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quinta-feira, setembro 29, 2011

Por que o governo não destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país na educação pública, gratuita, universal e socialmente referenciada?









Carta à Comunidade

A intransigência do governo, que recusa o diálogo e a negociação, faz com que há quase 60 dias os servidores (professores e técnico-administrativos) dos Institutos Federais estejam em greve.

Iniciamos o ano de 2011 com a indefinição de reajuste salarial e de medidas de proteção aos serviços públicos, devido à inexistência de política salarial para este conjunto de trabalhadores (as).

O cenário político-econômico, com a crise global, nos mostra manifestações pelo mundo onde os trabalhadores (as) e estudantes encontram-se nas ruas e se posicionam contra a implementação de políticas que restringem direitos sociais e depreciam o serviço e os servidores (as) públicos (as), principalmente nas áreas da educação e previdência social.

O Brasil, na fala de seus governantes, vive um momento de plena segurança na área econômica. Com essa certeza, baseado em uma reserva de mais de um trilhão de reais, executa uma política de isenções de impostos às montadoras automobilísticas, cria as condições para o aumento do lucro dos banqueiros, fomenta o PROUNI para salvar os tubarões da educação, o PRONATEC para financiar a demanda de reprodução de mão de obra barata e ainda oferece 75 mil bolsas de estudo no exterior, sustentando com isto a crise das universidades dos EUA e Europa. Sem esquecermo-nos de contabilizar os lucros que terão as construtoras com as obras de infraestrutura e construção de estádios para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, onde serão investidos mais de 20 bilhões de reais dos cofres da União. Ao mesmo tempo, constatamos iniciativas do governo que ameaçam conquistas dos(as) trabalhadores(as) e aprofundam a precarização dos serviços públicos.

A par disso tudo, vemos várias categorias de trabalhadores dos serviços públicos – municipal, estadual e federal – se mobilizando, reivindicando valorização e reposição de perdas de seu poder aquisitivo. Surpreendemo-nos então, com a mudança de discurso do governo que afirma não haver possibilidade de atendimento às demandas porque os reajustes dos salários dos trabalhadores colocam o país em risco diante da crise mundial.

O governo precisa responder à sociedade: afinal, quem produz a crise?

Por que devemos reservar um trilhão de reais a serem entregues para resolver a crise dos EUA e da União Europeia, quando hoje, os EUA, é nosso maior credor?

Quem se beneficia com isso? Ora, se não são os trabalhadores que produzem a crise, por que têm que pagar a conta?

Se o governo é dos trabalhadores, por que se posiciona contra os mesmos e suas reivindicações, agindo com desdém, ironia e desrespeito?

Questionamos: por que o governo federal não investe essas somas na expansão da rede pública de educação?

Por que o governo não destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país na educação pública, gratuita, universal e socialmente referenciada?

Chamamos a atenção da comunidade para o fato de que as categorias que se manifestam e se mobilizam são aquelas que prestam justamente os serviços públicos dos quais a comunidade mais necessita; são servidores da educação, da saúde, da segurança, dos correios, dos bancos.

O governo Dilma tem que responder à sociedade: por que considera os banqueiros, os donos do agronegócio, as montadoras de automóveis, os altos cargos de confiança governamentais como os mais necessitados de valorização e incentivos do que aqueles que trabalham diretamente com a população?

Não nos resta alternativa senão a de lutar em greve e buscar apoio em todos os segmentos da sociedade em defesa dos serviços e dos trabalhadores públicos desse país. A expansão dos serviços fundamentais à população que mais necessita só se dará com qualidade quando os trabalhadores forem valorizados e tiverem melhores condições de trabalho.

Além disso, queremos lembrar que no ano que vem haverá eleições para as prefeituras. Temos que cobrar a responsabilidade daqueles que nos representam.

Nesse sentido, solicitamos o vosso apoio à nossa luta e o conclamamos a se mobilizar e lutar pelos direitos de todos os que realmente constroem, defendem e mantém este país.

SINASEFE SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E PROFISSIONAL - SEÇÃO SINDICAL PELOTAS- Email: sinasefepel@gmail.com

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