Em entrevista à Rede Brasil Atual, a ministra afirmou que reduzir a desigualdade racial vai exigir a mobilização de organizações negras para “o recrutamento” da juventude. “Nossa questão é mobilizar as organizações negras para fazer um recrutamento ativo da comunidade e fazer com que a juventude entenda essa oportunidade que nós não podemos perder no Brasil”, disse.
Na semana anterior, durante seminário internacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a ministra manifestou preocupação com a falta de qualificação da população negra. “Não podemos correr o risco de um segundo processo de branqueamento da mão de obra no Brasil, comparável ao período pós-abolição.”
De acordo com a ministra, o país ainda vive um “processo renitente de desemprego da população negra”, apesar das taxas de desocupação terem apresentado queda nos últimos anos. “O padrão de ocorrência de desemprego na população negra não se modificou ao longo do tempo”, assegurou. “As curvas não mostram possibilidade de mudança dessas tendências.”
Evasão estúpida
A ministra atribui parte da escassez de mão de obra técnica e profissional ao que chamou de “evasão estúpida” dos jovens negros do ensino médio. Nos bancos universitários, a inclusão da população negra nos últimos oito anos foi maior que nos 70 anteriores. Mas as desigualdades entre brancos e negros não só persistem como têm aumentado na educação.
Segundo a ministra, ainda não é possível falar em cotas para o Pronatec, mas o instrumento sempre está colocado como possibilidade. O ministério não tem levantamento do tamanho da rede técnica e profissional que fará parte do Pronatec, por isso prefere não antecipar ações, disse a ministra.
Em visita à Fiesp, a ministra elogiou a experiência da organização e de entidades ligadas a indústria na educação. “Já existe, na indústria, o acúmulo de uma experiência e preocupação com o trabalho de excelência do qual o setor público pode se beneficiar”, opinou.
FONTE: REDE BRASIL ATUAL
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