Será no próximo dia 20 deste mês, às 9h, no Palácio do Planalto, a cerimônia de sanção do Estatuto da Igualdade Racial, aprovado pelo Senado, alvo de protestos de lideranças e entidades negras descontentes com o projeto aprovado no mês passado no contexto de um acordo envolvendo a SEPPIR, o senador Paulo Paim – autor da proposta original – e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.
Segundo o Secretário das Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Alexsandro Reis, está prevista uma grande atividade no Palácio com o Presidente Lula, e a presença de lideranças que apóiam a iniciativa de todo o país, que serão convidadas à Brasília.
Reis confirmou a participação na Assembléia Negra e Quilombola promovida na semana passada em Brasília para pedir ao Presidente o veto ao projeto, porém, negou que tenha falado e se retirado imediatamente. “Fiquei mais de meia hora, depois de falar, e só saí porque tinha outro compromisso”, justificou.
Segundo ele, algumas das entidades que estão no movimento pró-veto sempre foram contrárias ao Estatuto. “O MNU sempre foi contra”, acrescentou.
Lista errada
Reis também disse que nomes de entidades e de parlamentares incluídos na lista de apoio ao veto, já desmentiram que estejam apoiando esse movimento. Ele citou o caso dos deputados Walmir Assunção, do PT da Bahia e Zezéu Ribeiro, este último deputado federal, que já teriam se declarado a favor do Estatuto aprovado.
“Nós queremos dialogar com os contrários, mas é preciso dizer que por falta de informações muita gente está adotando posições equivocadas. Há ainda muitas entidades que não foram consultadas para autorizar a inclusão do nome nas listas de apoio ao veto”, afirmou.
O dirigente da SEPPIR, que pertence a UNEGRO (União de Negros pela Igualdade), corrente de ativistas ligados ao PC do B, lembrou que o parecer do senador Demóstenes Torres estava pronto desde dezembro do ano passado e que ninguém se preocupou em convocar uma Assembléia do Movimento Social para discutí-lo. “Agora, tem força para se mobilizar contra o Estatuto, mas não se movimentaram para ir ao Congresso fazer a disputa. É uma aventura para se agarrar numa bandeira. Parece brincadeira”, finalizou.
FONTE: AFROPRESS
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