No trato dos interesses do sistema capitalista, faz-se necessário que existam políticos, tribunos, prepostos que se empenhem na defesa do sistema, tendo essa tarefa como um dever ideológico.
São pessoas que centram suas atividades em fazer apologia do capitalismo e tentar esconder seus malefícios. Deles há alguns que chegam a dizer que o capitalismo tem um lado cruel, mas não há outra saída senão conviver com as mazelas sociais ministrando medidas que possam atenuar o sofrimento da maioria.
Na história recente do Brasil, houve um momento em que muitos políticos assumiram a postura de militantes ideológicos. O MDB, por exemplo, durante a ditadura, se colocou como um reduto de democratas dispostos a lutar pelo Estado de Direito.
Revelaram-se grandes quadros de natureza ideológica, como foram exemplos Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Mário Covas, Tancredo Neves, Jarbas Vasconcelos, Paes de Andrade e outras figuras.
Esse conglomerado de políticos ideológicos foi tragado pelo vendaval do fisiologismo que teve sua expressão maior na eleição de Fernando Collor.
Os fisiológicos, contrariamente aos ideológicos, colocam os interesses privados, de grupos ou famílias, em primeiro lugar. E esse grupo fisiológico conseguiu sepultar a imensa maioria dos políticos ideológicos, dando lugar a uma safra de inescrupulosos, carreiristas e corruptos como bem passou a ser o novo PMDB, através de José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá, Michel Temer e outros do mesmo naipe. Chegou a hora da cafajestada, da corrupção, dos répteis rastejando pelos corredores do Estado em busca de vantagens.
Doloroso é ter visto florir o Partido dos Trabalhadores e com ele a esperança de ter nascido uma força política que encarnava os interesses históricos das classes trabalhadoras. Mas o curioso, entretanto, é que o PT fez questão de se afastar do velho MDB ideológico, para processar o mais íntimo casamento com a corja dos políticos fisiológicos e com eles dividir as benesses, os favores e a corrupção que no momento político são tão pródigos.
FONTE: correio cidadania / Gilvan Rocha
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