No dia 11 de outubro de 1908, nascia o cantor e compositor Cartola, que hoje faria 101 anos. O mestre do samba de raiz, que começou trabalhando como pedreiro, começou cedo na música, tocando cavaquinho logo aos oito anos de idade. Mesmo só tendo lançado seu primeiro álbum oficial aos 66 anos, Cartola sempre esteve diretamente envolvido com a música e o samba, tendo participado da formação do Bloco dos Arenqueiros, em 1925, núcleo que mais tarde se transformaria na Mangueira.
E não foi só seu legado musical intrincado e diversificado que contribuiu para a formação musical do samba no Rio de Janeiro – o compositor sempre fez às vezes de anfitrião, promovendo encontros musicais e saraus em sua casa, com a presença de sambistas do morro e músicas da classe média se encontrando e trocando experiências. Foi no restaurante Zicartola, comandando por ele e sua mulher, D. Zica, que Paulinho da Viola, por exemplo, fez sua estreia como cantor.
Embora tenha sido muito elogiado por seu círculo de compositores, colegas e admiradores, Cartola só recebeu todos os créditos por sua contribuição à história da música brasileira após sua morte, aos 72 anos, de câncer. Nos anos seguintes, foram lançadas diversas homenagens a sua obra, com artistas de vários estilos musicais regravando suas principais composições. Hoje, o compositor ainda é a maior referência para quem quer conhecer a história do samba e compreender muitas das sonoridades presentes no samba contemporâneo.
uol
Alvorada
Composição: Cartola
Composição: Cartola
Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
( a alvorada )
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida.
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