Instituições gaúchas não conseguem ficar entre as 20 escolas melhores pontuadas no exame do Ensino Médio
A escola pública gaúcha de ensino médio regular que teve o pior desempenho no Enem 2008 chama-se Paulo Freire. O Instituto Paulo Freire fica na periferia de Uruguaiana, na fronteira do Brasil com a Argentina. São 510 alunos. A falta de estrutura prejudica a educação dos estudantes. "Estamos sem alguns professores no turno da noite", disse a diretora Rosangela Silva.
A diretora lamenta a média "435" no exame que avalia os alunos do ensino médio, mas ressalta que a escola se esforça para qualificar a metologia educacional, assim como o interesse dos educandos. Entre as escolas brasileiras, o Rio Grande do Sul não tem colégios nas primeiras 20 posições. Para o Diretor do Departamento Pedagógico da Secretaria Estadual de Educação, Milton Pereira, o desempenho das escolas públicas não foi ruim, tendo o estado permanecido na média entre 500 e 600 pontos. "A pontuação do Estado é regular. Não chegamos às máximas pontuações, mas também não tivemos uma média completamente negativa", ponderou.
A Escola Estadual Macedo Beltrão, em Capão do Cipó, na região central do Estado, teve o segundo pior desempenho das escolas gaúchas. Conforme o diretor José Rodolfo de Brum, a maioria dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio é proveniente de assentamentos, tendo, muitas vezes, de percorrer 80 km para chegar até o colégio.
Para as Nações Unidas, a partir da redemocratização do país, na década de 80, milhões de brasileiros tiveram acesso à escola. No entanto, os investimentos em educação, em educadores e alunos não acompanharam a grande demanda. "O financiamento em educação é um problema, também. Enquanto no Brasil os governos gastam R$ 1,5 mil por aluno, anualmente, fora daqui os governo chegam a empregar 7 mil dólares", ressalta Célio da Cunha, Consultor em Educação da Unesco para o Brasil.
FONTE: CORREIO DO POVO
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