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segunda-feira, junho 28, 2010

Lutas e greves gerais se estendem contra pacotes de arrocho e redução de direitos









Trabalhadores de importantes países europeus estão em pé de guerra. É a luta para resistir aos ataques dos governos da União Européia, apoiados pelo Fundo Monetário Internacional.

A meta imposta pela União Europeia para impedir que o déficit dos países-membros supere 3% do PIB causa revoltas generalizadas dos trabalhadores. Justamente porque este déficit orçamentário não foi criado por eles e sim pelos governos de todo o mundo, quando na crise de 2008 deram bilhões de euros para salvar bancos e multinacionais e agora querem que os trabalhadores paguem essa conta.

Esta terça-feira 29 está marcada para ser um dia nacional de lutas e de greve geral em diversos países. Entretanto, o anúncio dos pacotes de arrocho e de redução de direitos como na Itália, na França e na Grécia fez com que as mobilizações se estendessem em diversas categorias e se antecipassem ao 29.

De acordo com informações do dirigente da Federação dos Servidores Públicos da Grécia Sotiris Martalis, que esteve presente nos congressos da Conlutas e da Classe Trabalhadora, as circunstâncias econômicas e políticas na Europa e principalmente na Grécia são alarmantes. Os títulos gregos, bem como de Portugal e da Espanha, são descritos como “lixo”. A zona do Euro está muito perto de se dividir e a Comissão Europeia denuncia as mobilizações como “agitações sociais”.

“Eles estão com medo que a nova greve geral na Grécia possa “contagiar” outros países, principalmente depois das grandes manifestações na Espanha, Bélgica e Portugal”, diz Martalis. Acrescenta ainda: “a luta está a nossa frente e nós podemos fazer seus medos tornarem-se reais”, reforçando a necessidade das mobilizações na Europa.

Leias as informações sobre as mobilizações

Grécia – Somente neste ano de 2010, os trabalhadores já realizaram quatro greves gerais e se preparam para a quinta, na próxima terça-feira (29).

O governo fez as mudanças no sistema de previdência social na sexta-feira. As principais foram a redução dos benefícios de 80% do salário (que são pagos hoje) para 50%. Até hoje era possível conseguir aposentadoria com benefício integral com 35 anos de trabalho ou com 65 anos de idade. Agora a idade limite foi aumentada para 67 anos e também é obrigatório trabalhar por 40 anos. Eles também ajustaram a idade limite em função da expectativa de vida. Em caso de aposentadoria antecipada, o benefício será reduzido em 6% a cada ano reduzido.

Segundo Martales, o governo tem muitas dificuldades para aprovar estas mudanças e há muita controvérsia entre os deputados no Parlamento. “Chegou a ameaçar seus membros com a antecipação das eleições se eles continuarem a discordar”, denuncia o dirigente.

No dia seguinte ao anúncio das medidas, o movimento dos trabalhadores realizou diversos protestos e paralisações como greve de 24 horas em escritórios de contabilidade, manutenção de navios, consultórios dentários, gráficos e funcionários de um grande hospital em Atenas.

Os trabalhadores do Metrô realizaram greve por três dias. Na última quinta-feira (dia 24 de junho) todos os trabalhadores de transportes públicos entraram em greve. Os professores de escolas secundaristas ausentaram-se de seus trabalhos por 10 dias.

A Federação dos Correios já anunciou uma greve de 48 horas contra a privatização das agências. Muitos trabalhadores e médicos de vários hospitais estão confinados.

A importância de todas estas greves é possibilitar a greve geral de 29 de junho. Haverá outra de 24 ou 48 horas em julho, no dia em que o governo levar o projeto de reforma da previdência à votação.

País Basco (Espanha) - Centrais sindicais do País Basco estão convocando uma greve geral para esta terça-feira (29), mesma data da Grécia, contra as medidas que atentam aos direitos trabalhistas e sociais da classe trabalhadora basca.

De acordo com o secretário de Relações Internacionais da central sindical LAB, Igor Urrutikoetxea, o poder econômico e financeiro com a desculpa da crise, “criada por eles mesmo”, diz, continua sua ofensiva para acumular riqueza sem nenhum objetivo econômico. “O verdadeiro objetivo é acabar com o Estado de bem estar social”.

“São as mesmas medidas adotadas pelo governo espanhol”, diz a nota enviada pelo dirigente. Entre elas a redução dos salários no setor público e deterioração desses serviços e congelamento de aposentadorias.

As medidas, apoiadas por partidos e pela mídia, além do governo, empobrecem a maioria da sociedade e alargam a crise econômica, segundo a posição da LAB. “Diante desses cortes aos direitos, é necessária uma resposta contundente dos trabalhadores e que exija o fim imediato das reformas neoliberais na Espanha em troca de mudanças necessárias para a classe trabalhadora basca”, ressalta nota.

Espanha - As centrais governistas UGT e CCOO têm participado de negociações dessas reformas com a patronal e o governo, buscando recuperar um modelo de “diálogo social”.

No entanto, essa iniciativa contribui para retardar a mobilização da classe trabalhadora espanhola, mas é questionada por outras entidades que estão organizando a luta naquele país. Já tem calendário marcado de lutas até a terça-feira (29) e por meio desta ação obrigam as centrais a participarem das mobilizações também.

Desde o último dia 24, eles já vêm realizando protestos e assembléias contra o corte de 5% nos salários como servidores públicos, metroviários e trabalhadores de telecomunicações. Além de denunciar as reformas trabalhistas e ataques às aposentadorias. No dia 29 devem fazer um grande ato unificado em um dos pontos mais populares de Madri, a estação de trem Atocha.

França – Os franceses se anteciparam ao dia 29 e já na quinta-feira (22) realizaram uma greve nacional contra reforma previdenciária do presidente Nicolas Sarkozi, que entre outras medidas, eleva a idade mínima de aposentadoria para 62 anos em 2018.

Segundo notícia da Agência Reuters, o governo divulgou na semana passada o seu projeto de reforma previdenciária, alegando que sem ela o sistema terá déficits anuais de 100 bilhões de euros (134,2 bilhões de dólares) até 2050.

O anúncio revoltou os trabalhadores. “Milhares de empregados do setor de transportes abandonaram seu trabalho, o que afetou trens, aviões, metrô e ônibus. Professores, membros da administração pública e alguns funcionários do setor privado também aderiram”, afirma a notícia.

Manifestações ocorreram em diversas cidades francesas, pela segunda vez desde maio passado. Houve o apoio de seis das sete centrais sindicais francesas. Novas mobilizações já vêm sendo preparadas para setembro, quando o projeto deve ser submetido ao Parlamento.

Itália – Os trabalhadores da Itália cruzaram os braços na sexta-feira (25) contra o pacote de arrocho do governo de direita de Silvio Berlusconi. Serviços públicos, transporte aéreo e terrestre, tiveram suas operações suspensas. A paralisação convocada pelo maior sindicato da Itália, CGIL, contou ainda com manifestações por todo país. Em Roma, vôos foram cancelados, em Milão, o transporte ferroviário ficou parado por cerca de quatro horas.

Dia de luta em setembro - A Confederação Sindical Européia está convocando um dia de luta em toda a Europa para 29 de setembro. Para os países do Sul da Europa a proposta é de Greve Geral de 24 horas (Grécia, Itália, Espanha e Portugal).

A Secretaria Executiva Nacional Provisória eleita no Conclat apóia a luta dos trabalhadores europeus e tem enviado notas de solidariedade a essas lutas. Defende que os trabalhadores brasileiros sigam o mesmo exemplo. Assim como já vê fazendo diversos segmentos dos servidores públicos federal e estaduais, unificando suas greves.

Mais que isso, devemos propor uma campanha nacional para que o Congresso Nacional derrube o veto do presidente Lula ao fim do fator previdenciário.

FONTE: CONLUTAS

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