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quarta-feira, setembro 07, 2011

Centenário do Brasil-Pe: um século de paixão em 10 momentos














Histórias e curiosidades de um clube movido por uma das torcidas mais apaixonadas do Brasil


Em cem anos, uma coleção de histórias. Curiosidades que de tão recontadas beiram o limite da fantasia. Quem acreditaria no conto do campeonato disputado no cara ou coroa? Ou na lendária recusa ao rei do futebol? Coisas de um espetáculo ensaiado com os pés do próprio passado.

Na película dos 100 anos de vida xavante, um roteiro que se confunde entre o racional e o emocional. São os causos do mundo da bola emoldurados por uma das plateias mais apaixonadas do país.

De Cruzeiro do Sul a Grêmio Sportivo Brasil

Uma discussão entre integrantes do Sport Club Cruzeiro do Sul levou os dissidentes Breno Corrêa da Silva e Salustiano Brito a fundar um novo clube em Pelotas. Após algumas assembleias na casa do pai de Salustiano, foi fundado o Grêmio Sportivo (sem E) Brasil, em 7 de setembro de 1911.

Em 1913, o Brasil começou a disputar o Campeonato Citadino. Em 1917, o primeiro título. Invicto.

A casa xavante

Cinco anos após a fundação, o clube inaugurou seu primeiro estádio, no bairro Simões Lopes, com capacidade para 2 mil torcedores. Em 1943, a mudança para a casa nova, o Estádio Bento Freitas.

Primeiro campeão gaúcho

A Federação Riograndense de Desportos organizou, em 1919, o primeiro campeonato estadual. Tricampeão pelotense, o Brasil chegou à decisão contra o Grêmio. Após 16 horas de viagem de navio entre Pelotas e a Capital, os rubro-negros desembarcaram no estádio do tricolor, então no bairro Moinhos de Vento, para escreverem seu nome na história com uma goleada por 5 a 1. A conquista está imortalizada no distintivo xavante em forma de uma estrela prateada.

Embrião do Brasileiro

Um embrião do Campeonato Brasileiro foi lançado no ano seguinte. A Confederação Brasileira de Desportos organizou um torneio envolvendo os campeões gaúcho, paulista e carioca – Brasil, Paulistano e Fluminense. O representante de São Paulo foi o campeão.

"Centenarazo"

Em 19 de março de 1950, o Uruguai preparava-se para disputar a Copa do Mundo no Brasil e convidou o rubro-negro para um amistoso no Centenário, em Montevidéu. Os gaúchos venceram a partida por 2 a 1 – mesmo placar do Maracanazo imposto pelos uruguaios, em julho, na final do Mundial.

Excursão que inspirou o hino

Em 1956, o Brasil embarcou para sua primeira excursão. Foram 100 dias e 28 amistosos em nove países das Américas do Sul e Central, com 16 vitórias, seis empates, seis derrotas 75 gols marcados e 50 sofridos.

Após a excursão de 100 dias, tomados pelo orgulho do desempenho do Brasil em terras sul e centro-americanas, os xavantes José Costa e Victor Jacó compuseram o hino do clube.

Um Pelé na tribo

Em 1957, o Santos excursionava pelo Rio Grande do Sul e enfrentou o Brasil em Pelotas. Deu empate, 1 a 1, e fora de campo a possibilidade de uma goleada irreparável sobre o time da Vila Belmiro. Como saldo do amistoso, um Rei quase foi parar em Pelotas.

– Eu não reneguei o Pelé, acho que fiz pior do que isso. O Santos queria levar o Joaquinzinho, mas eu disse que só liberava por 400 mil cruzeiros mais aquele jogador ligeirinho, que no caso era o Pelé – conta o então presidente Clóvis Russomano, 86 anos.

Do jeito que Russomano queria, não teve negócio. Joaquinzinho não foi para o Santos e , um ano depois, aquele menino de canelas finas se tornaria o gênio da Seleção Brasileira campeã mundial. Mas o que teria acontecido se Pelé não tivesse voltado para casa?

– É, aí hoje seria o Brasil de Pelotas o Santos... (risos) Seria o campeão do mundo várias vezes – cutucou o próprio rei do futebol, Pelé, em uma entrevista ao Fantástico.

Cara ou coroa? Tanto faz

Decisão do Estadual de Futsal, Brasil x Ipiranga de Rio Grande, década de 1960. Empate em 1 a 1. O resultado seria decido na sorte. Cara ou coroa?

O árbitro lançou a moeda para cima. Jogadores do Ipiranga aguardavam perto da goleira. Os xavantes formaram um semicírculo diante da moeda, pressão movida pelo descontentamento com a atuação do árbitro no primeiro jogo da final, uma semana antes, em Rio Grande.

Quando a moeda caiu, os jogadores rubro-negros vibraram, a torcida invadiu a quadra em festa. Detalhe: ninguém sabia o resultado. A moeda chegou a ficar por alguns minutos debaixo do coturno de um policial, mas o árbitro não teve coragem de contestar a comemoração que já havia tomado conta do ginásio do Cruzeiro.

– A gente comemorou o título, mas até hoje não sabe se deu cara ou coroa – diz o pivô da equipe xavante na época, José de Oliveira Lahm, o Peto.

Vitória do Brasil

O Brasil assombrou o Brasil em 1985. Os comandados de Valmir Louruz eliminaram o Flamengo de Zico do Brasileirão com uma vitória por 2 a 0, gols de Bira e Júnior Brasília. No jogo seguinte, os 3 a 1 sobre o Bahia, em plena Fonte Nova, levaram o rubro-negro à semifinal.

Então, a CBF exigiu impediu que o Brasil enfrentasse o Bangu no Bento Freitas, em função da capacidade de público. No Olímpico, os cariocas venceram por 1 a 0, e no Maracanã. por 3 a 1, classificando-se para a final contra o Coritiba. Até hoje, rubro-negros juram que a manobra de bastidores tirou o Brasil da decisão – e da Libertadores de 1986.

A curva fatal

O momento mais dramático da centenária história xavante. Em 15 de janeiro de 2009, o Brasil voltava de Santa Cruz do Sul, onde havia disputado um amistoso de preparação para o Gauchão, quando o ônibus que conduzia a delegação tombou em uma curva no quilômetro 150 da BR-392, próximo a Canguçu.

Foram 40 metros de queda livre. O acidente causou a morte do preparador de goleiros Giovani Guimarães, do zagueiro Régis Gouveia e do ídolo uruguaio Cláudio Milar. Praticamente todos os outros passageiros ficaram feridos. Uma comoção silenciosa levou milhares de torcedores ao Bento Freitas para prestar homenagens às vítimas.

FONTE: ZERO HORA

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