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quarta-feira, maio 15, 2013

Projeto B.O. Coletivo marca pontos perigosos nas cidades














“Aqui fui assaltado”. É com esta frase que diferentes pontos de Porto Alegre e de cidades do interior gaúcho estão sendo pontuados. A iniciativa do projeto B.O. Coletivo incentiva as pessoas a colar um cartaz com a frase para demarcar pontos ‘’perigosos’’ da cidade. O cartaz possui também um espaço em branco, onde mais pessoas podem dar seu relato. A ideia é fazer uma espécie de boletim de ocorrência coletivo, numa intervenção na cidade.

A ideia nasceu no OuiShare Fest Porto Alegre, evento satélite do maior festival de economia colaborativa da Europa, que aconteceu na capital gaúcha no começo de maio. A iniciativa foi criada numa atividade do coletivo Shoot The Shit, que propôs um desafio de ativismo urbano. O B.O. Coletivo busca reconhecer e avisar as pessoas e as autoridades de que o local é inseguro. Giovanna Berti Previdi, uma das criadoras do projeto, reconhece que o problema da insegurança é muito complexo para ser resolvido com uma ação simples, mas acredita que a iniciativa pode fazer diferença. “Acreditamos que, sim, os cartazes podem fazer com que as pessoas fiquem mais alertas em locais que representa insegurança nas cidades”, explica.


A grande repercussão da ação, que foi divulgada inclusive em veículos da imprensa nacional, surpreendeu os criadores. “Divulgamos a iniciativa para a nossa rede de contatos. Aí um foi contando pro outro, que foi contando para o outro...”, comenta Giovanna. A intenção do grupo é implementar ideias e melhorias do projeto, na medida em que a iniciativa for se desenvolvendo. "Recebemos inúmeras sugestões e até propostas de empresas e pessoas interessadas em nos ajudar a integrar a ação offline com uma estratégia online, como uma plataforma ou um aplicativo. Na medida do possível, vamos tentar implementar estas ideias.”, comenta. 

"O B.O. não é do grupo, não é de uma cidade. É de todo mundo, qualquer um pode replicar a ideia onde quiser", conclui Giovanna. Para participar, basta baixar o cartaz aqui e colar na cidade ou colaborar na página do projeto no Facebook.

FONTE: FACOOL

segunda-feira, abril 26, 2010

Famílias de sem-teto invadem prédios e terreno em São Paulo

Em ações simultâneas ocorridas durante a madrugada de hoje (26), cerca de 2 mil famílias invadiram dois prédios na região central e um terreno na zona sul da cidade de São Paulo para pressionar as autoridades a construir moradias populares. Segundo os líderes da manifestação, ao todo participaram cerca de 2 mil famílias de sem-teto para reivindicar 3.050 construções. Além disso, um grupo mantém acampamento diante da sede da prefeitura, no Viaduto do Chá.

Os edifícios são os mesmos já ocupados em manifestações anteriores organizadas por diversos movimentos sociais que agem em favor dos sem-teto: o antigo prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Avenida 9 de Julho, e o localizado na Avenida Prestes Maia, 911, próximo à Estação da Luz, de propriedade particular. Essas duas construções estão abandonadas e em estado de deterioração. O outro imóvel invadido é um terreno situado na Estrada M' Boi Mirim, na zona sul.

De acordo com a coordenadora do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), Ivanete de Araújo, parte dos manifestantes é formada por famílias remanescentes do acordo firmado em 2007, com a participação das três esferas de governo (municipal, estadual e federal), para a desocupação do prédio da Prestes Maia.

Das 465 famílias atendidas, naquela época, conforme relatou, 175 não conseguiram comprar a casa própria e deixaram de receber a ajuda de custo para o pagamento do aluguel. O MSTC pede, entre outras reivindicações, a reabilitação ou revalidação das cartas de crédito obtidas por essas famílias.

Os demais participaram do ato por terem sido despejados ou porque vivem de favor em casa de amigo ou de parentes. Ivanete de Araújo afirmou que os sem-teto querem a desapropriação dos dois prédios para que sejam transformados em habitações. Só o da 9 de Julho, ela estima que poderia abrigar até 540 unidades. Além desse local, o movimento reivindica a destinação para a mesma finalidade de outros pontos da região central, como o prédio da Avenida São João, nº 1.523.

A coordenadora-geral do Fórum de Moradia e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Fommaesp), Felícia Mendes Dias, informou que a ocupação do terreno envolveu 150 famílias de sem-teto. "A gente avaliou que essa área pode ser transformada em um projeto habitacional para atendimento de moradores que ganham de zero a três salários mínimos”, esclareceu ela, acrescentando que os recursos viriam do programa Minha Casa Minha Vida.

Felícia Mendes Dias justificou que o proprietário desse imóvel tem a intenção de vender a área que mede em torno de 10 mil metros quadrados.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL