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quarta-feira, setembro 14, 2011

Ministro angolano diz que protestos contra o presidente podem gerar conflito incontrolável











O ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti, reconheceu nesta quarta-feira (14/08) o risco de as manifestações contra o presidente José Eduardo dos Santos se tornarem um conflito de proporções incontroláveis.


"Temos um país com vários grupos étnicos, com várias sensibilidades políticas. E se cada um for para a rua e pegar alguma coisa? É verdade que vamos aceitar algumas manifestações, mas temos que ter o cuidado de que isso não descambe [para a violência]", declarou o ministro, ao comentar os recentes protestos contra o mais longevo líder africano. Santos está no cargo desde 1979.


Para o ministro, os protestos podem criar uma situação que nem as Forças Armadas, nem a polícia possam resolver.

"Se todos quiserem ir para a rua, se todos quiserem usar os meios que entenderem para se manifestar, certamente que não são os poucos jovens que começaram isso que vão poder conter a situação", acrescentou Chicoti.


Ele defende, ao contrário dos protestantes, que os angolanos vivem sob um regime democrático, evocando a guerra de independência do país. "Veja como a guerra começou em 1975. Todos pensávamos que íamos para a democracia e acabávamos lutando. É preciso ter cuidado", disse Chicoti, referindo-se à guerra civil que custou a vida de milhares de centenas de pessoas. O conflito só foi encerrado em 2002, quando o MPLA (Movimento Popular de Libertação da Angola), partido de Santos, e a Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola) assinaram um acordo de cessar-fogo.


Segundo a agência de notícias portuguesas Lusa, o ministro ressaltou a importância de Angola "consolidar a democracia e a reconciliação nacional", após 27 anos de combates, mas advertiu que os manifestantes terão que assumir as consequências de seus atos. Na terça-feira (13/09), o primeiro-secretário do MPLA, Ernesto Muangala, declarou que o partido governista apoia iniciativas da sociedade civil.


Já o ministro da Defesa, Candido Van-Dúnem, disse à Agência Brasil, na segunda-feira (12), que o Poder Executivo angolano não é contra e não teme as manifestações contra Santos.


Nesta segunda-feira (12), a Justiça angolana condenou, a penas que variam de 45 dias a 3 meses de prisão, 18 dos 21 jovens detidos no último dia 3, enquanto protestavam contra o presidente Santos e a falta de democracia no país. Os outros três jovens (entre eles a única mulher do grupo) foram absolvidos. Na quinta-feira (08/09), 27 pessoas foram presas ao participar de um ato de solidariedade aos 21 jovens que começavam a ser julgados naquele dia.


Depois do acordo de paz, firmado há nove anos, houve apenas uma eleição legislativa no país, em 2008. Na ocasião, o MPLA obteve a maioria dos assentos no Parlamento e mudou a Constituição em 2010. Entre as principais mudanças, colocou fim às eleições diretas para a presidência, estabelecendo que caberia ao partido mais votado nas futuras eleições indicar os próximos presidentes. Uma nova eleição legislativa está prevista para o ano que vem.

FONTE: Opera Mundi

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