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quarta-feira, setembro 02, 2009

Brasileiro aprova cota universitária para pobres



Pesquisa de opinião realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) mostra que 75% dos brasileiros preferem que as cotas nas universidades federais sejam destinadas a alunos pobres que estudaram em escolas públicas, contra 11% que preferem a cota racial. Apenas 9% são contrários a qualquer tipo de reserva de vagas. A pesquisa foi contratada pelo DEM, que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das cotas raciais na Universidade de Brasília. Foram entrevistadas mil pessoas, por telefone, em todas as regiões do país.
De acordo com a enquete, as cotas sociais, destinadas a alunos pobres que concluíram o ensino médio na rede pública, contam com o apoio de 84% da população. Quando os entrevistados foram indagados se apoiam apenas as cotas raciais para negros, pardos e índios, o percentual de aprovação foi menor: 53% dos entrevistados defenderam a proposta. Já 44% se disseram contrários às cotas raciais, e 4% não souberam ou não quiseram opinar.
A polêmica sobre as cotas está em debate no Senado. De um lado, o governo defende a reserva de vagas de acordo com critérios raciais e sociais. Do outro, a oposição apoia a reserva de vagas de acordo com critérios sociais, apenas, e rejeita a distinção dos estudantes pela cor da pele.

Relatora vê apoio ao sistema de cotas na consulta

Relatora do projeto sobre as cotas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) afirmou que o resultado da pesquisa do Ipespe confirma o apoio da maioria da população brasileira à políticas de reserva de vagas.
- Fico feliz e animada com os números da enquete. Isso mostra que os brasileiros estão compreendendo cada vez mais que as cotas são importantes - afirmou.
A petista também disse que o resultado vai ao encontro do seu relatório, que prevê a reserva de 50% das vagas nas universidades federais para alunos de escolas públicas, e cria subcotas de acordo com critérios raciais e sociais, com diferenças entre os estados do país de acordo com critérios do IBGE.
- Meu relatório combina as duas propostas. Sempre recebi críticas por apoiar as cotas raciais, mas essa pesquisa mostra que elas também têm apoio da maioria - disse Serys.
A cúpula do DEM é contrária às cotas raciais e afirma que a medida pode incentivar o racismo no país. O presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), apresentou substitutivo que limita a distribuição do benefício a estudantes pobres, sem distinção de raça. Ele também interpretou a pesquisa como uma manifestação de apoio à sua proposta.
- A população prefere atender a quem é pobre, independentemente da cor da pele. Raças não existem. A criação de cotas raciais pode gerar um sentimento de ódio e divisão na sociedade brasileira - disse Demóstenes.
O presidente da CCJ também afirmou que a criação de cotas raciais pode gerar injustiças na divisão de vagas nas universidades públicas.
- Existem famílias negras ricas. Os filhos dessas famílias, que puderam estudar em boas escolas, também terão direito às cotas? Eu entendo que não devem ter - disse o senador.
De acordo com a pesquisa do Ipespe, 84% dos entrevistados não tomaram conhecimento da ação do DEM para tentar barrar as cotas da UnB no Supremo Tribunal Federal. Após serem informados sobre o teor da proposta, 54% disseram apoiá-la.
A enquete também ouviu os entrevistados sobre o governo Lula. A administração foi considerada ótima ou boa por 64%, contra 27% de regular e 7% de ruim ou péssimo. O Ipespe é coordenado pelo cientista político Antonio Lavareda, que presta consultoria ao DEM.
O Globo

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