O agravamento da crise na Líbia é tema de uma reunião extraordinária hoje (25), em Adis Abeba, na Etiópia. Uma comissão especial que representa os 52 países que integram a União Africana está reunida com enviados do presidente da Líbia, Muammar Khadafi. Há, ainda, representantes da União Europeia e da Liga Árabe. A delegação líbia é liderada pelo secretário-geral do Congresso Geral do Povo (o Parlamento), Mohamed Abou El Kassim Zouai, e mais quatro ministros.
De acordo com relatos, não há representantes da oposição líbia na reunião. A União Africana defende o fim dos ataques mútuos na região, a cooperação das autoridades líbias no encaminhamento da ajuda humanitária e a proteção dos cidadãos estrangeiros, incluindo os trabalhadores imigrantes africanos.
A reunião da comissão especial (formada pela África do Sul, por Mali, pela Mauritânia, República do Congo e Uganda). “A situação é de uma gravidade extrema, tanto para o país como para a região no seu conjunto”, disse, no discurso de abertura, o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping.
As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa. A reunião ocorre no sétimo dia de ataques das forças da coalizão sobre a Líbia. Os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha lideram os ataques, mas prometem passar o comando das operações para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) provavelmente no fim de semana.
A última reunião da União Africana para discutir a questão da Líbia foi no dia 19. As discussões ocorreram um dia depois do início dos ataques da coligação internacional. A União Africana é contra a intervenção militar internacional na Líbia e tem apelado para o fim dos conflitos e a busca pelo diálogo.
“Quanto mais se prolongar o conflito, maior é o risco. Daí a urgência que reveste a procura de uma solução duradoura para a crise que consagre o respeito pela unidade nacional e pela integridade territorial da Líbia, assim como as legítimas aspirações do povo líbio”, disse Ping.
Recentemente a União Europeia intensificou as sanções à Líbia, congelando os bens de Khadafi e de pessoas ligadas a ele, além de aumentar o rigor em relação ao embargo à venda de armas. A decisão ratifica a iniciativa do Conselho de Seguranças das Nações Unidas, que aprovou a intervenção militar e a imposição de uma zona de exclusão aérea na região.
O Brasil se absteve na votação no Conselho de Segurança. Para a presidenta Dilma Rousseff, os ataques à Líbia podem levar ao agravamento da situação de violência e temor no país. O assunto foi discutido por ela no encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no último sábado (19), em Brasília.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL