O principal sindicato da Nigéria afirmou nesta sexta-feira que os protestos que acontecem há dias serão suspensos durante este fim de semana para que o governo dialogue com os manifestantes. A greve geral que paralisa o país há cinco dias, entretanto, está mantida. Pelo menos 10 pessoas já foram mortas durante as manifestações, que pedem também mudanças sobre a corrupção existente no governo.
- Até que tenhamos um fim conclusivo da discussão, vamos manter o status quo. Por agora, a greve continua - afirmou Abdulwaheed Omar, presidente do Congresso Trabalhista da Nigéria à TV al-Jazeera.
Mais cedo, um assessor nacional do sindicato Pengassan, o principal sindicato de trabalhadores do setor, havia afirmado que as greves seriam suspensas, mas líderes de sindicatos disseram que ele se enganou e que apenas os protestos não acontecerão nos próximos dois dias.
- Os protestos estão suspensos no fim de semana. A greve continua até que tenhamos um acordo - afirmou Isa Aremu, vice-presidente do Congresso Trabalhista da Nigéria. Em 2003, uma greve semelhantes durou oito dias.
Na quinta-feira, antes de um encontro entre representantes de sindicatos e o governo, o sindicato Pengassan disse que suspenderia a produção de petróleo e gás do país a partir de domingo, para apoiar a greve nacional.
A Nigéria é o maior produtor de petróleo dea África, com 2 milhões de barris exportados por dia. De acordo com o presidente do sindicato, Babatunde Ogun, se a produção for interrompida, pode-se levar de seis meses a um ano para reiniciá-la. O país é um dos principais fornecedores de petróleo cru para os Estados Unidos e a União Europeia, e a perspectiva de interrupção, somada às ameaças do embargo europeu ao Irã, causam preocupação por uma provável alta dos preços.
O governo da Nigéria cancelou subsídios das importações de gasolina em 1 de janeiro, o que provocou mais que o dobro de seu preço de bomba, que passou para R$ 0,93 por litro, e motivou protestos em todo o país. Os custos de alimentação e transporte também já dobraram.
Os manifestantes têm demonstrado uma raiva que pode se transformar em violência. Abraham Overare, de 49 anos, disse que, se tivesse chances, invadiria o palácio presidencial de Aso Rock para atacar o presidente Goodluck Jonathan. Na quinta-feira, ele carregava um cartaz com os dizeres “Jonathan, vá ou morra como Kadafi”.
FONTE: GLOBO.COM
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