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terça-feira, julho 30, 2013

Anhanguera realiza demissão em massa de professores mestres e doutores






O que acontece quando a educação vira mercadoria
A Anhanguera Educacional tornou-se uma empresa S.A., com ações na bolsa de valores e uma agressiva política de compra de outras instituições. Depois de gastar R$ 800 milhões com a compra de 12 redes de ensino, o grupo tornou-se a maior rede de ensino do país. Só no ABC a Anhanguera já adquiriu a Faenac, em São Caetano, a Anchieta e a Uniban, em São Bernardo, a UniA e a UniABC, em Santo André.
Com a aquisição de tantas faculdades, era de se esperar que houvesse mudanças no quadro de professores, promovendo assim um alinhamento com as diretrizes do grupo. No entanto, o que acabou acontecendo foi muito mais que isso.
As demissões em massa
Segundo dados da Federação dos Professores de São Paulo (Fepesp), o Grupo Anhanguera demitiu apenas no Estado de São Paulo 1.497 professores. E esse número deve ser ainda maior, uma vez que há relatos de demissão em outros estados, como Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Especula-se que a Anhanguera deseja reformular seu quadro com professores de titulação mais baixa. Segundo professores da Anhanguera, a instituição paga a um mestre o valor de R$ 38,00 por hora-aula e, agora, deverá pagar R$ 26,00 aos novos contratados.
O outro lado
Por nota, a Anhanguera Educacional afirma que “A Anhanguera realizou um grande ciclo de aquisições em 2011, com 12 instituições adquiridas, e que a atualização do corpo docente é necessária para adaptar os currículos das novas unidades ao padrão de qualidade dos cursos da Anhanguera. Neste ajuste, a instituição reduzirá o numero de professores temporários, mas também fará contratações de outros em regime integral”, diz a nota.
Verdade seja dita
A incoerência da nota publicada pelo grupo Anhanguera encontra-se no fato de que foram realizadas demissões radicais em praticamente todas as faculdades do grupo, ou seja, não foram apenas as 12 instituições adquiridas em 2011 que tiveram baixas em seu quadro docente.
Outro aspecto curioso é que 2011 foi ano de avaliação institucional das faculdades do grupo pelo MEC, e os avaliadores do governo encontraram um quadro de professores mestres e doutores que não se encontram mais nas faculdades. A grande sacada aí é que legalmente, as universidades precisam ter ao menos 1/3 de professores com mestrado ou doutorado. Mas há o entendimento de que a porcentagem diz respeito ao número de docentes, não à quantidade de aulas dadas.
E eu com isso?
Imagine a situação absurda: professores qualificam-se com titulação de mestres e doutores e são penalizados exatamente porque estudam.
Sem mencionar que as oportunidades de emprego para mestres e doutores vão acabar se reduzido às instituições públicas, principalmente em regiões como a Grande São Paulo, onde o grupo comprou grande parte das instituições.
“Só dava aula naquela instituição. Sei que na região minhas opções diminuíram, pois não vou procurar nas que integram o grupo. Além disso, a qualidade do ensino fica prejudicada, uma vez que preferem contratar profissionais com menos experiência e estudo”, lamenta o professor em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Para finalizar, a pergunta que não quer calar: “Por que será que o MEC não toma uma atitude a respeito deste sucateamento do ensino privado superior no país?”.

FONTE: POSGRADUANDOCOM

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