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quinta-feira, setembro 17, 2009

REUNI

Alunos reclamam que falta de professor a talher na UFMG






Preso na porta da sala do recém-criado curso de restauração de bens culturais imóveis da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), um papel informa os alunos sobre as seis disciplinas que aguardam a contratação de professores. Outras cinco foram canceladas.



O curso de restauração, criado em 2008, foi a primeira graduação fruto do Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) na universidade mineira, que alcançou nota máxima no mais recente IGC (Índice Geral de Cursos), indicador que mede a qualidade das instituições.




O Reuni, programa do Ministério da Educação, tem, entre outras metas, dobrar até 2012 as vagas nas universidades federais ao criar cursos ou ampliar as vagas nos já existentes.

Com a chegada de um volume maior de calouros, as longas filas do bandejão do campus Pampulha da federal mineira se tornaram outra dor de cabeça, afirmam os alunos. Segundo eles, há dias em que falta talher.

Além de poucos professores e da superlotação do restaurante, as salas de aula também andam mais cheias do que os alunos gostariam. As obras de expansão, relatam os estudantes, estão atrasadas e atrapalham por serem feitas de dia.

Aluna do segundo período de restauração, Alice Gontijo, 19, diz que falta ainda formação específica a professores de disciplinas técnicas, como a que trata dos insetos que danificam os bens culturais. Segundo ela, a aula é dada por uma professora sem formação em biologia."A impressão é que tudo é feito na base do improviso", diz.

O reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena, reconhece que houve um problema na contratação de professores para o curso de restauração, mas diz que foi uma questão pontual.

"Ali aconteceu uma coisa bem localizada. O problema se prendeu à autorização para contratação. Eu liguei para o ministro [Fernando Haddad], e o MEC me deu uma solução. Talvez, se a gente começasse esse curso em 2010, não haveria problema, mas perderíamos um ano", diz Pena.

Sobre possíveis atrasos na contratação de professores em outros cursos, Pena os chamou de "pequenos contratempos". "Visto por mim, como gestor, eu considero pequenos contratempos.
Visto pelo aluno, que está lá vivendo a questão, é um grande problema. Eu reconheço que é. Mas a gente tem que pensar no médio e no longo prazo", afirmou.

O reitor concordou que as obras trazem transtornos a todos, mas disse que o período é transitório. "Não tem jeito de fazer obra sem barulho", diz.

Afinado com o discurso do MEC, Pena considerou a falta de talher --da qual diz não ter notícia-- um problema menor diante do que a expansão representa para a universidade e para o país.

Os problemas não são exclusivos da UFMG. Na UnB (Universidade de Brasília), que também participa do Reuni, os alunos dizem que o barulho das obras atrapalha as aulas.

Além disso, até a semana passada, estudantes do segundo período da recém-criada graduação em gestão de políticas públicas temiam ficar sem professores para as matérias específicas.

No entanto, após ser questionada pela reportagem sobre a falta de docentes, a UnB informou aos alunos que dez novos professores foram contratados.

Sobre as obras, a decana de graduação da UnB, Márcia Abrahão, disse que melhorias no espaço físico são reivindicadas há anos por professores e alunos e pede a compreensão deles para os transtornos.

Outro lado
A responsável pela Secretaria de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci, negou a falta de professores, mas assumiu que possam existir problemas pontuais.
Segundo ela, "a UFMG está passando por uma revitalização inédita. É evidente que pode haver uma questão aqui ou ali. A universidade é uma instituição que está muito bem nos indicadores de qualidade nacionais e internacionais."

Já quanto as reclamações que os alunos fazem em relação à falta de professores, Bucci afirma: "Isso não é verdade. A contratação de professores não tem precedentes.
A UFMG certamente não é uma instituição onde falta professor. Eles estão com muitas inovações, estão a pleno vapor. "
FOLHA DE SÃO PAULO

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