Em entrevista, sexta-feira passada (13), a jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Roussef adiantou que o governo não pretende reajustar os salários dos servidores no próximo ano, sob o argumento é que é necessária austeridade fiscal para enfrentar a crise econômica. Mas, ao contrário do que tenta fazer crer a equipe palaciana e todos os que defendem arrochos salariais para o funcionalismo, os gastos do governo com o pagamento de pessoal têm caído em proporção ao PIB (Produto Interno Bruto).
Pesquisa feita pelo economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, mostra que os gastos com pessoal ativo e aposentado, na conta Receita Corrente Líquida da União, caíram de 56,2% em 1995, para 33,3% em 2010. “Também há uma queda constante em relação ao PIB, inclusive no próximo ano”, enfatiza o especialista em orçamento.
De acordo com Rodrigo Ávila, o próprio projeto de lei orçamentária para 2012, encaminhado ao Congresso pelo Poder Executivo, prevê uma redução nos gastos com pessoal, proporcional ao PIB, de 4,89% do PIB em 2009 para 4,15% em 2012.
“Enquanto isso, os gastos com a dívida, incluindo pagamento de juros e amortizações, estão estimados em 22,37% do PIB no ano que vem, ou seja, mais do que o quíntuplo dos gastos com servidores. Em 2009, esses gastos somaram 20,17% do PIB. Ou seja, assim como há um decréscimo no gasto com pessoal, há um aumento no pagamento dos juros”, explica.
Só neste ano, de acordo com o site Siga Brasil, foram gastos com o pagamento da dívida (juros, encargos e amortizações), R$ 656 bilhões.
Para fazer os cálculos, Rodrigo Ávila pesquisou no Boletim Estatístico de Pessoal, do Ministério do Planejamento, o site Siga Brasil e o projeto de lei que estabelece o orçamento do próximo ano.
Fonte: ANDES-SN
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