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quarta-feira, dezembro 15, 2010

Mazembe tem torcedores no Rio


República Democrática do Congo
Província de Katanga



Enquanto milhares de colorados choravam ontem no Rio Grande do Sul pela derrota do Inter na semifinal do Mundial de Clubes, um grupo de publicitários e advogados comemorava no Rio a classificação do Mazembe para a final do torneio.

"Espero que essa vitória dê mais visibilidade ao país, que tem muita gente séria e trabalhadora. A possibilidade de negócios lá é imensa", comemorou o advogado Paulo Sérgio Alves de Oliveira.Todos eles têm ligação com o clube da província de Katanga. Os publicitários criaram há cerca de um ano um mascote para o Mazembe. Já os advogados atuam na recém-criada Câmara de Comércio Brasil-República Democrática do Congo.

Diretor de relações internacionais da câmara, ele era o mais empolgado com a atuação dos jogadores do Mazembe durante o jogo contra o Inter. No segundo gol do time, Oliveira deu um salto da cadeira que assustou os demais torcedores.

Vascaíno, o carioca já assistiu duas partidas do Mazembe em Lubumbashi, cidade que é sede da equipe.

Numa sala de reunião no centro do Rio, Oliveira ensinava aos outros as coreografias e o canto dos torcedores.

"Eles cantam 'Ê Mazembe, Ê Mazembe, Ê Mazembe', de forma ritmada, batendo as mãos na lateral dos joelhos e jogando-as para o ar", contava o advogado, sem conseguir empolgar os seus companheiros que também apoiavam o time congolês.

Oliveira é uma espécie de representante informal do clube africano no Brasil. Foi dele a ideia de criar um mascote para o time.

Idealizado pela agência de publicidade Publicis, o boneco, que veste uma camisa parecida com a do Botafogo, foi aprovado pelo presidente do clube, Moises Katumbi, e será usado no país para ajudar a financiar a construção de um hospital na cidade.

Fora o mascote, um jacaré de papo amarelo apelidado de "Maze" [pronuncia-se mazi], a agência brasileira também criou um lema para o time: "A alegria está em jogo".

"Além de ter trabalhado com o clube, sou gremista e o prazer fica ainda maior", brincou Celso Batalha, diretor da agência.

Apesar da pobreza do país, o time é bancado pelo cartola Katumbi, que mistura futebol com política. Ele é governador do Estado e um dos homens mais ricos do país.

O Mazembe tem atletas de vários países da África, como Zâmbia, Zimbábue, Camarões e República Centro-Africana. O país enfrenta desde a metade dos anos 90 uma das guerras civis mais sangrentas da atualidade.

Proprietário de uma mina de cobalto e de transportadoras no país, Katumbi pagou a viagem de cerca de 600 torcedores do Mazembe até os Emirados Árabes Unidos, incluindo uma banda que roubou a cena nos estádios e foi contratada pelos organizadores do campeonato para animar as outras partidas deste Mundial de Clubes.

FONTE: FOLHA.COM

REFERÊNCIAS 

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