No dia 16 de dezembro de 2011, em despacho divulgado no Diário Oficial, a reitoria da Universidade de São Paulo divulgou a expulsão de seis estudantes, por terem participado da ocupação da sede do COSEAS (Coordenadoria de Assistência Social da USP) em um processo de luta por mais moradia e assistência estudantil na universidade. Esse é mais um infeliz capítulo dos ataques que a reitoria e o governo do estado de São Paulo fazem ao movimento estudantil na USP.
Essas expulsões são um claro ataque ao conjunto dos estudantes, que estão em greve desde o dia 8 de novembro, dia em que a mesma reitoria invadiu a universidade com mais de 400 policiais, prendendo 73 estudantes que protestavam contra a presença da PM no campus.
Perseguição contra aqueles que lutam
O governo estadual vem implantando um projeto de universidade cada vez mais elitista. As verbas da universidade são gastas na construção de centros de convenção e em prédios administrativos, enquanto faltam professores, assistência estudantil, bolsas e moradia. A classe trabalhadora fica cada vez mais distante do acesso ao ensino superior público. Por isso, os estudantes da USP têm um histórico de luta por melhores condições de ensino e por uma educação de qualidade.
José Serra, ex-governador do estado de São Paulo, para acabar com a resistência de professores funcionários e estudantes, escolheu como reitor João Grandino Rodas, seu homem de confiança e verdadeiro interventor. Disfarçada como projeto de segurança no campus, Rodas colocou a polícia no interior da USP para intimidar aqueles que lutam. Essa política culminou na prisão de 73 estudantes que se organizavam politicamente contra os desmandos da reitoria.
Os estudantes da USP estão em greve desde o começo de novembro, pois entendem que são inadmissíveis a prisão e a perseguição de estudantes. Ficou claro que, ao colocar a Polícia Militar para patrulhar a universidade, a reitoria não se preocupava com a segurança da comunidade acadêmica, mas queria acabar com aqueles que se levantassem contra o projeto de universidade que vem sendo implantado na USP pelo governo.
Ao ver que o movimento estudantil não se calou diante de 73 prisões, exigindo através de sua greve o fim dos processos criminais contra esses estudantes, o Reitor da USP explicita sua política antidemocrática e expulsa da universidade aqueles que têm opiniões diferentes, para tentar impor uma derrota aos estudantes.
Contra a repressão! Anulação imediata das expulsões!
Sendo assim, repudiamos a reitoria da USP, encabeçada por João Grandino Rodas, e exigimos imediata reintegração dos estudantes expulsos ao quadro discente. Nenhuma punição aos estudantes que lutam. Defendemos: