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terça-feira, novembro 08, 2011

Maria Rita se prepara para o desafio de reviver no palco a trajetória de sua mãe, Elis Regina










Quando se lançou na vida artística, Maria Rita tentou enveredar por um caminho que evitasse comparações com sua mãe, Elis Regina. Hoje, passados dez anos, e já consolidada por sua própria conta e risco, a cantora encara um desafio que pode trazer de volta as tais comparações. A partir de março do ano que vem, Maria Rita dará vez e voz ao projeto "Viva Elis", que, além de apresentações gratuitas por cinco capitais - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre -, contará ainda com uma exposição itinerante, um livro sobre a trajetória da mãe e um documentário com depoimentos de mais de 50 personalidades que participaram, de forma direta ou indireta, da carreira e da vida da homenageada.


- Nada mais natural que um filho ser comparado aos seus pais. Meu incômodo era de que me achassem uma continuação da carreira dela, o que nem eu nem ninguém poderia fazer. Não vim pra tomar o lugar, não vim pra ocupar o espaço, assim como nenhuma cantora ocuparia e jamais ocupará. Mas as comparações existem, algumas maldosas, algumas saudáveis, e continuarão existindo - admite a cantora, que tinha apenas quatro anos quando Elis morreu, em 1982, aos 36 anos.


Maria Rita prevê fortes emoções quando assumir a empreitada, para a qual ainda não definiu repertório ou mesmo os músicos participantes - o detalhamento do projeto deve ocorrer apenas a partir de dezembro, quando ela encerrar a turnê de lançamento do CD "Elo".


- Não tenho nem palavras para descrever o que vai acontecer. Estou morrendo de medo, pra falar a verdade. É como eu costumo dizer, a Elis é de todos nós, mas a mãe é minha - explicou Maria Rita, antes de se corrigir, diante do irmão, o produtor musical João Marcelo Bôscoli, que estava logo ao lado: "É nossa, desculpe", disse, provocando risos entre os jornalistas que assistiam à apresentação do projeto, feita no Terraço Daslu, na Vila Olímpia, em São Paulo.


Quanto às novas comparações que virão por aí, dá de ombros:

- Hoje tenho dez anos de carreira e me sinto muito segura para dizer: não devo mais explicações a ninguém. Acho que tenho maturidade de tentar apresentar Elis ao meu público, que é jovem, não a conhece ou passou a conhecê-la depois que comecei a cantar.


João Marcelo Bôscoli atuará como curador da mostra que acompanhará a turnê e que também terá entrada franca. Os locais e datas das apresentações e da mostra ainda estão sendo negociados.


- Compilamos entrevistas que a Elis deu para programas de televisão do Brasil e do exterior, os programas de rádio, um grande acervo fotográfico, trechos de shows, roupas, algumas reproduções de grandes figurinos que marcaram sua trajetória e um documentário que, até o presente, momento, tem depoimentos de 48 pessoas. Ele ficará à disposição para as pessoas assistirem em versão condensada, ou depoimento por depoimento.


FONTE: GLOBO.COM

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