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segunda-feira, setembro 27, 2010

Novo julgamento condena Sakineh à forca por assassinato do marido










O procurador-geral do Irã, Gholam Hussein Mohseni Ejei, anunciou nesta segunda-feira (27/9) que a iraniana Sakineh Ashtiani, acusada de adultério e cumplicidade no assassinato de seu marido, foi condenada à morte por enforcamento pelo segundo crime.

Em declarações divulgadas pela agência de notícias Mehr, Mohseni Ejei explicou que, "de acordo com a decisão do tribunal, Sakineh foi condenada por assassinato". A sentença cancela a execução de Sakineh Ashtiani por apedrejamento, mas não a livra da pena de morte, já que o assassinato no Irã é punido com a forca.

"A questão não deve ser politizada. O Poder Judiciário não pode se deixar influenciar pela campanha empreendida no Ocidente", acrescentou.

Meses atrás, o advogado da acusada, Mohamad Mostafei, afirmou que Sakineh, de 43 anos, tinha sido condenada por adultério e que seria executada por apedrejamento. A pena despertou uma onda de protestos internacionais contra o Irã, o que obrigou o regime a suspender a sentença para que fosse reavaliada.

Troca de acusações

Dias atrás, a televisão estatal exibidiu imagens que seriam de Sakineh confessando ter mantido uma relação fora do casamento e participado da morte do marido. Ela também criticou a campanha feita por seu advogado. Na semana passada, Mostafei foi acusado pelo regime iraniano de ter se aproveitado do interesse mundial pelo caso para pedir asilo político na Noruega, onde está sua família.

"O advogado tentou politizar o caso afirmando que sua vida estava em risco por defender Sakineh, mas seus argumentos só vão de acordo com seus interesses", afirmou o porta-voz do ministério de Assuntos Exteriores, Ramin Mehmanparast, durante entrevista coletiva semanal.

O caso também deu início a uma polêmica dentro do regime iraniano, com declarações contraditórias entre o governo e o Poder Judiciário. Na semana passada, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que não existia a condenação à morte e que se tratava de propaganda. Depois, comparou o caso de Sakineh com o de Teresa Lewis, que foi executada na última quinta-feira nos Estados Unidos por mandar matar o marido.
FONTE: Opera Mundi

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