com policiais – cuja função seria protegê-lo.”
Essa declaração – expressa cuidadosamente e articulando a vida como é vivida por muitos negros novaiorquinos – enfureceu o NYPD e sua enraizada cultura de supremacia branca. A polícia, em especial o chefe do sindicato, Lynch, declarou uma guerra vil ao prefeito que ousa questionar o status quo. A sugestão de que policiais possam ser despojados do seu ilimitado direito de agir como criminosos é assustadora para os agentes que vêm brutalizando minorias em Nova York, impunemente, há anos. O que há por trás dessa fúria? Não consigo pensar em nada além de racismo. Foi um desrespeito profundo os policiais virarem as costas a de Blasio quando ele falou no funeral do oficial Rafael Ramos [e de Wenjian Liu], mas eles vão mais longe, ao instigar o ódio de raça.
Como relatou Max Blumenthal, da Alternet, no fórum online On Thee Rant, oficiais do NYPD, da ativa e aposentados, costumam usar linguagem racista ao referir-se a de Blasio e a afro-americanos:
Quando o prefeito contratou uma ex-colaboradora de Sharpton, Rachel Noerdlinger, como chefe de gabinete de sua esposa, Chirlane McCray, e defendeu Noerdlinger de uma torrente de ataques da imprensa por seu relacionamento com um ex-presidiário e os posts no Facebook de seu filho referindo-se aos policiais como “porcos”, o ódio do NYPD explodiu.
No forum Thee Rant, os comentários concentraram-se na raça de Noerdlinger (ela é negra) e no seu gênero. Enquanto alguém a descrevia como “uma porra de uma erva daninha num depósito de lixo de vida baixa POS”, outro oficial escreveu sobre ela e seu parceiro: “A cadela vai cutucando a bunda do mofo [do inglês mother fucher], se é que ainda não fez isso, para fazer barulho de negros no tribunal e ele começará a massacrá-la, e então o júnior irá saltar e agarrar seu pescoço!”
“Eles nasceram PR_ _OS, vivem como PR_ _OS e geralmente morrem como PR_ _OS”, acrescentou outro policial. Essa linguagem era típica dos comentários no fórum quando o nome de Noerdlinger era mencionado.
Os fatos e números falam por si. Nos últimos 20 anos, o NYPD praticou brutalidade impunemente contra minorias, no governo dos prefeitos de Giuliani e Bloomberg. De 2001 a 2013, 81% dos que receberam intimações em consequência da política de “janelas arrombadas” eram negros ou latinos; nove entre dez dos que foram parados para revista não eram culpados de crime nenhum. Outro relato do New York Daily Newsrevela que, nos 179 tiroteios que envolveram policiais nos últimos 15 anos, 86% das vítimas eram negras ou hispânicas quando havia informação sobre raça. Apenas três policiais foram indiciados naqueles casos; só um foi condenado.
A mulher, o filho e a filha do prefeito de Blasio poderiam facilmente estar entre essas estatísticas, e de Blasio sabe disso. Seu desejo de promover uma reforma na polícia não se deve apenas à proteção das minorias; ele sabe que os membros de sua família negra correm sempre o risco de ser vitimizados por um policial perigoso. Para ele, é uma questão pessoal. Mas é também pessoal para a estrutura de poder branco no NYPD. Eles odiaram quando Dinkins tentou conter práticas abusivas e tornar a polícia mais responsável, e ficam talvez mais enfurecidos quando o prefeito tenta lhes dizer que têm de tratar melhor pessoas negras e mestiças.
O NYPD não gosta sequer dos seus próprios oficiais negros. Em 2004, 50 policiais negros e latinos entraram com uma ação coletiva contra o NYPD alegando preconceito racial no sistema disciplinar do departamento; a prefeitura fez um acordo de 25 milhões de dólares para encerrar o caso. Se o NYPD discrimina seus próprios policiais, não é exagero acreditar que não gosta nada de servir um prefeito que deseja acabar com a discriminação racial em suas fileiras. Creio que Lynch e muitos outros no NYPD não odeiam só de Blasio — eles odeiam sua família, por representar uma população da cidade que o prefeito manifestou interesse pessoal em proteger.
Para policiais racistas, o fato de de Blasio levar sua família negra para a mansão da prefeitura no Upper East Side, bairro exclusivo e branco, é o equivalente a um latifundiário casar-se com uma escrava negra e trazê-la para dentro da Casa Grande. Demandar uma reforma no NYPD é como pedir a donos de escravos que aceitem a Abolição da Escravatura.
Antes de seguir adiante, é preciso dizer como entendo o policiamento nos Estados Unidos. Considero o policiamento como descendente do US Marshals Service, agência acusada de perseguir escravos foragidos. Na minha visão, o policiamento nas cidades norte-americanas lembra muito os dias de perseguição aos escravos. Para muitos policiais brancos uniformizados, a arma fornecida pelo departamento equivale ao chicote do feitor.
Por décadas, o NYPD vem batendo em negros e latinos nova-iorquinos para submetê-los, e estamos fartos disso. Os protestos em Nova York refletem essa frustração e é isso que é tão ameaçador para Lynch. Ele sabe que o homem que matou os dois policiais no Brooklyn não tinha conexão com os protestos, mas tratou de criminalizar os manifestantes, assim como o NYPD faz, cotidianamente, com negros e mestiços nova-iorquinos. A tentativa de Lynch de criminalizar os manifestantes pacíficos é uma tática diversionista extraída diretamente do manual de supremacia branca. Não está funcionando e Lynch percebe isso.
Sabemos que de Blasio não é perfeito. Os ativistas não gostaram quando ele pediu que parassem de protestar, até que os dois oficiais assassinados fossem enterrados, mas a maioria não o vê como o problema principal. Os manifestantes querem reformar o sistema, com de Blasio no governo ou não.
Os ataques contra ele não têm nada a ver com sua política. Trata-se, isso sim, de um prefeito que expressa publicamente a preocupação com sua família negra, a qual é tão semelhante aos nova-iorquinos que os policiais vêm aterrorizando há anos. Para Lynch e muitos no NYPD, a possibilidade de alguém tentar colocar rédeas nessa brutalidade é insuportável.
FONTE:Outras Palavras / POR Terrel Jermaine Starr  editor senior no AlterNet

PELA UNIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS: MANIFESTO DA 128 PLENÁRIA NACIONAL DO SINASEFE!












Considerando o grave momento que vivem os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, nós, servidores da Educação Básica,Técnica e Tecnológica Federal, em nossa 128ª Plenária Nacional,vimos, por meio deste manifesto, fazer um chamado à todas as categorias do funcionalismo público federal à construção unificada de nossa CAMPANHA SALARIAL 2015.

Não podemos admitir retrocessos nas conquistas de nossas categorias e da classe trabalhadora de forma geral, e em sua defesa precisamos ir, se preciso, às últimas consequências, seguindo o exemplo do povo brasileiro que foi às ruas em 2013 exigindo mais e melhores serviços públicos, menos corrupção e mais democracia.

Não podemos mais aceitar que o Estado brasileiro alegue diculdades em atender as reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras, enquanto repassa em torno de 2,5 bilhões em dia para o grande capital nanceiro sob a rubrica de amortização dos juros da dívida pública. Esse montante, que chega a beirar 50% do orçamento da União, não se faz sem o prejuízo dos investimentos e compromissos sociais da administração pública. Há anos vemos cortes cada vez mais radicais e irresponsáveis justamente nos setores onde o Estado deveria atuar com prioridade, serviços que sempre são apresentados como os mais importantes nos momentos de eleição.

Longe de percebermos uma “luz no m do túnel”, o que assistimos, com cada vez maior pesar, são os escândalos de desvio de dinheiro público, continuidade dos governos anteriores, em que vemos o ralo aberto da corrupção a encher os bolsos de políticos tradicionais e empresários viciados. Devemos bradar bem alto que não admitiremos mais passivamente esse estado de coisas. E nesse sentido, exigimos a imediata auditoria da dívida pública, a punição dos corruptos e corruptores com desapropriação dos seus bens, assim como o consequente aumento dos investimentos nos serviços básicos e essenciais para a população trabalhadora, tais como saúde, educação e segurança.

Não podemos mais permanecer parados enquanto assistimos a corrosão dos nossos salários e condições de vida; a precarização de nossos ambientes de trabalho; a reestruturação em moldes produtivistas de lógica neoliberal dos nossos planos de carreira; o aumento da terceirização; e a operação da ineciência para os serviços que prestamos ao nosso verdadeiro patrão: o povo brasileiro.

Mais do que nunca precisamos fazer valer nossa história de luta e construir uma grande CAMPANHA SALARIAL 2015 em defesa da dignidade do serviço público e dos direitos da população trabalhadora que depende de nosso bom trabalho.

Os eixos dessa Campanha devem ser construídos coletivamente! O primeiro passo para isso foi dado no Seminário Nacional dos Servidores Federais, realizado de 14 a 16 de novembro de 2014, em Brasília-DF. Que concluamos esta etapa no ESPAÇO UNIDADE DE AÇÃO, a acontecer no dia 30 de janeiro, e na PLENÁRIA NACIONAL DOS SPF, convocada para os dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, também na capital federal.

Nós, do SINASEFE, rearmamos a necessidade de lutarmos por uma DATA-BASE para os SPF; paridade salarial e de direitos entre ativos e aposentados; reposição das perdas salariais e correção das distorções; contra a precarização e a terceirização; por mais concursos públicos.

O SINASEFE considera que além de construir nossa pauta de reivindicações de forma coletiva e unitária, que é fundamental também construir caminhos que aprofundem e fortaleçam a luta UNITÁRIA dos SPF, tal como já zemos à época da redemocratização e como temos que nos pautar de agora em diante.

Por todo o exposto, consideramos que é preciso aprofundar nossa articulação, não deixando margem para que o governo, a exemplo do que fez em 2012, possa negociar isoladamente com as categorias, ainda que para apresentar uma mesma e recuada proposta, nos fragilizando e nos dividindo.

O SINASEFE faz um amplo chamado pela unidade a todas as entidades do SPF, para que priorizemos as reivindicações unitárias, apontando para uma mesa única de negociação, constituída por todas as entidades representativas dos servidores em luta, hoje organizados no FÓRUM DE ENTIDADES NACIONAIS DOS SPF.

Pela UNIDADE dos trabalhadores e das trabalhadoras do Serviço Público Federal.

Juntos na luta até a vitória!

Brasília-DF, 14 de dezembro de 2014

Je ne suis pas Charlie (Yo no soy Charlie)


















No me identifico con la representación degradante y “caricaturesca” que Charlie Hebdo hace del mundo islámico, en plena época de la llamada “guerra contra el terrorismo”, con toda la carga racista y colonialista que esto conlleva.


Parto aclarando, antes que nada, que considero una atrocidad el ataque a las oficinas de la revista satírica Charlie Hebdo en París y que no creo que, en ninguna circunstancia, sea justificable convertir a un periodista, por dudosa que sea su calidad profesional, en un objetivo militar. Lo mismo es válido en Francia, como lo es en Colombia o en Palestina. Tampoco me identifico con ningún fundamentalismo, ni cristiano, ni judío, ni musulmán ni tampoco con el bobo-secularismo afrancesado, que erige a la sagrada “République” en una diosa.
Hago estas aclaraciones necesarias pues, por más que insistan los gurúes de la alta política que en Europa vivimos en una “democracia ejemplar” con “grandes libertades”, sabemos que el Gran Hermano nos vigila y que cualquier discurso que se salga del libreto es castigado duramente. Pero no creo que censurar el ataque en contra de Charlie Hebdo sea sinónimo de celebrar una revista que es, fundamentalmente, un monumento a la intolerancia, al racismo y a la arrogancia colonial.
Miles de personas, comprensiblemente afectadas por este atentado, han circulado mensajes en francés diciendo “Je suis Charlie” (Yo soy Charlie), como si este mensaje fuera el último grito en la defensa de la libertad. Pues bien, yo no soy Charlie. No me identifico con la representación degradante y “caricaturesca” que hace del mundo islámico, en plena época de la llamada “guerra contra el terrorismo”, con toda la carga racista y colonialista que esto conlleva. No puedo ver con buena cara esa constante agresión simbólica que tiene como contrapartida una agresión física y real, mediante los bombardeos y ocupaciones militares a países pertenecientes a este horizonte cultural.
Tampoco puedo ver con buenos ojos estas caricaturas y sus textos ofensivos, cuando los árabes son uno de los sectores más marginados, empobrecidos y explotados de la sociedad francesa, que han recibido históricamente un trato brutal: no se me olvida que en el metro de París, a comienzos de los 60, la Policía masacró a palos a 200 argelinos por demandar el fin de la ocupación francesa de su país, que ya había dejado un saldo estimado de un millón de “incivilizados” árabes muertos.
No se trata de inocentes caricaturas hechas por librepensadores, sino que se trata de mensajes, producidos desde los medios de comunicación de masas (sí, aunque pose de alternativo Charlie Hebdo pertenece a los medios de masas), cargados de estereotipos y odios, que refuerzan un discurso que entiende a los árabes como bárbaros a los cuales hay que contener, desarraigar, controlar, reprimir, oprimir y exterminar.
Mensajes cuyo propósito implícito es justificar las invasiones a países del Oriente Medio así como las múltiples intervenciones y bombardeos que desde Occidente se orquestan en la defensa del nuevo reparto imperial. El actor español Willy Toledo decía, en una declaración polémica -por apenas evidenciar lo obvio-, que “Occidente mata todos los días. Sin ruido”. Y eso es lo que Charlie y su humor negro ocultan bajo la forma de la sátira.
No me olvido de la carátula del Nº 1099 de Charlie Hebdo, en la cual se trivializaba la masacre de más de mil egipcios por una brutal dictadura militar, que tiene el beneplácito de Francia y de EEUU, mediante una portada que dice algo así como “Matanza en Egipto. El Corán es una mierda: no detiene las balas”. La caricatura era la de un hombre musulmán acribillado, mientras trataba de protegerse con el Corán. Habrá a quien le parezca esto gracioso. También, en su época, colonos ingleses en Tierra del Fuego creían que era gracioso posar en fotografías junto a los indígenas que habían “cazado”, con amplias sonrisas, carabina en mano, y con el pie encima del cadáver sanguinolento aún caliente.
En vez de graciosa, esa caricatura me parece violenta y colonial, un abuso de la tan ficticia como manoseada libertad de prensa occidental. ¿Qué ocurriría si yo hiciera ahora una revista cuya portada tuviera el siguiente lema: “Matanza en París. Charlie Hebdo es una mierda: no detiene las balas” e hiciera una caricatura del fallecido Jean Cabut acribillado con una copia de la revista en sus manos? Claro que sería un escándalo: la vida de un francés es sagrada. La de un egipcio (o la de un palestino, iraquí, sirio, etc.) es material “humorístico”. Por eso no soy Charlie, pues para mí la vida de cada uno de esos egipcios acribillados es tan sagrada como la de cualquiera de esos caricaturistas hoy asesinados.
Ya sabemos que viene de aquí para allá: habrá discursos de defender la libertad de prensa por parte de los mismos países que en 1999 dieron la bendición al bombardeo de la OTAN, en Belgrado, de la estación de TV pública serbia por llamarla “el ministerio de mentiras”; que callaron cuando Israel bombardeó en Beirut la estación de TV Al-Manar en el 2006; que callan los asesinatos de periodistas críticos colombianos y palestinos. Luego de la hermosa retórica pro libertad, vendrá la acción liberticida: más macartismo dizque “antiterrorismo”, más intervenciones coloniales, más restricciones a esas “garantías democráticas” en vías de extinción, y por supuesto, más racismo.
Europa se consume en una espiral de odio xenófobo, de islamofobia, de antisemitismo (los palestinos son semitas, de hecho) y este ambiente se hace cada vez más irrespirable. Los musulmanes ya son los judíos en la Europa del siglo XXI, y los partidos neonazis se están haciendo nuevamente respetables 80 años después gracias a este repugnante sentimiento. Por todo esto, pese a la repulsión que me causan los ataques de París, Je ne suis pas Charlie.

FONTE: Semanario Voz / Editorial / José Antonio Gutiérrez D.

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Carlos Latuff: "Não trabalharia na Charlie..."











"Não trabalharia na Charlie. 

Não tenho por que desenhar 

Maomé sem roupa"


Simpático à causa muçulmana, cartunista brasileiro Carlos Latuff condena o ataque, mas pondera que revista francesa provocava os fiéis e agia sem bom senso

Lembrado principalmente por seu ativismo político e simpatia pela causa muçulmana, principalmente pela Palestina, o cartunista brasileiro Carlos Latuff nunca escondeu ser contrário às publicações da revista 'Charlie Hebdo' sobre Maomé.
"Não acho que essas charges deveriam ser proibidas. Mas o artista deve usar o bom senso", pondera. "Não trabalharia no Charlie. Não tenho por que fazer desenhos de Maomé sem roupa." 
Ao traçar um paralelo entre o trabalho satírico na imprensa francesa e na brasileira, Latuff explica que a revista parisiense claramente provoca os fiéis, enquanto no Brasil, segundo ele, os cartunistas estão mais preocupados em fazer graça do que crítica.
Surpresa
Apesar de ser crítico à abordagem da revista parisiense, Latuff afirma jamais ter imaginado que a repercussão das charges tomaria proporções terroristas e afetaria o mundo inteiro.


Exemplo de charge da Charlie Hebdo sobre o profeta Maomé criticada por Latuff
Reprodução/Facebook
Exemplo de charge da Charlie Hebdo sobre o profeta Maomé criticada por Latuff

"Fui e continuo sendo contra as charges de Maomé, mas não posso aceitar a execução sumária de quem quer que seja por causa de suas opiniões", diz.
ataque dessa quarta (8) não foi o primeiro ataque sofrido pela revista 'Charlie Hebdo'. Em 2011, o veículo havia sido alvo de um ataque com bomba após publicar edição sobre a religião islâmica. À época, o editor-chefe do veículo, Stéphane Charbonnier, o Charb, um dos 12 mortos no ataque, passou a sofrer ameaças de morte e desde então andava sob escolta policial. Além de Charb, os chargistas Georges Wolinski, Jean Cabut, conhecido como Cabu, e Tignous também foram mortos no ataque.
"Creio que soubessem o vespeiro onde estavam se metendo, mas não esperavam uma reação dessa proporção", diz o brasileiro.
FONTE: Ultimo Segundo