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quarta-feira, dezembro 09, 2009

Gastos brasileiros no Haiti não ressarcidos pela ONU já ultrapassam R$ 414 milhões

A diferença entre os valores gastos pelo governo brasileiro com a manutenção das tropas militares nacionais no Haiti e o valor reembolsado pela Organização das Nações Unidas (ONU) já ultrapassa R$ 414 milhões, segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Segundo ele, desde 2004, ano em que o Brasil assumiu o comando da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o país já gastou mais de R$ 703 milhões para manter seu contingente no país. Desse total, a ONU reembolsou pouco mais de R$ 288 milhões.

“O Brasil está aportando recursos para o Haiti, já que o reembolso feito pela ONU está aquém do valor empenhado pelo governo brasileiro”, declarou o ministro durante audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

De acordo com Jobim, o Brasil mantém 1.266 militares brasileiros e 223 viaturas e equipamentos no Haiti. Os pelotões são substituídos a cada seis meses, quando há um revezamento das tropas. O próximo rodízio acontecerá entre o dias 10 e 29 de janeiro próximos, quando o contingente, oriundo do Rio de Janeiro, será enviado ao país.

Um oficial superior que serve a Minustah recebe US$ 4 mil de salário. Já um capitão ganha US$ 3.250 e cabos e soldados US$ 972.

“O Ministério da Defesa e o governo brasileiro sustentam que temos que permanecer no Haiti, mesmo que isso represente um custo mínimo ao Orçamento brasileiro”, defendeu Jobim. “O Brasil tem a obrigação de estar lá. Basta ver a situação da população [haitiana] e o prestígio que têm os militares brasileiros [no país].”

Ainda de acordo com o ministro, para pacificar e desenvolver o Haiti a fim de que as tropas militares possam deixar o país é necessário que a comunidade internacional contribua para criar alternativas de desenvolvimento econômico local. Ao detalhar algumas obras civis realizadas com o apoio brasileiro, o ministro destacou o interesse do governo em promover a construção da Usina Hidrelétrica de Artibonite, que geraria pelo menos 32 megawatts de energia para a capital do país, Porto Príncipe.

“Para solucionar o problema do Haiti temos que resolver o [problema] do desenvolvimento do país”, disse Jobim. “Com a usina poderemos levar para o país indústrias têxteis que negociaríamos [com o governo norte-americano] para que a produção pudesse ser vendida aos Estados Unidos sem a taxação.”

De acordo com Jobim, o custo estimado para a construção da usina é de US$ 150 milhões e já está em curso a negociação com outros países, como os Estados Unidos, para que eles apóiem financeiramente a realização da obra.

Sem criticar a presença militar brasileira no Haiti, o deputado Fernando Gabeira (PV-PT) questionou a disparidade entre os gastos brasileiros e os dos demais países, afirmando que outras nações deveriam colaborar mais. “Seria necessário uma melhor divisão dos gastos, pois R$ 414 milhões fazem falta à segurança pública no Rio de Janeiro”, comentou o deputado.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL

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