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segunda-feira, setembro 26, 2011

PROPOSTA DE SENADOR RETIRA UNIVERSIDADES DO MEC

Buarque quer que

instituições

sejam transferidas ao MCT





A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado aprovou na última quarta (21), o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 518/2009 que transfere do Ministério da Educação (MEC) para o da Ciência e Tecnologia (MCT) a responsabilidade pelo ensino superior no país.

De autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o PLS propõe transformar o atual MEC em Ministério da Educação de Base. Na justificação do projeto, o parlamentar alega que a educação básica encontra-se relegada a segundo plano na estrutura organizacional do governo federal.

O parecer aprovado pela CCT aponta ainda que “o MEC concentra hoje todas as competências relativas à educação, tanto de nível básico quanto superior. Contudo, o poder político, a capacidade de organização, a visibilidade e a proximidade com a elite do segmento voltado ao ensino superior fazem com que o MEC concentre sua atenção e seus recursos nessa área, em detrimento do conjunto da educação básica”.

Com a mudança, toda a estrutura do MEC com atuação voltada ao ensino superior (secretarias, departamentos, autarquias, fundações e empresas públicas) será transferida para a o MCT. Apenas o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fnde) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) permanecem na pasta da Educação.

Para o ANDES-SN, a mudança proposta pelo PLS 518/2009 vai contra o projeto construído pelos educadores brasileiros para o Plano Nacional da Educação (PNE), que prevê a integração da Educação, em seus diversos níveis.

Conforme o 1º vice-presidente do Sindicato Nacional, professor Luiz Henrique Schuch, “a plataforma construída desde a década de 90 para PNE, no espaço do Fórum Nacional em defesa da Escola Pública, está organizada em torno da visão de que deve haver um sistema educacional no país articulando todas as esferas, todos os graus de ensino e todas as modalidades educacionais”.

Schuch finaliza dizendo que “essa luta confronta com a idéia de fragmentar graus de ensino em ministérios diferentes. A responsabilidade do governo federal de exercer o papel articulador, já ficará segmentada dentro dele mesmo com a divisão proposta no PLS 518/2009”.

Para o presidente da SEDUFSM, professor Rondon de Castro, o projeto é altamente questionável, pois muda conceitos educacionais de forma profunda. “Afinal, é a educação superior que tem de se subordinar aos interesses da ciência e tecnologia ou deveria ser o contrário?”, questiona ele. Rondon também alerta sobre os impactos que essa mudança teria na própria carreira docente.

Já o professor Helio Hey, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFSM, afirma que sua avaliação se coaduna com a do vice-presidente do ANDES-SN. Para Hey, a fragmentação da educação brasileira em diferentes ministérios prejudica a necessária visão sistêmica da educação, desde a pré-escola até a pós-graduação.

Orlando Fonseca, pró-reitor de Graduação da UFSM, afirma que precisa se inteirar melhor do assunto, mas que, como princípio, considera o ensino como um sistema (básico, superior e pós-graduação) que devem ter a gestão através do MEC. Para Fonseca, por enquanto, não entende o motivo pelo qual as universidades passariam para o ministério de Ciência e Tecnologia, já que este é responsável pela pesquisa.

O PLS 518/2009 segue agora para apreciação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) e da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), esta última em caráter terminativo. Se aprovado nessas comissões, segue para votação no plenário da Câmara.

FONTE: SEDUFMS SSIND.

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