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segunda-feira, novembro 30, 2009

UNE admite que atrasa prestações de contas, mas nega irregularidades

O presidente nacional da UNE, Augusto Chagas, refutou as denúncias divulgadas neste domingo pelo jornal "O Estado de São Paulo" de que a entidade teria fraudado convênios, forjado orçamentos e não teria prestado contas de recursos públicos recebidos desde 2007.

Ele admitiu, no entanto, que algumas prestações de contas estão em atraso. Para o presidente da UNE, a acusação é mais uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais brasileiros.


De acordo com Chagas, a UNE não forjou documentos para obter verbas para seu congresso em Brasília. Segundo ele, as supostas empresas fantasmas foram citadas em um projeto, mas nunca foram encontradas pela entidade.- Não há uma prova sequer, somente insinuações inconsistentes. Estamos vivendo um ambiente de ataque às organizações como a UNE. Para nós, isso faz parte do processo de criminalização dos movimentos sociais, por causa de nossa luta política. Têm feito o mesmo com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que é nosso aliado - disse Chagas.

- Estamos, no entanto, apurando como essas empresas apareceram no projeto. Os nomes apareceram, realmente, mas em uma fase preliminar do projeto. Queremos apurar quem incluiu essas empresas. Mas como elas não foram contratadas, não há motivo para essa acusação - disse Chagas.

O presidente da UNE disse que a entidade teve problema com prazos e que abrirá suas contas para qualquer fiscalização do setor público.

FONTE: O GLOBO


UNE é suspeita de ter fraudado convênios com Ministério


Aliada do governo, a União Nacional dos Estudantes (UNE) fraudou convênios, forjou orçamentos e não prestou contas de recursos públicos recebidos nos últimos dois anos. A entidade chegou a apresentar documentos de uma empresa de segurança fantasma, com sede na Bahia, para conseguir aprovar um patrocínio para o encontro nacional em Brasília.


Dados do Ministério da Cultura revelam que pelo menos nove convênios celebrados com a UNE, totalizando R$ 2,9 milhões, estão em situação irregular - a organização estudantil toma dinheiro público, mas não diz nem quanto gastou nem como gastou.

O jornal O Estado de S.Paulo analisou dois convênios com prazo de prestação de contas expirado no ministério: o Congresso Nacional da UNE, realizado em julho, em Brasília, e o projeto Sempre Jovem e Sexagenária, celebrado em 2008, que tinha como meta produzir - até 4 de junho - 10 mil livros e um documentário sobre a história estudantil secundarista. O presidente da entidade, Augusto Chagas, de 27 anos, promete devolver o dinheiro, se forem comprovadas irregularidades.


Apesar de o governo ter repassado R$ 826 mil para os projetos, a entidade, mesmo cobrada, não entrega extratos bancários e notas fiscais, nem cumpre a "execução dos objetivos", os livros e o documentário. Sobre os livros, uma cláusula do contrato diz que a UNE teria 60 dias para prestar contas, a partir de junho, ou restituir em 30 dias as verbas não usadas. Não fez nem uma coisa nem outra.


Empresa fantasma

A UNE forjou orçamentos para obter dinheiro para o encontro em Brasília. Em 16 de julho, o ministério liberou R$ 342 mil para o evento, que teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). A entidade apresentou estimativa de gasto de R$ 70 mil com hospedagem, R$ 29 mil para segurança, R$ 26 mil em passagens aéreas, entre outros. O ministério cobrou três orçamentos.


Para explicar a despesa com segurança, a UNE entregou o orçamento de empresa fantasma, com sede em Salvador, a 1.400 quilômetros do evento. O outro orçamento também é de uma empresa baiana, que ocupa uma sala de 30 metros quadrados e não tem funcionários.
FONTE:O Estado de S. Paulo.

A PROPÓSITO
AO RECEBER DINHEIRO DO PODER PÚBLICO QUALQUER QUE SEJA ELE E EM QUALQUER UMA DE SUAS ESFERAS, NÃO ESTARÁ A ENTIDADE NO MÍNIMO COLOCANDO EM RISCO SUA AUTONOMIA ?

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