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terça-feira, novembro 29, 2011

Marcha da Periferia acontece em plena crise do governo de Roseana Sarney






Greve dos policiais militares e bombeiros, com adesão da Tropa de Choque. Greve dos delegados da polícia civil, ocupação da Assembléia Legislativa, boatos de arrastão pelo centro de São Luís, ameaça de greve nos transportes coletivos em função insegurança, uma guarnição da Força Nacional sendo desarmada por um ataque surpresa de militares grevistas na cidade Imperatriz. Denúncias do caos na saúde pública, aumento da resistência quilombola na baixada maranhense. Vargem Grande, município maranhense, figurando como o mais pobre do Brasil segundo o último censo do IBGE. Foi nesse clima de crise institucional e completa desmoralização do governo de Roseana Sarney que aconteceu a VI Marcha da Periferia em São Luís no dia 25 de novembro, como parte da programação da Semana da Consciência Negra.


Trazendo como tema “Contra a Criminalização da Pobreza”, cerca de 300 pessoas caminharam pelo centro comercial de São Luís em direção aos Palácios dos governos municipal e estadual. Se não fosse pelo boato propagandeado pela mídia sarneísta de que estava ocorrendo um arrastão no centro da cidade e pela ameaça de paralisação dos transportes coletivos, o número de participantes seria muito superior.

Na concentração, as falas se alternavam com as canções de protesto de rap e um grafite que era realizado em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite, que está há anos sem funcionar. Uma frase grafitada dizia “Fora Sarney”. Enquanto isso uma urna colhia os votos do Plebiscito dos 10% do PIB para a Educação Pública Já!

Além de uma coluna de educação, foi formada uma coluna de mulheres como parte do dia latino-americano e caribenho contra a violência à mulher. A juventude das periferias de São Luís marcou presença em peso e aproveitou para denunciar a situação dos seus respectivos bairros. Dezenas de pessoas escutavam atenciosamente as intervenções, enquanto outras pessoas confeccionavam cartazes em plena praça pública. Muitos transeuntes resolveram se incorporar à marcha.

Marcaram presença na VI Marcha da Periferia militantes da CSP-Conlutas, Movimento Negro Quilombo Raça e Classe, dos Movimentos de Hip Hop: Quilombo Urbano-MA, Cangaço Urbano-CE, Ministério das Favelas- Caxias-Ma, Família Hip Hop do Coroadinho, Grupo de Mulheres Preta Anastácia, Movimento Hip Hop Militantes Quilombo Brasil;, Movimento Mulheres em Luta, Aconnir, APRUMA, ANDES, SINASEFE, Movimento de Resistência dos Professores (MRP), Setorial de Educação da CSP-Conlutas, Assembléia Nacional dos Estudantes Livres (ANEL), PSTU, Comissão Pastoral da Terra, Sindicato dos Bancários, Sintrajufe-MA, além de skatistas e hippes. A marcha encerrou em frente ao palácio dos Leões.

As intervenções, sobretudo das mulheres, foram empolgantes e emocionantes e apontavam para necessidade de se combinar a luta contra as opressões com a luta contra o capital e pela construção do socialismo. O governo de Dilma e Roseana foram denunciados como responsáveis pelo crescimento da violência contra a mulher no Maranhão e no Brasil. A Marcha da Periferia prestou solidariedade à luta do povo haitiano contra a ocupação militar de seu país liderado pelas tropas brasileiras, à luta do povo palestino, à primavera árabe, sobretudo dos levantes no norte da África, e a resistência da classe trabalhadora européia contra os ataques dos capitalistas e seus governos.

Na seqüência aconteceu o 22º Festival de Hip Hop Zumbi no Circo Cultural da Cidade como momento de celebração da periferia e de homenagem aos negros e negras que tombaram em nome da luta contra o racismo e o capitalismo. A Marcha da Periferia do Maranhão foi uma continuidade da ocorrida no dia 20 de novembro em São Paulo. Estão dadas as condições para que a mesma se estenda para outros estados brasileiros nos próximos anos.


FONTE: OPINIÃO SOCIALISTA / Hertz Dias é militante do Movimento Hip Hop Quilombo Urbano

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