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sábado, outubro 09, 2010

Saúde do professor é abalada pelas condições de trabalho


Já faz algum tempo que organizações de diversas partes do mundo, vêm se preocupando com a saúde do profissional da educação que vem sendo afetada principalmente pelas condições, de trabalho e salarial.

Aqui no Brasil a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) realizou, na década de 1990, um estudo sobre a saúde mental dos educadores, iniciativa ímpar no movimento sindical. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) ajudaram a financiar o projeto que teve grande repercussão, inclusive internacionalmente. A pesquisa foi realizada pelo Laboratório de Psicologia do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB).

A partir do estudo, assuntos como a Síndrome de Burnout, os transtornos de voz, a violência nas relações de trabalho, as lesões por esforço repetitivo (LER), além de outros, ganharam importância maior nos debates da categoria. Um dado preocupante é que um terço dos educadores não é ou não está saudável. Como decorrência as licenças alcançam um percentual significativo e estes afastamentos do trabalho trazem consequências negativas para o educador, para o aluno e para a administração da escola. 

Para o professor implica, muitas vezes, em perdas funcionais ou salariais, além de contribuir para afetar sua auto-estima; para o aluno a perda da continuidade do processo de aprendizagem, através da substituição, muitas vezes inadequada ou precária; para a administração da escola, significa, na maioria das vezes, improvisação já que poucas possuem professor substituto ou funcionários em número suficiente, para suprir as ausências motivadas por problemas de saúde.

Muitas investigações têm mostrado que sintomas como o cansaço, esgotamento e falta de motivação (Síndrome de Burnout), mal estar, estresse, são os principais problemas relacionados à profissão, e contribuem com o aumento da desvalorização e insatisfação profissional da categoria.

Com o objetivo de amparar, defender, prevenir e garantir o direito à saúde dos educadores, o CPERS/Sindicato lançou, no último Conselho Geral da Entidade, o Projeto:”Saúde dos Trabalhadores em Educação” que construirá um Coletivo de Saúde atuante, composto por trabalhadores em educação, diretores do Sindicato e assessorias técnicas com profissionais de várias áreas como advogados, médicos e engenheiros em segurança de trabalho.

Com o Projeto, o CPERS dá um importante passo, mas é necessário que o poder público formule e implemente, com urgência, políticas de prevenção e atendimento à saúde, que promovam a redução dos riscos de doenças dos educadores.

FONTE: MARINA LEAL LIMA é professora e representante do CPERS/Sindicato no Conselho do IPE

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