Em reunião com sindicatos, Ministério deixa servidores à míngua
Em reunião realizada nesta quinta-feira (21) com os sindicatos dos servidores públicos federais, entre eles o ANDES-SN, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento (MPOG), Duvanier Paiva, descartou a possibilidade de reajuste linear para os servidores públicos.
De acordo com Duvanier, o reajuste de 14,17% reivindicado pela bancada sindical está fora de cogitação. Segundo ele, para contemplar essa reposição e as demandas das mesas específicas, o governo necessitaria desembolsar R$ 40 bilhões para o próximo ano. O secretário disse ainda que há necessidade de fazer o debate nas mesas setoriais para verificar as distorções e definir as prioridades. Por isso, o governo entende que não é momento para praticar o aumento linear mas, conforme destacou o secretário, se dispõe a manter uma negociação política salarial permanente com os servidores.
Para Luiz Henrique Schuch, primeiro vice-presidente do ANDES-SN, a reunião fez cair a máscara do MPOG. “Duvanier declarou com todas as letras que o reajuste geral será zero. Pior, nem fala mais a respeito de 2011, mas de 2012. Não vai discutir reajuste nem política salarial na mesa com o fórum de entidades, e não sinaliza com que horizonte vai negociar as pautas específicas. O FHC pelo menos fazia a farsa da revisão geral de 0,1 por cento” , completou o professor.
Como política de curtíssimo prazo, o governo deve deslocar a questão econômica da mesa geral para as mesas específicas, visando contabilizar o montante a fim de buscar os recursos no orçamento. Dessa forma, na mesa geral ficarão apenas as discussões acerca dos projetos de lei de interesse dos servidores públicos.
O secretário afirmou que, ao longo dos últimos quatro anos, foram gastos cerca de R$ 38 bilhões com os acordos assinados com as categorias no governo anterior. Disse ainda reconhecer que há carreiras com carência de melhorias, ao passo que existem outras com estrutura salarial consolidadas. “Para manter a sustentabilidade do desenvolvimento do país, não haveria possibilidade de atender todas as demandas”, justificou Duvanier, pedindo ponderação por parte das entidades.
Rondon de Castro, presidente da SEDUFSM, criticou a posição do governo federal e lembrou que os dados divulgados pelo MPOG são contestáveis. “O Brasil teve recorde de arrecadação esse ano e, além de tudo, aumentaram os salários dos parlamentares em mais de 100%. Só para os servidores não há dinheiro. Estamos cansados de esperar por um governo que se nega a negociar”, completou o professor.
Para o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, há de se - antes de fechar a pauta de reivindicações - conhecer o montante disponível para a negociação. “O governo não sabe nem o que tem e está arrumando desculpas para protelar os reajustes”.
CONSTRUÇÃO DA GREVE - Em reunião que antecedeu o encontro no MP, os representantes das entidades que compõem o Fórum indicaram a necessidade de construção de uma greve dos servidores federais para agosto, caso o governo viesse protelar mais uma vez a negociação.
Indignados com a negativa do governo em tratar das reivindicações gerais, os representantes do SPF já agendaram um encontro para segunda-feira (25/7), para avaliar de forma mais aprofundada o resultado da reunião com Duvanier e traçar um panorama de ações imediatas, com possível paralisação a partir do próximo mês.
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