Institutos federais de educação, ciência e tecnologia – antigos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet) – de todo país vão destinar mais vagas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC), em comparação com a seleção realizada no início de 2010. O sistema, criado pelo MEC, seleciona candidatos para universidades e institutos federais conforme seu desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado esse ano nos dias 6 e 7 de novembro. Para a próxima seleção, serão mais de 17,5 mil vagas destinadas a alunos que tiverem boa pontuação no exame – quase o dobro das vagas disponibilizadas na edição anterior, quando 9026 alunos conquistaram a entrada no curso superior.
A adesão das instituições também aumentou. Segundo dados da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, 37 dos 38 institutos federais vão aproveitar o desempenho no Enem como critério de seleção para todas ou parte das vagas oferecidas. Desses, 16 instituições vão aproveitaram 100% das vagas para a avaliação. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará é o que disponibilizará mais vagas: 1730, todas para alunos aprovados no Enem. Os dois Cefet que ainda existem, de Minas Gerais e Rio de Janeiro, também aderiram ao sistema. No ano passado, apenas 27 institutos participaram.
“Essa expansão é uma excelente oportunidade para estudantes que buscam cursos técnicos, licenciaturas e bacharelado pois eles passam a ter acesso a unidades federais de ensino de todo o país e uma variedade maior cursos diversos ”, afirma Getúlio Marques Ferreira, secretário substituto de Educação Profissional do Ministério da Educação. O secretário explica que, com expansão das unidades de ensino tecnológico, fica mais fácil alcançar a parcela de estudantes que vive no interior dos estados e que não tem possibilidade de se deslocar aos vestibulares nas capitais. “Com a participação dos institutos federais, o Sisu ganha proporções muito maiores e chega a todas as regiões brasileiras que precisam investir em educação superior.”
Oportunidade
A estudante brasiliense Alana Pinheiro, 19 anos, foi uma das beneficiadas pela primeira fase do Sisu no Brasil. Com a nota acumulada no Enem, Alana chegou a cursar um semestre do curso de jornalismo na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). “A oportunidade foi ótima. No entanto, preferi tentar novamente a inscrição no meio do ano para um curso no Instituto Federal de Brasília. Novamente fui aprovada, desta vez para o curso superior de agroecologia, umas carreira que acredito estar em ascensão no Brasil.”
Para Alana, o Sisu está se tornando uma das principais portas de entrada para quem busca a formação superior e que não tem chances de pleitear uma vaga em faculdade particular. “Os cursos dos institutos federais tem como principal objetivo preparar os alunos para o mercado de trabalho com qualidade. A prática está muito presente e o preparo do aluno é foco desde o primeiro semestre. É uma excelente oportunidade para quem não quer se limitar apenas às vagas das universidades federais ou, como eu, não tem acesso às particulares sem auxílio de programas de bolsas”, comenta a jovem, que já tinha sido aprovada também para uma faculdade particular de Brasília pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) com a mesma nota obtida no Enem.
Para o secretário Getúlio Ferreira, a ação é benéfica também para um processo maior de expansão da educação brasileira. “Os cursos se tornam acessíveis para um número maior de estudantes. Com o aumento de licenciaturas, formamos mais professores para suprir as necessidades da educação brasileira. Com a maior oferta de cursos para a formação profissional, aumentamos o número de trabalhadores no mercado de trabalho”, avalia.
Cláudio Ricardo Gomes de Lima, reitor do Instituto Federal do Ceará, comenta que desde 2002, o número de vagas ofertadas quase triplicou e que isso tende a melhorar com a adesão ao sistema de avaliação unificado. “O objetivo é trazer um ensino cada vez mais homogêneo a todos os estudantes do estado, inclusive aqueles que normalmente não teriam acesso às graduações e que vivem no longe da capital”, comenta. A unidade cearence está dividida em 22 câmpus espalhados pelo estado.
Em Santa Catarina, todas as vagas do Instituto Federal de graduação para a seleção do próximo ano serão preenchidas com alunos avaliados pelo Enem. “Na última avaliação, apenas 20% das vagas foram destinadas ao Sisu. Acreditamos que, assim como nós, as instituições federais estão vendo o valor do sistema de avaliação criado pelo MEC e tendo mais segurança na adesão”, comenta a reitora do IF de Santa Catarina, Consuelo Sielski Santos.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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