O Palácio do Planalto não gostou da mobilização de setores do PT contra a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e determinou que o partido enquadre os descontentes. A ordem foi abafar ações como a do secretário de Movimentos Populares do PT do Rio, Indalécio Wanderley Silva, que anunciou uma manifestação contra Obama num comunicado ao partido
.
No núcleo do governo, há sinais d
e descontentamento de petistas mais ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a grande mobilização em torno da visita de Obama. Nesses setores, ainda que discretamente, há queixas ao fato de Obama não ter vindo ao Brasil na gestão do ex-presidente Lula.
A avaliação é que de fato
há uma mudança significativa na política externa do governo Dilma, conduzida pelo chanceler Antonio Patriota, em relação à gestão anterior do ex-ministro Celso Amorim. Mas existe o cuidado no Planalto para evitar qualquer tipo de gesto que possa ampliar esse descontentamento de setores petistas mais próximos de Lula.
- Obama será recebido com honras de chefe de Estado. Agora, não haverá medidas como fechar o espaço aéreo brasileiro. Não se fecha o espaço aéreo americano para receber um presidente do Brasil. Ou seja, será uma visita na medida certa, sem exageros - disse o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), dando o tom do partido em relação à passagem de Obama.
Ataques considerados exagerados, como a tentativa do secretário de Movimentos Populares do PT do Rio, Indalécio Wanderley Silva, de tratar Obama como "persona non grata", foram duramente criticados pelo partido.
- Acho que ele (Indalécio) esqueceu que nós somos governo e que temos interesse em fazer negócio com Obama. A nossa
política externa não é só com a Venezuela - ressaltou o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR).
Cerca de 150 sindicalistas e
representantes de movimentos sociais se reuniram nesta quarta-feira à noite na sede do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio (Sindipetro-RJ) para programar protestos durante a visita de Obama à cidade. A reunião, no entanto, foi marcada por divergências e terminou com um único consenso: as manifestações começarão amanhã à tarde, no Centro do Rio. Entre os organizadores dos protestos estão filiados ao PT e ao PDT.
A participação de petistas e pedetistas nas manifestações irritou o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que está à frente da convocação da população para o evento de domingo na Cinelândia, onde Obama discursará. Tanto PT quanto PDT mantém cargos no governo do peemedebista. O governador recorreu a aliados no PT e no PDT para que convençam os mais radicais do partido a abandonarem a ideia de protestos. Cabral também acionou sua base de apoio na Assembleia Legislativa (Alerj) e pref
eitos para que organizem caravanas do interior e da região metropolitana, reforçando o público que assistirá ao discurso de Obama.
Indalécio defendeu na reunião desta quarta-feira protestos contra Obama. Ele disse que participava do evento como membro da CUT e não do partido. Na terça-feira, porém, a CUT informou que não está à frente dos protestos.
- Além de ser dirigente do PT, sou da CUT. É certa a intervenção dos Estados Unidos no Brasil durante a ditadura? O PT não é dono dos movimentos sociais, os movimentos sociais são do povo - disse ele.
FONTE: OGLOBO
Polícia reprime manifestação contra visita de Obama com tiros de bala de borracha
Policiais militares reprimiram com violência uma manifestação contra a vinda do presidente dos EUA, Barack Obama, organizada por integrantes de movimentos sociais, na noite desta sexta-feira, no centro do Rio.
Os manifestantes jogaram um coquetel molotov na porta do Consulado Americano, na Avenida Presidente Wilson. A polícia reagiu com tiros de balas de borrracha. Um repórter da rádio CBN foi atingido. O trânsito no local foi interrompido.
A manifestação transcorreu sem maiores incidentes durante todo o trajeto. Ao chegar em frente ao Consulado dos EUA, na Avenida Presidente Wilson, sob gritos de protesto, duas bombas de coquetel molotov (espécie de bomba caseira) foram atiradas pelos manifestantes. Uma em direção à porta do consulado, causando um princípio de incêndio, e outra no meio da rua.
O fogo atingou um vigilante do consulado, que teve parte do corpo queimado e foi levado às pressas para o hospital Souza Aguiar.O major Fábio Alessandro, do setor de operações do 13º batalhão da PM, que estava no local, informou aos manifestantes que eles não tinham autorização para sair da Candelária.
Por volta das 18h30 os manifestantes resolveram peitar as ordens policiais, ocuparam duas faixas da Avenida Rio Branco e seguiram em direção ao Consulado Americano, atrapalhando o trânsito.
Policiais militares reagiram com tiros de balas de borracha. Houve correria. Um repórter da rádio CBN foi atingido sem gravidade pelos tiros. O trânsito no local foi interrompido e pelo menos 14 manifestantes foram presos, sendo que 12 já foram encaminhados à 5ª Delegacia de Polícia, no Centro do Rio.
Por meio de assessoria, o governador Sérgio Cabral informou que não vai se manifestar a respeito.
FONTE: O GLOBO
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