O modelo do vestibular unificado para as universidades federais, proposto pelo Ministério da Educação (MEC) na semana passada, começa a sair do forno. A intenção do ministério é fazer uma seleção por meio de quatro provas e uma redação que seriam aplicadas em dois dias, uma espécie de novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os testes seriam de linguagens e códigos, matemática, ciências naturais e ciências humanas, cada um com 50 itens.
A proposta foi já foi apresentada aos reitores das instituições federais de ensino superior. Na próxima semana, será realizada uma reunião entre os representantes das universidades para discutir a mudança.
O sistema americano para ingresso nas instituições de ensino, o chamado SAT (Scholastic Assessment Test), é uma das referências do MEC para a construção dessa proposta. Segundo o ministério, enquanto 20% dos estudantes americanos são de estados diferentes das universidades onde estudam, no Brasil essa taxa de mobilidade é de 0,04%.
Além de facilitar a vida do estudante, que só precisaria fazer uma prova para ingressar em qualquer instituição, o ministro da Educação, Fernando Haddad, defende que o novo modelo de vestibular irá melhorar a qualidade do ensino médio. “O novo modelo de vestibular reorganiza o ensino médio que vai se tornar mais leve e inteligente. A maneira como você pergunta em uma prova, faz muita diferença. O que nós queremos que o aluno saiba não são fórmulas, mas os fenômenos da química e da física no sentido de resolver problemas do dia-a-dia.”
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, afirma que a proposta é um modelo intermediário entre o atual Enem e os vestibulares tradicionais. “Vai ter mais conteúdo do que o Enem, mais será mais focada em habilidades, resolução de problemas e contextualização”, afirma. Como em muitas universidades o vestibular é semestral, é possível que a nova prova passe a ser aplicada duas vezes ao ano. A adesão ao vestibular nacional dependerá de cada universidade, que tem autonomia para decidir de que forma poderá incorporar a prova em seu processo seletivo.
Modelos de avaliação seriada ou de reserva de cotas raciais adotadas por algumas universidades poderão ser mantidas de acordo com a decisão de cada instituição. O ministro reafirmou que o MEC tem condições de implantar o novo modelo ainda este ano, basta que as universidades se manifestem sobre a adesão.
Para Haddad, o exame nacional terá mais força se tiver a adesão do maior número possível de instituições. “Nós não precisamos inciar esse projeto com 100% de adesão, mas evidentemente a força dele depende do número de instituições aderentes”, aponta.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário