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segunda-feira, maio 10, 2010

Marcha divide opiniões sobre uso de drogas




Caminhada no sábado à tarde, na Capital, reuniu grupos a favor e contra a liberação do consumo









A discussão está longe do fim. Enquanto alguns acreditam que o consumo de drogas é um caso de saúde pública, outros ressaltam que é necessária uma repressão mais intensa.

Políticos como o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aderiram à causa. A Marcha da Maconha, realizada sábado, no Parque da Redenção e em outras cidades no país, reacende a polêmica.

A caminhada, que defende uma nova política pública de drogas, foi promovida na Capital pelo Coletivo Princípio Ativo e reuniu cerca de 300 participantes.

Infiltrados na manifestação, policiais fardados e à paisana acompanharam a ação, que foi pacífica. Com uma muda de bananeira embaixo do braço, para simbolizar que a maconha seria uma planta comum, o psicólogo Ricardo Cecchin, 33 anos, era um dos defensores.

– O usuário existe e está aí. Acredito que deveria haver uma legalização gradual do Estado. Na Espanha, por exemplo, é permitido um plantio caseiro de até seis pés de maconha por casal. Essa é uma possibilidade – sugere.

Segundo um dos organizadores da caminhada, Leonardo Guinther, a intenção é promover um debate na sociedade gaúcha sobre a política das drogas. O grupo defende que o tema é uma questão de saúde pública e não criminal.

Se de um lado um grupo se manifestava a favor, do outro jovens também mostraram que acreditam na necessidade de uma repressão mais intensa. Segurando a faixa “Não legalize”, o universitário Rodrigo Carvalho, 20 anos, ao lado dos amigos Flávio Tavares, 19 anos, Daniel Vidal, 20 anos, e Arthur Petry, 21 anos, resolveu expor uma opinião diferente.

– Queremos mostrar que nem todo mundo quer usar maconha. O Brasil não tem capacidade para suportar uma legalização. É preciso uma repressão total – destaca o estudante.

Com a experiência de mais de 30 anos na Polícia Civil, o diretor-geral do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), João Bancolini, acredita que dizer “sim às drogas” seria como deixar uma porta aberta para o consumo.

Solução passa por ações de prevenção e repreensão

Para o delegado, a solução são ações intensas de prevenção e combate ao uso. Desde 2006, usuários de drogas ilícitas não são encarcerados quando flagrados consumindo entorpecentes. Isso faz com que traficantes utilizem esse artifício em seu favor.

Há alguns anos, Bancolini acompanhou o drama de um amigo que perdeu a filha vítima das drogas.

– Minha experiência diz que a maconha é a porta de entrada para outras drogas. Liberar seria um grande erro. O dependente deve ser tratado, só que há muitos usuários que são traficantes em potencial – ressalta.
FONTE: ZERO HORA

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