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terça-feira, junho 01, 2010

Campeões do mundo relembram bolas e ironizam críticas à Jabulani




A Jabulani é a bola oficial da Copa do Mundo de 2010, desenvolvida pela Adidas especialmente para o torneio. Desde 1970 a empresa alemã fornece o material para os Mundiais, mas em 2010 o equipamento tem recebido severas críticas. "Sobrenatural", de "supermercado", "jaburu", "patricinha" e "horrível" são alguns dos apelidos já recebidos pelo utensílio.

Em meio à polêmica, o Terra pesquisou a história das bolas nas Copas e foi atrás de ex-jogadores brasileiros para saber se as ofensas são recentes ou se isso também ocorreu em Mundiais anteriores.

Desde 1930 (ano da primeira Copa do Mundo) até 1966 as bolas tinham uma descrição semelhante. Eram feitas de couro, duras, com uma costura interna (até 1950 a costura era de cadarço e externa) e seu peso dobrava quando molhava. "Se jogava com ela há muito ou pouco tempo, isso não importava. Não havia nenhuma queixa por parte dos nossos jogadores nas Copas que jogamos", disse Pepe, bicampeão do mundo em 1958 e 62.

Depois disso, em 1970, a Adidas assumiu a fabricação do material e a Telstar foi a primeira bola de futebol branca com gomos (em forma de pentágonos) pretos para ser facilmente identificada na televisão. "Sempre tem bola nova, isso aí de bola ruim é papo furado, é uma desculpa esfarrapada. A bola é boa para todo mundo, é só treinar", afirmou Dadá Maravilha, que esteve no grupo do Brasil que conquistou o tricampeonato.

A Telstar foi novamente utilizada em 1974 e ganhou a companhia da Adidas Chile. Paulo César Carpegiani esteve no elenco brasileiro daquela Copa e não se lembra de eventuais críticas. "É uma coisa chata isso, de a bola de 2010 ser ruim, isso que todo mundo está falando. Há um consenso de que a bola é ruim, então ela deve ser mesmo. Mas em 74 não sentimos nada", declarou.

Em 1978 e 82 os novos equipamentos eram chamados de Tango Durlas e Tango Espanha, respectivamente. Na segunda, a novidade foi a costura de couro selada à prova d´água, o que reduziu drasticamente a absorção de água pela pelota. Em 1986, ela ganhou um modelo sintético.

"Os boleiros geralmente prestam mais atenção às bolas, mas acho que o desempenho dela depende muito. Não lembro de nenhuma crítica às bolas nas Copas que disputei. Mas temos que ver que a bola é igual para todo mundo, e se ela é ruim em 2010, acaba sendo assim para todo mundo. É tudo questão de adaptação", afirmou o zagueiro Mauro Galvão, presente em 86 e em 1990 (modelos Azteca e Etrusco Único, respectivamente), ano que o material ganhou uma camada de polietileno branca.

Nos Estados Unidos (Adidas Questra) o desenvolvimento continuou em termos de tecnologia e seguiu até 2006, com enchimento de gás (1994), fechamento individual e micro balões (Adidas Tricolore, na França em 98), espuma sintética refinada (Fevernova, na Coreia/Japão em 2002) e menor quantidade de gomos que visava a diminuição dos pontos de contato (Teamgeist, na Alemanha em 2006).

"Não me lembro de nenhuma reclamação, até porque as bolas são cada vez melhores. A tendência é só que aprimorem as bolas, esse é o objetivo. A Jabulani (bola de 2010) eu já peguei na mão, mas não cheguei a experimentá-la. Mas em 94 não me lembro de nenhuma reclamação por parte de ninguém não, isso é coisa de agora", afirmou o tetracampeão Mauro Silva.

Mesmo que em todas as bolas os objetivos sejam sempre melhorar o equipamento, até mesmo em 2010 onde a Jabulani é composta por oito painéis tridimensionais para deixar a esfera em um formato esférico perfeito, a opinião dos campeões do Mundo parece unânime.

"Não importava o tipo de bola. Às vezes mudava mesmo, mas para nós ela sendo redonda estava bom, só não podia ser quadrada. Bola era tudo igual e a velocidade era 122 km por hora sempre, não importava a marca, nem o peso, nem o tamanho, nem nada. Desde que não fosse quadrada estava muito bom, só queríamos uma bola redonda para jogarmos", ironizou o ex-jogador do Santos, Pepe.

Para finalizar, Dadá Maravilha deu a dica aos boleiros para conseguir o sucesso esperado com a bola do Mundial sul-africano. "A bola, você tem que falar com ela, -"oh querida, minha queridinha, minha delícia", chama ela de meu amor, dá carinho pra ela que ela te atende. Conversa com ela. Chama ela de mocinha, de maravilhosa, de linda, elogia, trata ela bem, dá carinho e amor. Afinal, quem é que não gosta de ser bem tratado?", concluiu o ex-atacante.

FONTE: TERRA

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