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sexta-feira, novembro 04, 2011

“Nobel” da Educação vai para ONG de Bangladesh













Programa premiado beneficiou 140 milhões de pessoas na Ásia, África e América Central.

Alfred Nobel, o sueco criador do famoso prêmio que leva seu sobrenome, estabeleceu em testamento, em 1895, que sua herança deveria ser utilizada para compensar, todos os anos, pessoas que prestam grandes serviços para a humanidade nos campos da paz, literatura, química, medicina e física.

A educação, à época ainda privilégio de um pequeno grupo da população, ganhava maior intervenção do estado no sentido de se tornar elementar, universal e laica. Mas isso não foi suficiente para colocá-la no hall de grandes feitos da humanidade.

Este cenário começa a mudar com a iniciativa da Fundação Qatar, divulgada no ano passado durante a segunda edição do World Innovation Summit for Education (Wise). Um prêmio de meio milhão de dólares será concedido todos os anos ao responsável por um trabalho inovador que promova mudanças sociais por meio da educação.

E o primeiro ganhador daquele que pode ser considerado o nobel da educação foi Fazle Hasan Abed, fundador da Bangladesh Rural Advancement Committee (Brac). Trata-se de uma organização não governamental (ONG) criada por Abed em 1972 por conta da crise que afetou o país na guerra de independência contra o Paquistão.

O trabalho começou com uma motivação, o ideal de Abed de combater todas as formas de exploração e discriminação. "E educação é a resposta para estes problemas", afirma.

A Brac trabalha com o princípio da autoajuda por meio da educação e desenvolvimento de áreas específicas: cuidados de saúde essenciais, apoio à agricultura, direitos humanos, serviços jurídicos, microfinanças e desenvolvimento empresarial. E o trabalho que começou há 40 anos apenas com recursos próprios de Abed, que vendeu um apartamento na Inglaterra para bancar o projeto, hoje atinge proporções monumentais.

São 120 mil trabalhadores dedicados a capacitar as pessoas para gerir o bem estar de suas famílias e contribuir para a construção de uma sociedade saudável. As atividades de ensino já atenderam 140 milhões de pessoas de países da Ásia, África e América Central.

A estratégia de Abed é orientar pessoas para que possam ser empreendedoras, abrir seus próprios negócios ou atuar em áreas de grande importância social, como saúde e educação infantil.

"O governo não deve ser o único provedor da educação. Mas tem que oferecer ensino de qualidade, e para isso, precisa de concorrência do setor privado (ONGs e empresas). Sem concorrência, como saberá que está fazendo um bom trabalho?"

Atualmente, cerca de 750 mil crianças, 70% delas meninas, estão matriculadas nas 25 mil escolas primárias da Brac em Bangladesh, que apresentam taxa de aprovação superior à média das escolas do país. Só no Afeganistão, a Brac abriu mais de 4 mil escolas primárias. É exatamente este segmento da educação que mais tem trazido bom resultados, segundo Abed.

"O que mais me orgulha é a alta qualidade da educação que oferecemos às crianças. Muitos se tornaram engenheiros, médicos, advogados. E foi a educação que abriu estas oportunidades", afirma.

"A educação é a principal ferramenta para empodeirar os pobres e ser o catalisador de mudanças", enfatiza Abed, que hoje tem como foco ampliar seu projeto para outros países.

"E temos pressa, porque o custo da pobreza é muito alto em oportunidades perdidas."

FONTE: BRASIL ECONÔMICO

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