Os candidatos que fizerem o novo Exame Nacional do Ensino Médio poderão inscrever-se em até cinco cursos oferecidos pelas instituições que aderirem ao sistema, em qualquer região do país.
O novo Enem é a proposta do Ministério da Educação para substituir o vestibular nas universidades federais.
Outra novidade é que o candidato só escolherá o curso em que pretende se matricular após a divulgação dos resultados do novo Enem.
As regras do exame foram detalhadas nesta segunda-feira pelo ministro Fernando Haddad a reitores das 55 universidades federais. Elas seguem o modelo do programa Universidade para Todos (ProUni), que dá bolsas gratuitas em faculdades privadas.
Haddad disse que o governo está pronto para aplicar o novo Enem este ano, mas aguarda uma resposta das universidades. Se pelo menos dez instituições aderirem, segundo ele, o teste já será realizado no segundo semestre, em outubro. As instituições que decidirem não participar continuarão promovendo seus vestibulares. Hadddad espera uma resposta até o fim do mês.
Segundo ele, as instituições que decidirem substituir o vestibular pelo Enem já poderão fazer isso neste ano, à exceção daquelas que não abrirem mão da segunda fase. Nesse caso, o ministro teme que o MEC não consiga divulgar os resultados antes de janeiro. Reitores discutem a possibilidade de utilizar só as notas das provas objetivas, sem redação, o que anteciparia o anúncio dos resultados para novembro.
O ministro informou ainda que poderá dobrar para R$ 400 milhões os recursos destinados para assistência estudantil nas federais que aderirem ao novo Enem.
O sistema de inscrição funcionará da seguinte forma: primeiro os candidatos se inscreverão no novo Enem, farão as provas e receberão as notas. Num segundo momento, informarão ao MEC, por ordem de escolha, os cinco cursos que pretendem frequentar. Pode ser o mesmo curso - medicina, por exemplo - em cinco instituições diferentes ou cinco cursos na mesma instituição.
O sistema funcionará online. Assim, ao inscrever-se, o candidato saberá pela internet a nota dos demais interessados, verificando se tem chance ou não de ficar com a vaga. Se constatar que a quantidade de candidatos com notas mais altas supera o número de vagas, ele poderá optar por um novo curso. O sistema ficará aberto por um número determinado de dias. Encerradas as matrículas referentes à primeira opção de todos os inscritos, terá início a matrícula relativa à segunda opção.
- O aluno vai disputar a vaga sabendo a sua nota. É uma inversão completa do modelo atual - disse Haddad.
A fórmula deixou os reitores cheios de dúvidas. Eles pediram que o MEC apresente até amanhã, por escrito, o detalhamento técnico do novo sistema. Será criada uma "comissão de governança" formada por reitores e secretários estaduais de educação. Essa comissão definirá as diretrizes da nova avaliação, que tem como objetivo também orientar os currículos do ensino médio.
O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Amaro Lins, disse que é curto o prazo para que as universidades deem uma resposta:
- Não adianta atropelar.
- Não adianta atropelar.
O GLOBO
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