Estudantes universitários e secundaristas chilenos acusaram o governo de intransigência por não ter apresentado na quarta-feira (10/08) uma nova proposta de reformas para a educação do país, já que consideram o texto anterior "insuficiente". Eles também se recusaram a formar uma mesa de diálogo e voltaram a defender a realização de um plebiscito para resolver a crise educacional.
"Desafiamos o governo a aceitar o plebiscito para que falem com as maiorias, desafiamos a confiar na população", declarou o vice-presidente da Fech (Federação de Estudantes do Chile), Francisco Figueroa.
O porta-voz da entidade que representa os estudantes da capital, Rodrigo Rivera, acrescentou que "é difícil estabelecer uma mesa de diálogo e trabalho, pois esta estratégia ficou no passado". "Em 2006, nossos companheiros fizeram isso e não deu em nada", disse.
Para amanhã está convocada uma jornada de mobilização nacional e, na próxima quinta-feira, haverá uma paralisação nacional com marchas, que será a prévia da greve convocada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) para os dias 24 e 25 de agosto.
Oposição
Ontem, mais de uma centena de universitários confrontaram o ex-presidente Ricardo Lagos na saída de uma palestra sobre educação em uma Universidade de Viña del Mar, pela falta de avanços na educação durante os governos da Concertação.
A ação foi semelhante a que ocorreu há dois dias na frente da Fundação Dialoga, da ex-presidente Michelle Bachelet, onde um grupo de cerca de 300 estudantes pediram que ela explicasse sua postura diante do movimento.
Uruguai
Também ontem, mais de dois mil estudantes latino-americanos, que participam do Congresso da Oclae (Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes), em Montevidéu, no Uruguai, marcharam em apoio a seus colegas chilenos.
O estudante Daniel Carbo, membro da Oclae, disse à emissora Telemundo que "os chilenos têm demonstrado que o sistema de educação de que tanto se vangloriam os sistemas neoliberais da América Latina não tem trazido solução". "Este sistema encareceu a educação para os setores populares e não tem permitido que estas pessoas ingressem na educação pública", destacou.
FONTE: Opera Mundi
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