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sexta-feira, agosto 24, 2012

A campanha eleitoral e as lutas


Um dos grandes problemas que os trabalhadores enfrentam quando estão em greve é o de superar o bloqueio da imprensa. Os meios de comunicação nas mãos da grande burguesia e dos governos fazem campanhas sistemáticas contra as greves. Hoje, por exemplo, o governo e a imprensa buscam mostrar os funcionários públicos como privilegiados e a recusa do governo em negociar com eles como uma prova de “austeridade”. Outra importante mobilização, a luta dos metalúrgicos da GM de São José dos Campos, desapareceu da grande imprensa.

Por outro lado, a campanha eleitoral agora começa a atingir o conjunto da população com o horário eleitoral. Existe uma polarização aparente entre o bloco governista (PT e seus aliados) e a oposição de direita (PSDB e DEM), em uma luta brutal pelo aparato das prefeituras nas cidades. Esses partidos vão utilizar o horário eleitoral na TV para tentar mostrar ao povo que basta votar neles para viver num paraíso, com todas as necessidades sociais resolvidas. Ou seja, vão usar os meios de comunicação para, mais uma vez, enganar os trabalhadores.

Mas os partidos não são todos iguais. O PSTU se orgulha de dedicar sua campanha eleitoral ao apoio às lutas dos trabalhadores. Vamos dedicar parte de nosso pouco tempo de TV para defender e apoiar as greves do funcionalismo, da construção civil e a luta dos metalúrgicos da GM. Vamos usar os meios de comunicação de massas para falar a verdade.

Todo apoio à greve do funcionalismo!
No pouco tempo que temos, vamos tentar dizer que o dinheiro gasto com o funcionalismo significa, na verdade, despesas com os serviços sociais prestados à população, como saúde e educação. Não está se discutindo, portanto, somente os salários dos funcionários, mas a quantidade e a qualidade dos serviços sociais prestados por eles. A situação precária do funcionalismo é parte do sucateamento dos serviços públicos imposto pelos governos do PSDB, mas também do PT. 

Ao contrário do que a grande imprensa e o governo divulgam, nos últimos anos os gastos com o funcionalismo caíram. Correspondiam a 22% das despesas do governo em 2006. Hoje é de apenas 20%. 

Dizem que o governo não tem dinheiro. Não é verdade. Acontece que o governo do PT (igual ao da oposição de direita no passado) entrega o dinheiro público para as grandes empresas. Os gastos anuais com os funcionários ativos e inativos correspondem a R$ 187,6 bilhões, menos de um terço dos R$ 635 bilhões que o governo vai pagar aos banqueiros pelos juros e amortizações da dívida neste ano. A reivindicação do funcionalismo (22,08% de reajuste salarial) corresponderia a pouco mais de um quarto dos R$ 155 bilhões que foram dados de incentivos fiscais para as grandes empresas entre 2011 e 2012.

Vamos utilizar nosso tempo de TV para defender que Dilma negocie com o funcionalismo e para apoiar suas reivindicações. 

Estabilidade no emprego para os metalúrgicos da GM
É preciso divulgar e chamar o apoio à luta dos metalúrgicos da GM de São José dos Campos. O acordo com a empresa só evitou temporariamente as demissões. Essa multinacional quer demitir 1.840 operários em novembro. A grande imprensa divulga somente a versão da empresa, que estaria passando “dificuldades” e por isso é obrigada a fazer demissões. 

Na verdade, essa multinacional segue tendo lucros altíssimos. Teve um faturamento bruto, em 2012, de R$ 20 bilhões. A folha de pagamentos de todos os funcionários da montadora consome apenas 11,8% do faturamento da empresa. 

O governo vem dando muito dinheiro público a essas multinacionais. Entre 2001 e 2011, as montadoras de automóveis investiram no Brasil US$ 19,5 bilhões. No entanto, receberam do BNDES US$ 24,6 bilhões e remeteram para suas matrizes US$ 25,6 bilhões. Ou seja, essas empresas não trouxeram novos investimentos para o Brasil, se apropriaram do dinheiro público dado pelo governo, e remeteram para suas matrizes no exterior. O dinheiro dado pelo governo para as empresas não garante os empregos dos trabalhadores. Só aumenta o lucro dessas multinacionais.

Não existe nenhum motivo para demitir quase dois mil trabalhadores. Vamos usar nosso tempo na TV para exigir de Dilma que garanta a estabilidade no emprego aos metalúrgicos da GM. O governo, que até agora só apoiou a empresa, tem a obrigação de apoiar os trabalhadores. 

O PSDB e o DEM não apoiarão as greves do funcionalismo nem a luta da GM. O PT também não o fará. Na verdade, o PT é o patrão de todo o funcionalismo federal. As lutas do funcionalismo e da GM se chocam não só contra a oposição de direita, mas também contra o governo de Dilma. 

O PSTU apoia todas essas lutas. Mas também necessitamos de seu apoio para nossa campanha eleitoral. Não temos e nem queremos o dinheiro da burguesia que financia a campanha do PSDB e também do PT. Não temos cabos eleitorais pagos, mas uma militância aguerrida. Você que está junto conosco no apoio a essas lutas, venha ajudar nossa campanha eleitoral. E filie-se ao PSTU, o partido das lutas e do socialismo! 

FONTE: EDITORIAL DO OPINIÃO SOCIALISTA N. 448

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