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terça-feira, novembro 08, 2011

10% DOS PROFESSORES DO PAÍS FAZEM “BICO”













Número de pesquisa é o triplo da média brasileira


Segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), 10,5% do magistério nacional possui uma segunda ocupação fora da área da educação, um “bico”. A média de brasileiros com uma segunda ocupação é de 3,5%. O estudo de Thiago Alves e José Marcelino de Rezende Pinto usa a Pnad-IBGE e o Censo Escolar-MEC, ambos de 2009, e abrange as redes privada e pública.

A segunda ocupação mais recorrente entre os professores varia de vendedores de loja a funcionários em salões de beleza. Segundo a pesquisa da USP, os professores recorrem mais à segunda ocupação do que os padeiros, os corretores de imóveis e os policiais militares.

Para os autores da pesquisa, a busca por uma segunda ocupação está diretamente ligada aos baixos salários dos docentes. A média salarial dos docentes do ensino fundamental, segundo a pesquisa (entre R$ 1.454 e R$ 1.603 à época), é inferior ao que ganham, em média, corretores de seguro (R$ 1.997) e caixas de bancos (R$ 1.709).

Para Iolanda Roos dos Santos, secretária da diretoria do 2º Núcleo do CPERS-Sindicato, o fato de quase nenhum governo estadual pagar o piso salarial dificulta o trabalho dos docentes. “O pagamento do piso dignificaria o trabalho no magistério. Hoje os professores têm que trabalhar em três ou quatro escolas ao mesmo tempo. Os que não conseguem trabalham em lojas para completar a renda”, disse a professora.

Vinicius Luge, coordenador do Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm), faz coro à crítica de Iolanda. “Enquanto não houver uma política salarial que dê condições de vida para os professores, é lógico que teremos de procurar outros espaços para vender nossa força de trabalho”. O professor também lembrou que poucos estados e cidades pagam o piso salarial, que é de pouco mais que dois salários mínimos.

Para o presidente da SEDUFSM, os dados de certa forma comprovam os percalços enfrentados pelo sistema educacional do país, que obrigam os educadores a buscar "bicos" para poder sobreviver dignamente. Mesmo na universidade, onde os salários são melhores, a deterioração do poder aquisitivo, com a negativa do governo em reajustar os vencimentos, recompondo a inflação, leva esse segmento a outros tipos de "bicos", como por exemplo, a remuneração através de bolsas de pesquisa.

Fonte: Folha.com / Ilustração: lnformatoz.com / Edição: Fritz R. Nunes (SEDUFSM)

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