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segunda-feira, abril 30, 2012

De quem é o Flamengo, afinal?


Para responder a pergunta acima, é preciso entender que atualmente existem dois Flamengos.
Um é o Flamengo Nação, aquele pelo qual nos apaixonamos. Vitorioso, democrático, popular, gigante, anárquico, universal, intangível. É, acima de tudo, um sentimento. Para nossa alegria, esse Flamengo não tem dono, é do mundo inteiro - pois já disse o filósofo Jean-Jacques Rosseau: todo homem é rubro-negro por natureza, é a sociedade que o corrompe.
O outro é o Flamengo Instituição. Há umas boas décadas, este tem sido elitista, conservador, arcaico, restrito, obscuro. Infelizmente, há alguns poucos que se acham donos desse Flamengo - gente com ideias e interesses que pouco condizem com que se pensa ser o melhor para o Flamengo Nação.
Para acabar de vez com essa crise de identidade, é preciso eliminar essa divisão entre Nação e Instituição. Sérgio Chiapetta pensa da mesma forma, por isso organizou a campanha "Associe-se para Mudar". Esse estudante de engenharia elétrica de 24 anos acredita que, associando-se ao clube, o torcedor pode provocar uma mudança de dentro para fora. O objetivo da campanha é informar e incentivar o torcedor comum a se associar ao clube, e também pressionar a diretoria atual para que se discuta um programa de sócio-torcedor.
Por que incentivar o torcedor comum a se associar? Como a associação em massa poderia contribuir para o futuro do clube?
Porque, atualmente, o torcedor comum é muito pouco representado dentro da política do Flamengo. Enquanto somos a esmagadora maioria dentre todas as torcidas de futebol, somos minoria dentro da política do nosso próprio clube: é um paradoxo!
Sabemos que existem certos figurões dentro da política do clube que são ditos "torcedores ilustres", mas é de conhecimento público e notório que são pessoas com interesses obscuros e que já estão usando do Flamengo para benefício próprio.
A associação em massa representaria inverter esse quadro, tornaria justo o cenário político do clube e engrossaria o coro daqueles que arduamente já tentam dar um Flamengo correto para o torcedor, mas têm suas vozes abafadas por politiqueiros influentes e sócios centenários vizinhos do clube que pouco se importam com o torcedor.
O Flamengo não tem programa de sócio-torcedor, ao contrário dos três outros grandes do Rio que já têm projetos em diferentes níveis de implementação. Por que voce acha que essa pauta não vai pra frente na Gávea?
Acredito que não vá pra frente porque os que lá estão tem medo. Nossa torcida é imensa em todas as classes sociais e certamente se interessaria demais por um projeto que desse direito a voto nas eleições do clube.
Isso representaria o fim dessa política feudal e elitista que impera no clube já há algum tempo, portanto imagino que aqueles cujos títulos de sócio já passam de geração em geração desde a fundação do clube não acham justo que uma pessoa, pagando módicos 20 ou 30 reais, tenha o mesmo direito a voto. E aqueles que usam o Flamengo como fonte de renda, obviamente, se escondem atrás desse argumento.

Você defende que o torcedor deve se associar ao clube mesmo nos moldes atuais, mesmo sem programa de sócio-torcedor?

Sim, e isso é de fundamental importância. Por mais que façamos pressão aqui de fora, precisamos de gente lá dentro que dê representatividade às vontades da torcida. Somente participando das assembléias e conselhos com superioridade numérica que teremos importância política.
Certamente há rubro-negros que podem ser tornar sócios mesmo nos moldes atuais e não o fazem por descrença. O objetivo fundamental do nosso movimento é convencer esse tipo de torcedor que ele pode desempenhar um papel fundamental na história do Flamengo sem comprometer suas finanças.
Como surgiu a iniciativa? Quem mais está organizando a campanha com você? Há um grupo definido?
A iniciativa surgiu espontaneamente, num dia em que eu estava refletindo sobre os rumos do clube vem tomando nos últimos anos. Percebi que protestar pela saída de treinador, pedir contratação de A ou B e xingar dirigente na arquibancada não resolvem o problema real do clube que é o rodízio dos mesmos nomes na diretoria e conselhos.
Por enquanto, infelizmente, a única forma de realmente fazer algo significativo pelo Flamengo é podendo participar dele lá de dentro.

Um amigo chamado Yuri, cujo apelido é "Cabritz", também teve mais ou menos a mesma idéia que eu, ao mesmo tempo, e desde então temos tentado divulgar ao máximo, com a ajuda dos, até agora, 850 flamenguistas que concordam com a gente e estão na nossa página do Facebook 
Sendo assim, não temos grupo algum. Não somos de torcida organizada alguma e nem temos vínculo com nenhuma chapa que concorrerá às eleições do clube. Nosso único vínculo é com a real Torcida do Flamengo: aquela sem rótulo, sem fardamento e palavras de ordem.
Qual o seu nível de envolvimento com o Clube de Regatas do Flamengo? Você é sócio?
Sou um meramente mais um entre milhões de torcedores apaixonados que pega ônibus para ir ao jogo, fila pra comprar ingresso e não perde sequer um jogo do mengão. Ainda não sou sócio, mas estou prestes a fazer isso. Pretendo me associar no dia 5 de maio, às 14 horas, quando faremos uma manifestação 100% pacífica que terá um ato simbólico de associação em massa e pediremos formalmente à diretoria um programa de sócio-torcedor.
Aproveito o espaço a convocar todo e qualquer rubro-negro a participar da manifestação, ainda que não tenha condições financeiras para se tornar sócio no dia. Precisamos mostrar a força da nação.
FONTE: SRDZ

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