Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

domingo, maio 30, 2010

Revista elege Homer Simpson personagem mais importante em 20 anos - SERÁ QUE ENTENDI BEM?

Lula é eleito um dos líderes mais influentes do mundo pela revista americana Time
Presidente do Brasil aparece entre as cem pessoas mais influentes

'Le Monde' escolhe Lula como 'homem do ano 2009'

É a primeira vez que jornal faz homenagem a personalidades. Também neste mês, presidente foi homenageado pelo 'El País'.


Em artigo no 'El País', Zapatero diz que Lula 'surpreende' o mundo


Confesso que durante algum tempo busquei muito entender todas estas manchetes acima, e outras aqui não incluídas como aquela onde foi dita ser ele, "o cara".
Desejei entender não consegui, deixe para lá. Mas hoje parece ter pelo menos encontrado pistas da origem destas escolhas na manchete colocada abaixo.


Revista elege Homer Simpson personagem mais importante em 20 anos

Para comemorar seu aniversário de 20 anos, a revista "Entertainment Weekly", que fala sobre cultura Pop, filmes, programas de TV e mídias de entretenimento, divulgou uma lista onde elege os 100 personagens mais importantes do mundo, nos últimos vinte anos.

Em primeiro lugar na lista a aparece o nome do personagem Homer Simpson, o patriarca da família Simpson, que atrai fãs de todas as cidades no mundo inteiro.


Então vejamos se entendi, os caras estão assitindo os Simpson, ficam nivelando a capacidade humana a partir da simploriedade deste patriarca. Desta forma tudo e todos são avaliados tendo por base a Adicionar vídeomediocridade do senhor Homer. Nisso surge aquela voz dizendo "já voltamos com..." este é sinal de que esta começando mais um intervalo comercial, é neste momento que os eleitores que devem escolher os líderes mais importante do mundo resolvem fazer suas escolhas.

Ou seja, os influenciados por este (Homer) escolhem aquele (Lula).

Pode ser não seja nada disso, mas é assim que estou entendendo.

sábado, maio 29, 2010

Cotas na UFRJ: reitor sugere modelo de inclusão pelo Enem




Ao final da reunião do Conselho Universitário da UFRJ (Consuni), nesta quinta-feira (27/05), o reitor Aloísio Teixeira antecipou sua proposta para o modelo que pode vir a ser implantado já no próximo vestibular da instituição. Ele sugeriu que as cotas para os alunos negros e de baixa renda sejam distribuídas dentro dos 50% de vagas que serão reservadas para ingresso pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

- O reitor sinalizou com uma proposta de reserva de 50% de vagas para o ingresso pelo Enem. Parte dela seria distribuída por critérios socioeconômicos a serem definidos. Mas, de qualquer forma, o ingresso no próximo vestibular já seria diferenciado - explicou o professor e conselheiro Marcelo Paixão, autor da proposta para que as cotas fossem debatidas na universidade.

Para Paixão, a aprovação da proposta foi um avanço:

- A proposta foi aprovada praticamente por unanimidade. Isso me deixou muito contente e considero que foi um avanço. A UFRJ é muito conservadora e antes não queria debater reserva de vagas para ninguém, nem pobres nem negros.

FONTE: JORNAL EXTRA

O QUE ANDAM DIZENDO:

Netinho de Paula; sobre sua opção pelo PCdoB

"Muita gente me pergunta o que estou fazendo no PCdoB. O pobre no Brasil já nasce comunista e eu espero não mais ser indagado sobre isso", afirmou.

Netinho faz parte da chapa ao lado da ex-prefeita Marta Suplicy ao Senado. Sobre isso ele disse

"é bonito um negão andar com uma loira e eu vou andar de braço dado com ela. Eu e a loira vamos andar por todo este Estado para conquistar os votos necessários para nos elegermos".

sexta-feira, maio 28, 2010

“Da unidade, vai nascer a novidade”







Resistência e unidade. Com esses compromissos terminou a II plenária nacional da Assembléia Popular (AP). Os mais de 500 participantes revisitaram o documento “Brasil que queremos”, cuja construção foi iniciada ainda em 2005. O exercício do poder popular, tal como a crítica radical ao atual sistema capitalista foram os dois principais conceitos afirmados durante o encontro.

O documento final será divulgado até agosto deste ano. De acordo com Irmã Delci Franzen, assessora das Pastorais Sociais da CNBB, projetos contra o imperialismo, o endividamento dos países mais pobres, além de campanhas contra os megaprojetos, como Belo Monte e o complexo Madeira e em favor da redução da jornada de trabalho são passos que estão apontados para as lutas da AP para o próximo período.

A formação dos militantes e o trabalho de base também são prioritários. “Estamos construindo iniciativas que apontam para o novo, fundado em novos valores da justiça, da defesa do meio ambiente. Ao escrever o Brasil que se quer, está claro o Brasil que não se quer. A gente está na ofensiva”, disse.

Outro projeto que está na agenda da AP é a luta pelo limite da propriedade terra, como uma forma de diminuir com as grandes concentrações de terra nas mãos de poucos latifundiários no Brasil. Um plebiscito popular, aos moldes como foram o da ALCA e o da reestatização da Vale do Rio Doce, deverá ser promovido até o próximo ano.

Unidade das forças populares

O conjunto das organizações que compõem a AP manifestou o espaço como um lugar de construção de consensos. “Vamos potencializar as diferenças no debate e superá-las. Sinto uma nova semente de unidade na esquerda do Brasil”, afirmou irmã Delci.

O processo da AP visa fortalecer a capacidade de ação política dos movimentos participantes a fim de convocar o conjunto da sociedade para mobilizar-se pela ampliação dos direitos do povo e por profundas transformações políticas e institucionais. Nessa caminhada, a AP propõe alternativas para o desenvolvimento com justiça social e o compromisso com a vida em todas as suas expressões, considerando por isso o cenário de crise ambiental que vive a humanidade e que demanda uma mudança radical no rumo dominante do processo econômico.

Moções aprovadas

A II Assembléia Popular Nacional também manifestou apoio a diversas causas. O apoio ao Decreto 4.887/2003, que regulamenta os dispositivos de reconhecimento, demarcação e titulação dos territórios das comunidades tradicionais quilombolas, alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade impetrada pelo partido Democratas, cita a tentativa “nefasta de aniquilamento dos direitos fundamentais”, como é o direito à terra de indígenas, ribeirinhos e quilombolas.

A criminalização dos movimentos sociais também foi repudiada pela plenária. Os participantes exigiram a libertação imediata dos militantes sociais do MST e do movimento indígena que estão mantidos como presos políticos em vários estados do País. “Denunciamos a crescente ofensiva da direita brasileira contra as lutas de trabalhadoras e trabalhadores organizados por direitos sociais, que se manifesta de diversas formas e se intensifica a cada dia”, afirma a moção.

FONTE:Comunicação AP

LIBERDADE AINDA QUE A TARDINHA!

SFGD durante muito tempo foi uma sigla que vivia em minha cabeça. Na verdade ela guiava um grupo de amigos.

Na segunda- feira, e daí, por ser segunda-feira, pode ser a qualquer momento do dia, ela era uma visão bastante distante. A terça, é um nem lá nem cá. Na quarta as coisas começam a se esboçar, rascunhos começam a ser riscados, projetos acalentados.

Passada a ansiedade da quinta e pronto um novo dia amanhece e finalmente chega a Sexta- Feira Graças a Deus. Agora é só deixar a hora escorrer e a tardinha chega e com ela a liberdade.
Quem sabe se o embalo de "Pata-Pata", nesta versão de "Daúde", venha trazer venha ditar o ritmo deste seu final de semana.

Enfim "SFGD" aproveite você é livre até segunda.

"Tenho clientes negras muito ricas", diz Walter Rodrigues, sobre exclusão de negras nas passarelas

Na abertura do Fashion Rio, no final da tarde da última quinta (27), Walter Rodrigues fez o que nunca se viu (ou há muito tempo não se vê, ao ponto de ninguém ou quase ninguém lembrar) num Fashion Rio ou São Paulo Fashion Week: inverteu a regra e realizou um desfile só com modelos negras.

O pretexto foi a inspiração na África, mas não só ela. O Brasil parece ter se revelado o principal motivo para que o estilista lotasse uma van para trazer, de São Paulo, as onze modelos que faltavam para completar seu casting de 25 beldades afro-descendentes. "É ridículo pensar no Brasil e não pensar nisso [em ter um desfile, se não com 100%, pelo menos com muitas modelos negras]", disse. "Era um sonho", resume o estilista, que não conseguiu reunir, ao procurar em agências cariocas e no casting do próprio evento, o número suficiente de profissionais negras para o seu desfile. "As agências de modelo deveriam viajar mais para o Nordeste do país. Elas estão indo muito para o Rio Grande do Sul", acredita.

Para Walter Rodrigues, cuja clientela inclui celebridades milionárias como a apresentadora Eliana (para quem fez o vestido de noiva), é um equívoco não só ignorar uma grande parcela da população feminina como uma fatia importante de consumidoras brasileiras ao representá-las tão mal na passarela. "Tenho clientes negras muito ricas", afirma.

Habituado a fazer parcerias com comunidades de artesãs em várias regiões do país, foi da última experiência, desta vez com a associação de 23 costureiras do Quipapá, no sertão de Pernambuco, que o interesse pela cultura africana cresceu, até virar coleção.


O estilista conta que foi ao passar por Palmares - cidade batizada com este nome em homenagem ao Quilombo dos Palmares - que decidiu pesquisar a África. "Fui atrás de uma África real", conta o designer, que preferiu investir em tons mais sóbrios como o marinho, o cinza e os marrons ao colorido forte tradicionalmente relacionado à cultura africana. PInturas corporais do Vale do Rio Omo, na Etiópia, viraram estampas da coleção de formas mais simples. "Estou cansado de muita gola, de muita manga."

FONTE: UOL

quinta-feira, maio 27, 2010

Assembleias em todo o país reuniram 3 milhões

Congresso da Conlutas e Congresso da Classe Trabalhadora devem ser marco na reorganização da classe




As assembleias preparatórias para o Congresso da Conlutas e o Congresso da Classe Trabalhadora, que serão realizados de 3 a 6 de junho em Santos (SP), reuniram juntos em todo o país algo como 3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. É um processo que reflete a reorganização da classe que se dá na base das categorias e dos movimentos socais e populares, em alternativa e tentando superar entidades que, como a CUT, já não refletem a luta dos trabalhadores.

O II Congresso Nacional da Conlutas, nos dias 3 e 4, deve expressar a construção dessa entidade que ocupou, sem dúvida, a dianteira do processo de reorganização do movimento de massas após a chegada de Lula à presidência. É esperado ainda que, após esse balanço positivo, os delegados indiquem o avanço desse processo, apoiando a unificação da Conlutas com outras entidades, como a Intersindical, que deve ser decidido no Congresso da Classe Trabalhadora, já nos dias 5 e 6.

Reorganização na base
“Esperamos para o Congresso da Conlutas, pelo menos, 2 mil participantes, entre delegados e observadores; já para o Congresso da Classe Trabalhadora, são esperados no mínimo 3 mil participantes, eleitos em 962 assembleias” , afirma Ana Pagamunici, da Secretaria Executiva Nacional da Conlutas. A fase de credenciamento das entidades está sendo finalizado. Para o Congresso da Conlutas estão inscritas até agora 389 entidades, entre sindicatos, movimentos socais, estudantis e oposições. Para o Congresso da Classe Trabalhadora já estão inscritas 499 entidades (veja os números ao final do texto).

Apesar da intensa movimentação nos últimos meses, os congressos sindicais são a culminação de pelo menos dois anos de debates e discussões, além de uma militância comum no dia-a-dia das lutas nas bases das categorias e movimentos.
”Viemos discutindo especialmente com a Intersindical, mas também com outras entidades e organizações que se somaram nos últimos anos e isso veio avançando, como no Fórum Social Mundial em Belém em 2009, o que deve se expressar no Congresso da Classe Trabalhadora”avalia Pagamunici.

Ela lembra ainda que a Conlutas sempre defendeu a unidade dos setores combativos e independentes na construção de uma alternativa única à esquerda do governo Lula. Alternativa essa que está, hoje, bem perto da realidade.
FONTE: OPINIÃO SOCIALISTA

Estudante africana é hospitalizada após ser agredida dentro da UFPB





A estudante de Letras Chadidjatu Cassama, africana de 23 anos e natural de Guiné Bissau, foi vítima nesta segunda-feira (24) de agressões físicas e verbais e de ofensas racistas dentro do Campus I da Universidade Federal da Paraíba. Ela estuda em João Pessoa dentro de um convênio estudantil entre o Brasil e o seu país natal e o incidente foi tão grave que ela precisou ser levada para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Já o agressor, ainda não identificado, foi detido pela Polícia Militar e levado para a 4ª Delegacia Distrital do Geisel.


Segundo testemunhas, Chadidjatu andava por um dos corredores do Centro de Educação do campus quando foi abordada por um homem (que segundo informações extra-oficiais vendia cartões de crédito). Em determinado momento, ele teria dado uma cantada na estudante e depois feito alguns gestos obscenos contra ela.


Quando Chadidjatu exigiu respeito e se indignou, ele teria partido para agressões verbais e xingamentos racistas que culminaram na agressão física. Estudantes intervieram e acionaram o setor de segurança da UFPB. Chadidjatu foi levada para o Hospital de Trauma e lá deu entrada em estado regular. A assessoria de imprensa do hospital diz que ela levou vários chutes no abdômen e permanece em observação. Mas destaca que ela chegou consciente no local.


O homem, por sua vez, foi levado para a 4ª DD por policiais militares, onde prestou depoimento e foi liberado em seguida. Amigos da vítima também foram ao local para prestar depoimento e oficializar denúncia contra o agressor.


Em frente ao Trauma, outros estudantes africanos fazem vigília a espera de notícias sobre a amiga. Sergi Katembera, que tem 24 anos e é do Congo, explicou que por não serem familiares da jovem os colegas não tiveram acesso ao interior do hospital, mas ele lembra que Chadidjatu não tem nenhum familiar no Brasil.


Sergi disse também que já amanhã a comunidade africana na UFPB, em companhia de colegas brasileiros, vão decidir que tipo de protesto farão para denunciar o caso. “Não podemos admitir que atos como este se repitam. É uma vergonha”, lamentou.

FONTE: PARAÍBA1

Aventureiros do Enem

Meses depois de terem percorrido milhares de quilômetros atrás do sonhado curso superior, calouros das federais fazem balanço




Ter de se ambientar em uma cidade desconhecida, gastar a sola do sapato para achar um imóvel e enfrentar a solidão. Nada disso costuma impedir jovens de trilhar a vida acadêmica longe de casa. Mas este ano a chance de se matricular em universidades de todo o País usando a nota do Enem turbinou o número de estudantes que decidiu fazer as malas para estudar.


Mesmo com os problemas graves registrados durante o cadastramento pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o resultado foi inédito. Segundo o MEC, do total de aprovados nas 51 instituições federais que adotaram o Enem – e ofereceram ao todo 47,9 mil vagas –, 25% deixaram seus Estados de origem.


O Estadão.edu procurou, em todo o País, alunos que andaram milhares de quilômetros para cursar a faculdade. Passado o período conturbado da mudança, o balanço feito pela maioria desses estudantes é positivo. Confira abaixo as histórias.


Brasília (DF)-Manaus (AM)

Rio de Janeiro (RJ)-Manaus (AM)

O brasiliense Adriano Silva, de 29 anos, que já vagou pelas ruas e morou num albergue de Manaus.Adriano já tinha trabalhado como missionário da Igreja Católica na Região Norte em 2007. Passou um ano visitando de barco comunidades ribeirinhas. “Queria ter a chance de conhecer melhor a Amazônia.” Por isso, quando passou em Engenharia Florestal na Federal do Amazonas, não pensou duas vezes antes de pedir as contas numa empresa de telecomunicações e seguir para Manaus.


“Quando fiz a matrícula, a atendente perguntou sobre a residência. Disse: ‘Moça, acabei de chegar de Brasília, não conheço nada aqui.’ Ela respondeu: ‘Então você vai morar na floresta amazônica mesmo’.” O universitário alugou quarto numa pousada. Até que o dinheiro da rescisão acabou e ele ficou na rua. Adriano procurou um albergue, mas ele estava lotado de haitianos refugiados do terremoto. No segundo albergue, conseguiu vaga, mas o medo de pegar alguma doença – Adriano diz que ratazanas roçavam seu braço à noite – fez com que procurasse ajuda na universidade.


Descobriu uma moradia para alunos carentes, a Casa do Estudante, onde vive hoje. “Nunca duvidei de que tudo daria certo”, brinca. “E compensou, o curso é bem versátil. Você estuda várias áreas: matemática, química do solo. Não penso em voltar para Brasília. Aqui precisa de mão de obra, é uma cidade em crescimento.” Caloura como Silva e carioca de nascimento como os pais, Raissa Alcântara, de 19 anos, filha de pai militar, não conhecia Manaus, mas queria fazer engenharia florestal. Ela se diz sortuda por seu pai ter sido transferido há um ano para a capital. “Já moramos em vários lugares, mas um ano atrás, meu pai foi transferido para Manaus e já comemorei. Fiquei um ano morando com minha tia no Rio para acabar a escola e passei no vestibular por conta do Enem”, diz. Raissa já avisou ao pai militar que, se ele for transferido, ela vai ficar na cidade para concluir o curso. “E quem sabe viver aqui, com esse laboratório todo ao redor creio que não vai faltar trabalho”. “Meus amigos no Rio tinham preconceito sem conhecer a cidade, dizendo que aqui não teria nada para fazer, mas tem sim e nem estou sentido falta da praia. Como está todo mundo começando o mesmo curso, todo mundo se ajuda, convida para festas”, diz Raissa.


Salvador (BA)-Brasília (DF)

César Costa Carvalho, 19 anos, é filho único de uma família de classe média baixa do bairro popular de Cajazeiras, em Salvador. Nem o fato de o curso de Relações Internacionais inexistir na Universidade Federal da Bahia (Ufba) o fez desistir do seu objetivo, que é se formar em Relações Internacionais.Segundo ele, os pais estão se virando como podem para mantê-lo. O gasto médio passa de R$ 1 mil. “Reconheço que fica muito caro para eles, mas vou saber recompensá-los por esse investimento”, promete. Enquanto cursava o último ano do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) na capital baiana, se inscreveu no Enem, focando uma vaga na Universidade de Brasília (UnB). Obteve nota suficiente, mas esbarrou no número limitado para cotista. “Sei que estou entre os dez, não sei exatamente qual a minha classificação”, diz.


Sem desanimar, Carvalho conseguiu uma vaga na Universidade Católica, em Brasília. Submeteu-se a uma prova de seleção para obtenção de bolsa de estudo e conquistou uma das duas integrais oferecidas pela universidade. Ele não desistiu de ser chamado pela UnB mas, paralelo ao curso na UCB, frequenta um pré-vestibular para prestar um novo exame na universidade federal. “Os primeiros dias foram muito difíceis. Sem conhecer ninguém, numa cidade completamente diferente da minha em tudo, até no clima. O modo de viver das pessoas em Brasília é muito diferente, são mais frios, mais individualistas. Ainda sinto muita falta de tudo na Bahia, embora já tenha feito amizade com alguns colegas de faculdade”, desabafa César, que nem pensa em voltar.


Morando num pensionato, ele enfrenta uma longa jornada de ônibus ou metrô, até a cidade satélite de Taguatinga, para frequentar a universidade. Está na quarta moradia desde que chegou a Brasília, há quatro meses. “Não me ambientei nas duas primeiras repúblicas e meu pai, quando veio me visitar, achou a terceira muito apertada, mal cabia uma cama. Agora, encontrei um local mais espaçoso, onde também oferecem alimentação e lavagem da roupa, ficou bem melhor.” “Adorando o curso”, ele diz que a maior dificuldade sem sombra de dúvidas é a saudade da família driblada com ligações telefônicas diárias. Ele e os pais escolheram um plano de serviço oferecido por uma operadora de telefonia móvel com direito a ligar gratuitamente para determinados números. Outra dificuldade é a falta de lazer, lhe faltam tempo e dinheiro para tanto. "Mas, eu vim para Brasília com o objetivo de estudar e tenho me dedicado a isso. As aulas no cursinho incluem os finais de semana, não sobra tempo, mesmo", conforma-se e conclui: "É o objetivo de minha vida, por isso tudo já está valendo à pena".


Belém (PA)-São Paulo (SP)

Nascido em Belém, Felipe cursa licenciatura em Ciências na Unifesp, em Diadema, ABC paulista. Além dos desafios enfrentados por qualquer calouro, esbarrou em outros. Nunca tinha saído do Pará. Aliás, nunca tinha andado de metrô. “Foi como saltar num poço de areia movediça. É como se eu tivesse 3 meses de idade, começando tudo de novo.” Na decisão de se mudar, pesou o status da Unifesp. “Quando vi que a nota no Enem era boa, percebi que dava para fazer qualquer coisa na Unifesp. Optei pela licenciatura porque gosto dessa história de ser professor.” Uma tia que mora em São Paulo o encorajou a se mudar. Hoje, ele mora no bairro Parque Boturuçu, zona leste da capital.“Vi mesmo a cara de São Paulo quando fui à Avenida Paulista. Fiquei abestalhado.” Mais ambientado, Felipe ainda estranha o excesso de gírias do vocabulário dos colegas paulistanos.“Talvez eu seja muito valorizador da cultura antiga.” Do curso, Felipe não se queixa, embora esteja achando puxado. “Todo mundo acha licenciatura fácil. Não é.” As aulas vão de segunda a sábado. “Às vezes até dá vontade de largar o curso, por causa da família, dos amigos. Mas acabo ficando, porque essa experiência vale a pena.”


Teresina (PI)-Bagé (RS)

Belo Horizonte (MG)-Bagé (RS)

Ao chegar a Bagé (RS), à meia-noite, o calouro de Engenharia de Energias Renováveis e Ambiente da Federal do Pampa (Unipampa) Auridian Fernandes de Souza, de 25 anos, dormiu no banco da rodoviária. Piauiense, lá conheceu dois estudantes, forasteiros como ele, que o levaram para uma pensão. Tempos depois, conseguiu alugar com três colegas um apartamento. Como os quatro não têm dinheiro para equipá-la, a república é improvisada: eles dormem no chão, tomam banho frio e não têm geladeira, fogão ou guarda-roupa.Os apertos de Auridian começaram ainda em Teresina. Sem dinheiro nem para pagar a passagem aérea, juntou R$ 300 vendendo rifas de cestas de chocolate. “Por causa da correria do início, não consegui manter o foco nas aulas”, diz, preocupado com as notas.


A situação melhorou com a Bolsa Instalação, ajuda em cota única de R$ 300 dada pela Unipampa ao aluno que comprovar vulnerabilidade socioeconômica e tiver saído de cidades a mais de 500 quilômetros de distância. "Agora vou poder estudar em paz.” O mineiro de Belo Horizonte Marcos Vieira, de 24 anos, é colega de república de Auridian. Filho de um eletricista e uma faxineira, também desembarcou em Bagé com pouco dinheiro no bolso depois de conseguir vaga no curso de Letras da Unipampa. “Aqui falta transporte e os aluguéis são caros.” A demanda por imóveis cresceu bastante não só por causa da chegada de estudantes, mas também de técnicos e operários que participam da construção de uma termoelétrica.


São Luís (MA)-Curitiba (PR)

Para o goiano Saulo Penha, de 18 anos, a maior dificuldade não é a falta de dinheiro, mas o clima. Depois de morar por sete anos em São Luís (MA), onde as temperaturas superam facilmente os 30 graus, Saulo estranhou o outono gelado de Curitiba. Os termômetros já marcaram 7,4 graus e podem cair abaixo de zero no inverno. "Sinto falta da praia.”


Matriculado em Engenharia Civil na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Saulo já tinha morado em outras cidades, mas sempre com os pais. A distância de mais de 3 mil quilômetros é compensada apenas pelos telefonemas quase diários para a família. “Morar longe é bem complicado. Nunca tinha nem tentado lavar roupa antes.” O pai, engenheiro civil que trabalha atualmente em Angola, aproveitou as férias em março para acompanhar o filho até Curitiba e o ajudou a alugar um apartamento. Apesar das dificuldades, Saulo não se arrepende de ter optado pela UTFPR. “A faculdade é melhor e dá mais oportunidades.”


São Bernardo (SP)-Ouro Preto (MG)

Pouso Alegre (MG)-São Paulo (SP)

Bruna Silva, de 19 anos, e Damaris Cristina Peixoto, de 18 anos, fizeram caminhos inversos. Bruna deixou São Bernardo, no ABC, para estudar na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). “Se eu fosse de Belo Horizonte, poderia ir para casa todo fim de semana”, lamenta. Só dá para a estudante de Filosofia ir para casa nas férias ou em feriados prolongados. Apesar da saudade, todo o resto, diz Bruna, é vantagem. “A gente conhece outro Estado, uma cultura diferente e amadurece rápido.”


Mineira de Pouso Alegre, Damaris faz Ciência e Tecnologia na Federal do ABC, em São Bernardo, onde mora com uma irmã. Mas isso não significa que a vida tem sido fácil. “Quem mora aqui não percebe como é difícil conhecer tudo. É uma correria, vários ônibus que vão e vêm para muitos lugares. Na minha cidade era só uma referência, a avenida principal.” Um dos fatores que prejudicam a adaptação de Damaris é o fato de ela não ter planejado estudar longe de casa. “Não estava me preparando para o vestibular, não me preocupava muito. Quando saiu o resultado, vi que a nota era boa e fui descobrir o Sisu.”


Comercinho (MG)-Garanhuns (PE)

Djeiel Ferreira França, de 18 anos, viveu uma situação parecida. Quando prestou o Enem para Engenharia de Alimentos, ele não imaginava que trocaria sua cidade, Comercinho (MG), município com menos de 10 mil habitantes, por Garanhuns, terra do presidente Lula, no agreste pernambucano. A média de Djeiel no exame não foi suficiente para garantir uma vaga nas federais mineiras de Lavras ou Viçosa. Entrou na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) após um remanejamento. Só então foi pesquisar algo na web sobre a universidade e Garanhuns, que, com 130 mil habitantes, é bem maior que Comercinho.


Djeiel já tinha estudado fora, fez o curso técnico de Agroindústria em Salinas (MG). Na época, porém, via a família todo fim de semana. “Nunca tinha morado sozinho. Ainda é um choque.” Ele vive num quarto simples de hotel, enquanto disputa vaga na residência da federal. Come em restaurantes populares, em regime de total economia – o pai está desempregado e a mãe, professora, banca as despesas. Sobre o curso, de cinco anos de duração, o mineiro afirma que há muito a melhorar. “Tem pouca aula prática. Mas valeu a pena a mudança”, diz Djeiel, que aguarda ansioso o mês que vem para conhecer o forró, violeiros e repentistas de Garanhuns nas festas de São João. “Não vou perder esta oportunidade por nada no mundo.”

FONTE:Estadão.edu

ANDES SINDICATO NACIONAL

Anistia Internacional denuncia violações de direitos humanos no Brasil








Violações de direitos humanos continuam sendo praticadas em presídios, em conflitos agrários e contra povos indígenas no Brasil. A polícia também continua cometendo violência em grandes cidades, principalmente contra moradores de favelas no Rio de Janeiro e em São Paulo. As conclusões são do relatório deste ano da Anistia Internacional, organização não governamental que acompanha a situação dos direitos humanos em todo o mundo.

Um dos casos denunciados pela Anistia Internacional em seu relatório é a violência sofrida pelos índios Guarani-Kaiowá, em Mato Grosso do Sul – situação já retratada pela Agência Brasil em uma série. Segundo a Anistia Internacional, o governo do estado e fazendeiros fizeram lobbynos tribunais para impedir a demarcação de terras indígenas.

Ainda de acordo com o relatório, comunidades de Guarani-Kaiowá foram atacadas por pistoleiros. Há, inclusive, o registro da morte do indígena Genivaldo Vera e do desaparecimento de Rolindo Vera. Índios do Acampamento Apyka’y também sofreram ao serem expulsos de suas terras e terem que viver em condições precárias à beira de uma rodovia.

“Os Guarani-Kaiowá estão sofrendo uma pobreza extrema, subnutrição e continuam sofrendo ataques de representantes de companhias de segurança privada e de [forças] regulares. Continuam sendo despejados e forçados a viver na beira da estrada em condições de extrema pobreza e muitas vezes são forçados a trabalhar em condições irregulares”, afirma o representante da Anistia Internacional, Tim Cahill.

O relatório da Anistia Internacional também chama a atenção para a violência com que são tratados camponeses em conflitos por terra no país. O documento cita os 20 assassinatos que teriam sido cometidos no país, entre janeiro e novembro de 2009, por policiais ou pistoleiros contratados por proprietários de terra.

A situação carcerária no país também foi citada pelo relatório, com destaque para os problemas do Espírito Santo e do Presídio Urso Branco, em Rondônia. Entre os problemas apontados pela Anistia Internacional estão “a falta de supervisão independente e os altos níveis de corrupção”.

“Os detentos continuaram sendo mantidos em condições cruéis, desumanas ou degradantes. A tortura era utilizada regularmente como método de interrogatório, de punição, de controle, de humilhação e de extorsão. A superlotação continuou sendo um problema grave. O controle dos centros de detenção por gangues fez com que o grau de violência entre os prisioneiros aumentasse”, denuncia o relatório.

A letalidade policial nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo também foi mencionada pela Anistia Internacional. A ONG conta que, no caso do Rio, por exemplo, apesar da experiência das unidades de Polícia Pacificadora (UPP), a polícia continua cometendo muitos crimes de morte e arbitrariedades.

O documento da Anistia Internacional também citou “ameaças” geradas por projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como represas, estradas e portos, a comunidades tradicionais e indígenas, a perseguição a defensores de direitos humanos e a persistência do trabalho escravo no Brasil apesar das políticas governamentais para acabar com o problema. De acordo com a Casa Civil, as obras do PAC cumprem a exigência de realização de audiências públicas nas localidades onde os projetos serão implantados, o que permite a ampla discussão com a sociedade civil.

Em nota, a Casa Civil afirma que "estabelece medidas compensatórias que visam a garantir a sustentabilidade de comunidades locais, inclusive com a criação de programas de desenvolvimento regional, como em Rondônia, em função das usinas do Rio Madeira, no entorno do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco."

O representante da ONG Tim Cahill diz que, apesar da disposição das autoridades brasileiras em melhorar a situação dos direitos humanos no país, várias denúncias da Anistia Internacional continuam se repetindo ano após ano. Segundo Cahill, isso mostra que há uma diferença entre o discurso das autoridades e a implantação concreta de medidas.

“Há um vácuo entre o entendimento das autoridades de implementar reformas, garantir direitos e a implementação verdadeira e concreta. Esse [entendimento das autoridades] é sempre contrariado por interesses econômicos e políticos. O que nós vemos é que existe um discurso para a reforma, mas a implementação não ocorre”, diz Cahill.

O relatório também abordou a questão da impunidade em relação aos crimes cometidos durante o regime militar brasileiro (1964-1985), mas não comentou a decisão deste ano do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a Lei da Anistia, já que o documento foi fechado no final do ano passado.

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro informou que só comentará o relatório quando receber oficialmente o documento. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo nega as denúncias de violações de direitos humanos do relatório. Os governos do Espírito Santo e de Mato Grosso do Sul não responderam às críticas. A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com a Secretaria de Justiça de Rondônia.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL