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sábado, outubro 16, 2010

Considerações sobre o Dia do Mestre











Hoje, dia 15 de outubro, se celebra o Dia do Mestre. Parece brincadeira, mas cada vez mais existem menos mestres. A vida foi retirando das ambições das atuais gerações, a vontade de lecionar. Há disciplinas como Física e Química , em que conseguir um professor é cada vez mais difícil.

Nosso país não respeita seus educadores, remunerando-os de forma inadequada e sem priorizá-los nas políticas públicas

É uma triste realidade para a educação nacional, mas compreensível para um país que não respeita seus educadores, remunerando-os de forma inadequada e sem priorizá-los nas políticas públicas. Para alguns gestores, as instalações e os equipamentos são de vital importância e o professor fica em segundo plano, inclusive sendo substituído por tutores não presenciais, em sistemas de educação à distancia, cuja qualidade é, na maior parte dos casos, questionável.

Precisamos entender que o professor é a figura que revoluciona as mentes de seus alunos, trazendo para sala de aula a discussão sobre a formação da cidadania, não só da empregabilidade. Ele é a mola de mudança de percepção do indivíduo numa sociedade globalizada, que quer comportamentos padrões, sem respeitar a individualidade e a pluralidade, que devem ser as características do meio acadêmico.

O mestre , apesar de todas as dificuldades, continua lutando por uma sociedade em que oportunidades de aprendizagem devem ser compartilhadas, não impostas. O mundo é dos que desejam fazer da educação um instrumento de novas visões e de sementes de vida mutante.

O professor é a mola de mudança de percepção do indivíduo na sociedade globalizada

O Brasil, que deverá atravessar mudanças nos próximos meses, merece que a educação seja administrada de forma real, num país que almeja sair do subdesenvolvimento, mas que continua se beneficiando do assistencialismo. Quando dizemos real, referimo-nos a uma administração que possibilite não metas preestabelecidas, mas reciclagem e revisão constante, através da participação de alunos, familiares e funcionários nas mudanças estratégicas dos conteúdos disciplinares e dos projetos pedagógicos.

Ser professor não pode ser um bico, nem uma forma de ganhar projeção no mercado, mas uma vontade muito grande de criar um cidadão pensante, politizado, capaz de brigar por seus direitos e ser reconhecido.

Vamos também de uma vez por todas entender que a universidade não é o único caminho na sobrevivência e que o ensino técnico é, às vezes, de maior empregabilidade para um país que forma doutores estagnados em suas teses de pouca aplicabilidade ou que não sabem o que fazer.

Mestre, você merece carinho, afeto, respeito, agradecimento diário, pois você ainda acredita na educação. Vamos comemorar o Dia do Mestre, sim, com grande pompa, mesmo que internamente, dentro de nossos corações, ávidos por um Brasil melhor e com mais educação.

FONTE: O GLOBO / Bayard Boiteux e Mauricio Werner professores universitários

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