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quinta-feira, outubro 04, 2012

Criadora do ‘Diário de Classe’ critica sistema de cotas


Isadora Faber, estudante de escola pública de Florianópolis, diz ter ‘vergonha’ da reserva de vagas nas universidades

A estudante Isadora Faber, de 13 anos, conhecida por denunciar os problemas de sua escola numa página no Facebook, disse, na noite desta quarta-feira, ter vergonha das cotas sociais e raciais em universidades. A menina, aluna da Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis, criticou o modelo de ação afirmativa, chamando de discriminação a reserva de vagas no ensino superior federal.

“Muitos me perguntam sobre cotas. Eu sabia pouco do assunto mas tive tempo de me informar bem. Vi os diferentes pontos de vista e essa é minha opinião. Eu acho que todos somos iguais, negros, brancos, índios, amarelos, gays... enfim, todos. Não é isso que faz a diferença. Pra mim, a diferença esta na educação, se todos tivessem acesso a mesma educação, não teria diferenças e não precisaria ter cotas. Eu tenho vergonha disso, não quero cotas por que estudo em escola pública, não sou menos que ninguém, sou capaz de aprender e não quero tratamento diferente, quero ter uma educação igual, só isso. Pra mim isso é DISCRIMINAÇÃO”, disse ela em um texto na página “Diário de Classe”, que conquistou mais 300 mil “curtidas” em menos de dois meses.

Depois de diversos seguidores manifestarem opiniões controversas, ela escreveu de novo:

“Olha como o assunto divide opiniões. Não adianta fazer cotas e não melhorar a educação. Se é pra corrigir alguma coisa que seja por tempo limitado então. O que tem que ser definitivo é uma melhor educação, com professores ensinando e alunos aprendendo e quem não estudar, tem que rodar.”

FONTE: O GLOBO

LEIA TAMBÉM:      Conselheiro negro do CNJ diz que é contra cota racial para juízes
 http://guebala.blogspot.com.br/2012/10/conselheiro-negro-do-cnj-diz-que-e.html

Um comentário:

cristiano disse...

Parece que boa parte da população ainda não consegue ver a questão das cotas de forma ampla e contextualizada. Por que não taxar de discriminatório o descaso para com a educação pública,somos tratados de forma diferente todo o tempo e isto não é tomado como uma afronta aos nossos direitos básicos. A educação no Brasil nunca foi destinada ou trabalhada para suprir as necessidades da população (povo). Sua essência é elitista, feita para poucos. Até o momento não se falava em mérito por que a situação era favorável ao grupo que tenta a qualquer custo deter o poder, grupo que tem condições de pagar por uma escola de qualidade e nunca exige a recuperação do ensino público sucateado, simplesmente por saber que dessa forma terão melhores chances de ingressar nas universidades públicas. É uma luta desleal por que um setor impõe seu discurso e prática discriminatória, depois dissimula essa prática e discurso usando os meios de comunicação de massa que estão sob seu domínio e posse, fazendo com que a população (povo)acredite estar numa disputa leal onde o "mérito" é valor determinante. Quem acredita viver numa sociedade onde todos são tratados como iguais está assumindo o discurso discriminatório desta elite podre, que domina a máquina pública, sucateando-a. Ou como a jovem Isadora que destaca: "se todos tivessem acesso..." "não teria diferença..."; mesmo percebendo o contexto discriminatório em que vive, acredita não ter direito a ocupar o posto que também é de direito seu. Direito este, cerceado paulatinamente.