As greves de trabalhadores das obras dos estádios que estão sendo construídos para a Copa do Mundo de 2014 já paralisaram as atividades nas futuras arenas por 42 dias. Apesar da peculariedade do caso a caso, em quase todos os movimentos, as reivindicações são as mesmas: aumento salarial e melhores condições de trabalho nos canteiros.
A paralisação por que passa, desde o dia 26 de outubro, a obra do Estádio Nacional de Brasília, é a sexta greve em arenas da Copa. As outras aconteceram em Recife (PE), Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MG). Os trabalhadores do Maracanã e do Mineirão já cruzaram os braços em duas oportunidades.
Os operários do Distrito Federal, que querem um aumento da remuneração média de 30%, protagonizam um movimento original dentre as paralisações ocorridas até aqui. É que a paralisação começou por insatisfação dos trabalhadores sem qualquer intervenção do sindicato local.
Na verdade, foi o próprio Consórcio Brasília 2014 (construtoras Andrade Gutierrez e Via Brasil) quem chamou os sindicalistas no último dia 26, quando os trabalhadores iniciaram o movimento e chegaram a ameaçar começar uma quebradeira geral na obra.
O motivo seria uma diferença na remuneração entre o que foi prometido aos operários no momento da contratação e o que efetivamente estão recebendo por mês os trabalhadores.
Segundo explica Raimundo Salvador, do sindicato dos trabalhadores da construção de Brasília, é costume na construção civil estabelecer-se um valor mensal fixo mais uma remuneração variável, fruto de prêmios por desempenho e entrega de fases da obra em menos tempo.
Somando os dois, afirma o sindicalista, o ganho mensal, segundo informaram aos trabalhadores no momento do recrutamento, ficaria em torno de R$ 1.700. Mas, afirma Salvador, os trabalhadores não têm conseguido ganhar mais do que R$ 1.200 por mês. O consórcio não aceita aumentar os salários.
Agora, o TRT-DF (Tribunal Regional do Trabalho) foi chamado pelas empreiteiras para ajudar na solução do impasse. Uma reunião está marcada para a próxima quinta-feira. Se não houver conciliação, caberá à Justiça dar fim à greve, dando razão a um ou outro lado.
Dos seis impasses que levaram a paralisações, aliás, cinco só foram encerrados com a intervenção da Justiça do Trabalho. Apenas duas um terminou em acordo livre entre as partes. A proporção mostra que os conflitos entre trabalhadores e empreiteiras são latentes e de difícil solução, além de recorrentes.
Até agora, as greves já paralisaram as obras das arenas da Copa por 42 dias, e uma delas (Maracanã) teve que alterar seu cronograma de entrega em virtude das pendências. Em agosto, quando os trabalhadores do Mineirão e do Maracanã estavam de braços cruzados e os da Fonte Nova (BA) decidiam se fariam o mesmo, um movimento para uma greve geral ganhou corpo, embora tenha sido abandonado posteriormente sem nunca ter sido colocado em prática.
Há uma disposição dos sindicatos de se estabelecer pisos remuneratórios e condições mínimas de trabalho comuns para todas as obras em estádios da Copa. A ideia é que, com um acordo coletivo assinado por todas as empreiteiras e sindicatos envolvidos, as chances de novas paralisações acontecerem será menor. E as chances de atrasos na entrega das arenas, também.
FONTE: esporte.uol
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