O 31º CONGRESSO do
ANDES-SN, convocado pela Diretoria e sediado pela ADUA-S. Sind.,contando com a
participação de 327 delegados, 44 observadores de 67 Seções Sindicais e 4
convidados, realizou-se em Manaus/AM, no período de 15 a 20 de janeiro de 2012,
centro da Amazônia, terra das águas doces, patrimônio da nossa biodiversidade,
onde povos indígenas vêm protagonizando historicamente lutas contra as
corporações que se apropriam dos recursos naturais – lutas de que se orgulha o
povo e que nos inspiram uma nova perspectiva civilizatória para a humanidade: o
bom viver.
Tendo como tema “Caprichar
na Educação, Garantir Direitos dos Trabalhadores para ter Futuro”, o 31º
CONGRESSO analisou a conjuntura mundial e nacional, assim como a profunda crise
econômica mundial, que tem severas repercussões para os trabalhadores, aos quais
têm sido imputados, unicamente, os ônus decorrentes da ação predatória do
capital; discutiu ainda aspectos referentes à estrutura organizativa e financeira
do Sindicato, aprofundou as suas políticas sociais e estabeleceu o seu plano de
lutas para 2012, que terá como eixo central para as suas ações a “defesa da
educação pública em todos os níveis, gratuita, laica, universal e com padrão
unitário de qualidade e de condições de trabalho, carreira docente, salários dignos,
fortalecendo o ANDES-SN como legítimo representante sindical dos docentes das
IES, a partir da intensificação da organização de base e da unidade das lutas
com o conjunto do movimento social autônomo e classista”.
Com esse escopo, o 31º
CONGRESSO aprovou:
-
A luta pela ampliação de recursos para ciência e tecnologia, assim
como pela democratização da sua distribuição.
-
A luta pelo direito ao uso do espaço urbano e contra os mecanismos de limpeza
étnicosocial, agravada pelos megaeventos e grandes empreendimentos.
-Ampliar
o debate sobre a concepção de produção agrícola familiar,
camponesa e a agroecologia como subsídio para um projeto estratégico para o
país e o enfrentamento dos interesses do capital manifesto nas questões dos
agrotóxicos, transgênicos, matriz energética e na proposta do código florestal.
-Posição
contrária à divisão da educação contida no PLS Nº 518/2009, que pretende transformar
o MEC em Ministério da Educação de Base, transferindo a educação superior para
o Ministério da Ciência e Tecnologia. A pretendida divisão fraciona a educação
brasileira e impede a construção de um Sistema Nacional de Educação necessário
à consolidação de um sistema público, universal em todos os níveis, gratuito e
de qualidade socialmente referenciada.
-Na
perspectiva de uma educação realmente democrática, posicionar-se
contra o Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego,
que favorece a utilização de recursos públicos para instituições privadas, inclusive
na expansão de vagas.
-Fortalecidos
pelo resultado do plebiscito realizado recentemente com mais de
400.000 participantes, manter-se na luta pela aplicação de 10% do PIB na
Educação Pública Já!, meta histórica construída pelo Plano Nacional de Educação
– Proposta da Sociedade Brasileira, fundamental para o estabelecimento de
condições para o avanço da educação pública e gratuita.
-O
aprofundamento de estudos para aquilatar os fatores que têm interferido no
trabalho docente e que agravam as condições de saúde de
professores e professoras das IES, quadro alarmante que vem se delineando pela
intensificação da exploração da força de trabalho e imposição de linhas de ação
pautadas no capitalismo e suas práticas mercantis impostas à produção do conhecimento.
-Posição
veementemente contrária à privatização da saúde, em especial
pelas consequências advindas da gestão dos hospitais públicos por meio de
Organizações Sociais, OSCIP, fundações estatais de direito privado e
congêneres. O SUS foi reafirmado como sendo a organização necessária para a
universalização da Saúde e da Assistência para toda a população.
-Na
mesma perspectiva, a necessidade de manter e ampliar a luta em defesa dos
direitos previdenciários dos servidores públicos, contra as
consequências nefastas da previdência complementar, a ser implantada com a
criação dos fundos de pensão.
-Tendo
como tema a luta política e a transversalidade das questões de gênero e etnia,
realizar o III Seminário de Mulheres do ANDES-SN e aprofundar as
discussões em torno das campanhas específicas para a saúde da mulher, bem como
a discussão sobre os conselhos municipais da mulher.
-Lutar
contra o projeto das Instituições Comunitárias de Educação Superior, que
objetiva transformá-las em entidades aptas a usufruírem de
recursos públicos.
-Considerando
a importância
e o significado da CSP-Conlutas para os trabalhadores e a sua organização como
polo aglutinador da classe, na perspectiva da unidade para o enfrentamento do capital,
ampliar a contribuição à Central para 5% e propor, no 1º Congresso da
CSP-Conlutas, a alteração do seu nome para Central Sindical e Popular.
-Em
relação ao Setor dos docentes das IEES, na linha do seu fortalecimento,
encaminhar a luta pelo cumprimento das leis que preveem vinculação
de recursos para a educação nos Estados da Paraíba e do Rio de Janeiro;
integrar as pautas específicas das Seções Sindicais e buscar o tratamento isonômico
para a carreira dos docentes em estágio probatório; promover um dia nacional,
no primeiro semestre de 2012, em defesa do funcionamento e da autonomia das
universidades estaduais e municipais; realizar o 9º Encontro Nacional das
IEES/IMES, tendo como tema: autonomia, democracia, financiamento e carreira.
-No
que diz respeito ao Setor dos docentes das IPES, considerando a sua importância
na perspectiva
geral da universidade brasileira, aprofundar o debate sobre a estrutura do
ANDES-SN e a questão da representação sindical; construir uma proposta de
diretrizes e princípios de referência nacional que sirva de base para a
elaboração de pautas das Seções Sindicais do Setor.
-Quanto
aos docentes do Setor das IFES, intensificar a ação na CNESF; propor a implementação
da Campanha dos SPF a partir dos eixos e calendário construídos na CNESF, de forma
articulada com outras entidades que se disponham a participar do Fórum de
Entidades dos SPF, definindo como semana nacional de luta o período de 12 a 16
de março de 2012.
-Ampliar
a luta para reestruturar a carreira docente e a luta pela Carreira Única do
professor federal como meio de extinguir a discriminação entre
professores do Ensino Superior e professores da EBTT.
O 31º CONGRESSO atestou o
crescimento do Sindicato com a homologação de diversas Seções Sindicais –
sangue novo que alimenta a nossa organização sindical, resultado do intenso
trabalho de base e de concordância com os princípios de liberdade, autonomia e
democracia sindical. Outro elemento importante nesse contexto foi a inscrição
das chapas concorrentes à eleição para a diretoria do ANDES-SN, biênio
2012/2014, dando mostra do vigor de nossa Entidade. De igual forma, o Congresso
indicou procedimentos que favorecem a ágil tomada de providências em defesa do
ANDES-SN como representante legítimo dos professores das IES.
Sob a égide das políticas
deliberadas e do plano de lutas aprovado, o ANDES-SN fortalece o movimento,
articulado com os trabalhadores, em defesa da Educação Pública e Gratuita e de
Qualidade socialmente referenciada, cimentando sua profunda relação com cada
professor de sua base, pautado firmemente nos princípios de autonomia e democracia
que têm garantido a existência e permanência do Sindicato entre as forças
políticas da transformação e construção de uma sociedade igualitária, humana e criadora
da paz e da justiça.
Manaus, 20 de janeiro de
2012
Ensino
Público e Gratuito: Direito de Todos, Dever do Estado.
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