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terça-feira, novembro 25, 2008

Ó PAÍ Ó !!!

Salvador- Dia da Baiana será comemorado com festa no Centro Histórico da cidade
No dia 25/11, o Pelourinho ficará mais bonito, quando cerca de 400 baianas de acarajé, com seus trajes típicos, esbanjando simpatia e carisma, participarão das festividades em homenagem ao dia da baiana. A data é comemorada intensamente por estas mulheres que são o símbolo mais forte da cu
ltura popular baiana, um verdadeiro "cartão-postal" da Bahia.
O dia da baiana abre o calendário oficial de festas da cidade. A data, comemorada há 13 anos, movimenta o Centro Histórico com missa na Igreja de N. S. do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, além de manifestações culturais no Memorial das Baianas e, todos os anos, reúne além de políticos a ABA – Associação Baiana de Acarajé e a Federação Baiana de Culto Afro. O ponto alto da festa é a missa realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Depois da missa, tradicionalmente as baianas participam de um café da manhã e, em seguida, seguem em cortejo para o Memorial das Baianas, localizado no Belvedere da Praça da Sé e caem no samba para comemorar com muita alegria a homenagem. Não é a toa que a baiana exerce tanto fascínio sobre os turistas e os baianos. O jeito meigo e a hospitalidade que lhes são peculiares cativam qualquer um, sem falar na sua indumentária, rica em detalhes e adereços, que foi imortalizada na figura da baiana estilizada com a internacional Carmem Miranda. Baiana de verdade tem quem ter torço, bata, pano de costa, saia rodada, anágua, sandália e os adereços que incluem as contas do orixá.

História
A origem das baianas remonta ao período da Colônia, quando as negras de ganho percorriam as ruas da cidade com tabuleiros equilibrados sobre a cabeça vendendo comida. No tabuleiro, estavam as iguarias dos orixás, acarajé, vatapá, abará, que as filhas de santo comercializavam como obrigação do Candomblé. Só as iniciadas podiam vender o acarajé. Para isso vestiam bata e saia rendada brancas, colocavam o torso, o pano da costa, as pulseiras, balangandãs e colares na cor do seu orixá.
As africanas vendedoras de comida foram as primeiras baianas que Salvador conheceu ainda na época da colônia. Alforriadas ou escravas de ganho, elas vendiam de porta em porta, beijus, cuzcuz, bolinhos e outras iguarias da culinária afro-baiana. Saiam impecavelmente vestidas com batas, saias brancas, torso e pano da costa, enfeitadas de colares, brincos e pulseiras (os balandangãs) e colocavam os tabuleiros equilibrados na cabeça. Até a comida mais famosa de Salvador, o acarajé, era vendida de porta em porta.
Na sua origem, o acarajé só podia ser vendido exclusivamente pelas filhas de santo de Iansã (Santa Bárbara no sincretismo entre o Catolicismo e o Candomblé), em cumprimento à obrigação do seu Orixá, que determinava inclusive o tempo em que essa obrigação deveria ser mantida. O preparo dos bolinhos – uma massa de feijão fradinho, cebola e sal frita no azeite de dendê - era feito dentro do próprio terreiro de Candomblé, de onde a baiana saía com todos os preceitos que a situação exigia, ostentando um colar de contas vermelhas para simbolizar que era filha de Iansã.
Há mais ou menos 50 anos, vender acarajé tornou-se um meio de vida para a população afro-descendente de Salvador, ligada ou não ao Candomblé. Dessa época para cá, as baianas passaram a trabalhar em pontos fixos, sendo os mais tradicionais os largos de Amaralina, Itapuã e o de Santana, no bairro do Rio Vermelho. Segundo dados da ABA - Associação das Baianas de Acarajé de Salvador existem 4 mil baianas, inclusive homens, vendendo os bolinhos em cima de tabuleiros espalhados por quase todos os bairros da cidade.
No ritual, vale lembrar que existe também o akará, bolinho feito especificamente para Iansã, em tamanho maior, redondo e com grandes camarões em cima. Há ainda o akará oval, comida de Xangô, feito com a mesma massa do akará redondo, mas sem camarões.

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